Realizações escrita por Half Fallen


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem, por favor comentem após a leitura!
Primeira fanfic de Hannibal, e claro que tinha que ser de Hannigram, CLARO ♥



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"Tudo isto é o que eu queria para você, Will. Para nós dois."

A voz macia e carregada de um contentamento macabro invadiu os ouvidos de Graham com uma certa lentidão que provocou um arrepio, que desceu pela sua espinha e deixou os pelos eriçados.

Will sentia-se fraco e os ferimentos doíam e ardiam a cada movimento que fazia, fosse movendo os braços ou até mesmo respirando. Mas, sentia se vivo, mais vivo do que nunca. A sensação de poder, liberdade, o apossou e ele sentia aquilo fervilhar dentro de si.

Segurava-se em Hannibal sem usar tanta força, pois não era preciso muito para se manter em pé, não quando os braços em sua volta o seguravam com tanta delicadeza quanto firmeza.

E então, olhou para o que fizeram — arte — e apreciou. O sangue jorrando do corpo sem vida formava asas vermelhas, asas do Grande Dragão Vermelho. Então, ele finalmente havia se tornado aquilo que era destinado a se tornar.

Mas, Will perguntava-se, havia ele mesmo se tornado aquilo que era destinado a ser?

Com um riso breve, Graham notou que, todo esse tempo estava negando quem realmente era. Aquele sentimento de normalidade, de animação, de conforto que estava sentindo naquele exato momento apenas confirmava que era tudo o que buscava.

Aquele Will existia, porém o Will feito por Jack Crawford insistia em domá-lo. Para quê, domar algo que não deve ser domado? Se apenas houvesse dado ouvidos a Hannibal antes...

"É lindo."

Fora sua resposta e então os olhos se encontraram. Mais uma vez, Will sentira a vontade de rir. Havia um certo conforto, uma certeza que aquele jogo de sedução ao qual jogava com Hannibal não estava nem próximo de seu término.

Poderiam matar um ao outro se quisessem naquele momento, mas o olhar fora complacente, mútuo. Os rostos se aproximaram de uma forma lenta e talvez temerosa, um momento pelo qual as mentes, em algum momento, já haviam imaginado.

Estavam próximos de uma forma que a respiração se mesclava e Hannibal surpreendeu-se quando sentiu o próprio coração bater mais forte com expectativa pelo que viria. Olhou diretamente para os lábios de Will, entreabrindo os próprios enquanto sentia o mais novo também querer.

Talvez pelo momento, talvez pelo que tinha em mente, Will não cedeu a sua tentação. Aproximou a cabeça do ombro de Hannibal e encostou a cabeça ali, apertando o braço do homem e subindo em um carinho lento e gostoso.

Ouviu Hannibal suspirar e mais uma vez aquele arrepio, que fora mais duradouro e desceu de sua orelha até o pescoço.

Hannibal estava em puro prazer; Will abraçava todo o seu ser, tudo o que é incompreendido pelos outros. Confirmava com louvor que havia aceitado Hannibal, que era seu amigo e que agora poderia ser algo a mais. Era claro que Graham havia aceito tudo o que sentia por Hannibal.

Respirou fundo, ofegou e permitiu-se acariciar o rosto do outro com seu próprio. Alegrou-se com aquele sentimento de companheirismo, amizade. Estava feliz com o simples sentimento, e certeza, de que agora pertencia à algum lugar. Não estava, de certo, sozinho. Não mais.

E foi por isso que, quando Will os empurrou do penhasco, não sentiu-se traído, nem com decepcionado. Era o renascimento de Will, o marco de sua mudança, um flerte. Abraçou o corpo do homem para mais perto e sentiu o mesmo abraçá-lo mais forte.

Engraçado como a escuridão pode ser tão quente.

***

O silêncio era apenas interrompido pelo barulho de faca contra madeira que denunciava os vegetais que eram cortados. A cozinha, antes habitada apenas por uma pessoa, agora possuía duas que estavam cozinhando com certa cautela.

O mais experiente guiava o inexperiente, que parecia estar tendo dificuldades em picar os tomates de maneira certa. O experiente tinha gostos muitos refinados, gostava de apreciar aquilo que via, logo, a visão deveria ser bela. O inexperiente estava picando de forma uniforme os tomates, afinal, ele mesmo nunca se preocupou em pratos refinados. O gosto seria o mesmo se cortado em cubos ou em listras. Sentiu uma respiração atrás de si e uma voz que denunciava o sorriso cínico interromper seus pensamentos, a antenção agora completamente para o ser atrás de si:

— Problemas com os vegetais?

