Era tarde, o treino de vôlei do colégio Karasuno havia acabado a poucos minutos. Asahi havia se arrumado rápido e esperava os outros para irem todos juntos até a lojinha da família Ukai e comer alguma coisa, depois cada um seguiria seu caminho, como sempre.

Estava sentado no banco ao lado dos portões da escola, com um leve sorriso, sempre havia gostado daquela atmosfera, o sol se punha no horizonte por trás dos prédios e o silêncio reinava... Asahi adorava toda aquela calma, mas realmente não gostava daquelas garotas que o encaravam de longe com aquele maldito olhar de medo.

Seu sorriso sumiu quando as encarou, o que fez com que as garotas se assustassem e seguissem seu caminho com passos rápidos. O Ás apenas suspirou irritado.

— O que há de errado, Asahi-san? –Noya chegou todo animado sem ser percebido, causando um leve susto no Azumane.

— Nada não...  –Asahi usou de seu tom calmo que consegue soar constrangido vez ou outra. Era uma dessas vezes.

Nishinoya o encarou com uma careta nada contente com a resposta que recebeu. Asahi suspirou mais uma vez, realmente pensara que conseguiria esconder algo de Noya ?

— Só estava pensando em como o resto do mundo me vê...  Se eu tivesse feito metade das coisas que dizem que fiz, passaria o resto da minha vida sofrendo em um purgatório... –Asahi fez uma pausa para encarar Noya com um sorriso sem-graça – Sabe, não estou pedindo para que não me julguem, mas gostaria que me julgassem depois de me conhecer...

Asahi se calou logo após, ele não sabia como concluir seu próprio pensamento.

— Asahi-san, para o resto do mundo você até pode parecer um delinquente... –Noya começou.

Azumane sorriu sem graça.

— Pode até parecer um mafioso... –Continuou.

O Ás sentiu uma pontada.

— Pode até parecer um drogado... –O libero acrescentou.

Nesse ponto o Ace já se arrependia de ter se aberto com Nishinoya. O que estava esperando afinal?

— Mas você não é nada disso. –Noya concluiu- Você é gentil, calmo e adora ajudar...

Okay, se abrir com Noya não foi tão ruim assim.

— Pode até ser covarde e ficar constrangido sobre tudo várias vezes...

Ou não.

— Mas você é nosso às! Sem cada qualidade e cada defeito seu talvez você não fosse nosso às, mas de certeza, não seria nosso Asahi! –Noya concluiu pulando de alegria.

Azumane com um sorriso no rosto só conseguia pensar que se abrir com aquele pequeno libero não foi tão ruim assim. Levou alguns xingos, sim, mas sabia que podia contar para Nishinoya. Afinal, ele não o via como o resto do mundo.