Paulícia - Doce Vingança escrita por Just Paulicia


Capítulo 5
Não Precisa Ficar de Ciuminho, Paulo


Notas iniciais do capítulo

Hello, people!
Okay, já podem me matar. Sério, mil desculpas pelo meu sumiço, mas eu realmente não tive mto tempo pra escrever o capítulo nessas duas últimas semanas pq eu praticamente tinha um trabalho pra entregar quase todo dia da semana... Sem contar as provas que eu tive. Enfim, espero que não estejam com tanta raiva. Não se preocupem, eu não pretendo abandonar a fic (tô cheia das ideia hehe), eu só estou com o tempo corrido, mesmo.
Quero dizer também que EU CASEI COM O REPLAY DO TEASER, MEU DEUS, TÁ LINDOOOO, SINTO QUE VAI TER PAULICIAAAAAA
Ah, tbm já fizemos mais de um mês de fic! Sério, to amando estar com vcs ♥ Agradeço por todos que têm acompanhado, comentado e favoritado a fanfic!
Boa leitura!
PS: Sobre a montagem que está como capa do capítulo: créditos a Luuh do ig @lifepaulicia.



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POV. Paulo

 

Terminando de almoçar, subi para o meu quarto e fiquei jogando videogame. Após um bom intervalo de tempo, quando já eram umas 16:30h, decidi que daria uma saída. Ainda bem que eu não estava de castigo ou algo do tipo, coisa bem comum quando meu pai descobre que me meti em alguma encrenca. Sim, ele ainda tem esse costume. Pelo visto, parece que é verdade quando dizem que velhos hábitos nunca mudam.

Enfim, logo me lembrei da pista de skate recém-inaugurada e resolvi dar uma passadinha por lá. Como já tomara banho e trocara de roupa antes do almoço, apenas peguei o meu skate e desci as escadas. Depois disso, dei um breve “tchau” para a minha mãe e para a pirralha, que estavam sentadas no sofá da sala assistindo a um filme que passava na televisão.

Saindo dali, segui direto para a casa do Mário. Era bem a cara dele fazer esses passeios, então achei que o mesmo gostaria que eu o convidasse. Toquei a campainha e a madrasta dele (que não é mais a bruxa que ela era na época em que estávamos no 3º ano) me atendeu.

— Oi, Paulo. O que faz aqui? – Questionou, sem entender o motivo da minha visita fora de hora.

— Oi, Natália. – Cumprimentei-a. – Eu só vim chamar o Mário para andar de skate. – Falei, respondendo a pergunta dela.

— Sério? – Indagou, surpresa. – Que coincidência, ele saiu hoje mais cedo para fazer isso e até agora não voltou.

Ué, o Mário saiu pra andar de skate e nem me convidou? Que estranho.

— Hm… E você sabe pra onde ele foi? – Perguntei, curioso.

— Se eu não me engano, ele me disse que iria pra uma pista nova. – Respondeu, pensativa.

— Ah… Então tá bom. Obrigado! – Agradeci, me despedindo dela.

— Não tem de quê. – A mulher disse, sorrindo. Logo em seguida, fechou a porta.

Agora eu quero tirar essa história a limpo! Como assim o Mário vai pra tal pista e nem me fala nada? Belo amigo, ele!

 

[…]

 

Quando já estava perto do local, pude ver de longe o Mário conversando com uma garota. Ambos encontravam-se sentados em um banco, um de frente para o outro. Enquanto a menina apresentava-se de pernas cruzadas, meu amigo estava com uma perna em cada lado do assento.

Mas… Espera aí! Eu reconheço esse boné e essas mechas rosas em qualquer lugar… Só pode ser a Gusman!

Imediatamente, me aproximei da área onde os dois se situavam e me escondi atrás de uma árvore, sem deixar que os mesmos percebessem a minha presença. Desse modo, pude ver melhor e constatar que eu realmente estava certo ao pensar que a tal garota era a Alícia. Ao ver aquela cena mais de perto, no mesmo instante um pequeno sentimento de incômodo tomou conta de mim. Nem me pergunte o porquê, pois eu não sei! Só sei que, pra mim, aquilo parecia meio errado, embora eu soubesse que ambos eram amigos de longa data. Ou será que eles resolveram evoluir e ter algo maior que a amizade? Espera um pouco! Por que eu tô pensando nisso, mesmo?!

