Nem toda a distância entre os Estados Unidos e o Japão conseguiu fazer aquela flor que crescia nos pulmões de Makishima murchar. Ele ainda estava tossindo aquelas malditas pétalas de girassol. Ele ainda amava Tadokoro.

Tudo começou enquanto pedalavam juntos treinando para o InterHigh, em alguma das paradas, depois de horas em cima de bicicletas, ambos se jogaram no gramado sob o sol do fim da tarde. De braços abertos estirados na grama e suor escorrendo, Tadokoro se vangloriava sobre a nova velocidade recorde atingida enquanto Makishima se pegou admirando os girassóis plantados próximos a eles.

“Makishima?” Tadokoro chamou ao notar a falta de atenção do amigo, sem obter resposta, mirou para onde o esverdeado pairava o olhar e se deparou com aquelas tão bonitas flores. Tadokoro deixou seu cansaço de lado e se levantou, aproximou-se dos girassóis e apanhou um, estendendo-o logo em seguida para Makishima com um sorriso.

Makishima se lembrava de tudo isso como se fosse ontem, então por mais que as pétalas que saiam de sua boca a cada tossida o estivessem matando por dentro, ele não conseguia as odiar. Nem mesmo quando caiu no chão de seu quarto, cercado de pétalas de girassol, sem conseguir respirar.

Acordou sem saber onde estava ou quanto tempo passou desacordado, mas seu irmão estava ao seu lado com um enorme sorriso. Tudo estava bem.

Ele saiu do hospital não muito tempo depois, se recuperava rápido e, mesmo com algumas crises de tosse vez ou outra, recebeu alta à tempo de poder voltar para o Japão e assistir o InterHigh dos seus kohais. Seu irmão o levou para casa com todo cuidado e, assim que chegaram, Makishima foi fazer suas malas. Revirou todo o guarda roupa e o fez caber quase inteiro em uma mochila, orgulhoso de si mesmo, foi de gaveta em gaveta conferindo se não esqueceu nada. Ao abrir a terceira gaveta, deparou-se com um porta retrato.

Lá estava ele sorrindo com Kinjou em sua pose toda séria ao seu lado direito, mas ele se perguntava quem era aquele à sua esquerda...