Love, Love Day escrita por Kunimitsu


Capítulo 1
|Alexy|




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 Love, Love Day

Alexy

 

O som pirotécnico era incessante vindo daqueles fones de ouvido, grandes e verdes. Tão chamativos e brilhantes, quanto à pessoa que os usava diariamente. O rapaz dos fios repicados e azulados na altura dos ombros confortavelmente sentava-se no gramado verde e bem podado; a frondosa árvore na qual se encostava lhe proporcionava uma agradável sombra para aquele dia que amanhecera quente. Quente demais até mesmo para os padrões do jovem garoto.

E por causa da quentura do dia resolvera por apreciar o clima passeando no parque público de sua pequena cidade. E como ele, muitas outras pessoas se encontravam a caminhar pelos campos verdes e de flores coloridas. E especialmente naquele dia o parque apinhava-se de casais visivelmente apaixonados. Era uma doçura para qualquer lado que os olhos rosados do rapaz olhassem.

Ele sorrira com tal fato, apesar de não durar por muito tempo.

Afinal, quem lhe dera poder estar assim também, nos braços de quem amava.

Alexy não tinha muita sorte no amor. Ou ao menos, nos que seu coração ardentemente amara. Talvez por ser do signo de gêmeos estivesse fadado ao fracasso? Alexy não era supersticioso, não tão crente nesse lado mais místico ao contrário do que a maioria de seus amigos pareciam acreditar. O azulado era mais realista do que aparentava. Contudo, não conseguia parar sua própria mente – e coração – ao imaginar-se em um futuro feliz. Romântico? Sem sombras de dúvidas.

Ao mudar-se para aquela pequena cidade litorânea junto a seus pais adotivos e seu irmão gêmeo; tinha grandes expectativas para que pudesse ter uma vida normal. Mesmo com sua opção sexual. Era gay, homossexual. Sabia disso desde o momento em que entrara no início da adolescência e vira que não tinha os mesmos gostos de seus amigos ou de seu irmão. E também tinha consciência que enfrentaria muitos problemas devido aos paradigmas que havia na sociedade; pois, por mais moderna que pudesse ser a sociedade do século XXI, havia alguns conceitos desde a antiguidade. Difíceis de quebrarem. E ter o apoio da família era essencial. Alexy se considerava com sorte nesse requisito. A família na qual crescera a amar tinha a mente mais aberta do que a maioria e aceitava-o.

No entanto, era um azarado no amor. De todos aqueles em que gostava não estavam disponíveis, seja por serem heterossexual ou por serem comprometidos. Achava que a nova cidade pudesse lhe trazer mais chances boas, mas parecia que havia começado com o pé esquerdo. O primeiro garoto na qual seu coração disparara não estava ao seu alcance, já que o mesmo detinha o seu coração para outra pessoa. E esta que se tornara sua melhor amiga mais tarde. Nunca poderia culpar a jovem Alaska por amar e ser correspondida por Kentin. Não se era possível controlar o coração, seus sentimentos.

Alexy bem conhecia tais coisas.

Bem como conhecia como era difícil lidar com um amor platônico, superá-lo. Era demorado, um pouco sofrido e que requeria muita paciência junto a pensamentos e pessoas positivas ao seu lado. Com o tempo aquela dor que no peito sentia tornava-se pequena, e o amor romântico tornava-se amor de amizade. Ou então, como diziam os mais velhos, superar um amor com outro.

Tal qual Alexy provara a alguns meses atrás.

Na verdade, há exatos três meses quando um jovem transferira-se para sua escola, classe. Alexy mais uma vez viu-se caído no amor. E novamente, não restava muito a esperança para que esse amor seguisse em frente. O adolescente dos cabelos negros como um corvo e olhos cinza como aço, não estava ao alcance de Alexy, pois o denominado Crispian demonstrava não estar interessado em relacionamentos. Ou era isso que Rosalya e Anemonne conseguiram arrancar em uma conversa com o novato. Depois disso, nem mesmo seu irmão gêmeo ou a animada e altruísta Adele conseguira o animar.

Distraído com seus pensamentos não prestara a atenção em um grupinho de crianças brincando por perto; ou mesmo quando uma deles chutara sem querer a bola em posse com força em demasia. O brinquedo redondo e de plástico reforçado e colorido acertara em cheio o estudante dos cabelos azulados, direto em seu ombro esquerdo que não demorou a tornar-se dolorido.

Oh, droga! Isso dói. – resmungou, franzindo o cenho em dor e massageando o local atingido. Retirou os fones, agora frouxos em seus ombros.

— Moço, desculpa aí. – uma voz fina e acriançada dissera ao seu lado, fazendo o mais velho erguer os olhos rosados.

Uma criança de não mais que sete anos estava parado ao seu lado e Alexy não poderia negar o pequeno susto que tivera. O menino detinha os cabelos negros e revoltos, com largos olhos cinza. Era tão parecido com aquele que, mesmo inconsciente de tal fato, tinha seu coração em mãos. O maior engolira em seco.

