Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 29
Um novo início


Notas iniciais do capítulo

Eai galera, tudo bem?

Temos aqui o ultimo capitulo da história.

Depois de tanto trabalho e alterações ao longo dos anos, estou oficialmente terminando esse projeto. Espero que tenham gostado da história tanto quanto eu.

Boa Leitura!



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Durante um bom tempo nenhum deles falou, Carol parecia estar rezando, de olhos fechados, movendo os lábios sem emitir sons, Luiws examinava pela terceira vez uma revista e Bob encarava fixamente a porta que dava acesso à emergência, lutando contra a vontade de invadir o local e exigir respostas.

Cerca de 10 minutos depois, Alex e Rebecca chegaram ao hospital. No momento em que avistou a esposa, avançou imediatamente para ela e a abraçou com força.

— Onde você estava? – indagou ainda abraçado. – Eu estava louco de preocupação. Cadê o Cristian? Bob disse que era para vir para o hospital, pois você estava com ele. Fiquei desesperado...

— Eu estou bem! Nosso filho que está sendo cuidado pelos médicos, ele foi bastante torturado.

— Quem...?

— Eric! Quem mais poderia ser? – perguntou rispidamente. – Mas eu já resolvi esse problema. – ditou com frieza.

— Do que está falando? – perguntou, temendo.

Carol olhou para Bob antes de responder.

— Eu matei o Eric. – disse despreocupadamente, como se estivessem conversando sobre qualquer assunto banal.

Alex não pôde acreditar no que estava ouvindo. Sua esposa tinha tirado a vida do próprio filho e estava agindo como se toda essa história não tivesse a menor importância.

— Carol! O que foi que você acabou de dizer?

— Fiz o que tinha que fazer! – retrucou ríspida. – Salvei meu filho de um louco assassino. Eu o matei e não me arrependo!

Alex estava chocado.

— Querida como... – não conseguiu dizer nada, as palavras foram morrendo. Lágrimas inundaram seus olhos.

— Seu Alex, fique calmo! – pediu Bob.

— Me expliquem essa história desde o começo, por favor!

— Hoje de manhã fomos falar com o comandante e... – Bob contou tudo o que tinha acontecido, o ataque à sede, a morte de Winter e o sequestro de Cristian.

— Carol! – disse Alex transtornado – Não posso acreditar que teve coragem de fazer isso!

— Pare com essa ladaínha! Sei o que fiz e já cansei de falar que não me arrependo!

— Dona Carol, temos que levá-la até à delegacia para prestar esclarecimentos, os policiais já estão cientes da situação.

— Somente sairei daqui depois que ver meu filho.

— Dona Carol... – começou Luiws.

— Podemos esperar! – ditou Bob colocando-lhe uma mão no ombro.

Mais ou menos uma hora depois, uma médica se aproximou deles.

— Olá, os senhores são parentes do senhor Cristian Hayes?

— Sim, eu sou a mãe dele. – adiantou-se Carol – Como ele está? Posso entrar para vê-lo?

— Ele ficará bem! Vamos deixá-lo em observação por alguns dias para monitorá-lo e ter certeza que seu coração não foi prejudicado por conta dos sucessivos choques. Também tem várias escoriações e cortes pelo corpo, mas já tratamos disso, estamos dando-lhe antibióticos para evitar alguma possível infecção.

— Doutora, tem alguma informação sobre a Lorena? – perguntou Luiws.

— A paciente ainda está em cirurgia, o estado dela era crítico quando chegou aqui e os médicos estão fazendo tudo o possível para salvá-la e ao bebê.

— Bebê? – indagaram todos em uníssono.

— Os senhores não sabiam que ela estava grávida?

— Não! – respondeu Bob.

— A gravidez ainda está no início, tem umas duas semanas. – informou prontamente. – Quando acabar a cirurgia, informaremos aos senhores.

— Posso ver meu filho? – insistiu Carol antes que médica se retirasse.