Tirando esses pensamentos esquisitos da minha cabeça, logo outro veio à tona.

Ah, então era por isso que ele não me avisou que viria para cá… Porque queria ficar de papinho com a maloqueira! E o amigo aqui? É esquecido! Mas o que será que eles vieram fazer aqui, sozinhos? E o terceiro componente do trio fantástico não foi convidado?! Ihhh, tô vendo que alguém não vai gostar nem um pouco quando saber disso… Mas, é claro, eu não importo.

Sem demora, deixei o meu esconderijo e comecei a caminhar em direção ao Mário e à Alícia, visivelmente irritado.

Enquanto eu andava, segurando o meu skate, a moleca voltou seu olhar para mim e rapidamente virou-se para o outro lado, sussurrando alguma coisa que eu não consegui ouvir. Provavelmente era só mais uma reclamaçãozinha chata sobre a minha pessoa.

Após o murmúrio da menina, Mário voltou-se para a minha direção e seu rosto foi tomado por uma expressão de surpresa ao me ver.

— Oi, Mário. – Cumprimentei-o, com um tom de voz que deixava claro o meu aborrecimento. Depois virei-me para Alícia, que observava um canto qualquer, ignorando a minha presença. – Oi, Gusman. – Falei, no mesmo tom com que falara com Mário.

Ela bufou e, parando de fingir que eu não estava ali, virou-se para mim.

— Oi, Guerra. – Disse, emburrada.

— E aê, Paulo! – Meu amigo disfarçou, coçando a própria nuca. – Tudo bem? – Perguntou, dissimulado, como se não soubesse o motivo da minha raiva.

— Bem cínico você, ein? – Comentei, colocando a mão livre na cintura. – Nem pra chamar o amigo pra andar de skate, né? Tô vendo que você prefere essa maloqueira. – Completei, zangado. Enquanto isso, Alícia fez uma careta por causa do nome usado por mim para me referir a ela.

— Que isso, Paulo? Não precisa ficar assim, de ciuminho… Você sabe que tem Mário pra todo mundo! – O garoto debochou ao passo que se levantava. – Vem cá… Quer um beijinho, amor?! – Continuou a zoeira, fazendo biquinho e se aproximando de mim, provocando risos na Gusman.

— Tá maluco, Mário?! Sai pra lá! – Exclamei, afastando-o. Instantaneamente, os dois caíram na gargalhada. Ao mesmo tempo, larguei o meu skate no chão e cruzei os braços, mal-humorado.

Quando as risadas chegaram ao fim, Alícia resolveu se pronunciar.

— É legal zombar dos outros, né, Guerra? Mas quando é com você, fica todo rabugento. – A garota me provocou, fitando-me.

— Cala a boca, Gusman. – Respondi, de cara amarrada.

— Vem calar! – Revidou a moleca.

Vendo que mais uma briga começaria, Mário tratou de cortar a gente.

— Ô, vocês dois! Podem parar!

— Quer saber, Mário? Eu já vou indo, porque o meu estoque de paciência com esse moleque já se esgotou por hoje! – Declarou Alícia.

— Sério que você tem um estoque de paciência? Então ele deve estar sempre vazio, né, porque eu nunca vi você usar. – Debochei, fazendo-a bufar.

— Bom... Tchau, Mário. – Ignorando o meu comentário anterior, despediu-se, dando um beijo na bochecha do amigo logo depois de um abraço.

— Tchau, Ally! Depois a gente se fala! – O menino disse com um sorriso.

Em seguida, a Gusman pegou o seu skate e, fuzilando-me com o olhar, saiu do local esbarrando propositalmente o ombro no meu ao passar por mim. Enquanto isso, eu a acompanhei, fitando-a, até a mesma se distanciar.