— T-tá tudo bem. – gaguejou, sentindo-se ridículo logo em seguida. Mas poderia jurar que o garotinho a sua frente era uma versão criança de Crispian. Estendeu o brinquedo ao menor. – Aqui sua bola.

— Obrigado moço. – falou lhe mandando um pequeno sorriso com covinhas, na qual Alexy se viu correspondendo sem pensar.

— De nada, só tome mais cuidado na próx-

Cloud! – a voz masculina e forte interrompera o azulado, o mesmo que arregalou os olhos ao ver quem era o ser que se aproximava.

— Crispian... – murmurou atônico.

O menininho, nomeado Cloud, correra até aquele que lhe chamara em meios aos risinhos infantis. Os dois morenos conversaram brevemente sendo observados atentamente por Alexy, que ainda se encontrava surpreso. Até mesmo sua dor no ombro fora esquecida ao estar com os olhos postos no seu amado. E este que despenteara os cabelos do menor e então seguira em direção ao outro adolescente, seu próprio colega de classe.

Alexy sentiu-se ficar nervoso, as mãos tremerem e seu coração disparar sem sua permissão. Engolindo em seco, o azulado sentara-se de forma mais ereta, com as pernas cruzadas e os sons de seus fones estavam encerrados. Viu Crispian chegar até si, parando a sua frente por alguns segundos constrangedores entre os dois. Porém, foram segundos nas quais Alexy aproveitou para mirar a bela aparência casual em que o maior estava vestindo. Inegavelmente belo, pensou o apaixonado.

Surpreendera-se ao ter o moreno sentado ao seu lado em um gracioso movimento.

— Então... Olá. – o moreno murmurou relaxando-se em seu lugar na grama, encostando-se no tronco da árvore e apreciando o céu límpido da tarde.

Er, olá Crispian. – o menor conseguiu dizer, agradecendo internamente que sua voz saíra estável. Deu ao outro um sorrisinho nervoso. – Então, hun, o que faz aqui?

— Aproveitando à tarde, como você, não? – respondeu dando de ombros, despreocupadamente. – Além disso, prometi ao meu irmão e seus amigos que os traria aqui no parque.

Eh, então aquele garotinho bonitinho é seu irmão? São bem parecidos vocês dois. – Alexy comentou sorridente e sentindo-se minimamente mais relaxado.

— Então eu sou bonitinho também? – provocou o maior com um leve sorriso malicioso nos lábios carnudos. Alexy corou até suas orelhas sentirem-se quente, gaguejando inutilmente antes de calar-se por completo, estando constrangido demais até mesmo para olhar no outro. E este que ainda mantinha a mesma expressão de malícia. – Relaxa little blue, foi brincadeira.

— Não, você realmente é belo. – confessara sem pensar, arregalando as órbitas rosadas logo que se dera conta do que falara.

Era oficial, Alexy poderia facilmente se passar por um pimentão de tanto ruborizar-se.

Um silêncio se estendeu entre os dois rapazes, nenhum deles ousando dizer algo, principalmente por estarem envergonhados. Alexy particularmente sentia-se o maior idiota do planeta. Não em são consciência diria isso com tanta naturalidade como naquela hora, nem saberia como olhar para o moreno a partir de agora. E sentia um mau agouro que o outro agora poderia o repudiar, desprezá-lo.

Estar apaixonado é uma droga, pensou o azulado pronto para pedir desculpas a Crispian.

— Olha Crispian, eu sint-

— Então eu sou belo, hun? Será que eu chego aos pés de um príncipe? – Crispian indagou com o rosto mostrando uma diversão e contentamento que surpreendera o azulado.

— São os príncipes que não chegam aos pés de tua beleza. – Alexy ousou dizer depois que saíra de seu momentâneo torpor, mostrando-se claramente confuso.

— Sério? Então sou mais belo que teu príncipe encantado? – perguntou pegando o outro desprevenido ainda mais quando Crispian aproximara seu rosto alvo perigosamente perto da face rubra do menor.

—... Meu príncipe encantado é exatamente como você. – sussurrou incapaz de desviar os olhos daquelas órbitas de aço derretido que mostravam um intenso calor em direção a si.

Crispian dera-lhe um largo sorriso. E Alexy corara.

— Será que posso ser seu príncipe encantado? – quis saber, a voz rouca sussurrando no ouvido de Alexy, o mesmo que sentira os pelos de sua nuca se arrepiar.

Alexy sorriu, tocando com carinho o rosto próximo ao seu.

— Você já é, Crispian.


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Notas finais do capítulo

Olá sweets!
Yay, estou voltando ao fandon Amor Doce com um especial para os dias dos namorados! 14 de fevereiro! ^^
Enfim, serão - como puderam ver - oneshots curtas, sem muito rebuscamento. Não digo que postarei todos os dias, mas é algo assim...
Então, comecei pelo Alexy, meu amigo fofouxo! Gente, eu adoro esse cara! ^^ kkk
Espero que tenham gostado!
Para o próximo: |Armin|
Até logo,
Kunimitsu.



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