— Ele ainda está na terapia intensiva, ficará lá por essa noite, amanhã iremos levá-lo para o quarto e vocês poderão visitá-lo. Por hora, eu recomendo vocês irem para casa e tentarem descansar.

— Eu quero ver meu filho hoje! – gritou Carol exaltada.

— Querida, a médica foi clara, só poderemos ver nosso filho amanhã, vamos para casa. – Carol ia retrucar, mas ele falou antes. – Sem discussões. Venha!

Antes que eles pudessem sair, Bob e Luiws os impediram.

— Sentimos muito, mas precisamos levar a senhora para a delegacia. – disse Luiws.

—Não podemos deixar isso para amanhã? – ditou Alex ríspido.

— Infelizmente não. O delegado já está ciente do que houve e quer escutá-la ainda hoje.

Carol foi até os dois agentes e com um sorriso no rosto esticou os braços juntos esperando que um deles a algemasse.

— Podem me levar! – disse tranquilamente.

— Não iremos algemá-la. Não há necessidade. – disse Luiws.

— Luiws vá com ela, por favor, ficarei aqui para esperar as noticias sobre a Lorena – falou Bob.

— Tudo bem! Qualquer coisa me avise! – pediu, apertando seu ombro.

Carol voltou-se para o esposo.

— Alex, fique com o Kevin. Tenho certeza que ele não está entendendo nada disto e é melhor assim.

— Mas querida...

— Por favor, meu amor. Faça isso!

— Fique tranquilo seu Alex, cuidarei bem de sua esposa.

— Tudo bem! Me mantenham informado.

Rebecca, Alex e Kevin voltaram para a casa de Bob enquanto Luiws e Carol foram para a delegacia.

Carol foi ouvida e liberada temporariamente, mas pela cara do delegado, não ficaria livre por muito tempo.

XXX

Bob permaneceu no hospital aguardando notícias sobre o estado de Lorena.

Cerca de 7 horas depois, um dos médicos, apareceu.

— O senhor é parente da senhora Lorena Thompson? – indagou cansado.

— Sim, como ela está doutor?

— A cirurgia foi complicada... – o doutor começou a explicar todos os procedimentos que foram realizados. - ... ela está em coma induzido, mas estável.

— Ela ainda corre risco de vida? E o bebê?

— O estado da paciente é crítico ainda, seu coração encontra-se fraco, temos que esperar mais alguns dias para podermos descartar efetivamente o risco de vida, o feto está bem, não foi detectado nenhuma anomalia.

— Obrigado, doutor.

— Vá para casa e descanse um pouco. – aconselhou gentilmente.

— Tudo bem! Obrigado novamente.

XXX

No dia seguinte, Cristian foi transferido para um dos quartos. Estava com algumas dores em todo seu corpo, o rosto tinha vários hematomas, um dos olhos estava inchado e com uma horrível coloração amarelada e em uma das bochechas havia algumas suturas. Quando o horário de visitas começou, sua mãe foi a primeira pessoa a visitá-lo.

— Filho! – disse emocionada, abraçando-o fortemente.

— Mãe! A senhora está bem? – perguntou meio frio.

— Sim, não se preocupe. E você meu menino? Como está?

— Segundo os médicos, irei sobreviver! – respondeu, mas gemendo de dor.

— Está com dor? Quer que eu chame alguma enfermeira? – indagou preocupada.

— Não! – respondeu rispidamente.

— Cris, o que está acon...

— Acho melhor termos essa conversa depois. Você e meu pai tem muitas explicações para me dar. – ditou serio. - Mas agora, me conte como a senhora soube onde o Eric estava escondido? E o que aconteceu com ele? Não lembro de quase nada.

— Não se preocupe com isso agora, você precisa descansar. – respondeu com afeto.

A visita não demorou muito já que haviam outras pessoas querendo visitá-lo também.

