O Renascer dos Nove escrita por Number Nine


Capítulo 15
Garde vs Garde Mog vs Garde




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676189/chapter/15

Quatro

E eu achando que iria ficar amigo de Nove. Acho que Conrad está de alguma forma selecionando esses nomes de propósito. Enquanto Seis e Maggie estavam lutando no meio de toda aquela coisa escura que Maggie criou, Nove resolveu puxar assunto comigo e tentar acabar com as pendências que tínhamos criado nos últimos dias.

— Hey, Johnny! – ele fala cutucando minhas costelas.

— Oi cara? – falo de forma seca com ele.

— Nossa.... Está mesmo com raiva de mim, né?

— Está tentando pedir desculpas? – falo tentando fazer ele ir direto ao ponto.

                Nove olha para a mancha preta no centro da sala na expectativa de ver alguma coisa acontecer e acabo fazendo o mesmo. Seja o que as duas estiverem fazendo é uma batalha de nervos de duas pessoas que podem se camuflar.

— Escuta cara, desculpa ter sacaneado seu lance com a Seis naquele dia. – vejo que ele está se esforçando para tentar achar as palavras. – Deve ser difícil para você, quer dizer a sua namorada humana era gata, mas a Seis também é, você é um cara de sorte.

                Olho para Nove. A tentativa de desculpas dele é tão ridícula que tenho vontade de rir, mas noto que ele está arrependido. Percebo que mesmo com esse jeito todo bruto, Nove é um cara como eu, meio sem jeito com as pessoas e eu acho que ele não é uma má pessoa. No futuro ele assumiria meu lugar quando eu não consegui superar a morte de Seis direito, então certamente ele não é essa pessoa tosca que as vezes aparenta ser.

— Tranquilo cara. – falo sorrindo para ele. – Mas eu e Seis não temos nada, somos só amigos...

— Ahhhhhhh... – noto que ele dá um sorriso de orelha a orelha. – Bom saber disso, se importaria de falar que sou um cara legal para ela então?

                Sinto minha temperatura subir. Estou com raiva de Nove, acho que nos últimos dias agora estou com mais raiva que antes dele por ter dito que se interessa em Seis e agora me sinto pior por me sentir com ciúmes, algo que eu só deveria ter por caras que se interessassem por Sarah e não por Seis. E para piorar ele notou.

— Esquece. – ele me dá um tapinha nas costas. – Já entendi mermão, ela é toda sua. Está na cara que ela quer você.

                Eu então me lembro do último treino com Seis e os sonhos que tenho tido com ela. Quero tentar perguntar a Nove se eles conversaram algo a respeito de mim quando vejo que a ilusão negra de Maggie se desfaz por um tempo quando ela rola no chão com um objeto metálico perto dela e logo depois vejo que ela está criando a ilusão de novo.

— Caraca! – Nove começa a resmungar – Essa baixinha tem um truque bacana, mas eu queria saber o que está rolando lá, eu não sei nada que elas estão fazendo.

                Adam está nos encarando agora. Olho para a expressão séria e a pele pálida de mogadoriano dele, sei que está do nosso lado e que a versão dele mais velha que fez isso tudo por nós, mas não gostaria de lutar com ele. Acho que iria acabar levando a sério demais a batalhar, o que me deixa com Um ou Nove para lutar.

                A luta dura mais cinco minutos e eu não paro de torcer por Seis. Eu queria poder a enxergar, tem uma hora que consigo notar duas silhuetas lutando no meio da escuridão. Ouço apenas gritos e grunhidos vindo daquele local até que a espeça escuridão começa a se dissipar e finalmente começo a enxergar quem está de pé.

                Eu sinto vontade de ir lá e abraçar Seis quando a vejo vitoriosa, porém machucada. Ela tem uma ferida na boca e alguns roxos na pele que espero não ser nada grave. Maggie por ser muito branca aparenta ter mais machucados, mas não tem nenhum sangramento. Olho para Seis e sorrio para ela, acho que ela notou que estou preocupado com ela e desvia o olhar de mim. Imediatamente me lembro do que acabei de falar com Nove, eu nem sequer consigo mais esconder direito o meu interesse por ela.

