Digital Love escrita por Lady Íris


Capítulo 4
Frágil.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me! Estou atrasada com TODAS as minhas fics! Essa vai até ser atualizada rápido! A sorte é que umas 400 palavras já estavam escritas, tive apenas que desenvolver a ideia e corrigir alguns erros ortográficos muito monstruosos.
Mas vamos deixar o bla-bla-bla de lado.E adiantemos para o que importa!
BOA LEITURA!

Nota: A estória foi editada para a revisão de fluidez de enredo e retirada de erros ortográficos, mas nada que afetou visceralmente Digital Love como conhecemos até então.



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   Passaram-se três dias e todos acostumaram-se a ter Jarvis ali. Ele era um rapaz adorável, prestativo e brincalhão, de forma que era praticamente impossível não se deixar cativar. Natasha praticamente o adotou, não deixava sequer que encostassem no menino.

 Tony também se afeiçoou um tantinho mais ao jovem, talvez mais do que os demais até, no entanto, ele levava em consideração que passava muito mais tempo com ele do que todos os outros.

 Como agora. Ambos estavam na oficina. Jarvis era pequeno e tinha uma estrutura enxuta e frágil, então Tony não o deixava pegar coisas pesadas ou esforçar-se muito, permitia-o apenas fornecer materiais ou peças para ele, o que era o eterno inferno para o jovem que passava grande parte do seu tempo reclamando sobre não ser ‘’uma boneca de porcelana’’ ou uma ‘’criancinha doente’’ mesmo que todos o tratassem como uma.

—Chave inglesa-Tony pediu, estava ajustando os propulsores da Mark 47.

 Nada lhe foi oferecido.

—Jarvis... -Virou-se para ver se o garoto o havia escutado.

 O menino encontrava-se com as feições franzidas e esfregava as têmporas, incomodado, enquanto remexia-se em sua cadeira.

—O que há?-Indagou-lhe o engenheiro com a preocupação estampada na voz.

—Dor de cabeça-Resmungou o rapaz, inquieto-Muito forte.

—Você está sentindo-a desde o café da manhã-Murmurou o gênio, aproximando-se- Os comprimidos não fizeram efeito nenhum?

—Não- O jovem suspirou, cansado-Está doendo muito!

 Tony encostou a palma da mão na testa dele. Medindo a temperatura.

—Está febril... -O bilionário ajudou-o a levantar-Vamos ver Bruce, ele pode lhe dar um remédio mais forte.

—Certo... -O menino se estabilizou nas pernas e automaticamente bamboleou encima delas caindo sentado, apertando o crânio e gemendo-Está doendo!

 Encolheu-se no chão com pequenas lágrimas de dor brotando-lhe nos olhos enquanto contorcia-se.

—Por favor, por favor- Murmurava, ofegando-Faça parar, faça parar.

—Ah, merda!-Tony desesperou-se e pegou o menino nos braços, só então notou que ele tremia, anunciando vindouros espasmos- Acalme-se, vou te levar  para a enfermaria.

À medida que andava, mais o garoto contorcia-se em seus braços, começando a ter espasmos por todo o corpo. O desespero do moreno foi tanto que em determinado momento ele pegou-se correndo o mais rápido que podia, uma vez que o caminho rápido parecia se alongar apenas para provoca-lo. Assim, Anthony irrompeu como um raio pela enfermaria, assustando Bruce qual parecia muito entretido num livro.

—Jarvis. Dor de cabeça - Explicou apressado diante da cara de interrogação do médico enquanto deitava o menino na maca.

 O Banner assentiu e começou a preparar um anestésico fraco para fazê-lo apenas relaxar e dormir.

 Tony sentou-se ao lado do rapaz e contemplou as feições dele.

 Tremia e suava, murmurando coisas sem sentido e os olhos... Os olhos.

     Dourado e azul dançavam e se misturavam em seus orbes. Tentando ocupar espaço. A pupila negra espremia-se no centro de suas íris confusas.

—Como na primeira vez... -O gênio murmurou-Ele também ficou com esses olhos... Bruce venha cá!-Chamou-o nervoso e preocupado. Um bolo de impotência insinuando-se na garganta.

 O cientista aproximou-se com a seringa em mãos.

—Olhe para esses olhos e diga-me que estou ficando louco- O bilionário afastou as madeixas castanhas da face do ex-AI.

