O Renascer dos Nove escrita por Number Nine


Capítulo 24
Plum Island


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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  Nove

 

                O máximo que conseguimos nos aproximar com a balsa é até uma pequena ilha de pescadores com uma montanha que se estende pela altura de um prédio de uns 10 andares mais ou menos.

                Conseguimos comprar dos barcos com os pescadores sem que eles fizessem muitas perguntas e começamos a separar nossa equipe de ação. Dois está pegando suas coisas que acha serem úteis com Conrad na sua arca. Eu nem trouxe a minha, achei mais prudente deixa-la no bunker já que Sandor não está comigo e provavelmente se ela estivesse aqui eu iria ficar checando de 5 em 5 segundo para saber se está tudo bem com ele.

                Os Adams estão colocando suas roupas pretas de mogadorianos e carecas artificiais com as tatuagens tribais que eles chegaram a me explicar um pouco sobre elas, mas confesso que não prestei atenção a essas coisas idiotas de mog-bundões. Acho que tem algo relacionado a patentes e seu ofício na sociedade deles dependendo de como nasceu.

                Quando eles terminam de se aprontar meus punhos ficam cerrados, tenho que me lembrar que eles são meus aliados. Ver Adam com aquela careca novamente me faz lembrar da época que estava preso, também faz me lembrar do mogadoriano que me atacou no mercado da loja de conveniência. Pensar nisso é o suficiente para me deixar irritado e com adrenalina a flor da pele, quero começar a surrar mogs logo ou vou surtar.

                Adamus se aproxima de Maggie e começa a falar algo bem baixo que não consigo ouvir, pois estou sentado longe deles. Ela ainda não está falando comigo desde o mercado e isso está me deixando louco, afinal o que fiz de errado?

— Lembre-se das orientações que lhes passei. – Adamus, ou melhor, nessa missão ele se chama Andrian nos orienta. – Assim que formos, vocês terão que ir com a van até o alto do morro e darem início a fase dois.

                Conrad dá um sorriso macabro e vejo a alegria nos olhos daquele homem. Ele estava esperando pela hora de explodir tudo com a fase dois, com certeza, vai se divertir muito. Quase o invejo, se a fase quatro do plano que é a que eu faço parte não fosse muito mais divertido que bombardear uma base mogadoriana com um lança-foguetes.

— Hey Andrian! – Tiro a adaga do mogadoriano que estava no bolso da minha calça e a jogo para ele. – É melhor um mog ter a arma de um mog quando estiver lá.

                Ele agarra a arma no ar e fica olhando para ela alguns segundos. Andrian não é do tipo que gosta de sorrir, disso já notei e até respeito um pouco. Seu agradecimento é silencioso e encaixa adaga em um compartimento no sobretudo preto ao lado de uma pistola mogadoriana. Logo em seguida ele vai checar se está tudo bem com o barco que arranjaram.

                Conseguimos arranjar dois barcos simples, mas pelo menos ambos funcionam a motor. Por mais que fosse divertido ir remando, acho que não iria ser uma fuga muito rápida, ainda mais se pararmos para reparar no porte físico dos mogadorianos que serão pilotos de fuga, não iria dar certo.

                Areal começa a caminhar até eles e solta um grunhido para mim. Ele sabe que os amigos estão lá dentro de alguma forma e quer encontra-los. Tento mandar uma mensagem por telepatia dizendo que vamos conseguir resgatá-los e o husky me olha com seus brilhantes olhos dourados quase como se agradecesse por isso.

— Está na hora, Maggie. – Adam pega um saco de pano marro de dentro do barro e leva para perto dela. – Sinto muito, não queria que isso fosse necessário.

                Maggie olha para o saco e sua expressão não é de medo, mas um pouco de vazio.

— Tudo bem, vamos logo com isso. – ela fala neutra.

                Não gosto de ver isso acontecer, mesmo que seja um teatro. Tento olhar para Maggie para transmitir alguma palavra de força assim como fiz com Areal, mas ela desvia o olhar. Adam coloca o saco em sua cabeça suavemente cobrindo seus cabelos ruivos cacheados e seu rosto. Só o resto do corpo de Maggie do tronco para baixo fica visível agora. Me sinto nervoso com isso, se tudo der errado ela vai acabar morta. Será que nós teremos como saber? Já temos a cicatriz dela.