— Cara, até agora eu não entendo como você consegue aguentar essa maloqueira! – Comentei, ao virar-me para o Mário.

— Primeiro: Ela não é maloqueira! – Cruzando os braços, o garoto respondeu, em defesa de sua “preciosa amiguinha”. – Segundo: Eu a aguento do mesmo jeito que eu aguento você.

— QUE?! – Questionei, indignado. – Ao contrário dessa garota, eu sou uma ótima companhia.

Depois de eu ter dito isso, Mário deu uma risada.

— O que eu quero dizer é que vocês são iguaizinhos. – Explicou e, posteriormente, tornou-se pensativo. – Deve ser por isso que brigam tanto, duas pessoas geniosas juntas….

OI?! Sério que ele está me comparando com a chata da Alícia?! Só pode ser piada!

— Que viagem, Mário! – Proferi, inconformado com o que ele dissera. – Eu e a Gusman não temos absolutamente NADA em comum.

— Hm, você que pensa. – Falou, não concordando com o que eu dissera.

— Tanto faz. – Pronunciei, já impaciente. – Mas então… Vai me contar ou não o que você veio fazer sozinho com a Gusman aqui na pista? – Completei, curioso. Instantaneamente, ao lembrar da cena que vi quando estava escondido, me senti, mais uma vez, um pouquinho incomodado. Sério, por que eu voltei a pensar nisso e a me sentir dessa forma?! Às vezes nem eu entendo a mim mesmo.

Feita a pergunta cuja eu tanto queria saber a resposta, a face de Mário foi tomada por uma expressão estranha… Era como se ele estivesse amedrontado com algo. Sabe quando você fala alguma coisa e a pessoa gela no mesmo momento? Pois é, foi isso que aconteceu. Mas o que será que o deixou tão preocupado?! Será que eu estava certo ao pensar que ele estava se encontrando às escondidas com a Alícia?! PERA AÍ! Que droga, Paulo! Troca o disco! Tem coisa melhor pra ocupar sua mente, não?!

Passados alguns poucos segundos em choque, Mário tratou de me responder.

— Ah, n-nada demais. A gente s-só veio andar d-de skate mesmo. – Balbuciou, tentando disfarçar o nervosismo. Eu, ein. Só eu que tô achando isso esquisito?

— Então porque não me chamou pra andar com vocês? – Indaguei, ainda achando aquilo muito suspeito. Lógico que eu detestaria passar a tarde com a Gusman, mas, eu gostaria de, pelo menos, ter sido convidado, né? Pô, ele também é meu melhor amigo! Pensando bem, melhor eu parar com isso… Já tá parecendo muita veadagem!

— Foi mal, cara. – O garoto disse, desconcertado, ao mesmo tempo em que coçava sua nuca. – É que a Ally pediu pra que você não viesse com a gente.

— E desde quando ela manda em você?! – Perguntei, indignado.

— Não manda, mas eu achei que seria uma má ideia vocês dois juntos uma tarde inteira. E como a Ally gosta bem mais de skate do que você, preferi vir primeiro com ela.

Nossa, e eu aqui achando que fosse algo mais sério! Então tá explicado, ele só não me convidou pra evitar discussão, mesmo. Bom, sendo assim, não tenho motivos pra ficar tão irritado, né? Vai ver ele só estava nervoso por medo que eu não o perdoasse. Se bem que o Mário não é de ficar preocupado com coisas assim… Pra falar a verdade, ele nem faz o tipo de garoto que se intimida facilmente. Ah, quer saber? Vou deixar isso pra lá.

— Tá bom. Como você até que tem razão, dessa vez eu vou deixar passar. – Proferi e, seguidamente, dei um sorriso de lado, retribuído por Mário, fazendo com ele um toque de mãos.

— Bom, já que você está aqui, vamos aproveitar a pista! – Pronunciou o amante de animais.

Demorô! – Assenti, pegando o meu skate e seguindo em direção a uma das rampas, acompanhado do meu amigo. O nosso resto da tarde e começo da noite foi assim, desfrutando desse esporte e nos divertindo bastante.

