Adrien:

Todos haviam parado de dançar e estavam nos olhando enquanto dançávamos.

Alguns sorriam e faziam sinais positivos com as mãos e piscavam para mim. Outros olhavam para mim com cara de desaprovação, ciúmes. Revirei os olhos e sorri, não estava nem ai para eles, pois, só quem importava naquela noite, era ela. Só ela.

Ela fechou os olhos e senti que seus braços relaxaram em volta de meus ombros, ela parecia um pouco cansada:

—Lady?-Sussurrei

—Hum?-Disse ela parecendo que ia desabar no chão a qualquer segundo

—Você parece cansada, quer se sentar?- Perguntei, meio a contra gosto.

—Não!- Ela respondeu de pressa e em um tom alto.

Sorri, ela estava gostando?

—Tudo bem então. - Tirei uma mão de sua cintura e comecei a acariciar seus cabelos negros

Fechei meus olhos também, aquela estava sendo a melhor noite de todas. Porém, logo depois música acabou e foi substituída por aplausos de todos. Nós dois agradecemos e a próxima música começou a tocar. Queria ter ficado daquele jeito com ela a noite inteira, tinha sido tão bom, eu não queria que acabasse!

E aquela seria a última vez que sairíamos juntos, com certeza ela não aceitaria nunca mais se encontrar comigo. Fiquei triste e me senti derrotado, comecei a andar até o fundo do salão e me sentei em uma cadeira, Plagg saiu de meu smokin e sentou-se em meu ombro:

—Porque essa cara, Adrien?- Disse ele devorando um pedaço de queijo que estava em cima da mesa

—Essa é a última vez que estarei com Ladybug em um encontro, Plagg- Suspirei, me sentindo um fracassado.

—Fácil, só convidar ela para sair. Humanos são tão complicados. – Disse ele com a boca entupida de queijo

—Como se fosse fácil. Mas concordo com você. – Coloquei as mãos atrás da cabeça observando-a.

—Pena que ela não conhece “O Lugar”, Ladybug iria adorar. - Plagg tentou lamber o prato, mas acabou caindo no mesmo.

—Plagg... VOCÊ É UM GENIO!- Eu exclamei um pouco alto de mais, atraindo olhares. Mas eu não estava nem ai!

Levantei-me rapidamente e me dirigi até a mesa em que a heroína estava sentada. Ela estava conversando com dois caras que pareciam estar dando em cima dela. Franzi o cenho e limpei a garganta, atraindo atenção dos três.

—Lady, preciso te mostrar uma coisa rapidinho. Vem?

Ela olhou para os dois garotos, coçou a cabeça e se levantou:

—Hum... Ah, sim. Eu vou!- Ela se virou para eles- Desculpe meninos, quem sabe a gente conversa outra hora?

Elas concordaram mais me fuzilaram com o olhar. Lancei um sorriso vitorioso e mexi a boca sem omitir som formando um “adeus, trouxas”. Nós caminhamos para fora do salão e ela me olhou, esperando que eu falasse algo.

—Preciso que você venha comigo- Disse olhando em seus lindos olhos azuis.

Ela corou e logo depois do gesto da mesma eu percebi o quão estranho eu havia soado. Corei e peguei uma de suas mãos:

—É que preciso te mostrar algo, é bem rápido eu juro. - Prometi, praticamente implorando que ela fosse comigo.

—Não sei não. -Disse ela esfregando os braços, provavelmente sentindo frio. Tirei o meu para oferecer, mas ela disse que não estava com frio.

—Isso é longe? Eu estou quase dormindo... – Ela ficou rubra e começou a mexer as mãos- Não que a festa não esteja boa, ela está sim. Mas, o cansaço já chegou... - Disse ela, bocejando.

—Não! É aqui pertinho- Menti- Qualquer coisa, eu te carrego- Sorri e pisquei para ela que corou e franziu a testa.

—Convencido!- Ela revirou os olhos- Eu sei andar, não estou tããão cansada assim. - Admitiu a joaninha.

—Posso pelo menos pegar na sua mão?- Perguntei olhando para ela

Ela pareceu pensar, mexeu a cabeça de um lado para o outro, como se estivesse pensando.

—É... Pode, sim.- Permitiu ela, segurando minha mão.

