I'll Find You escrita por J00


Capítulo 11
Siblings




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Emma sentia sua cabeça pesar mais que o normal. Seus olhos haviam perdido o seu brilho natural e pareciam cansados, quase mortos. A sua respiração ofegante era incomoda para ela mesma. Ela nada ouvia a não ser isso. O som do ar a sair e entrar pela sua boca. Um barulho inquietante na sua cabeça, que parecia um sino que nunca calava. A sua visão ficava cada vez mais turva, e como consequência, ver algo era difícil. A sua pulsação estava extremamente violenta. A loira fechou os olhos e teve uma sensação de estar a flutuar, até que umas mãos firmes foram pressionadas contra as suas costas. 

— Hey, Emma! - Era August, como sempre. Como sendo praticamente um irmão pra Emma, ele sentia uma total necessidade de a proteger, independentemente da situação. - Você está bem? 

A loira abriu os olhos, mas tudo em sua volta começou a escurecer. A sua cabeça latejava mais e mais. O seu corpo ia morrendo aos poucos, perdendo força, perdendo essência. A sensação de cair estava agora presente, eliminando por completo a sensação de estar a flutuar calmamente. 

— General Mills! - August, que agora estava agora ajoelhado no chão agarrando Emma firmemente  em seu colo, chamou Regina ao ver que a loira não estava em quaisquer condições. Antes de correr até eles, a morena engoliu em seco e colocou uma "máscara", com o objectivo de tapar seu rosto que transbordava preocupação. 

— Emma? - Regina dava leves tapinhas na cara de Emma, que estava extremamente pálida. Não houve qualquer reação da parte da loira. A morena colocou dois dedos em seu pulso, checando a sua pulsação. Era débil. - Ela bebeu alguma água durante o caminho? - A morena se dirigiu a August, que estava completamente preocupado, com seu coração na mão. 

— Eu... eu não sei, eu acho que não. - A sua voz trémula de preocupação acabou com o disfarce de Regina. A morena apresentava agora uma face aflita e repleta de medo. 

Regina tirou o seu cantil do casaco. Abriu-o e abriu a boca de Emma cuidadosamente. Aos poucos, foi deitando água para dentro de sua boca. Estranhamente, nada de mais aconteceu. A água desapareceu da sua boca, mas nenhum movimento até aquele ponto. Regina começou entrando em pânico. A morena tirou seu casaco pesado, ficando apenas de regata. Atirou sua grande mala para o chão e se ajoelhou perto de Emma. Todos os outros soldados estavam em sua volta, observando a cena. 

— August... eu sei que você não a quer deixar aqui, mas com toda essa gente aqui será impossível fazer alguma coisa. - Regina já nem tentava esconder seu medo e sua preocupação. Entregou rapidamente um mapa com um ponto marcado a August. - Leve-os até ao ponto. Depois volte. Não é muito longe daqui... são três kilómetros. Assim que chegarem, mande-os preparar tudo. Eles que preparem suas tendas e façam o que quiserem, mas você tem que voltar aqui, entendeu? Não me falhe. Vai. 

— Mas...

— Ela vai ficar bem... eu prometo. - Regina tentava segurar algumas lágrimas. August olhou para Regina, dando um sinal de que confiava na morena, e em poucos segundos, todos os soldados já praticamente havia desaparecido no meio da mata. 

— Emma! ACORDA! Por favor... - Regina a agitava. Balançava seu corpo, dava pequenos tapas em sua cara, tentava lhe dar mais água mas nada funcionava. Voltou a checar sua pulsação. Continuava fraca. O sol batia diretamente nas costas de Regina, que estava debruçada sobre a loira. A morena chorava descontroladamente. - VÁ LÁ EMMA! PARE COM ISSO, ACORDE, JÁ! - A morena já não sabia o que fazer. Emma estava extremamente quente. Pegou no cantil, e a água que restava foi atirada calmamente para o rosto da loira, que alguns segundos depois se contorceu. Ela tossiu violentamente e sua respiração estava pesada e ofegante. - Emma? 

