Na entrada havia monte de ipês rosa e amarelos, como se fosse uma passarela para o carro passar, a casa era feita de vidro, e bem no fundo havia a famosa cachoeira. Chegamos e fomos subindo a escada, aquela casa me trazia tantas lembranças. A casa havia dois quartos, um que tinha uma cama de casal e o outro um de solteiro, fiquei com o de solteiro.

— Vamos comer algo Vilu? – León disse chegando com um balde de pipoca doce e refrigerante, sorri ao ver.

— Vamos, estou com muita fome. – Disse pegando o balde de sua mão, e sai correndo para fora da casa e ele correndo atrás de mim. – Você não me pega Vargas!

— Tem certeza?

Quando ele terminou de falar senti umas mãos rodearem minha cintura, e me puxar para a sala, eu ria que nem bebê fazia tempo que eu não me divertia assim com alguém, a verdade não me divirto assim desde o Tomás. Sentei e comecei a assistir o filme, era Prova de Fogo, eu amava dramas então eu escolhi. Celular do León começou a tocar, e o mesmo atendeu.

— Alô!

— Oi amor! – Uma voz fina disse do outro lado da linha.

— Fala. – León disse revirando os olhos.

— Quando que você vai vim aqui em casa pra gente ficar juntinho igual ontem amor?

— Olha, vou ter que desligar, depois te ligo. – León disse desligando o celular.

Eu estava olhando seria para ele, e só então ele percebeu que estava na viva voz.

— Então o senhor León comeu uma menina ontem? Não acredito, e eu aqui achando que você tinha mudado seu cachorro! – Eu disse gritando e batendo nele.

— Calma Violetta! – León disse me segurando e gritando. – E cachorro não, não tenho nada com você, posso ficar com quem eu quiser.

— É León? Ótimo, então quando você estiver se fudendo na sua vida, vai lá chamar as puta que você leva pra cama todo dia. – Sai batendo o pé, fui para o quarto e comecei a chorar, mais uma vez, por esse idiota. Quando eu tinha 14 anos, eu chorava dia e noite por causa do León, até que me desiludi, mas agora percebo o quanto estou iludida, ele só quer me usar e depois jogar fora, e eu não iria cair nessa. Passou uma hora, coloquei meu biquíni e desci para a cachoeira. Passei por León, e o escutei suspirar, não demorou nem cinco minutos pulei na cachoeira, era uma sensação de ter meu pai aqui comigo, me pedindo pra tomar cuidado, minha mãe rindo do meu pai, os pais do León, e o León, o verdadeiro León, aquele que é amigo, e se importa com as pessoas, não somente com si mesmo. Senti algo passar no meu pé, olhei pela agua parecia, uma cobra, ou algo do tipo, comecei a gritar.

— León! Por favor, León, vem logo! – Eu gritava, estava chorando já, olhei em minha volta, havia outro bicho passando por mim. – León pelo amor de Deus vem logo!

— O que foi merda? – León disse gritando enquanto chegava perto.

— Tem alguma coisa aqui, parece ser cobra, eu não sei. – Comecei a chorar de desespero quando senti uma mordida na minha perna. – León, algo me mordeu, me tira daqui!

— Me da sua mão. – León disse me estendendo a mão.

Peguei na mão do León, o mesmo me tirou daqui, mas antes senti mais uma mordida em minha perna. Olhei e havia dois arranhões fundos em minha perna.

— Meu Deus, não falaram nada que havia algo aqui. – León disse me pegando no colo e me levando para dentro. – Me desculpa, por favor.

— León só limpa isso, por favor, León eu não quero morrer León! – Eu disse chorando para ele, ele me colocou em cima do sofá, pegou panos e álcool, e passou em cima dos cortes, eu gritava de dor, mas sabia que era preciso. Depois de muito tempo eu dormi. Acordei em cerca de 21:30, León me abraçava pela cintura, me levantei devagar para não acorda-lo.

— Aonde você vai? – León disse me segurando. – Deita aqui.

— Eu ia tomar algum remédio pra dor, esta doendo minha perna.

— Olha gatinha, eu sei, mas você não pode ficar andando, então deixa que eu pego. – Leon levantou e saiu dali, logo me trouxe os remédios, limpou novamente. Eu estava no quarto quando León entra.

— O que foi León? – Eu disse me sentando na cama e o olhando.

— Dorme comigo lá? Eu quero sua companhia, não consigo dormir sabendo que você pode passar mal aqui. Vem?

— Você me pedindo desse jeito não tem como rejeitar né Vargas.

León me pegou pelo colo e me levou até o quarto, me colocou na cama de casal, e logo em seguida deitou me abraçando por trás. León as vezes me completa de um jeito que eu não sei explicar, mas também, mostra ser o mais cachorro de todos, o mais safado e idiota de todos, e eu amo ele assim, com todos os defeitos e qualidades.

— Eu te amo gatinha. – León disse e deu um beijo em meu rosto, um sorriso bob apareceu em meu rosto.

— Eu te amo Vargas.