Amoridade: Lembranças Danificadas escrita por Ella
Quinta, 19 de Novembro.
Após o almoço, a última refeição em Nova Iorque, a família Wood e Georgia pegam um táxi para irem ao aeroporto, partir para o destino seguinte. Tony fica todo o momento calado desde a noite passada, que não sai de sua mente; o toque ligeiro e suave dos lábios de Geor no dele. Ao chegar, percebem que chegaram mais cedo do que o preciso e decidem andar um pouco pelas lojas após o check in.
Taylor pede para Georgia acompanhá-la enquanto escolhe roupas, o que a deixa contente, pois aquilo em sua cabeça seria um avanço.
- O que acha deste vestido? - A mostra um vestido vermelho ardente e colado.
- Um pouco curto demais, não acha? - Aponta os defeitos sincera.
- AFF. Para mim está bom! - Revira os olhos. - Vou levar! - Teima.
- Está bem. Não deixa de ser bonito. - Fala distraída. A mente de Georgia viaja descontroladamente.
No meio dos clientes da loja, ela percebe um rapaz a encarando. Olhos azuis, pele clara, cabelo curto castanho, estiloso e com olhar marcante. Ele a prende em transe, fica o observando por falta do que fazer:
- Georgia Emanuelly. - Uma voz rouca, masculina, a chama.
- Hã? - Acorda do transe. - Sim Tony? - Levanta-se do sofá.
- Está na hora, temos que ir. - Fala sério.
- Está bem, vou chamar Taly. Com licença. - Pede saindo.
Ele a segue com o olhar e vê que o rapaz a encara, fixa sua imagem na mente e sai.
No avião Tony se senta entre Taylor e Georgia, enquanto Luna e Lucas sentam mais afastados. Algum tempo depois da decolagem, ele se levanta para ir ao banheiro, na volta não gosta do que vê. Georgia conversa com o passageiro do assento ao lado, que por acaso é o rapaz da loja. Tony se aproxima devagar pelo corredor, parando onde estão eles:
- Ah! Tony este é Mex. - Ela apresenta educada. - Mex, este é o...
- Thomas Nycolas. - Tony se impõe a interrompendo. Fala sério se sentando em seguida.
Georgia fica sem reação e cala-se.
- Por que disse seu nome? Só usa o apelido. - Resmunga.
- O meu nome não deixa de ser o meu nome só porque mal o uso. E também, só uso o meu apelido com quem conheço. - Tenta se explicar.
- Não é bem assim. - Contradiz.
- É assim sim, Georgia Emanuelly. - Frisa.
- Eu só quero dizer que já faz anos que não vejo dizer seu verdadeiro nome para alguém Tony. - Comenta confusa. - Não entendo porque disse para aquele rapaz.
- O nome é meu! Georgia Emanuelly. - A encara frio.
Ela se sente intimidada e inibida:
- Des... Desculpe! - Engole seco desviando o olhar.
Mex volta a conversar com Georgia:
- Então você não está sozinha?
- Não. Estou com meus tios e meus primos. - Prefere não entrar em detalhes. - E você? Está com amigos?
- Não. Sou um viajante solitário, que não passa muito tempo sem companhia. Logo acho uma diversão. - Malícia. - E o que uma família de Toronto faz por aqui?
- O que um rapaz solitário faz por aqui? - Rebate.
- Já sei que não quer falar sobre sua vida. Tudo bem boneca, tudo bem! - Sorri de lado. - Pode pelo menos me dizer seu nome princesa?
- É justo, já que me disse o seu. Me chamo Georgia Emanuelly.
- Belo nome! Um nome de princesa para uma boneca de porcelana. - Exclama a cantando.
- Obrigada! - Fica sem jeito.
Tony ouve tudo.
EUA, Miami.
No desembarque todos pegam as malas e vão a procura de um táxi.
- Por que não alugamos um carro logo? - Taylor reclama.
- Porque só vamos ficar 3 dias aqui filha. Não compensa. Só estamos em Miami porque nosso próximo vôo parte daqui. - Luna explica.
- Então não entendo porque não ficamos mais tempo em Nova Iorque.