—Santo Deus-  Bruce exclamou, pasmo.

Loki rouba a joia do infinito... Asgard...Thor—Balbuciou o menino-24 de julho, Viúva Negra...—Mais lágrimas brotaram dos olhos perturbados de Jarvis-É muito...-Guinchou em um fio de voz, o corpo encolhido e retesado. Tony tinha quase certeza que se o menino se tencionasse mais acabaria partindo seus próprios ossos-Muita coisa!

 Bruce engoliu em seco e injetou a substância clara em uma veia saltada do menino que se acalmou quase que imediatamente. O rapaz suspirou, aliviado, os olhos voltaram a tonalidade incomum e bela de dourado e ele caiu em um sono profundo.

—O que foi isso?-Indagou Tony aflito. Um bolo de emoções misturadas na garganta e uma vontade irascível de impedir qualquer coisa de machucar o menino. De machucar o seu Jarvis.

—Eu gostaria de saber-Bruce sentou-se em uma cadeira próxima-Eu fiz os exames. Todos. Perfeitinho. Adorável. Milimetricamente no lugar. Então eu achei que não havia nada de errado com ele, achei que a crise inicial fosse apenas por causa do choque causado pela mudança de corpos, mas creio que não é isso... Os olhos dele... As frases... Não sei o que pode ser, todavia não parece fazer bem- O homem parecia incrivelmente triste e impotente diante da situação, tanto que Anthony sentiu-se minimamente culpado por o expor a esse problema-Vou tentar fazer outros exames, o problema parece ser neurológico então tentarei aperfeiçoar algumas máquinas.

 Tony assentiu.

—Também irei ajudar quanto a isso-Olhou de esguelha para o jovem que agora ressonava suavemente e seu coração, há muito embrutecido pelo tempo, aqueceu-se.

—Mas as frases que ele disse-O Banner ficou subitamente sério, o cenho franzido- Você vê algum sentido?

 Tony parou um pouco e pensou não só no que havia sido escutado naquele momento, mas também na primeira crise.

‘’-Anthony... Starks... Steve Rogers... Nick Fury... Natasha... Clint, Gavião Arqueiro... Thor, Asgard, Loki... Iniciativa Vingadores... Jarvis, AI. Inteligency Artificial

Loki rouba a joia do infinito... Asgard...Thor—Balbuciou o menino-24 de julho, Viúva Negra...’’

 A mente do gênio fez um ‘’espasmo’’ agradável e ele encontrou o nexo.

—Eu salvei todas as informações que tenho no HD de Jarvis, quando ele era uma máquina-Olhou para Bruce e fez uma careta-Tudo que ele diz... Parecem... Pedaços fragmentados dessas informações... Não sei bem o que isso pode ser, mas que há uma ligação há.

—Verdade-O cientista assentiu, batendo um dedo nos lábios-Faz sentido, sei de praticamente tudo que ele balbuciou... Sobre os Vingadores e Loki... Só que... Ele falou algo sobre 24 de julho?

—Ah... —Tony suspirou e revirou os olhos acastanhados-Foi quando comecei a namorar com Pepper.

 Bruce corou totalmente sem jeito.

—Desculpe Tony, eu não queria... -Começou a atrapalhar-se com as palavras e foi silenciado com um manear de mãos do moreno.

—Pepper e eu ainda mantemos uma amizade saudável, não se envergonhe doutor, isso acontece-Sorriu para o amigo-Ela não me machucou além do reparo. Nada do que dois parafusos, compressão básica e uma chave inglesa não resolvam.

  Fazia praticamente três meses que haviam se separado. Pepper não aguentou o ritmo do namorado, uma vez que a vida de super-herói era arriscada e a Potts dizia não ter tanta fibra assim. Decidiu-se então por continuar a trabalhar com o bilionário, no entanto, arranjou um noivo normal para constituir uma família normal e terem uma vida normal.

 Tony fez careta. Normalidade demais o enjoava, mas nem todos partilhavam sua opinião.

—Assim sendo... - O Hulk pigarreou- Tudo que Jarvis diz foi algo que ele sabia quando era máquina... No entanto, não sabemos o que isso tem a ver com as crises, resta-nos esperar e tentar fazer exames mais minuciosos, certo?