— Re...Regina... - A loira fez um esforço e utilizou a pouca força que tinha para abraçar Regina, que apresentava a cara extremamente molhada e avermelhada, assim como os seus olhos. O abraço continuou, até ser quebrado por uma voz. 

— Emma? - Era August, que vinha agora a correr em direção às duas, que quebraram o abraço. - Oh... Emma... - O homem beijou a testa da loira e a abraçou fortemente. - Se acontecesse alguma coisa com você... eu não saberia o que fazer... 

X

August levou Emma em seu colo, até chegarem no ponto marcado no mapa. Todos os soldados, ao verem a loira acordada nos braços de August, correram até ela, falando o quão felizes eles estavam por ela estar bem. Regina vinha mais atrás, carregava as coisas de Emma em suas costas, apesar de doerem, devido à séria queimadura que havia sido provocada pelo sol intenso. Ao chegar, pousou as coisas no chão. Tirou sua tenda e começou a montá-la, enquanto todos ainda estavam em volta da loira. Quando acabou, depositou as coisas de Emma dentro da sua própria tenda.

— Ela já pode entrar... - Regina ainda estava em baixo, e August viu isso claramente. Ele acenou com a cabeça e levou Emma, que já dormia, até à barraca. 

Felizmente, já era quase noite. Regina estava sentada num lugar longe de todos, como sempre. Ela só conseguia pensar no que poderia ter acontecido com Emma. Era o terceiro dia de treino e ela quase havia perdido Emma. 

— Hey... posso me sentar? - Uma voz masculina suou por trás de Regina. 

— Uhum... eu acho. 

— Obrigada por tudo, general, sério. 

— Regina, August... Pode me chamar Regina. Não foi nada... eu...

— Você gosta dela, gen... Regina. Dá para ver isso. Dá pra ver claramente que você se importa  com ela mais do que você se importa com você mesma... isso é amor. 

— É? O que você tanto sabe sobre o amor? 

— Bem... sei muito, na verdade. Eu aprendi a amar Emma como uma irmã desde os meus nove anos. E olha que não foi por querer... - August soltou uma pequena risadinha. - Quando eu tinha nove anos, meus pais apareceram em casa com uma menininha... uma menininha com meses de vida. Eu fiquei repleto de ciúme. Meus pais davam mais atenção a ela do que a mim. A Emma não era adotada, então nós não somos legalmente irmãos... Ela foi achada na berma de uma estrada, e por incrível que pareça, os meus pais apenas a acolheram sem que ninguém soubesse. Houve bastantes buscas... mas acabaram por falhar todas. Se ela tivesse sido encontrada, meus pais estariam provavelmente presos.

— Mas... a Emma tem pais... 

— Sim... ela tem. Alguns anos depois, quando Emma tinha uns dez anos, uma senhora e um senhor bateram em nossa porta, procurando por uma menininha que eles haviam perdido fazia dez anos. Nós sabíamos que era a nossa Emma, pois quando meus pais a trouxeram para casa, ela estava coberta por uma manta com esse mesmo nome e tinha os mesmos pormenores que os senhores haviam explicado detalhadamente. Não pudemos mentir... Meus pais falaram com os pais de Emma, e eles agradeceram o facto de termos cuidado dela durante todos esses anos. Eles não me proibiram de a ver, então nós continuamos em contacto. Acabei por me apegar muito a ela... e sempre a considerei minha irmãzinha. Eu morreria e mataria por ela. Alguns anos depois...meus pais morreram em um acidente de automóvel... então ela é a única coisa que eu tenho... 

— Lamento... - Regina parecia ainda mais em baixo com essa história, mas ficou extremamente feliz ao ver que Emma tinha realmente alguém que a amava incondicionalmente. 

— Bem... espero que um dia vocês dêem certo. Vou ver como ela está... e depois eu... eu vou me deitar. Está ficando realmente tarde. Boa noite. 

— Boa noite, August... 

 

 

 

 


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