O Renascer dos Nove escrita por Number Nine


Capítulo 28
O Fim de Plum Island




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Dois

 

                Chegamos até a parte aberta da base e encontramos Nove cercado por vinte mogadorianos. Ele nem parece se importar muito com isso, ele está com um sorriso selvagem como se aquilo fosse a coisa mais prazerosa do mundo de se fazer.

— Até que enfim chegaram! – ele acena para nós. – Estava esperando vocês.

                Nós ficamos nos olhando espantados e vemos os mogadorianos se virarem para o nosso grupo que acabou de chegar. Eles estão agora desconcertados e sem saber onde focar suas forças. Acabamos de chegar com três Chimeras com disponibilidade para lutar, uma Garde e dois mogadorianos. Sendo que um deles com Legados.

— Ataquem as Chimeras! – um dos mogadorianos vocifera para o batalhão. – Não podemos deixar a Garde ficar com elas.

                Eles armam os canhões e apontam para Areal e os outros. As Chimeras rosnam em resposta e Adamus dá um soco no chão causando um terremoto em cima dos mogadorianos.

                Os mogs perdem o equilíbrio e não conseguem disparar, a Chimera que se tornou uma besta felina – a que tem o péssimo habito de urinar nas cinzas dos mogadorianos – solta um rugido e pula em cima de um deles. O líder tenta dar um tiro de canhão nela, mas Nove se move como um borrão para o seu lado e desfere um soco no externo do mogadoriano e quebra a cabeça dele com o cajado.

                A batalha começa. Eu disparo uma rajada óptica que atravessa dois mogadorianos em fileira e vejo Adam desembainhando a espada que tem nas costas e cortando um adversário ao meio. Areal anda ao seu lado e não deixa que ninguém chegue perto dele, os dois lutam como uma unida só.

                O tremor continua em cima do grupo principal e um soldado mogadoriano tenta acertar Adamus com um tiro, mas ele é mais rápido tirando do sobretudo que veste uma adaga prateada e cravando ela fundo no pescoço do inimigo.

                Ele olha para mim e com um sorriso irônico.

— Quem diria que a sugestão do Nove daria certo. – ele comenta dando de ombro e pega um canhão mogadoriano no chão.

                Mesmo derrotando bastante deles parece que tem um grupo ainda chegando e decido fazer algo novo. Eu concentro meu Legado em cima dos mogadorianos e crio uma ilusão ao redor deles. Os mogadorianos param de andar e ficam recuando confusos eles sacam suas armas e ficam apontando uns contra os outros desesperados. Eu criei uma ilusão, estou fazendo eles enxergarem que cada um deles na verdade sou eu bem na sua frente.

                Os mogs estão lutando contra a verdade, mas então sua burrice vence eles começam a se matar. Eles atiram e se esfaqueiam a si mesmos. Até que só sobre um que é morto pelo Chimera em forma de falcão que perfura seus olhos brutalmente.

— Não podemos continuar com isso o dia todo! – eu grito para Adamus, o nome dele nessa missão é Andrian, sempre me esqueço. – Eles vão sempre chegar mais!

— Concordo! – ele fala e pisa no chão.

                Um tremor muito maior que os outros acontece, eu perco o equilíbrio e todos os outros começam a cair no chão. Os únicos que não caíram foram Andrian e Nove, dessa vez é um terremoto de verdade. A base inteira está começando a desmoronar, as torres de vigilância são as primeiras se partirem e caírem no mar, depois começam a surgir várias rachaduras por todo o local e parte do complexo atrás de nós começa a fazer um barulho de como se estivesse implodindo.

— Isso era mesmo necessário! – Nove berra para Andrian, acho que ele só está de pé por causada sua Antigravidade.

— Temos que escapar daqui logo, Dois tem razão. – ele diz sério.

                Eu tento me levantar, mas sinto minhas pernas bambas e solto um gemido de dor. Estou com medo de ter machucado alguma das Chimeras quando cai ou pior e não tenho coragem nem de checar se estão todas bem.

— Não consigo levantar! – eu os aviso.

                Nove corre até mim e me levanta no colo. Sinto meu rosto arder de vergonha quando sou pressionada contra seu corpo.

— Eu te levo baixinha. – ele diz dando um sorriso para mim.

                Adam consegue se levantar com muito esforço, mas parece estar bem. Usou a espada como bengala para se apoiar e os três caminham com Nove me carregando até a beirada da base. Ficamos diante de uma queda de uns 50 metros e que seríamos obrigados a descer para conseguirmos chegar ao nosso barco.

— Me diz que tem uma corda! – Adam fala meio nervoso. – Por que não acho que vai ser uma boa a gente pular.

                Andrian e Nove se olham. Eles tem algum tipo de segredo que eu não sei, o mogadoriano estende a mão para ele e Noive tira uma das mãos que está me segurando e encosta nele. Sinto uma descarga de energia sair do corpo dele e ser transferida para Andrian.