 Tony assentiu. Não gostava daquilo. Não gostava de não saber das coisas. Não gostava de não conseguir proteger quem amava.

 Mas não havia nada que pudesse fazer sobre isso. Suspirou suavemente e acariciou os cabelos emaranhados do pobre rapaz.

                                           *****************

 

—Anthony?-Uma vozinha agradável o chamou-Edward?

 A porta da oficina foi aberta e um rapaz o espiou.

 Era madrugada e Tony não conseguia dormir. Quando isso acontecia, ele descontava no trabalho e seguindo essa teoria... Ele descontava bastante no trabalho.

—Jarvy?-Tony franziu as sobrancelhas e largou uma chave de fenda- Você não devia estar na enfermaria? Descansando?

—Eu não quero descansar- O moreno franziu as sobrancelhas com metade do corpo dentro da sala-Doutor Banner espetou-me um pouquinho e me mandou dormir, eu dormi. Quando eu acordei ele mandou-me descansar. Fiquei quietinho e cochilei novamente. Acordei e estavam Natasha e ele mandando-me dormir. Eu sei que a crise foi terrível e preocupante, mas quanto sono eles supõem que eu tenha?

 O moreno riu gostosamente da expressão irritada do menino.

—Eles só estão preocupados, Jarvy-Sorriu-lhe-Todos estão. Desde o picolé até o Legolas.

—Mas e quanto a você, Edward? Não devia estar dormindo?-Retrucou, entrando na oficina e fechando a porta.

—Devia-Concordou só para suspirar, cansado- Mas eu também estou preocupado e não consigo nem fechar os olhos quando estou assim. Você sabe.

—Também não tenho sono - Olhou-o, esperançoso-Posso ficar com você?

—Jarvy!-Fez bico parecendo muito reprovador-Quer que Natasha mate-me? Ela já reclama que estou o colocando para trabalhar demais, imagine se o fizer passar a noite acordado?

—Por favor!-Insistiu o jovem. Era surpreendente o quão rápido o menino tinha prendido a arte de usar o ‘’olhar pidão’’-Eu não vou fazer nada! Só não quero ficar sozinho!

 Anthony fez careta. Como podia negar algo para aqueles olhos redondos e adoráveis?

—Está bem!-Exclamou, levantando as mãos, rendido-Você venceu! Mas vai ficar quietinho! E se cochilar, vou deixa-lo jogado no chão!

 O menino assentiu e sentou-se ao seu lado.

 Tony voltou ao aperfeiçoamento da sua armadura.

 Ora ou outra, Jarvis dava opiniões sobre qual deveria ser o material usado em determinada parte da máquina, mas o que prevaleceu foi o silêncio e em determinado momento, Tony notou que o menino dormia sentado, ressonando baixinho com o queixo colado no ombro. E era tão ridiculamente fofo que o bilionário não evitou o sorriso.

—Uma pena que eu não tenha coragem de deixa-lo aqui-Tony levantou-se e se espreguiçou, estalando os ossos.

 Pegou o rapaz nos braços e o aconchegou ali. Jarvis era incrivelmente leve e pequeno para a sua suposta idade de forma que parecia tão frágil que às vezes Tony tinha plena certeza que ele podia partir ao meio se o abraçassem com força demais.

 Andou silenciosamente pelos corredores vazios e se direcionou para o quarto do rapaz. Nem de longe o deixaria na enfermaria, uma vez que também detestava dormir lá. Era confortável, mas o cheiro de antisséptico e limpeza o deixava doente.

Chutou a porta e adentrou no recinto.

Com um cuidado especialmente delicado depositou o menino na cama de casal. Ele gemeu e se remexeu. A mão direita agarrada com força em sua camiseta.

 O rapaz semicerrou os olhos, embriagado de sono.

—Fica- Pediu-lhe, grogue, puxando-o suavemente pela roupa.

 Tony suspirou e viu que não faria mal se deitasse e esperasse o menino dormir antes de levantar-se, assim, virou-se de barriga para cima na cama confortável e o garoto aconchegou-se em si quase que imediatamente voltando a dormir.

O Stark bocejou suavemente. Só iria esperar mais alguns minutinhos antes de voltar para a oficinal para não o acordar.

Só não esperava que acabasse dormindo enlaçado ao rapaz pelo resto da noite.


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Notas finais do capítulo

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