— Não é algo que estou acostumado a cortar com tanta precisão.

— Creio que isto poderá ser moldado com o tempo, não é mesmo, Will?

— Depende. — Will tornou-se para Hannibal — Não acho que irei fazer tudo para lhe agradar, dr. Lecter.

Hannibal apenas sorriu de canto e Will o olhou sério, olhar que fora retribuído apenas com cinismo. Lecter, então, gentilmente — se não perigosamente — tomou a mão de Will nas suas. Graham o observou confuso, mas curioso. De onde vinha tamanha gentileza?

Com seu próprio sorriso de canto, Will desvencilhou-se do toque, hábil e rapidamente posicionando a faca no pescoço de Hannibal, porém, nenhuma surpresa surgiu no olhar do homem. Seriedade e cinismo, mais uma vez, se encontram.

— De guarda baixa, Hannibal?

— Responda-me você.

Hannibal, então, agilmente tomou a mão de Will e o virou, segurando seu braço em suas costas, subindo aos poucos para machucar, mas não tanto. Will grunhiu de uma dor súbita, Hannibal estava completamente no controle agora. E quando não estava?

O homem, então, retirou a faca da mão de Will, colocando a de lado, mas não libertando-o daquela posição. Aproximou-se e tragou o cheiro de Will, contente que aquele odor da colônia de barbear comum não estava presente.

— Nós temos um jantar a atender, Will, um jantar importante. Mais tarde iremos discutir isto melhor. Vá se arrumar, eu terminarei e colocarei o resto do jantar.

Os olhos de Will estavam semi-abertos, não conseguindo processar muito bem o que Hannibal estava falando pois estava muito ocupado em controlar seu deleite ao sentir a voz e respiração tão próximas de seu ouvido.

Suspirou, enfim, quando foi solto, porém demorou um pouco para sair daquela posição. Fora andando de encontro a saída da cozinha, quando ouviu a voz de Hannibal invadir mais uma vez seus ouvidos:

— Antes que esqueça-me, há algo que quero lhe dar. Está na cama; abra e use, por favor.

Will o observou, curioso e então deu às costas para ir se arrumar. Quando chegou ao quarto, olhou para a cama e sorriu brevemente ao ver que havia, sim, uma caixa ali, ao lado de seu terno. Era colorida com listras cinzas e azul-marinho, um laço cuidadosamente feito. Com certeza Hannibal fizera aquilo.

Andou até a suíte, tomou um calmo banho e saiu, secando-se após fazer a barba. Quando saiu do banheiro e colocou o traje, Will sentou-se na cama e abriu lentamente a caixinha para pôr os olhos em um pequeno vidro vermelho. Uma loção pós-barbeamento.

Will riu. Que tipo de presente é este? O homem abriu e cheirou; era suave, levemente amadeirado. Ele não iria usar isso, não queria se contradizer. Não queria agradar Hannibal, não ainda.

Mas, suspirou, queria ver a reação de Hannibal ao sentir. Usou pouco, bem pouco, quase não perceptível. Na verdade, apenas quem chegasse perto, bem perto, poderia tragar o cheiro. Entretanto, Hannibal sentiria mesmo longe e isto era o suficiente.

Mal podia conter a ansiedade enquanto andava para a sala de jantar e então, chegou a cozinha. Hannibal estava tirando a carne do forno e colocou-a em cima do balcão, quando levantou a cabeça e olhou para o arrumado Will.

Sorriu de canto e olhou-o de cima a baixo. Andou para próximo do homem que retribuiu o olhar intenso. Nenhuma palavra, nada.

— O gato comeu sua língua, Hannibal?

— Para algumas coisas não é preciso palavras, Will.

Will sorriu de canto e o olhou mais uma vez, segurando o próprio riso cínico. Graham, então, estendeu as mãos e arrumou a gravata de Lecter, mesmo que inutilmente, afinal, Hannibal era perfeccionista, não tinha o costume de errar, portanto, não sairia de seu lugar se não estivesse devidamente arrumado.

O homem, então, cheirou o leve odor e abaixou a cabeça, a testa indo de encontro com a do outro. Will fechou os olhos e antecipou-se, aproximando os rostos um pouco ávido demais. Porém, Hannibal também fora ávido. E mais uma vez, quando os lábios estavam prestes a se encontrar, os homens se afastaram um pouco.

Sorriram um para o outro e se olharam. Hannibal deu às costas e fora em direção à carne e a levantando, formal como sempre e, ainda sorrindo, disse com seu quieto entusiasmo:

— A janta está pronta.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Por favor, perdoem-me os erros e comentem por favor!
Grande beijo, até a próxima!



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