 

POV. Marcê

 

Os ponteiros do relógio marcavam 18:00h.

Já toda arrumada e de banho tomado, terminei de ajeitar a minha bolsa, colocando tudo o que eu precisava para dormir na casa da Majô. As roupas que eu estava usando eram bem casuais: um shortinho jeans, uma regata um pouco folgada e sandália rasteira. Não passei nenhuma maquiagem, afinal, eu estava indo para uma festa do pijama. Com os cabelos ainda molhados, peguei minha mochila e desci as escadas que levavam para a sala de estar da minha casa. Chegando no local, encontrei a minha mãe sentada no sofá ao lado do meu pai, que estava com o braço em torno do pescoço dela. Os dois entretinham-se assistindo a alguma coisa na TV.

— Pai, eu já estou pronta. – Pronunciei, chamando a atenção não só dele mas também da minha mãe. – Você pode me levar na casa da Majô?

— Tudo bem, querida. – Consentiu, levantando-se. Em seguida, sua face foi tomada por uma expressão preocupada. – Mas você tem certeza mesmo que não vai ter nenhum menino lá?! – Indagou, arrancando risadas por parte de mim e da minha mãe.

— Deixa de besteira, Roberto! – Ela comentou, ainda rindo.

— Sim, pai. Eu tenho certeza! – Entre risos, respondi ao questionamento dele. Caramba! Sou regulada o tempo todo pelo meu pai e também pelo meu irmão… Eu sofro, viu?! Se eu não levar isso com bom humor, é capaz de eu ter um ataque do coração de tanto estresse! Rapaz, não é mole, não. Coitada de mim, Brasil! Quero só ver quando eu começar a namorar… (Não que eu tenha pretendentes… Imagina!)

— É que, com uma filha linda como essa, eu tenho que ter precaução, não é mesmo?! – Explicou-se.

— Ai, pai. Deixa de ser bobo! – Falei, rindo. – Seu pai babão e ciumento! – Completei, dando um beijo em sua bochecha. – Mas chega de enrolação que eu já tô atrasada. Vamos?

— Tá bom. – Meu pai cedeu, despedindo-se da minha mãe com um selinho e depois indo em direção à porta.

— Tchau, mãe! – Eu disse, sorrindo, prestes a partir.

— Tchau, meu amor. Divirta-se! – Ela proferiu, retribuindo o sorriso.

— Pode deixar! – Pronunciei. Logo depois, saí e fechei a porta da casa e, seguidamente, entrei no carro.

 

[…]

 

Passados uns 30 minutos, enfim chegamos na mansão da Maria Joaquina. Meu pai despediu-se de mim com um beijo na bochecha e, após tal feito, foi embora. Toquei a campainha e fui atendida por Joana, que me guiou até a sala da casa.

— Mais uma chegou! – Disse a empregada, ao adentrar o cômodo comigo.

— Finalmente! – Majô levantou-se do imenso sofá e veio me cumprimentar. Todas as meninas já estavam presentes no local, a única que faltava era a Ally.

— Desculpe a demora, garotas. – Falei, depois de dar um abraço na Maria.

— Tudo bem. – Val proferiu. – Mas quem tá demorando mesmo é a Alícia, né? Pô, justo a peça principal do nosso plano ainda não chegou! – Prosseguiu impaciente, reclamando com as mãos na cintura.

— Deixem de ser exageradas! Não faz nem meia hora que a gente chegou aqui. – Comentou Margarida.

— Eu sei! É que eu tô MUITO ansiosa… – Explicou-se a espoleta, animada para o que ocorreria naquela noite.

— Jura, colega? Nem percebi. – Pronunciou a nossa amiga patricinha, que em resposta recebeu uma careta de Valéria. Essas duas se alfinetam bastante, porém também se amam muito.

— Mas, porque será que a Ally tá se atrasando? – Questionou Carmen, curiosa. – Ela se arruma em um pulo!

— Talvez ela tenha dado uma saída… – Chutei.

— Bom, eu só sei que eu mal posso esperar para que a vingança comece! – Empolgou-se Margá.