Alex entrou logo depois, junto com Kevin. O menino correu até seu papai e o abraçou, o que fez com que ele sentisse alguma dor, mas não se importou, estava feliz ao ver o filho bem, saudável, seguro. Receou nunca mais vê-lo, mas tudo tinha finalmente terminado.

Luiws e Rebecca foram os próximos e por fim Bob.

— Hey! – disse ele, entrado no quarto.

— Hey! Como está?

Se aproximou dele e o beijou.

— Estou melhor agora, vendo que está se recuperando. – segurou-lhe nas mãos.

— Me fale, o que aconteceu com o Eric?

Respirou fundo antes de responder.

— Ele está morto!

Cristian ficou aliviado por alguns momentos.

— Finalmente esse pesadelo terminou, agora poderemos ficar em paz.... O que foi, que cara é essa Bob? – indagou.

— Bom, não sei como lhe falar isso...

— Apenas me diga, o que está acontecendo?

— Dona Carol matou o Eric.

— O quê?!!! – indagou assustado.

— Cris, fique calmo. Por favor!

— Como está a situação dela?

— Bom, não está muito boa. É bem provável o juiz emitir um mandato de prisão temporária para ela. Não deve demorar muito.

— Pelo jeito, não conheço tão bem minha mãe como imaginava. – proferiu tristemente.

— Do que está falando?

— Descobri que meus pais mentiram para mim e para o Eric durante toda a nossa vida.

— Desculpe, ainda não estou entendendo.

— O Alex não é pai biológico do Eric.

— O quê?

— Isso mesmo que você ouviu.

— Como descobriu isso?

— O Eric me contou enquanto me torturava. – respondeu com lágrimas nos olhos. – Por isso que ele me odiava, porque eu sou filho do Alex e ele não, porque meu pai nunca demonstrou tanto afeto pelo Eric, sem contar a mentira que vivemos por tantos anos.

— Você está bem? – perguntou preocupado.

— Não sei! Quando eu sair daqui vou conversar com eles sobre essa história. Mas, voltando ao assassinato do Eric, não tem como minha mãe ser inocentada já que ela só matou para me proteger?

— O problema, Cris, é que o delegado entende que houve um excesso da parte dela. Se fosse somente um tiro, não iria dar em nada, porém ela disparou outras três vezes já com seu irmão...

— Ele não é meu irmão! – falou exaltado. – Meu irmão morreu há muitos anos atrás.

— Tudo bem! A questão é essa, ele estava no chão e ela atirou outras três vezes.

— Tem alguma coisa que dê para fazer para evitar que ela vá presa?

— Os advogados estão trabalhando nisso, se ela for realmente presa, eles entrarão com um pedido de habeas corpus para que ela possa aguardar o julgamento em liberdade. – subiu na cama e abraçou Cris carinhosamente. – Lembrei agora! A juíza marcou uma audiência na próxima semana para ler a sua sentença, mas quanto a isso não precisa se preocupar, você será inocentado.

— Tomara mesmo.

— Tem outra coisa para te falar. – começou novamente. – A Lorena ainda estava viva quando chegamos a casa, ela passou por cirurgia e está em estado grave.

— Ela está viva? – perguntou sem acreditar.

— Sim, mas não sabemos se ela vai resistir. Estamos todos torcendo para que ele se recupere. Ah, você sabia que ela está gravida?

— Quê? Lorena grávida? – questionou surpreso. – Não sabia!

— Hum, a gravidez ainda está no início, não tem nem um mês completo.

— Acho que já sei quando aconteceu. – falou Cris, lembrando do flagra que deu em Vinicius dias atrás. – No dia da viagem para Los Angeles, eu flagrei o Vinicius no meu escritório semi nu, e tinha um cheiro de sexo impregnado no ar. Se não estou enganado, ele ficou com a Lorena nesse dia.

— Então, o pai é o Vinicius? Sempre ache que os dois se gostavam.