                Adam agora amarra os braços de Maggie com uma corda e vejo Conrad desviar o olhar. Acho que ele também não está gostando do plano, deixar sua protegida se fingir de prisioneira para entrar em uma base mogadoriana com dois mogs. Fico com raiva dele, Conrad é gigante e forte, poderia se opor e bater nos dois se quisesse. Eu também poderia, então por que não estou impedindo isso?

— Precisamos de mais uma coisa. – Andrian olha diretamente para o meu colar. – Eles precisam acreditar que matamos um de vocês também, é o melhor jeito de conseguirmos entrar incólumes e sem que tentem fazer nada com a número Dois.

                Tiro o meu colar de má vontade. É como ficar sem uma parte de mim, pior ainda é quando eu o entrego nas mãos geladas e pálidas de um mogadoriano, mesmo ele sendo do bem. Todos os meus instintos dizem que estou errado.

— Quero isso de volta, entendeu? – digo sério para Andrian.

— Você o terá. – ele fala calmamente e se afasta de mim com passos firmes ajudando Adam e Maggie a entrarem no barco. – Vamos iniciar a fase 1.

                Não respondo nada assim como Conrad. Ficamos observando os dois mogadorianos com minha amiga Garde. Adam fica na frente do barco para que quando todos o olhem fique bem visível quem ele é, Maggie como é a prisioneira fica posicionada no meio e Andrian que irá ligar o barco está atrás dos dois. Ele puxa a corda do motor do barco e ele começa a funcionar. Fico observando meus amigos se distanciarem rumo a sinistra ilha de Plum Island, meu coração começa a palpitar eufórico enquanto eles começam a se afastar de nós.

— Ei Nove! – Conrad grita para mim colocando a arca de dois na porta da frente da van. Ele nem sequer olhou para o barco, me impressiono com a frieza do Cêpan. – Precisamos nos apressar para nos posicionarmos.

                Acinto com a cabeça, mas noto que estamos com a ausência de alguém.

— Areal sumiu!

— Ele foi com eles. – Conrad murmura indo até o outro lado do carro e entrando na parte do motorista. – Está escondido para ajudar Maggie.

                Isso me deixa um pouco aliviado. Acho Dois durona, já a vi na sala de treinamento, mas saber que terá ajuda da Chimera e que os mogadorianos nem estão preparados para isso é um alívio, além domais, Areal estava inquieto querendo entrar logo na batalha. Que ironia, até a Chimera pode sair na porrada logo e eu não.

                Entro no carro e me surpreendo com a potência que esse troço tem para subir um morro desses sem que a van morresse. Demoramos cerca de 10 minutos para conseguir percorrer toda a subida. A essa altura, nossos companheiros já devem ter chegado na base de Plum Island.

                Saímos do carro e Conrad vai até a mala a abrindo, eu o sigo e meus olhos brilham com o armamento pesado. Tem um canhão de metralhadora giratória de um metro e meia e uma lança-foguetes na mala, sinto uma vontade tremenda de uma pegar uma dessas belezinhas e levar para a base dos mogadorianos para explodir tudo.

— Não precisava me dar presente de Natal! – digo indo pegar o lança-foguetes, mas Conrad tira minha mão dele.

— Eu que irei mexer nessas belezinhas Nove. – ele fala e por um momento parece que tem ciúmes das armas dele. – Me ajude a descer com a metralhadora e a posicioná-la.

                Nós colocamos a metralhadora mirada bem na direção da base mogadoriana. Devem ser uns 200 metros até aquela ilha e fico imaginando se as balas conseguiriam percorrer todo esse caminho, acharia um desperdício termos uma arma dessa magnitude e nem podermos usar uma belezinha dessas direito.

                Conrad fica olhando para a entrada da base e noto que está observando um barco que provavelmente é dos Adams e da Maggie, eu fico olhando ele por um momento e decido perguntar.

— Por que a Maggie está com raiva de mim?

                Ele me olha com uma expressão mortal e por um momento acho que vai me jogar morro abaixo e então para minha surpresa ele. Ele ri.

— Você não sabe? É mesmo um idiota.

                Não sei porque fico tão irritado. Eu fui chamado de Tarzan por uma menina que parece uma supermodelo sarcástica que namora um cara pálido que parece ser um fantasma e depois usei uma camisa do Pateta. Agora ser chamado de idiota por um barbudo ruivo que parece ser um lenhador que faz competição de queda de braços para ganhar uma cerveja, já é demais.