— Idem! Será um desafio, mas também muuuuito legal. – Carmen deu um sorriso travesso.

— Val always has the best ideias! (Val sempre tem as melhores ideias) – Sorriu Bibi, também entusiasmada.

— Eu sei, eu sei. Eu sou incrível, mesmo.– Gabou-se Valéria, passando a mão no cabelo.

— Convencida… – Disse Majô, revirando os olhos.

— Bem, antes eu não estava curtindo muito a ideia, mas… Vai ser muito bom ver meu irmão todo apaixonado! – Comentei, imaginando a situação.

— E muito romântico! – Laurinha pôs as mãos no peito ao dizer isso, toda sonhadora e sorridente.

— O final é que não vai ser tão romântico pro Paulo, porque né… – Maria Joaquina completou o comentário da Laura, rindo. Coitado do meu irmão! Mas até que as meninas têm razão, ele está merecendo depois do que fez com a Laurinha. Lógico que eu não gosto de pensar nele sofrendo… Só que, infelizmente, será necessário.

Antes que pudéssemos continuar a falar, fomos interrompidas pela chegada de Alícia.

— Oi, meninas! – Cumprimentou-nos, sorrindo. A mesma usava uma legging preta e uma regatinha folgada bem simples. Calçava tênis (novidade, né?) e, por incrível que pareça, não estava com o seu boné. Provavelmente havia deixado-o dentro da mochila que trazia nas costas. Por fim, em suas mãos segurava um de seus skates.

— Até que enfim, atrasilda! – Majô se queixou.

— Só faltava você! – Pronunciou Valéria. – Quase que não chega, ein?! – Reclamou, cruzando os braços.

— Foi mal, galera. É que eu fiquei andando de skate com o Mário e não vi o tempo passar. – Desculpou-se a moleca. Ih, não é que eu acertei quando disse que ela podia ter saído pra algum lugar?!

— Tá explicado! Sabia que você não se atrasaria assim, à toa. – Falou Carmen, entendendo a demora da minha melhor amiga.

— Falando em skate… Por que você trouxe esse aí pra cá? – Perguntou Margá. – A gente só veio pra dormir!

— Ai, Margarida. Até parece que você não conhece a Ally! – Comentei. Alícia anda com um skate nas mãos pra todo canto, independente da situação. Não será uma festa do pijama que vai impedi-la de fazer isso, né?

Alícia deu uma risada.

— Margá, você sabe muito bem que eu sempre vou pro colégio montada no meu skate!

— Ah, mas o meu motorista pode levar a gente na minha limousine. – Disse Maria Joaquina.

— Que chique! – Animou-se Bibi. – Ai, Alícia, você tem que vir com a gente! Vai ser divertido.

— Tudo bem, eu vou com vocês. Mas, de qualquer forma, não saio sem o meu skate. – Ally proferiu.

Dito isso, Majô mudou completamente de assunto.

— Então, garotas… Já que estão todas aqui, podemos ir pro meu quarto! Assim, a gente tem mais privacidade pra conversar sobre a operação. – Recomendou a “dona” da mansão.

— OK! – Todas concordamos em uníssono, levantando-nos do sofá e seguindo, juntas, rumo ao quarto da nossa amiga patricinha.

Chegamos no lugar e nos deparamos com um imenso cômodo cuja decoração era predominantemente rosa. Parecia até quarto de princesa! Já viemos muitas vezes nesse local, afinal, as reuniões entre as meninas quase sempre ocorrem na casa da Maria Joaquina e a maior parte das festas de pijama, também.

— Ai, minha cabeça tá doendo de tanto rosa que eu tô vendo na minha frente! – Queixou-se Ally, fazendo uma careta. Do jeito que a mesma não é muito a fim de rosa, esse comentário dela já era bem previsível. – Vem cá, sua vista não se cansa, não? – Perguntou à Majô.

— Você fala como se não tivesse mechas dessa cor no próprio cabelo! – A patricinha retrucou.

— Acontece que o rosa no meu cabelo fica maneiro. – A moleca respondeu, cruzando os braços. – Já no seu quarto, todo de princesinha e cheio de frufru, com essa cor pra todo canto, não! – A garota fez uma voz e uma cara enojada ao descrever o cômodo.