Permaneceram conversando sobre outros assuntos por mais alguns minutos.

Bob narrou tudo que tinha acontecido no FBI depois do seu sequestro, contou sobre o depoimento da mãe e outros assuntos.

Logo o horário de visitas terminou e teve de sair, mas não sem antes dar um beijo em Cris prometendo que faria o possível para livrar sua mãe da cadeia.

XXX

Algumas semanas depois...

O FBI ainda estava um caos, mas dessa vez era por conta das diversas reformas que precisavam ser executadas, tudo devido ao ataque dos traficantes.

Bob e os outros quatro agentes ajudavam na medida do possível os empreiteiros que foram contratados pelo governo para reformarem a sede.

Demorou cerca de uma semana para chegarem a um consenso sobre o que seria feito com a sede de Nova York, alguns deputados preferiam fechá-la para fins de economia de verbas, porém como a cidade era grande e possuía um número muito elevado de cidadãos, ficou acertado que o FBI iria continuar a operar.

No entanto, nenhuma palavra ainda havia sido dita sobre um possível substituto de Winter. Os sobreviventes do atentado começavam a sair do hospital. Nenhum deles estava se preocupando com o substituto de Winter, queriam apenas deixar essa história para trás e seguir com suas vidas.

Para agregar mais preocupações a Bob e a seus companheiros, os repórteres que ficaram presos no dia do sequestro entraram com um processo contra eles.

Embora, os advogados tivessem lhes dito que provavelmente não daria em nada, nenhum deles estava totalmente seguro. Tinham excedido um pouco suas funções, mas o desespero que sentiam na hora, fora superior a qualquer resquício de bom senso.

As obras estavam quase finalizadas, faltavam apenas pintar algumas paredes e dar uns retoques finais em outras coisas.

Naquela tarde, enquanto Bob pintava um cômodo do prédio, começou a pensar no que tinha acontecido nos dias anteriores...

Cristian havia recebido alta do hospital uma semana depois da internação. Felizmente seu coração não havia sofrido nenhum dano, os hematomas e os cortes já estavam cicatrizando, não havia sinal de infecção.

Dois dias atrás, tinha ocorrido a audiência para julgar suas acusações. Devido às provas que Natasha tinha entregue, o trabalho de Rebecca com os corpos e a adulteração do vídeo, Cristian fora inocentado de quase todas as acusações.

…Quase…

Havia algumas ocorrências contra Cristian na cidade de Boston de porte ilegal de arma, tentativa de homicídio e invasão. Conseguiu escapar de todas as acusações, no entanto, foi considerado culpado por porte ilegal de arma.

A juíza Elizabeth Thatcher o condenou a cumprir um ano de serviços comunitários e também ao pagamento de uma multa um tanto salgada.

Todos estariam aliviados e dispostos a esquecer todo o ocorrido se não fosse pelo assassinato de Eric.

No dia que Cristian teve alta do hospital, Carol Hayes recebeu a visita de dois policiais que a levaram sob custódia.

Apesar dos esforços de Bob e Luiws, não puderam evitar sua prisão.

Alex ficou desesperado ao ver a esposa algemada e saindo em uma viatura. Se não tivesse sido controlado pelo filho, teria partido para cima dos policiais.

Aqueles dias não estavam sendo fáceis para a família Hayes. A relação de Cristian com os pais estava bastante abalada. Não tinha conseguido perdoá-los totalmente pelas mentiras e por todo o pesadelo que viveu nas últimas semanas. Apesar de saber que a culpa era de Eric, não conseguia deixar de culpar seus pais também, mas havia deixado as brigas de lado, já que os advogados que Bob contratara não conseguiram que Carol aguardasse seu julgamento em liberdade.

