Digital Love escrita por Lady Íris


Capítulo 1
Sir?


Notas iniciais do capítulo

Ok,é um shipp estranho, esquisito e improvável, mas achei interessante e peculiar, fofo até!
Assim sendo acho que merece uma boa long-fic. Espero que sejam mente aberta e entendam o porquê de me chamarem de ''Rainha dos Shipps Estranhos''.
Desde já, desculpe pelos possíveis erros ortográficos e boa leitura!

Nota: A estória passou por um momento de revisão de fluidez de enredo e retirada de erros ortográficos, mas nada que afete visceralmente o Digital Love que conhecemos até o último capítulo.



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   -Você acha mesmo que isso vai dar certo, Tony?- Bruce indagou novamente, deveria ser a quinquagésima nona vez que perguntava aquilo para o homem a sua frente.

  Anthony inflou as bochechas enquanto inspecionava o sistema 3D do que já fora Jarvis. Era um circuito dourado e indefinido, completamente intricado. Como um organismo vivo, de carne e osso, que sofrera múltiplos ataques a nível intermolecular e os danos simplesmente decidiram se converter em bagunça.

  Jarvis estava definitivamente quebrado. Se é que se podia dar esse adjetivo a uma coisa digital.

  -Sim, Bruce, eu acho que vai dar certo-Assentiu, franzindo as sobrancelhas, enquanto analisava uma fita dourada particularmente corrompida-Afinal, eu sou um gênio, bilionário, playboy, filantropo, entre outras cositas más.

  O homem revirou os olhos e bufou nada surpreso com o enorme ego de Tony, se bem que devia alguma consideração a ele. Era uma ideia que o gênio havia proposto lhe era engenhosa para dizer o mínimo. Pegar uma máquina que regenerava tecidos humanos, fazer algumas modificações e a utilizar para restaurar circuitos digitais? Parecia mirabolante por si só, mas talvez, só talvez... Desse certo.

  Pois se havia algo que Tony Stark era, essa coisa era mirabolante.

  E no final das contas, o bilionário não queria fazer aquilo por puro capricho (o que em sua própria opinião já seria motivo o suficiente). Sentia falta de Jarvis, o AI havia sido seu único ‘’amigo’’ por um tempo bastante longo.   

  Em todos aqueles anos enquanto ele era apenas um jovem idiota que pensava saber como o mundo funcionava e vivia na sombra de seu pai, o AI estivera com ele. Mais tarde, quando ele cresceu e, agora, era um adulto idiota, muito solitário e extremamente apegado a bebida e criação de armas, o AI estivera com ele. Quando ele tornou-se o Homem de Ferro e realmente mudou como homem, o AI estivera com ele. Dessa forma, Tony não se sentiria muito constrangido ao revelar que tinha se apegado ao AI.

   Mesmo sendo uma máquina, na mente do engenheiro, Jarvis era uma máquina especial e mesmo se não o fosse, Tony sempre viveu rodeado de máquinas e elas pareciam mil vezes mais honestas do que muitas pessoas.

 Valia a pena ser um pouco mirabolante para reaver seu estimado assistente digital.

   Com isso em mente, o moreno fechou os olhos e inspirou suavemente. Os abriu e fez brotar seu mais famoso sorriso torto. Bateu palmas para chamar atenção e se distanciou da imagem 3D destruída.

—Então, Brucy, vamos começar logo- Foi para o lado do homem. Qual começava a acionar a máquina. Estavam ambos do lado de fora da área de testes, protegidos pelo vidro blindado do laboratório.

—Ok, Tony, me ajude-Bruce não desviou os olhos dos teclados-Comecemos devagar para não sobrecarregar a máquina- O homem se juntou a ele nas sequências de apertos- Ok,temos que esperar agora. Torça para dar certo Tony.

  O gênio sorriu e exibiu os dedos cruzados, arrancando uma leve risada do outro.

   Pararam, se mantendo a uma boa distância da máquina, mas não longe o suficiente para que não pudessem parar se as coisas não corressem bem.

