Magia na Floresta escrita por Vlk Moura


Capítulo 39
Capítulo 39




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Os meses pareciam voar como nunca. Eu dava cada vez mais aulas. Nyack nos chamava para mais jogos, mas muitos eu não consegui ir por estar com pesquisas que o professor Filipe me permitia fazer parte. Durante as férias recebi convites da Carla para ir até a loja, mas também não consegui. Folguei um pouco quando Draco foi me visitar e me arrancou de dentro da estufa, nem Jorge tinha conseguido fazer isso. 

O Natal passei com minha avó na casa dela, Draco foi com a gente e incrivelmente Luna também e ela levou alguém que eu sequer sabia que existia, seu marido. Comiamos e conversavamos animados. 

O Ano-Novo passei com meu avô, Jorge, Kat, Draco e meus pais. Fomos ao centro da cidade ver os fogos de artifício. Dona Angelina nos encontrou para a ceia, ela e meu avô estavam namorando finalmente de forma oficial.

— E vocês? - ela perguntou, eu e Draco a olhamos sem entender - Quando vão se assumir?

— Ah, não - falamos ao mesmo tempo - Somos só amigos - rimos, e ela deu um riso que eu sabia que queria dizer outra coisa.

A Copa de Quadribol fora emocionante, vi dois jogos, Leo não fora convocado, mas ele se formou com um contrato assinado com um grande time, que para mim não fazia diferença, já que eu não conheço grandes times. Carla me carregou para o jogo de estreia dele antes das aulas começarem, fora um grande jogo, até o momento que eu entendia, e que minha amiga me descrevia.

Assim que as aulas voltaram, professor Filipe me pediu para informá-lo até o final do ano se eu daria aulas ou ficaria com pesquisas. Eu realmente não sabia no que focar, mas provavelmente ficaria com pesquisas. 

Carla já tinha o emprego garantido com Jorge, eu não tinha nada garantido, eu ia precisar apresentar materiais para me qualificar para pesquisas, do contrário eu não ganharia dinheiro e nem teria como fazer as pesquisas.

Comecei a fazer reuniões com a Diretora para ver o que eu poderia fazer, descobri que Raoni tinha alguns contatos, ela pediu para eu entrar em contato com ele, foi o que fiz. 

Ele me deu opções de lugares para entrar em contato e disse que algumas delas tinham convênio com as escolas de magia e dependendo da empresa eu poderia conseguir algo para a nossa escola. 

Escrevi muitas cartas e perturbei muito professor Filipe  e a Diretora para as cartas de recomendação. 

O ano passava e eu não recebia nenhuma resposta. Eu já estava pensando que deveria ter escolhido dar aulas. 

Uma carta entrou no meu quarto em forma de um avião de papel. Eu reconhecia aquilo, o abri.

"Estou na escola, na árvore"

Saí do quarto e o encontrei ali com vários alunos a sua volta que pegavam autógrafos. Esperei até que os alunos o largassem.

— É, acho que você está bem famoso - Nyack sorriu.

— Pois é - ele me abraçou - E como você está?

Contei a ele sobre o que eu estava fazendo.

— Isso é muito legal. 

— Mais ou menos - me joguei ao chão, ele se jogou ao meu lado - Ainda não obtive nenhuma resposta - olhei Peru sentado em meu joelho. - Se demorar mais acho que desisto.

— Você desistir? - eu o olhei - Isso é novo para mim.

— Chega um momento que precisamos.

— Não você - ele riu - Você é nova ainda, não pode desistir, até porque você conhece uma pessoa que pode escrever mais uma carta de recomendação para você - eu o olhei - Vai me dizer que não pensou em Neville?

— Nem me lembrei dele, para falar a verdade - os olhos de Nyack ficaram enormes.

— Uau! Não pensei ouvir você dizendo isso. Mas você deveria considerar.

— Eu não falo com ele há muito tempo, não sei se deveria.

— Ele te recomendaria, você pode ter certeza disso. - ele tinha razão, eu ia precisar fazer isso.

Nyack passou o dia comigo, o levei para rever os professores e a Diretora, Carla o lugou por algumas horas. Eu fiquei na biblioteca escrevendo uma carta para Neville, mas eu não tinha certeza daquilo. Mas Nyack tinha razão, eu preciso arriscar. Neville pode me salvar dessa angústia. Na carta pedi sua ajuda e mandei a lista de lugares para onde tinha me candidatado. Carla e Nyack foram comigo até a cidade, enviei a carta. E me surpreendi em ver algo nos jornais.

— Isso é sério? - eu peguei e li a capa, os dois olharam a noticia - Ele vai se casar e nem nos chamou para a comida livre? Que mancada. - eu ri.