Alex estava desesperado, era difícil ver a senhora em uma cela com aquela roupa laranja. Se estava difícil para os dois, não se comparava ao pequeno Kevin, que não entendia o motivo de sua avó estar naquele lugar feio e não junto com eles. As indagações do pequeno sobre esse assunto deixavam tanto o pai quanto o avô, chateados e sem saber o que responder.

Horas atrás, tinha recebido uma ligação de um dos advogados que estava trabalhando no caso de Carol, avisando-o de que o julgamento seria dali a duas semanas, no entanto, estavam bastante confiantes que conseguiriam inocentá-la, ou pelo menos, na pior das hipóteses, reduzir a pena.

Na hora do almoço, foi até a casa de Alex para contar as novidades sobre o caso, porém ao chegar lá, teve outra notícia ruim.

Cristian havia recebido uma carta do FBI de Washington, ele estava enfrentando um processo para ser exonerado de seu cargo.

Bob ficou furioso.

— Não é possível que aqueles desgraçados te queiram exonerar por culpa daquele bandido miserável do Eric. Você não tem culpa dele ter raptado seu filho e te obrigado a quase matá-lo em Boston e... – continuou xingando aos brados enquanto Cristian o encarava tranquilamente.

Depois de alguns minutos, Bob se acalmou um pouco. Bem, ele ainda estava furioso, mas tinha parado de falar.

— Não me importo se eles vão me tirar do cargo. – disse tranquilo.

— O quê? Você não pode estar falando sério! – repreendeu-o.

— Claro que estou! – retrucou sério. – Andei pensando muito nesse assunto desde que saí do hospital. Mesmo que eles não me exonerassem do cargo, eu iria pedir demissão. Não quero mais levar essa vida de caçar bandidos, arriscando minha vida e a vida das pessoas que eu amo. Toda essa história com o Eric aconteceu por causa desse maldito emprego de agente do FBI.

— Cris, você deve estar com stress pôs traumático, isso é comum em casos assim. Você não pode desistir tão fácil, esse emprego era seu sonho.

— Não é mais! – disse com simplicidade. – Meu sonho é ver meu filho crescer e se tornar um homem bom. Essa é minha prioridade.

— Tudo bem! Mas se você realmente sair do FBI, o que irá fazer?

— Eu vou começar a advogar. Fiz a faculdade de direito, mas não podia exercer a profissão. Agora, no entanto, não há mais nenhum impedimento.

— Tem certeza que é isso mesmo que você quer? Porque não vai ser fácil no início e pode demorar até você ter clientes e tudo mais.

— Eu sei de tudo isso, não se preocupe. – ditou meio ríspido.

Desde essa conversa, um clima estranho tinha se instalado entre eles. Bob não conseguia entender qual o motivo de Cristian desistir de tudo assim, fácil. Acreditava que ele estava apenas fugindo.

Já Cristian estava magoado pelo jeito como Bob tentou fazê-lo desistir da sua ideia de ser advogado.

Ainda perdido em seus pensamentos, Bob não percebeu a chegada de Luiws.

— Bob!

— O quê? – perguntou assustado.

— Cara, em que mundo você estava?

— Nada, estava pensando em algumas coisas.

— Estava pensando no Cristian. Vocês ainda não se acertaram?

— Não! Sei lá, tá um clima estranho entre nós. Nunca tinha acontecido isso antes.

— Acho que você deveria se desculpar. – insistiu Luiws.

— Por quê? Só tentei fazer com que ele visse a idiotice que estava fazendo, deixando que o exonerassem do posto e ele seguir no direito.

— Cara, é a vida dele. A escolha é dele, não cabe a você nem a ninguém julgá-lo ou tentar dizer o que ele deve ou não fazer. – repreendeu Luiws. – O que podemos fazer é apoiá-lo. – finalizou saindo em seguida.

Bob não disse nada, voltou para seu trabalho.

XXX

Os dias passaram rápido, finalmente chegou o dia de julgamento de Carol.

Antes de irem para o tribunal, Bob e Cris passaram no hospital para ver a situação de Lorena.