  Vários estalidos soaram, a máquina parecia emitir pequenos lampejos de luz para o sistema acabado. Por um breve momento, os circuitos pareceram começar a se construir. Tony podia ver o que já fora Jarvis se restaurar, quase podia sentir tudo se encaixando e programando... E...

 Então aconteceu.

A máquina fez um som estrangulado, faíscas voaram por todo lado. Fumaça branca rodeou todo o local, ocultando a visão de ambos cientistas.

—Isso não está certo... -Tony resmungou, tentando cortar a conexão, mas falhando terrivelmente.

  Um som de explosão se fez ouvir e foi tudo silêncio por um pequeno momento.

—É, Tony, não deu- O Banner coçou a nuca, tentando confortar o amigo que detinha o cenho franzido e um ar decepcionado.

   O Stark fez um bico, emburrado, mas nem um pouco tentado a desistir. Iria refazer os cálculos, com mais tempo e se tivesse mais sorte...

  Então uma tosse foi ouvida. E não era o comum engasgar de uma máquina, na verdade, era um som bastante humano.

 O gênio franziu as sobrancelhas e abriu a porta da área de testes. A fumaça se esvaiu e ele pode ver...

   Não... Ele deveria estar cego... Não podia ser... Mas estava ali.

    Correu para o meio da sala e se ajoelhou.

     Não queria acreditar, afinal, era impossível ver o que via...Mas estava vendo! Um menino!

       Menino não! Era um rapaz! Um jovem adolescente!

   Aparentava ter 18 ou 19 anos. Estava completamente nu, mas nem por isso o moreno se constrangeu. Pegou a cabeça do menino a pôs no colo. Os olhos estavam serenamente fechados. O engenheiro hesitou... Deveria tentar o acordar?

  A pele era morena e macia ao toque. O cabelo era um emaranhado castanho encaracolado que emoldurava um rosto fino e bonito. Tony arqueou uma sobrancelha, genuinamente confuso .Como o garoto brotara, assim, do nada?

  Bruce se aproximou e detinha uma expressão permanentemente perplexa, parecia que de fato Tony não estava vendo coisas. Era um garoto ali. Presente e dolorosamente real.

—Quem?-Foi o único barulho que o doutor fez. O Stark deu de ombros, não sabia.

  O menino se remexeu e dois pares de olhos curiosos e espantados o fitaram.

    Ele abriu os orbes.

     Eram de um azul puro e cristalino, azul como o céu ou o mais profundo mar, era mais azul do que Tony já vira em décadas.

    Então mudaram.

 Como de um computador velho sendo reprogramado. Mudaram para um dourado anormal que parecia ser formado por pequenos circuitos. Se uma máquina pudesse ter olhos, seriam assim. Detinha pupilas pequenas demais que aparentavam continuar a diminuir, como se sendo afogadas por informações em excesso ou sobrecarregadas de adrenalina. Então, tão subitamente quando começara a diminuir a pupila expandiu-se, acomodando-se em um mar de íris douradas em um tamanho completamente normal.

—Quem é você?-Indagou o gênio com uma seriedade que não era do seu feitio.

  O rapaz inclinou a cabeça de lado como se a pergunta realmente não tivesse nexo. Então franziu as sobrancelhas perfeitas e sorriu minimamente como se tivesse descoberto uma charada.

—Mestre... –Murmurou com uma voz baixa e dócil-Sir?

   E a compreensão inundou a mente do engenheiro. Ali, quem segurava, era ninguém menos do que seu AI.

   Era Jarvis.

   E ele era um humano.

   Então o garoto fechou os olhos e desmaiou.

   E Tony não sabia se estava satisfeito, confuso ou feliz.


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Notas finais do capítulo

Então? Bom? Ruim? Me deixem saber o que acontece dentro das suas cacholas! Comentários são muito bem-vindos!
Alguém sabe como devo chamar o shipp? Jarto? Torvis? Quero saber suas preferências!
Até a próxima!



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