Guiei-a para um lugar que era quase fora da cidade. Faltando uns cincos minutos para chegar, ela parou de andar e me olhou como se eu fosse louco:

—Char Noir, pra onde está me levando?- Interrogou ela, parecendo irritada.

“Ela era fofa até daquele jeito...” Pensei sorrindo como um bobo, o que fez ela cruzar os braços ficando cada vez mais irritada. Resolvi dizer logo:

—Você vera logo, My Lady.-Quis manter o mistério-  Afinal, já está chegando.- Continuei, puxando ela, de leve, para continuar andando

— Diz logo!- Ela bufou, ainda andando.

—Calma!- Comecei a rir.

Logo chegamos e percebi que seus olhos brilhavam ao olhar para o cenário, ela havia gostado! Valeu Plagg!

Marinette:

Depois de meia hora andando nós já tínhamos chegado ao local. Um prédio abandonado cercava o lugar, a lua cheia brilhava sendo refletida pelo pequeno rio que passava pelo lugar, acima do prédio, no terraço, havia uma mesa e duas cadeiras pretas, com detalhezinhos brancos. O som dos grilos ecoava pelo local juntamente com o som da água batendo nas pedras.

Ainda com o coração disparado, subi com Chat Noir pelas escadas da parte de trás do edifício. A lua estava tão próxima que dava a impressão que podíamos tocar na mesma, abri um sorriso, achando tudo maravilhoso. Em cima da mesa havia dois pedaços de bolo, uma vela e uma caixinha vermelha com pintinhas pretas.

Eu ia dizer alguma coisa, mas ele logo puxou a cadeira, para que me sentasse. Ainda em choque, me sentei e o observei. Ele pegou a caixinha, se ajoelhou e disse:

—Para você, My Lady.- Ele beijou minha mão e me entregou o presente

Suspirei fundo, aquilo estava indo longe demais.

—Chat...

Ele fez um sinal para que eu não falasse nada, só abrisse a caixinha. Concordei com a cabeça e a abri. Dentro havia um pingente escrito: Ladybug. Ao lado do “L” havia uma joaninha e do lado do “G” um gato.

— Eu te amo, Lady. Desde a primeira vez que eu te vi. Eu te amo muito. - Ele disse, segurando minhas mãos.

Fiquei boquiaberta, e sem perceber, comecei a chorar. Pelo meu aniversário, pelo carinho da minha família, da Tikki, dos meus amigos... Do carinho dele. Ele começou a acariciar meu rosto:

—Você não gostou? D-desculpa, eu pensei que você ia gostar... – Ele disse, sem jeito. - Só não chore, My Lady, por favor.

—Eu gostei- Comecei, enxugando o rosto. Precisava ser sincera com ele, mesmo que doesse. - Isso é tudo muito... Lindo. Eu adorei Chat! E eu tenho certeza que você fará uma garota feliz com tudo isso. Mas... Não eu. -Disse, me lembrando de Sabrina. O sorriso de seu rosto morreu na mesma hora, engoli em seco e continuei- Eu amo um outro garoto. E eu sei o que você está sentindo... Eu sinto muito, mas eu não posso corresponder o que você sente... - Me levantei sem olhar pra ele, prendi meu ioiô numa arvore e, quando ia pular, ele segurou minha cintura.

—Não... Por favor. - Senti meus ombros ficarem molhados, ele... Estava chorando?

Mesmo eu não demonstrando, me importava com Chat, ele era um amigo muito querido, mas só isso... Senti meu coração ficar apertado, não queria que ele sofresse. Tirei as mãos dele de minha cintura, olhei para ele e disse:

—Sinto muito, de verdade... - Pulei do prédio e desapareci no meio da floresta

Tikki sentou-se em minha cabeça, e se agarrou em meus cabelos enquanto eu corria.

—Marinette- Chamou ela- Você não acha que exagerou um pouquinho? Senti tanta pena dele...- Confessou a kwami.

Encostei-me a uma arvore e a coloquei na palma de minha mão:

—Eu tive que fazer isso, era melhor do que iludi-lo. Mas, confesso que me senti mal em dizer aquilo.

Tikki se calou, e nós duas fomos para casa, em silêncio. Só esperava que ele ficasse bem...

~~

Continua...?