O Dr. Blake, estava responsável pelo caso.

— Bom dia senhores, como estão? – perguntou gentil.

— Bom dia doutor! – retribuiram – Como ela está? – indagou Cristian.

— A situação ainda é a mesma, não tivemos nenhuma melhora. – informou – A cada dia as atividades cerebrais dela diminuem, é muito pouco provavel que a paciente saia do coma.

— Não há nada mais que vocês possam fazer? – perguntou Bob.

— Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance, mas infelizmente a paciente não está reagindo ao tratamento. – disse formalmente. – Agora aproveitando que o senhor está aqui, gostaria de conversar com o senhor sobre algumas coisas difíceis.

— Do que se trata, doutor? – perguntou Bob.

— Bom o caso dela se não se alterar nas próximas 48 horas, iremos declarar oficialmente a morte cerebral da paciente. Nesses casos, a família tem duas opções, a mais comum é assinar os papéis autorizando desligar os aparelhos que mantém o paciente vivo e em alguns casos permitir a doação dos orgãos saudáveis. A segunda opção é enviar a paciente até uma clínica onde ela receberá os cuidados até o fim da vida. Isso, é claro, são os procedimentos normais, mas no caso de Lorena é um pouco diferente, já que ela está gravida e se retirar os aparelhos nesse momento, ela e o bebê morrem.

— Entendi, doutor. – disse Bob. – O que então devemos fazer?

— O senhor é o pai da criança? – perguntou o médico, assustando os dois homens.

Bob e Cris trocaram olhares, sem saber o que responder.

— Sim, eu sou. – adiantou-se Bob, recebendo um olhar surpreso de Cristian.

— Bem, iremos deixá-la no suporte até ter o bebê, depois o senhor pode resolver o que irá fazer. – disse o médico, checando o celular.

— Ok! Obrigado doutor.

— Qualquer coisa estou à disposição, me desculpem, mas tenho que ir ver outro paciente.

Bob acenou e o doutor saiu.

Os dois ainda permaneceram algum tempo com Lorena e logo em seguida foram para o julgamento.

XXX

O clima estava tenso, Alex olhava apreensivo para a bancada do juiz e também para os jurados.

Momentos depois, o juiz chegou e foi dado início ao julgamento com os promotores apresentando o caso ao juri.

Os advogados de defesa fizeram um belo discurso sobre como fora difícil para Carol atirar no próprio filho, etc…

Carol começou seu depoimento, contando sobre a infância dos filhos, o modo como Eric iniciou no crime, passando pelo sequestro do neto, e toda a história até o assassinato. Não houve ninguém na sala que não se comovesse.

Mesmo com todos os recursos dos advogados, o juiz considerou Carol Hayes culpada, contudo a pena foi bastante branda devido a tudo que fora apurado e apontado. A pena de 2 anos de reclusão domiciliar e mais o pagamento de algumas multas até que foi bem-vinda para a família.

Logo após o final, dois policiais escoltaram a senhora até sua casa. Explicaram como funcionava a prisão domiciliar e instalaram os aparelhos necessários.

Cristian e Kevin estavam acompanhando tudo junto com Bob.

O clima estranho ainda pairava sobre eles, embora ambos trocassem olhares significativos.

Depois da saída da equipe dos policiais, Luiws e Rebecca chegaram e mostraram-se aliviados com o resultado.

— Bom, eu e a Rebecca estamos namorando! – contou Luiws durante o almoço.

Todos sorriram e desejaram felicidades aos dois.

Nesse dia, Bob conseguiu ficar a sós com Cristian, queria resolver de uma vez a situação entre eles.

— Bom... – começou Bob sem saber o que dizer.

Cristian apenas o encarava em silêncio.

— Desculpe pelo modo que agi na última vez que nos falamos. – falou rapidamente. – Não devia ter tentado impor minha opinião e...