                Lembro que Henry me disse uma vez sobre filha dos melhores amigos dos meus pais ter vindo junto conosco na viajem e eles brincavam que nós iríamos nos casar. Eu sinto uma estranha conexão com Seis além dos meus sonhos de uma vida que nunca tive, talvez seja ela a tal garota.

— Relaxa Quatro! – Nove fala estendendo a mão com um sorriso pra mim. – Sua garota vai ficar bem.

— Okay. – Eu aperto a mão dele e sorrio, não a mínima ideia do porque estou fazendo isso.

— Quatro e Nove! – Conrad anuncia. – Que bom que estão se dando bem, assim eu não preciso me preocupar que irão se matar aqui.

                Eu olho incrédulo para o Cêpan. Ele só pode estar de brincadeira, impossível que esse tenha sido o resultado. Tudo que que só temos quatro pessoas para serem sorteadas, mas é muito azar da pessoa que eu estou tentando fazer amizade que por sinal é um amante da violência sermos selecionados para lutarmos um contra o outro.

— Relaxa mermão. – Nove fala me dando um tapão nas costas e se levantando animado até a sala. – Eu estava ansioso para ser com você.

— Nãoooooooooooooo! – Um protesta, acho que ela já percebeu o que isso quer dizer, ela irá ter que enfrentar Adam. – Conrad você está trapaceando, esse troço aí está viciado.

                O homem simplesmente ignora o comentário dela, então Um coloca a mão no meu ombro e vejo que ela está com um tom de súplica.

— John por favor, troca comigo. Deixa eu lutar com o Nove.

— Chega! – Para o meu espanto e de Um, quem falou isso foi Adam. – Deixe o Quatro ir Um e nós iremos nos enfrentar na próxima.

                Ela afrouxa o braço e me deixa passar. Meu coração pesa, eu não quero olhar para trás e acho que todos estão calados de certo modo é meio cruel fazer o único casal do grupo lutar entra si. Mesmo que eles sejam de raças diferentes, embora se fosse uma luta entre mim e Seis eu até que iria me divertir com isso. Desde quando penso em mim e Seis como casal?

— Se eu puder começar? – Conrad fala tentando recuperar a seriedade do ambiente.

— Pode! – eu falo.

— Pode! – Nove torce o pescoço e faz um alongamento.

                Conrad dá dois passos para trás e pega seu tablet que está usando como prancheta para anotar qualquer coisa que ele esteja anotando além sortear mal pra caraca quem irá se enfrentar.

— Qual Legado irá usar Nove? – ele pergunta.

— Uhm, acho que vou com minha Antigravidade. – ele fala sorrindo.

— E você Quatro? – ele fala se voltando para mim.

                Demoro um pouco para escolher. Fico tentando em escolher minha telecinese já que é meu único Legado atualmente que eu tenho com capacidade ofensiva, mas eu acho que se fizesse isso me sentiria meio inferior ao resto da Garde. Eu preciso ir com um Legado que prove que eu sou tão único quanto os outros então eu irei com esse.

— Lúmen. – eu digo com convicção.

— Okay. – Conrad assente sério. – Se usarem outro Legado além destes serão desclassificados se eu vir que um de vocês não pode lutar mais eu irei parar a luta, todos de acordo?

                Concordamos com a cabeça e ele dá início ao combate. Eu confesso que estou com medo, já observei Nove lutar e sinceramente, fugir de uma base mogadoriana não é nada comparado a lutar numa escola. Ele deve ter muito mais técnica que eu.

                Nove é o primeiro a fazer algum movimento. Ele corre para cima de mim, mas eu giro o corpo na hora em que iríamos colidir e ele continua sem parar até alcançar a parede e continua, meu primeiro erro foi esse. Nove agora está no teto e fico sentindo vertigem para o ter acompanhado tempo demais a movimentação sem gravidade dele. Se aproveitando disso, ele salta com um soco direto apontado para mim, consigo me recuperar a tempo e desvio usando o impulso do meu corpo para me jogar para frente. Seus pés tocam no chão, mas o impacto não pareceu afetá-lo.

                Acendo o Lúmen da minha mão e jogo a luz nos olhos de Nove. Ele consegue pôr os braços na frente para se defender da cegueira, mas eu aproveito a oportunidade para tentar bandar ele, só que tentar derrubá-lo me saiu como a mesma coisa que tentar derrubar um boi. Ou seja, apenas o Legado dele em ação, se aproveitando disso, Nove me acerta um golpe bem no meu peito que me faz cai dois metros depois dele.