— Ai, Alícia, deixa de ser chata! – Maria disse. – Eu uso a cor que EU quiser para enfeitar o MEU quarto e ponto final. – Continuou, fazendo Alícia bufar de braços cruzados.

— Será que dá pra parar com essa discussão pra gente começar logo a falar sobre o plano? – Cortou Valéria, impaciente.

— Tá bom. – A contragosto, Majô e Ally concordaram, revirando os olhos.

Encerrado o bate-boca das duas, todas nós colocamos nossas bolsas em um canto do cômodo e começamos a nos acomodar no lugar. Maria Joaquina, Bibi, Margarida e Valéria sentaram-se na cama, Carmen e Laura recostaram-se em um dos pufes que estavam no local enquanto eu e Alícia, no outro.

— Só uma coisinha antes de iniciarmos. – Nossa amiga patricinha pronunciou. – JOAN-MARIE! – Prosseguiu, exclamando o nome da empregada, que em poucos segundos apareceu. – Traz umas guloseimas pra gente, por favor?

— É Joana, Maria Joaquina. – Mais uma vez, a mulher corrigiu a garota. – Vou pegar lá na cozinha, já volto. – Completou, saindo do quarto. Ao nos deixar sozinhas, começamos a dar risadas. Coitada da Joana, mesmo depois de todos esses anos, Majô nunca perdeu o hábito de chamar a babá por outro nome.

 

POV. Paulo

 

Já eram 19:00h quando eu cheguei em casa.

Não encontrei ninguém na sala, então subi direto para o meu quarto. Guardei o meu skate e, rapidamente, deitei-me na minha cama, pegando o meu celular, que estava no meu bolso.

Droga! A bateria está fraca. Onde foi que eu deixei o meu carregador, mesmo?

Procurei o objeto por todo o cômodo e, como não o achei, gritei pelo primeiro nome que veio à minha cabeça.

— MARCELINA! – Essa pirralha tem a mania horrível de mexer nas minhas coisas. Deve ter pego o meu carregador, também! – MARCELINA, VEM CÁ! – Para a minha infelicidade, minha irmã não atendeu ao meu chamado e não apareceu. Sério que ela vai me fazer ir até o quarto dela?

Fui até lá e, sem nem bater à porta, escancarei-a, irritado. Para a minha surpresa, a Marcê não estava no local. Onde diabos essa garota se meteu?

Com esse pensamento, me dirigi ao quarto dos meus pais e encontrei minha mãe lendo um livro, deitada na cama.

— Manhê, cadê a pirralha? – Questionei, fazendo-a olhar para mim.

— Paulo, eu já falei mais de mil vezes para não apelidar a sua irmã assim. – Repreendeu-me, ao passo que eu revirei os olhos.

— Tá bom, mas onde é que ela tá? – Perguntei de novo, sem paciência.

— Ué, ela não te contou? – Minha mãe indagou, surpresa por saber que eu não tinha conhecimento de onde a minha irmã estava. Como assim ela não me contou? O que é que a Marcelina tinha pra me contar?

— Contou o que? – Questionei, confuso.

— Que ela foi pra uma festa do pijama na casa daquela amiga de vocês, a Maria Joaquina. – Respondeu. – Parece que todas as meninas foram pra lá.

Ah, agora eu sei o que ela e a Gusman estavam escondendo! Mas pra que omitir uma besteira dessas? Aí tem coisa! Em pleno primeiro dia de aula fazer uma festa do pijama, quando tiveram dois meses inteiros de férias para isso? Eu já desconfiava, mas agora eu tenho certeza: essas garotas estão tramando alguma…

Contudo, por enquanto, eu não vou me preocupar com isso. Eu vou me importar mesmo é com a ótima ideia que eu acabei de ter. 

— Mãe, se a Marcê foi pra essa baboseira de menina na casa da Maria Chatonilda, eu posso chamar os meus amigos pra dormir aqui? – Perguntei.