— Acho que você está tentando se desculpar pelo motivo errado. – ditou friamente. – Não fiquei com raiva pelo jeito que você falou ou impôs. Fiquei com raiva porque você não tem confiança em mim. Acha que não tenho capacidade para fazer outra coisa que não ser um agente.

— Olha, sinto muito! Nunca tive essa intenção, somente achei que você queria fugir, desistir. E também não é tão fácil quanto você pensa sobre...

— Novamente você está me fazendo parecer um incapaz! Eu sei que não é fácil, nada nessa vida é fácil, acha que eu não sei disso? Acha que sou tão idiota... – Cristian foi interrompido por Bob que lhe deu um beijo para calar sua boca.

Ele resistiu no início, mas logo cedeu.

— Não quero brigar por causa disso! Se é isso que você quer, eu irei te apoiar no que você precisar. Só não quero ficar longe de você e nem que paire esse clima ruim entre nós! – afirmou Bob.

Cristian sorriu e deu um aceno concordando.

Bob retribuiu o sorriso e logo voltou a beijá-lo.

XXX

Alguns dias depois...

As coisas estavam começando a voltar ao normal. O prédio do FBI foi completamente restaurado, novos agentes chegaram para substituir os que haviam morrido. Os que foram feridos durante o ataque estavam se recuperando bem, alguns já estavam de volta ao trabalho, outros ainda tinham uma longa recuperação, porém não corriam mais risco de vida e logo poderiam retornar ao trabalho.

O processo contra Bob, Luiws, Adam, Jones e Stuart feito pelos repórteres foi encerrado. Felizmente nenhum deles foi punido severamente, apenas tiveram uma advertência, três dias de suspensão disciplinar e de arcar com os reparos da câmera e do veículo da emissora. No entanto, os repórteres não ficaram satisfeitos com a sentença, já que o juiz não os condenou a pagar a indenização de danos morais.

Nesse mesmo dia, Cristian recebeu a notícia que o processo de exoneração havia sido concluído e que ele não era mais um agente federal e teria que entregar arma, distintivo, e tudo que fosse relacionado ao FBI, em sua sede em 3 dias.

Ao término, Cris sentia-se estranhamente aliviado e feliz. Queria começar uma vida nova, e aquela era sua chance... iria lutar com todas suas forças por isso, mas antes, tinha uma promessa para cumprir.

Algumas horas depois, havia chegado um comunicado do governo de Nova York designando o substituto de Conrad Winter.

Para surpresa de muitos, Bob Lincher havia sido apontado para ocupar a função de comandante do FBI.

— Uma escolha merecedora! – ditou Adam.

— Sem dúvida! – concordou Jones.

— Sabia que ele seria o escolhido! – proferiu Luiws sorrindo.

— Obrigado gente. – agradeceu meio corado. – Realmente não esperava ser nomeado.

— Qual é? Você e o Hayes sempre foram os melhores agentes, um dos dois iria substituir o Winter, mais cedo ou mais tarde. – afirmou Stuart.

Continuaram a comemorar a nomeação de Bob por mais algum tempo, até receber uma mensagem de Cristian pedindo para ajudá-lo com uma coisa, para poder finalmente começar a refazer sua vida.

XXX

Sete meses depois...

Bob, Cris, Rebecca, Luiws estavam no hospital, aguardando notícias sobre Lorena e o bebê.

Todos estavam apreensivos.

Logo um dos cirurgiões apareceu.

— E a Lorena e o bebê?– indagou Bob.

— Sinto muito, a paciente não resistiu, mas o bebe está bem, é um menino. Estamos fazendo alguns exames nele e assim que acabarmos, vocês poderão vê-lo.

— Obrigado. – agradeceu Bob.

— O que vai acontecer agora? – perguntou Luiws.

— Eu disse aos medicos que era pai do bebê de Lorena, então eu irei cuidar dele. – respondeu Bob. – Devo isso a ela, já que se não fosse pela Lorena, eu estaria morto.