                Apena um golpe e foi como ser atingido por uma marreta, fico na dúvida se essa força dele não é mais um Legado e estou quase pedindo um exame de dopping para Conrad fazer nele. Estou completamente sem ar.

                Nove começa a correr para cima de mim, ele vai tentar montar em mim e começar série de socos e não posso deixar fazer isso ou será meu fim. Tento então fazer outra coisa com meu Lúmen, concentro ele ao máximo, a luz fica cada vez mais concentrada até tomar uma forma espiral e virar uma bolar de fogo. Eu sinto vontade de rir.

                Quando Nove está chegando em mim, consigo me por de pé e acerto a bola de fogo no peito dele. Ouço um grito de dor e me sinto péssimo, ele se joga no chão para tentar apagar o fogo da camisa e vejo que onde havia o símbolo da estrela do Capitão América agora há apenas uma marca de queimado e o escudo está destruído – depois eu não sei o porquê do FBI me considerar um terrorista.

— Desde quando sabe fazer isso? – Nove me pergunta incrédulo massageando o peitoral queimado.

— Agora. – eu respondo levantando as mãos fazendo um sinal de fazer o que.

— Irado! – ele dá uma gargalhada e tira a camisa. – Na próxima vez avisa que eu trago extintor de incêndio.

— Tentarei.

                Tento fazer isso de novo só que agora com as duas mãos. Acendo minhas luzes e tento condensar a energia delas de novo para criar duas bolas de fogo, mas Nove avança contra mim antes que eu consiga e me acerta um chute na lateral do corpo que me faz ser arremessado contra a parede. Estou chocado contra ela e não consigo sentir mais meu corpo.

— Vamos Johnny! – ele fala. – Não pode ser só isso.

                Agora que descobri uma nova forma de usar meu Lúmen, quero usar ela ao máximo. Eu não posso cair agora, me forço a ficar de pé e acendo uma mão de novo e consigo criar a bola de fogo, fazer em uma mão só é mais rápido que criar em duas ao mesmo tempo.

                Eu a arremesso contra ele, mas Nove a desvia facilmente. Tento criar outra, mas não daria tempo, então eu deixo ele chegar bastante perto e jogo meu Lúmen no rosto dele. Nove estava tão focado em não ser acertado pelas minhas bolas de fogo que não estava atento há outra função do meu Legado.

                Ponho todo o meu treinamento com Seis à tona agora. Acerto dois cruzados na barriga de Nove que o fazem grunhir de dor e em seguida dou um direto de esquerda no peito dele com um gancho de direita no queixo, consigo fazer Nove lentar alguns centímetros do chão e dou uma joelhada na coxa dele fazendo tombar metade do corpo e seguida dou um cruzado que acerta o maxilar de Nove que o faz atingir o chão.

                Todos ficam em silêncio e me permito cair de joelhos ao lado de Nove. Estou usando toda a minha força para continuar de pé, aquele chute que ele me deu me destruiu eu estou morrendo de vontade de olhar para onde Henry está e para Seis também para ver o que eles tão achando do meu treinamento e não noto que Nove se levanta.

— Caraca Johnny! – ele cospe sangue e está rindo. – Tu me acertou de jeito cara.

                Ver Nove levantar depois ter dado tudo que eu tenho para por ele no chão realmente me fez ficar sem energias. Ele merece vencer mais que eu esse cara é invencível, eu tento me levantar para continuar a lutar, mas minhas pernas não me obedecem.

— Foi mal cara. – eu digo sorrindo para ele. – Eu não consigo mais levantar para te bater.

— É, nem eu... - ele ri. – Boa luta então?

                Conrad e Adam vem nos ajudar. A luta termina em um empate e somos levados até a enfermaria para recebermos primeiros-socorros.

                                                               Um

                Lanço uma onda sísmica que faz Adam cair no chão. Me sinto péssima, o som que ele fez ao cair no chão foi horrível e por um momento eu pensei que o tivesse machucado muito, só que ele se levanta logo em seguida dá um sorriso meia boca e começa a descarregar a arma dele em mim.              