— Claro que não, Paulo. Vocês vão fazer uma zona aqui em casa! – Minha mãe disse, rejeitando o meu pedido. – Não, nem pensar. – Continuou, fazendo sinal de negação com a cabeça.

— Ah, mãe, que injustiça! Se a Marcelina pode, eu também posso. – Tentei convencê-la, inconformado com a situação. Fala sério, sempre deixam a pirralha fazer tudo! Mas eu aqui? Nada!

— A diferença é que a Marcelina foi pra uma festa do pijama que é na casa da amiga, não aqui. – Proferiu, firme. Vamos ver por quanto tempo ela continua assim…

— Mesmo assim! Se for desse jeito, eu vou agora tirar a pirralha de lá! – Declarei. – Se eu não posso me divertir com os meus amigos, ela também não pode com as amiguinhas dela. – Prossegui, virando-me em direção à porta.

Antes que eu pudesse deixar o local, ela me impediu de completar a ação.

— Espera, Paulo! – Falou, causando em mim um sorrisinho vitorioso (mas é claro que, como eu estava de costas para ela, minha mãe não viu). – Tudo bem, eu deixo você fazer a sua festa do pijama. – Suspirou, cedendo ao que eu pedira.

— Yes! – Me animei, fazendo um gesto com o braço, indicando a minha vitória. (N/A: Sabe quando alguém comemora alguma coisa e, para isso, coloca a mão na forma de um murro e, com o braço na vertical, “puxa-o” para baixo. Pois é, esse gesto aí mesmo kkkkkkkk.) – E mãe, não é festa do pijama. – Completei, corrigindo-a. – É só uma dormida com os meus amigos, pra gente comer e jogar videogame, essas coisas.

— Ai, é? – Deu uma risada. – E isso que você acabou de descrever não é uma festa do pijama?!

— Claro que não. Festa do pijama é coisa de menina fresca! – Proferi.

— Desde quando?! – Minha mãe indagou, achando graça do que eu dizia.

— Desde quando as garotas ficam indo dormir na casa uma das outras para ficarem fofocando, falando sobre roupa, bolsa, sapato e garotos e assistindo aquelas comédias românticas ridículas. – Expliquei.

— Tá bom então, Senhor-Super-Entendedor-De-Garotas. – Debochou, rindo. – Vai lá chamar os meninos para essa “dormida”. – Prosseguiu, fazendo aspas com as mãos ao dizer a última palavra. – Olha, eu só não quero bagunça pela casa. Quando eles chegarem, vai todo mundo pro seu quarto, viu?

— Sim, senhora. Valeu, mãe! – Eu disse, saindo em disparada do cômodo. Depois, peguei o meu carregador que, como eu já imaginava, estava no quarto da Marcê, conectei meu celular no objeto e abri o grupo do wpp chamado “Só os machos (emoji de murro e aquele laranja que é tipo explosão)”. Logo em seguida, comecei a digitar, fazendo o convite para o evento na minha casa.


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Notas finais do capítulo

(Gente, só pra esclarecer: o Paulo não sentiu ciúmes da Alicia, tá? Primeiro que n tem sentido isso pq n rolou ND entre eles dois, segundo que o Paulo com ciúmes n é desse jeito kkkkkkkk. Digamos que esse pequeno incômodo seja o florescer do sentimento, mas n chegou nem perto de ser ciúmes - o titulo do capitulo tem a ver com a frase do Mário)
De novo eu não consegui escrever a festa do pijama kkkkkkk Gente, sério, não sei qual é o meu problema! Eu fui escrevendo e quando vi já tinha 3000 palavras, mas eu juro que no próximo capitulo tem a festa do pijama das meninas! E, pelo visto, dos meninos também, né? Eeeeeeita, agora a coisa ficou boa!
Desculpem-me o capitulo bestinha, prometo que o próximo vai ser beeeeem mais legal!
Perdoem-me tbm pelos erros ortográficos, ainda não tive tempo de revisar o capítulo... (quando eu puder, eu reviso e conserto se tiver qualquer errinho)
Enfim, um beijão e até o próximo!