- É tudo programado Taly, e também tem coisas muito legais para se fazer aqui. - Georgia diz calma. - Vai se divertir. - Se mantém otimista.
- Veremos! - Resmunga se afastando.
Geor respira fundo abaixando a cabeça:
- Consegui. Vamos! - Luna os chama.
No hotel eles se estabilizam em dois quartos paralelos, um para os homens e um para as mulheres. Descansam brevemente e se ajeitam para jantar no restaurante do hotel. Com todos prontos, Georgia abre logo a porta e se surpreende:
- Oi boneca!
- Você está me seguindo?! - Olha para os lados assustada.
- Que nada. Estou hospedado aqui, no mesmo andar. É só coincidência! - A encara fixo.
- Hã... Muita! Muita coincidência! - Diz pensativa.
- Bom... Até! - Se despede saindo.
- Tchau! - Continua pensando.
- Quem era? - Tony aparece do seu lado.
- Era Mex, muita coincidência, não acha!? - Indaga encasquetada.
- Vamos queridos! - Luna os chama.
- Estamos indo. - Georgia a segue.
Tony permanece parado:
- Muita coincidência... - Murmura.
Todos eles escolhem um prato do cardápio e o pedem, aguardando os pedindo chegarem Lucas e Luna vão para o bar, Taylor para a mesa de jóias expostas e Tony simplesmente desaparece. Geor fica basicamente sozinha, na mesa no meio do salão. Lendo um livro de ficção adolescente, ela sente alguém se sentar na cadeira ao lado e vê quem é. O olha perplexa:
- Te abandonaram? - Mex sorri.
- Não me importo. Eu mesma disse que poderiam ir. - Conta branda. - Veio jantar aqui também?
- Yeah! Ainda bem que te vi de longe, não perderia a oportunidade de falar com você sozinha!
- Qual o problema de falar comigo acompanhada? - Questiona sem deixar a educação.
- Só prefiro ter sua atenção apenas para mim princesa. - Comunica charmoso.
Ela engole seco:
- Seus pedidos chegaram! - A garçonete aparece.
- Ah, obrigada! - Agradece.
- Georgia Emanuelly, os outros ainda não... - Tony trava. - O que ele faz aqui?
- Chegamos querida. - Lucas aparece com Luna e Taylor.
- Quem é seu amigo? - Luna pergunta o observando.
- Sou o Mex. - A cumprimenta. - Conheci a Georgia no avião e por coincidência estamos no mesmo hotel.
- Ah, prazer querido.
- O prazer é meu. Bom... Vou para minha mesa. - Aponta para uma mesa sozinha no canto do restaurante.
- Está sozinho? - Interroga.
- Sim. Jovem sem destino! - Brinca.
- Jante conosco, pelo menos esta noite. - Sra. Wood pede.
- Não será incômodo?
- Não, de modo algum. Sente-se! - Pede.
- Eu aceito. - Se senta na cadeira do lado da de Geor. A olha malicioso rapidamente e desvia.
Taylor não diz nada sobre a presença daquele rapaz, mas Tony sente um grande incômodo dentro do peito.
Com o término da refeição e depois de muitas risadas proporcionadas por Mex, eles vão para os quartos descansar. Pai e filho entram logo no quarto, já Mex deixa Georgia na porta:
- Não precisava vir até aqui querido. - Luna acentua. - Bem... Boa noite. - Ela entra com Taylor, deixando os dois a sós.
- Boa noite. - Ele responde.
- Boa noite, Mex. - Deseja doce.
Ele pega sua mão e beija:
- Boa noite, Georgia. Belos sonhos comigo! - Sorri de lado e sai.
Paralisada na porta, ela se pergunta o que está acontecendo.
Sexta, 20 de Novembro.
O dia amanhece um tanto frio, o céu com um azul esbranquiçado, e o vento gelado. As mulheres se arrumam para tomar café da manhã:
- Geor, pode chamar os garotos para irmos ao café? - Sua tia pede.
- Sim. Estou indo. - Responde meiga.
Ela abre a porta, o fecha e quando vira para frente, escorrega no tapete do corredor. Braços fortes e por causa de um reflexo rápido, conseguem a segurar no ar:
- Bom dia boneca! - Mex sorri encantador.
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