— Agora você Ad. – ele fala dando um sorriso sarcástico colocando a mão no mogadoriano mais novo.

                Adam estremece quando Nove encosta nele e fica um pouco elétrico. Não sei o que Nove acabou de fazer com eles dois, mas eu nunca o vi utilizando esse Legado e nem tenho ideia do que ele acabou de fazer.

— Bom, amiguinhos, agora vocês têm meu Legado de Antigravidade. – ele avisa orgulhoso. – Ele vai durar uns 10 minutos, então sugiro que a gente desça logo por essa queda livre ou vocês irão virar panqueca de mog.

                Ele não espera ver o que Adam e Andrian irão fazer e coloca o pé no rochedo abaixo de nós. Percebo que o Legado dele está fazendo efeito em seu corpo e então Nove põe o outro pé no rochedo. Sinto meu estômago revirar, é como estar numa montanha russa e eu morro de medo dessas coisas, a falta de gravidade me dá arrepios.

                Nove começa a correr a toda velocidade e eu enterro meu rosto em seu peito e grito. Tento avisar a ele para ir mais devagar por causa das Chimeras, mas minha garganta está travada de medo. Esse Legado é muito perturbador.

                Demoramos cerca de 15 segundos, mas quando eu chego de volta ao chão estou tremendo em seus braços. Acho que Nove percebe.

— Desculpa Maggie, primeira viagem. – ele murmura sem graça.

— Tudo bem... – eu digo tentando não demonstrar o quão nervosa eu fiquei. – Acontece.

                Ele fica me segurando ainda enquanto esperamos os dois Adams descerem. Eles demoram mais para descer que Nove, acho que ser carregada pelo cara que já está acostumado com isso tem lá as suas vantagens.

                Olhos para cima e vejo Adam correndo de troncho quase tropeçando nos pés. Andrian consegue agir com mais suavidade, mas mesmo assim está tendo dificuldade. Acho que andar por ainda fazendo tremores já ajuda um pouco no equilíbrio.

                Três pássaros descem junto com eles os acompanhando, são as Chimeras que estão os seguindo como guarda-costas. Fico feliz por todos nós termos conseguido escapar a salvo.

                Quando eles chegam eu digo a Nove que ele já pode me pôr no chão e caminhamos para um grupo de rochedos escondidos ao longo da praia. Ele tira uma capa preta que revela o segundo barco a morto que conseguimos comprar.

— Rápido! – ele Adam grita sacando uma arma mogadoriana.

                Alguns mogs conseguiram chegar até o topo da base e estão tentando mirar em nós. Eu pulo dentro do barco e chego meus dois bolsos, sentindo um frio na espinha. Tenho uma lagartixa, uma joaninha, uma borboleta, uma barata – essa ei eu nem encosto -  e no outro bolso tem um hamster. Todos estão vivos, eu suspiro aliviada.

                Eles tentam trocar tiros com os mogadorianos, mas estão muito distantes para terem uma linha de tiro limpo. Grito para pararem com isso e todos entram no barco, Nove senta ao meu lado e os Chimeras pousam na proa do navio. Adam fica posicionado com a arma e Andrian pula ao lado do motor e começa a acioná-lo.

                O barco começa a fazer barulho de como estivesse sendo ligado e começamos a zarpar para o mar. Estamos começando a disparar para longe de Plum Island e eu começo a sentir um alívio de estarmos saindo daquele lugar maldito até começamos a ouvir um barulho de uma máquina se aproximando.

— Merda! – Nove murmura ao meu lado tencionando o maxilar. – Vocês não desistem?

                Ele fala olhando para Adam como se aquilo fosse culpa do garoto, o garoto dá de ombros e tenta disparar contra a nave mogadoriana. Ela se move rapidamente e desvia do disparo do canhão.

— Um escumador, que droga. – ele olha para Andrian que está concentrado demais no motor para notar que estava falando com ele. – Você destruiu metade da base deles e não conseguiu destruir onde eles tinham um Escumador!

                O mog não responde nada e Adam continua a tentar acertar a nave mogadoriana.

                O Escumador começa a tomar altitude e eu vejo um canhão começar a descer da parte de baixo dele. O canhão começa emitir um brilho azul como se estivesse se preparando para carregar, mas então começo a ouvir barulhos de disparos de uma metralhadora.

                Meu coração se enche de alegria ao ver o Escumador ser alvejado por inúmeras balas e explodir pela metralhadora giratória de Conrad. Meu Cêpan e seu vício por armas pesadas nunca iria me deixar na mão, tenho que dar meu beijo nele quando o vir.

— Adoro aquele barbudo! – Nove fala rindo.

                Nós nos olhamos e eu esqueço que estou com raiva dele. Pelo menos por hora posso deixar de lado que ele age as vezes como um completo idiota e cego e está agindo como um cara legal comigo para variar. E tenho que confessar, estou feliz por Nove estar comigo nessa missão.