— Não pensei te ver rindo disso - Carla sorriu.

— Eu não passo fazer mais nada, a coisa parece ser séria mesmo.

 

Depois de alguns meses recebi uma carta de aceitação, era uma instituição europeia, eles pediam apenas que eu enviasse documentos de pesquisas e que tivesse assinatura de aprovação de alguém com nome na área, e lógico, o professor Filipe fez questão de fazer isso.

Até eu me formar eu continuaria com as pesquisas no Brasil e em casa, depois iria para a Europa, o instituto me daria um lugar para viver e me liberariam seus laboratórios. Contei para meus pais, eles ficaram felizes por mim, comentaram de comemorarmos tudo no final do ano.

 

Para minha formatura chamei Draco e Luna, os dois compareceram, eu estava nervosa por alguma razão. Carla tinha chamado Leo que gritava toda vez que o nome de algum conhecido era chamado. 

Estavamos no meio da cerimônia quando um som estranho e ensurdecedor tomou conta do espaço, meu coração parou por alguns instantes. Carla me olhou lá de cima, eu levei a mão até a cabeça quando o barulho parou e meus olhos já estavam cheios de lágrimas que escorriam desesperadas pelas minhas bochechas. Todos me olhavam.

— Desculpa... - apertei o pequeno corpo azul. - Pode continuar.

O Mestre de Cerimônia continuou. Quando acabou Carla saiu do lugar dela e veio correndo até mim.

— Ele... - eu confirmei - Ah, cara! Não podia ter esperado a cerimônia acabar, que inconveniente você, Peru - eu ri com ela.

Cumprimentei meus parentes, Draco e Luna, saímos e fomos par a casa do meu avô, lá enterrei Peru e também comemoramos minha formatura junto com Carla, sua família e Leo. 

No dia seguinte a minha formatura fui com Luna e Draco para Europa, os dois me ajudaram a chegar ao instituto onde apresentei minha documentação, logo um dos trabalhadores d elá me levou até um apartamento, era o quinto andar de um prédio e senti falta de um elevador, tive de subir pelas escadas. Larguei minha mala no apartamento e logo o segui para me apresentar meus primeiros trabalhos.

Fomos até uma estufa enorme, muitas plantas, muitas que eu conhecia e outras que eu nunca teria imaginado. Iam me falando o nome de todas e eu ia tentando decorar, falavam dos experimentos, falavam o que eu poderia fazer e como seria meu primeiro período de trabalho. Seria diferente não te rum professor me supervisionando, mas eu senti que este é meu lugar. 

Carla estava pela Europa, ela e Leo moravam juntos e vez e outra marcavamos de comer algo juntos, mas nossos trabalhos estavam bem corridos a principio. Carla viajava com Jorge para inspirações em novas surpresas. Eu sempre era  a cobaia dos dois. Isso me custou várias hidratações para o cabelo algumas vezes, mas era sempre divertido e dava aquele frio na barriga de saber o que iriam me apresentar. 

Draco, agora, passava alguns dias comigo ao invés de sempre ficar na cola da Luna, Nyack vinha me visitar com bastante frequência, então, de certa forma, eu nunca estava sozinha, minha casa virou o point do reencontro quando não ocorria na casa da Carla e do Leo. 

Uma nova fase se iniciava e eu estava gostando dela e em especial, eu estava gostando dela por não pensar tanto em Neville em ter caído na aceitação, e até sair nos jornais algo que eu e Nyack estavamos escondendo até dos nossos amigos.

"Nyack de caso com pesquisadora de plantas" eu e ele estavamos em uma cafeteria quando vimos isso no jornal e logo olhamos em volta em busca de alguém que estivesse tirando fotos nossa. 

— Acho melhor irmos para casa -falei.

— É, também acho - ele riu.

Assim que cheguei em casa alguém bateu na minha porta em desespero, Nyack me olhou assustado, abri.

— Como ousam nos esconder isso? - Carla e Leo nos encaravam e o jornal esticado para nós - Pensei que eu fosse sua melhor amiga.

— E é! Só que tinhamos combinado não falar para ninguém por enquanto - falei rindo. - Esquecemos dos jornais.

— E agora vocês estão na capa, na capa, você entendi isso? Todo mundo agora sabe de vocês - Carla falou e Leo riu.

— Vocês também se esconderam - Nyack lembrou - A Ag que te conhecia bem o suficiente para saber que algo estava acontecendo - Carla ficou vermelha e se calou.

— Ele tem razão. - Leo riu.

— Ah... Estou chateada.

— Vem, tenho um bolo de chocolate.

— Ta vendo, Leo, é assim que tem que me tratar.

Rimos todos e nos juntamos para mais um lanche da tarde antes de eu ter de voltar para o serviço.


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