                Corro dos disparos e bato com um pé no chão mandando outro tremor na direção dele, mas dessa vez Adam consegue dar uma cambalhota para o lado e escapa do ataque e consegue me acertar um tiro de raspão, o taser queima a minha pele de leve só que de uma maneira muito menos intensa que os canhões das máquinas do Sandor.

— Admite que está se divertindo! – eu falo sorrindo.

— Hey! Quem não queria essa luta era você e não eu! – ele grita de volta.

                Verdade seja dita, fiquei com medo de lutar com Adam. Só que depois vi que sou a melhor opção dele tendo em vista que não sabia se Seis ou Nove iriam controlar a força deles e John e Maggie ainda não tem os Legados perfeitamente controlados, uma bola de fogo daquelas que Quatro acabou de criar poderia ter machucado Adam de verdade.

                Decidi por usar a Geomancia, já que foi o Legado que nos uniu em outra vida. De alguma forma esse Legado parece nos conectar. Sempre que eu o mando na direção de Adam ele parece sentir e desviar na hora exata, é como se os dois estivessem ligados com essa habilidade, pensar nisso me faz corar um pouco.

                Corro para cima de Adam e crio um abalo sísmico no meio da corrida o enviando na direção de Adam. Graças ao meu Legado eu sou imune ao tremor então só as pessoas próximas sofrem com as consequências. Acho que minha tática da certa, porque ele estava tão focado em me acertar com sua arma que quando sentiu o abalo já era tarde demais. Ficou completamente desequilibrado.

                Aproveito essa oportunidade e passo uma rasteira em Adam que o faz rolar no chão antes de parar e uma dar armas que ele estava usando escorregar das suas mãos.

— Opa! – eu falo abrindo um sorriso debochado para ele. – Te machuquei mog-boy?

                Ele se levanta com uma pose altiva e imponente como se nada tivesse acontecido e dá um tiro no meu ombro com uma das armas tasers. Sinto outra queimadura, mas muito de leve. Adam também está se contendo.

— Eu sou o ex-Comandante da base de West Virgínia dos mogadorianos, acha que isso vai... – antes que ele termine o discurso eloquente debochado eu o jogo no chão com um tremor que criei usando minha mão.

                Eu me levanto e ouço Adam dar um gemido de dor caído no chão novamente. Me sinto muito culpada por ter feito ele cair tantas vezes com meus golpes, acho que devo ter feito ele ter algum tipo de ferimento mais grave e Adam é mogadoriano. Não podemos cura-lo com pedras de cura.

                Adam rola para o lado enquanto estou distraída e consegue recuperar a outra arma que ele havia deixado cair no chão. Ele lança um disparo múltiplo com elas mirando a minha barriga, os golpes acertam o mesmo local e a dor é lancinante, não consigo desviar quando Adam avança para cima de mim como um predador atacando a presa e me jogando no chão, em seguida só percebo uma das armas apontadas para a minha cabeça.

— Bang! – ele fala dando um sorriso irônico. – Já era.

                Nós ficamos rindo um para o outro. Bang? Que coisa mais brega para se falar, a única coisa que faço é levar as mãos e faço uma cara de triste como se tivesse me rendido estou prestes a fazer algum tipo de comentário bobo para ele quando Conrad pigarreia atrás de nós.

— Suponho que tenha acabado a luta? – ele pergunta mais para tentar acabar com o nosso flerte do que para se certificar.

— Poxa, o mog malvado me acertou dois tiros, me derrubou e colocou a arma na minha cabeça. – aponto para a arma de Adam ainda direcionada para minha testa. – Depois ele falou Bang, eu já era cara.

                Começamos a rir de novo e Conrad revira os olhos, ele está tentando nos repreende só que não consegue achar uma falha na nossa lógica então anota algo no tablete e encerra a luta. Ele pega uma pedra de cura e me entrega.

— Acho que você não teve nenhuma ferida muito grave. – ele fala. – A pedra de cura deve conseguir resolver o problema das suas queimaduras, eu irei ver os outros.

                Quando ele fala isso eu fico perplexa, a pedra de cura resolve qualquer tipo de ferimento causado com intuito de machucar ou ferir. Então se pensarmos assim os outros a poderiam ter usado, não precisariam ter ido para enfermaria, ele deve ter algum plano e acho que queria mostrar uma coisa, ou melhor alguém para eles. Cinco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Renascer dos Nove" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.