— Se preparem para descer. – Adam nos avisa, quando começamos a avistar a ilha costeira a nossa frente.

 

                                                Nove

 

                Estou tão ansioso para chegarmos na ilha que uso meu cajado como remo. Estamos com as Chimeras, eu dei uma baita porrada e um monte de mogadorianos e acho que a Dois está esquecendo a mancada que eu dei. Então as coisas estão indo superbem para mim.

                Sou o primeiro a pular para fora do barco e uso minha força para o fazer chegar até a praia. Os Chimeras descem logo depois, o que era uma besta felina agora vira um gato um pouco fora de forma e me olha mal-humorado, o outro continua um falcão e Areal vira o husky siberiano eles correm para a areia.

                Ajudo Maggie a descer e ela olha para mim e sorri, depois fica ajeitando um cacho ruivo para trás do cabelo. Meio sem graça.

— Obrigada por me carregar quando, você sabe. – ela diz e eu vejo que está ficando vermelha.

— A... Não foi nada. – digo tentando parecer indiferente. – Quer dizer, eu não queria que você se machucasse.

                Ficamos parados nos olhando por alguns segundos num silêncio meio constrangedor, acho que essa deveria ser a hora que eu deveria chamar ela para sair. E estou prestes a fazer isso quando ouvimos um grasnar estranho. Olho para ver se é uma Chimera com dor de barriga quando sinto meus ombros serem erguido no ar por garras.

— Nove! – Maggie berra em desespero.

                Sinto uma dor horrível. Que merda de criatura é essa? Os mogadorianos tem um piken que voa?

                Tento pegar meu bastão, mas ele caiu no chão nessa correria. Estou em apuros agora, lanço uma onda de telecinese contra a criatura para fazê-la soltar meus ombros, mas a criatura resiste e enterra mais ainda suas garras na minha pele me fazendo gritar de dor.

                Duas aves gigantes alcançam voo e atacam o monstro mogadoriano, uma crava suas garras nos olhos da criatura enquanto a outra morde suas garras para fazê-la me soltar. O piken urra de dor, até que finalmente começa a ceder.

                Por mim eu sou solto e começo a cair, para minha sorte eu caio em alguns arbustos e uso minha telecinese. Para reduzir a queda. Não era exatamente a saída gloriosa que eu esperava, estava tudo indo tão bem. Galinha mogadoriana estúpida.

                Vejo dois disparos vermelhos voarem e em seguida um grunhido. A criatura se foi, Maggie a matou, agora estamos quites. Não consigo nem ficar pagando de herói da garota, fico rindo da minha própria infelicidade quando ela me encontra.

— Nove! – Maggie grita e está com lágrimas nos olhos quando me encontra. - Graças a Lorien.

                Ela encosta uma pedra da cura em meus ombros e sinto meus machucados começarem a ser curados. Acho que o machucado do meu ego ferido por causa disso que não vai ser.

— Valeu. – Consigo dizer sem graça.

— Achei que tivesse... – ela chora e me abraça.

                Percebo que estou sendo egoísta, Maggie não é o tipo de garota que iria me achar um idiota porque eu fui pego por um piken mogadoriano. Eu a abraço também, ela veio me proteger eu devo muito a ela por isso.

— Sabe, quando a gente acabar com toda essa loucura aqui. – digo tentando tomar coragem. – Quem sabe poderíamos arranjar um tempo e dar uma fugida, tipo só eu e você e...

                Ela olha para mim enxugando as lágrimas e está vermelha. Acho que já entendeu o que eu quero dizer e sorri, um sorriso de verdade e não tímido que ela costuma dizer.

— Claro! Por que não! – Ela me dá um beijo na bochecha. – Mas eu escolho o lugar.

                Fico espantado com a repentina mudança de comportamento dela. Maggie me ajuda a levantar e vamos até o resto do grupo. Agora que temos as Quimeras temos que encontrar em contato com os outros e ver se estão todos bem e depois nos reagruparmos.

                Corremos até a van. Conrad e os outros ficam aliviados quando nos vêm, eles estavam preocupados, noto que iremos embora sem a metralhadora que trouxemos. Isso vai ser um buraco no coração do grandalhão.

— O que aconteceu? – Conrada pergunta olhando de mim para Maggie.

— Eu fui dar uma volta na aero-piken. – digo de maneira sarcástica. – Deveria tentar.

                Conrad me olha mal-humorado e revira os olhos. Maggie corre até ele e o abraça, querendo ou não ele mandou bem explodindo o Escumador, nos tirou um trabalhão.

                Olho para Andrian e o mogadoriano está mais pálido que o normal falando em um telefone via satélite que ele tem. Ele nos olha e acho que a notícia não irá ser muito boa.

— O que houve? – Quem pergunta é Adam, se aproximando do resto de nós.

— Acabei de falar com a Um. – Andrian fala colocando o telefone no colo. – O número Cinco acordou.


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