— Qual é a graça, barbudo?

— Nada garoto! – ele fala tentando parar de rir e vejo que está vermelho. – É que você é muito tapado, por um momento eu cheguei a me preocupar que minha princesinha se envolvesse com um punk como você.

— Punk? Pera ai! Você quer dizer que a Maggie... – Merda, eu sou um babaca mesmo era óbvio e eu nunca percebi que a garota gostava de mim. Ao invés disso eu fiquei elogiando a bunda da Seis e paquerando uma humana.

                Conrad olha para minha cara e percebe que eu entendi e volta a rir mais ainda de mim. Acho que ele está fazendo mais barulho gargalhando que se tivesse lançado um míssil com o lança foguetes, estou com tanta raiva que quero socar ele, socar todos. E socar a mim mesmo umas vinte vezes. A Maggie é uma menina legal e me trata direito e eu fui muito idiota com ela a tratando como invisível, pior de tudo é que eu acho bonita também. Até mesmo o jeitinho nerd dela.

— Já terminei o que tinha que fazer aqui, vou para a minha área. – aviso me distanciando de Conrad, não consigo entender o que ele diz. Ele terminou de rir da minha cara, mas ainda está arfando para falar direito.

                Desço o morro correndo com toda minha velocidade e usando minha Antigravidade e pulo no segundo barco. Já sei onde tenho que levá-lo para o nosso ponto de fuga. Merda, tomara que Maggie sobreviva, eu dei uma mancada muito séria com ela.

 

                                                 Adam

 

                Quando chegamos eu achei que nosso plano iria por água a baixo. Os mogadorianos que estavam de guarda na guarita não me reconheceram e quase dispararam em mim. A sorte é que eu consegui gritar meu nome de maneira imponente e bem alta, da maneira que só alguém da minha família poderia ter feito e todos abaixaram as armas aturdidos com isso.

                Desembarcamos no cais da base e um nascido naturalmente veio nos recepcionar. Eu não o reconhecia, provavelmente não era ninguém importante para viver em Ashwood State, mas ele certamente sabia quem eu sou.

— O senhor é Adamus Sutekh! – ele fala e seus olhos brilham de admiração. – É uma honra conhecê-lo pessoalmente e vivo, todos disseram que estava morto.

                Adamus empurra Maggie de maneira um pouco mais rude para fazê-la sair do barco e o naturalmente os nota também. Ele fica me olhando esperando uma explicação, mas eu fico calado. Não darei satisfação a ninguém num porto na frente de vários artificiais, sou um Comandante e eles precisam saber que minha posição merece respeito.

                O mog entendeu o que meu silêncio significa

— Por favor Comandante Sutekh, me acompanha. Irei leva-lo até o Doutor Ackbar, ele é o responsável por essa ilha.

— Agradeço. – digo de forma ríspida e imponente encerrando a conversa.

                O mogadoriano nos faz acompanha-lo para fora do cais e nos dirige para uma porta de metal que nos faz entrar num complexo cheio de andares com rampas de acesso e as salas eram com portas de grades. Estou aqui tentando pensar onde será que estão as Chimeras, quero olhar para Andrian e ver se ele está memorizando bem todos os locais assim como eu, mas me lembro que ele já esteve aqui na outra linha do tempo. Já tenho um guia, que ótimo.

                O mogadoriano nos faz subir por uma rampa que faz nos elevarmos cada vez mais pelo complexo da base. Vejo vários experimentos com animais e torço para que nenhum deles seja com as Chimeras, tomara que sejam todos com pikens, por mais doloroso que seja, viemos por um tipo de animal. Deixemos os pikens para mais tarde se tivermos a oportunidade.

                Chegamos há uma porta de metal grande de dois metros no topo do complexo. Não estou surpreso, tamanho padrão para que Setrákus Ra caso queira vir em um desses lugares possa entrar. O mog me olha sorri – tudo que eu precisava agora era de um fã – ele bate na porta alguma vezes e finalmente ouvimos alguém nos mandar entrar.

                Eu e Andrian entramos primeiros e deixamos o mog entrar por último, me arrependo disso, mas é o protocolo. Ele dá um empurrão em Maggie que faz a garota cair no chão bem no meio da sala. Por um momento acho que ela vai gritar, mas a menina fica calada. Todos se ficam calados olhando para a menina e antes que o naturalmente a fizesse levantar de maneira brusca. Andrian a levanta puxando pelo braço fingindo que está o torcendo.

— Quem é? –  o mog que está na minha frente é baixinho com um nariz de batata, quando ele me olha sorri de maneira maliciosa. Suas tatuagens são claramente indícios da sua patente de cientista. – Comandante Sutekh, os rumores sobre a sua morte foram mentira, logo vejo e ainda trouxe uma prisioneira, é alguém importante?

— Uma Garde. – falo de maneira fria e autoritária que fez o cientista Akbar parar de sorrir

— Claro que é, porque deveria pensar menos do Aniquilador da Garde. – ele fala se sentando em sua larga cadeira que é quase maior que ele. – Quem é esse natural que lhe acompanha? Certamente são muito parecidos.

                Como sempre Ackbar é muito sínico. Já havia falado com esse homem algumas vezes por mensagens, ele tem medo de mim, nunca fez nada com as Chimeras porque eu sempre exigi as vê-las antes que fizessem qualquer experimento nelas. Isso o deixava irritado, mas com minha fama nada podia fazer, isso será um jogo político agora.

                Olho para Maggie em pé. O melhor a se fazer é tirar a menina daqui antes que Ackbar queira testar o feitiço lórico na minha frente.

— Sou Andrian Sutekh, Tenente nas Companhias de Ataque da nave mogadoriana Seth – Adamus inventa a mentira e fala da mesma maneira pomposa e altiva que eu. – Sou tio de Adamus, estive o procurando desde que soube de seu desaparecimento, conseguimos matar um dos Gardes e capturamos essa praga, mas quando a tentamos matar também o feitiço fez efeito. Parece que quando eles ficam sozinhos novamente só podem ser mortos na ordem de novo.

                Andrian tira o pingente de Nove. Ackbar embora seja um cientista é burro demais em assuntos lorienos para saber que aquele é um Nove, então não irá questionar nada naquela numeração. Ele olha para Maggie triste por saber que não pode ser morta.

— E o que sugere que façamos com a menina Comandante? – Ackbar me pergunta com a malícia do sorriso retornando.

— Tranque-a com as Chimeras, deixe-a com os animais, já que é um. – digo e cuspo no chão perto de Maggie.

                Ackbar gargalha coma ideia. Certamente está pensando em fazer experimentos genéticos em Maggie, já que não pode matá-la ele irá querer alterá-la. Esse tipo de coisa doentia me faz saber que estou do lado certo da mesa.

                Estou prestes a pedir que Andrian seja quem vá levar Maggie até as Chimeras, mas Ackbar chama uma dupla de artificias pelo seu comunicador na mesa que entram imediatamente. Eles pegam Maggie cada um pelo braço e não tento controlar minhas emoções, esse plano é insano demais, poderíamos tentar um ataque agora.

— Então Comandante! – Ackbar coloca os cotovelos sobre mesa sorrindo como um babaca para mim. – Conte-me mais sobre a sua fuga e como o seu tio que parece muito com você chegou, estou muito interessado nessa história.

                Eu e Andrian nos olhamos rapidamente. Parece que não teremos que enrolar bastante tempo assim, só o suficiente para que todos estejam devidamente posicionados para que a fase 3 entre em ação e eu quero muito que ela entre em ação para acabar logo com Ackbar.

 

                                                          Dois

 

                Os mogadorianos me carregam praticamente me arrastando. Não se foi porque antes eram os Adams que me levavam, mas começo a me desesperar com o saco de pano na minha cabeça agora, tenho uma necessidade absurda de tirá-lo logo da minha cabeça e não teria problema nenhum em fazer isso. O que me mantém é o fato de que eu preciso continuar com o plano e chegar até as Chimeras.

                Eles apertam meus braços e eu sei que com certeza irão ficar roxos depois, tento memorizar o caminho para que quando chegar o momento seja mais fácil encontrar meus amigos lá fora.

                Sinto algo se mexer dentro do meu bolso do casaco. É Areal, fico feliz por ele estar comigo, não quero admitir, mas estou com medo. Queria ter abraçado o Nove, queria que ele não fosse tão imbecil e cego, se eu morrer? Se os mogadorianos resolverem me matar ao invés de me pôr na cela? Estou começando a sentir falta de ar e paro de andar.

— Mexa-se! – um deles me bate com arma nas minhas costas e eu cambaleio.

                Não posso me deixar ser ferida, se eles souberem disso o plano acabou. Tenho que ser forte. Por todos, todos estão dependendo de mim. Eu tive uma segunda chance e não vou desperdiça-la.

                Os mogadorianos me arrastam mais um pouco até que finalmente eles param de me arrastar. Ouço barulhos de bichos onde estou, vários diferentes, mas é um som fraco, como se estivessem cansados.

                As Chimeras.

                Os mogadorianos me empurram de novo e acho que cai dentro de uma cela. Ouço um barulho de algo como se fosse um chiado estranho. Uma tela de proteção, deve funcionar como o campo de força.

                Espero cinco minutos até que eles provavelmente já tenham ido embora e uso a telecinese para afrouxar os cordões que prendiam o saco e depois o retiro. Quando recupero a visão meus olhos chegam a lacrimejar um pouco por causa da iluminação.

                Minha cela é minúscula, se eu não fosse pequena provavelmente nem caberia nela. Estou muito encolhida e um dos meus cachos está caído bem ente meus olhos. Mesmo assim decido esperar o sinal, não irei desapontar os outros. Olho para uma tartaruga que parece me encarar e por mais estranho que seja ela me encara esperançosa, se eu tivesse o Legado do Nove diria esteja pronto. Eu não tenho como dizer isso a ela, então estarei pronta por nós duas.

 

                                                   Nove

 

                Coloco o barco de maneira escondia próximo há algumas pedras e puxo um toldo preto até cobri-lo para camufla-lo na escuridão.

                Após isso caminho sorrateiramente por entre a costa da ilha e ouço as ondas se quebrarem contra as roxas da edificação da base mogadoriana. Coloco primeiro o pé direito na parede para testar meu Legado e depois o esquerdo, logo, toda a gravidade se inverte. Estou engatinhando pela parede como se fosse um inseto. Por mais ridículo que seja estou com a merda da camisa do Homem-Aranha e escalando uma parede que nem ele.

                Termino de escalar a parede e subo por uma das quatro torres de observação e entro nela. Um dos vigias mogadorianos está dormindo sentado na cadeira. Eu o mato quebrando o pescoço sem mesmo que ele percebesse direito o que está acontecendo. O mog vira um monte de cinzas em cima da cadeira e subo pela escadaria a fim de encontrar o seu companheiro.

                O outro mogadoriano está atento observando as coisas por um binóculo. Ele está observando o litoral em direção a Connecticut e eu cutuco o ombro dele. O mog tira os olhos do binóculo e se vira mal-humorado achando que é o colega que acabei de matar, mas quando vê que sou eu seus olhos se arregalam de medo.

— Entrega especial! – digo dando um sorriso sínico esmagando o esterno dele com um soco.

                Pronto, agora quando Conrad o lenhador maníaco por lançador de foguete bombardear essa ilha não terá como eles darem o aviso até o primeiro míssil chegar. Agora é só eu ficar sentado aqui e esperar a fase 3 começar.

 

                                                 Adam

 

                Estamos rindo das piadas forçadas que Ackbar conta sobre os lorienos e já estou vontade de vomitar com isso. Ele ri de si mesmo, o único que parece estar se divertindo é o nascido naturalmente que agora sei que se chama Droccus. Nem mesmo os artificiais parecem estar interessados nas piadas.

— Qual é, os Sutekh não têm senso de humor? – Ackbar fala cuspindo pegando uma bebida negra e bebendo, ele começa a rir com um pouco de bebida ainda na boca e um pouco dela voa em nós.

                Olho para Andrian e sinceramente estou querendo acabar logo com esse teatrinho. Minha vida acabou e quero voltar para Um, eu não pertenço mais a essas pessoas.

— Então Adamus e Andrian, tenho que ser sincero com vocês. – Ackbar fala parando de rir e para minha surpresa e ele assume um tom sério e autoritário típico de um mogadoriano que quer se impor. – Eu não comprei a porra da história de vocês.

                Eu e Adamus nos olhamos sem esboçar reação nenhuma e depois olhamos para Ackbar, em seguida começamos a rir. E depois ele também começa a rir e todos começam a rir novamente.

— Quer dizer, cara, dois Gardes saem da sua sala. – Ackbar fala gargalhando e por um momento acho que ele vai explodir. – Até aí tudo bem, mas uma pega, invade sua sala explode ela toda e te carrega logo em seguida... Adamus.... Meu querido, eu não sou um idiota. 

                Sim você é.

— Eles me dominaram para destruir o escudo do campo de força, destruíram meu escritório todo. – revelo de maneira casual sem me importar com as acusações. – Depois a outra Garde veio para saber onde estava a arca do Garde.

                Ackbar fez um sinal e os artificiais colocaram armas nas nossas cabeças. Posso sentir o calor dos canhões começarem a aquecer para nos explodir se mentirmos.

— Está louco senhor! Esse é o Comandante Suketh! – Droccus berra em desespero, o natural se aproxima do cientista e toma um tapa na cara. – Senhor ele é um herói...

— Calado seu animal alienado! – Ackbar berra com a voz de um insano lunático e se levanta da cadeira. – Esse merda é um bastardo traidor e eu sempre soube, sempre achei estranho boicotar as experiências das Chimeras.

                Ackbar se começa a mexer com as coisas nas mesas e olha para mim com um sorriso triunfante. Olho para Andrian e ele sabe que o momento está próximo.

— Para a minha sorte Adamus, não temos um protocolo para traidores. Então poderei te matar do jeito que quiser. Que felicidade te executar na minha mesa. É uma pena não poder fazer experimentos com sua carcaça podre, mas você! – ele olha para Andrian e sua expressão se torna insana. – Tem algo de diferente em você, quando te matarmos você não vai virar cinzas como os outros, não é?

— Só atirando pra saber. – Andrian fala dando um sorriso debochado e me surpreendo com essa faceta dele. – Só pra saber, já tentaram me matar várias vezes, não é tão fácil assim.

                Ackbar dá uma gargalhada.

— Ora, então para que nos demorarmos? Vamos terminar logo com isso. Alguma última palavra?

                Olho para Andrian.

— Agora. – digo da maneira mais calma possível.

                Ele pisa no chão e de repente tudo começa a tremer. Já senti isso uma vez, esse poder é o mesmo de Um, mas ver Adamus fazer isso é diferente. Ele faz de uma maneira mais majestosa tudo treme da maneira que deve tudo ao nosso redor não treme, contudo, os outros começam a voar e perder o equilíbrio.

                Os nascidos artificialmente disparam os canhões de qualquer maneira e explodem vasos com plantas bizarras que Ackbar deve ter criado de maneiras desconhecidas e que não planejo querer saber. Eu soco a cara de Droccus, ele voa por causa do tremor e se choca contra a parede em seguida quica e cai no chão.

                Ackbar voa para parede que estava atrás dele e eu levanto a mesa do escritório e a chuto na sua direção. Ouço o cientista mogadoriano berrar de dor ao ser esmagado pela própria mesa me aproximo dela e fico pisando nela até que a pensa se parte em duas revelando-o já todo ensanguentado gritando de dor.

— Pare! – ele grita se encolhendo.

                Eu não paro. Soco a cara do mogadoriano duas vezes, depois eu chuto a barriga dele. Pego Ackbar pela careca quebro o nariz dele na parede. O cientista está engatinhando pelo chão como um bebê chorando por piedade. Enquanto isso estou ouvindo barulhos de tiros, Andrian está se divertindo bastante com os outros do outro lado da festa.

— Pare Adamus, eu estava brincando! Não ia matar você...

                Eu desembainho a minha espada, eu jurei nunca punir alguém que não fosse mal com essa arma e Ackbar é mal. Ele iria matar as Chimeras, animais é uma pessoa horrível e cruel. Não merece o direito disso.

— Implorar pela vida? Acho que isso é contra o Grande Livro. – eu aponto a espada para o peito do cientista. – Alguma última palavra?

— Por favor Adamus... – ele não termina. Cravo a espada no seu peito e sinto a vida ser drenada dele pela espada que já foi do outro Adam.

                É um peso horrível de ser suportado, não é só uma arma que mata alguém, ela drena a essência dessa pessoa até não sobrar nada. Ackbar não se tornou só poeira até as partes que deveria ter sobrado dele como um nascido naturalmente sumiram, ele desapareceu sugado para dentro da arma.

                Andrian me dá um tapinha nas costas. Acho que ele sabe o que estou sentindo, mas não temos tempo para discutirmos sobre essas coisas agora.

— A fase três começou! – eu digo já caminhando em direção até a porta com a minha espada ainda em mãos. 


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