— Conte conosco para o que você precisar. – Rebecca sorriu.

Todos foram ver o bebê no berçário.

O garotinho estava limpo, pesado e agora dormia tranquilamente.

— Ele é muito parecido com o Vinicius. – ditou Cristian baixo.

— Demais! – confirmou Bob.

XXX

Alguns dias mais se passaram.

Naquela manhã, o clima estava fresco, o céu estava parcialmente nublado o que fez muitos nova-iorquinos saírem para seus compromissos diários com guardas chuvas.

O cemitério Moravian Cemetery estava tranquilo, quase não havia pessoas visitando os entes que já haviam partido. Uma dessas pessoas era Cristian.

Estava trajando um terno preto com uma camisa branca, usava óculos escuros e seus cabelos loiros estavam penteados uniformemente para trás. Junto com ele estava Kevin, trajando um terno infantil e carregando um grande ramalhete de flores. Luiws e Rebecca também os acompanhavam, ambos estavam usando roupas mais informais, porém bem vestidos; andando de mãos dadas.

A primeira paragem deles foi na sepultura de Natasha.

Cristian tinha contado ao filho algumas partes da história, mas o mais importante, tinha contado que a mulher que ficou com ele por alguns dias era sua mãe.

O pequeno ficou feliz. Cristian não teve coração para dizer que ela havia sido assassinada, por isso, encontrou um jeito de explicar o motivo dela ter partido.

Ao chegarem no túmulo, depositaram uma parte das flores no local.

Nenhum deles disse nada.

Cristian permaneceu impassível em frente ao túmulo. Uma parte sua, culpava a mulher ferozmente, acusando-a por tudo o que tinha acontecido com eles nesses últimos meses, no entanto, a outra parte, apontava Eric como o único culpado de toda essa história; ele tinha enganado e seduzido a mulher, que apenas quis ajudar seu amado. E seria eternamente grato por ela ter cuidado e lhe devolvido Kevin sã e salvo.

Ao saírem da sepultura de Natasha, seguiram para outros dois que estavam bastante próximos. Thabata e Tales.

Algumas lágrimas começaram a cair dos olhos azuis de Cristian ao contemplar as lápides brancas com os nomes dos aliados... não amigos.

Não muito longe deles estava outros dois túmulos, Lorena e Vinicius. Cristian fez questão de enterrá-los juntos, os dois ficariam unidos para toda a eternidade. Cris não conseguiu controlar as lágrimas que caíam em cascata.

Depois de pararem para prestar as últimas homenagens a seus amigos caídos, Bob se encaminhou até eles com alguns papéis em mãos.

Ao examinar o local, também sentiu as lágrimas querendo sair, porém conseguiu contê-las, mas quando começou a conversar, podia-se notar uma pequena falha em sua voz.

— Consegui! – ditou mostrando os papéis. – Estão todos oficialmente livres.

Cris pegou os papéis e viu o perdão oficial concedidos a Vinicius, Lorena, Thabata e Tales.

Não conseguiu dizer nada, apenas avançou contra Bob e o abraçou fortemente sendo prontamente retribuído.

Mais calmo, Cris pegou o resto das flores com o filho e depositou no túmulo junto com os papéis.

— Queria que tudo tivesse sido diferente... Me perdoem por não ter conseguido salvá-los, mas cumpri com minha palavra, todos vocês estão livres e espero que onde quer que vocês estejam, encontrem a paz e a felicidade. Obrigado por tudo e saibam que jamais vou me esquecer do que vocês fizeram e do quanto se sacrificaram por mim e pelo meu filho.

Bob aproximou-se.

— Não se preocupem, irei cuidar muito bem do filho de vocês. – afirmou com lágrimas nos olhos. – Eu lhe registrei com o nome de Vinicius Lincher Thompson. Espero que estejam em paz.

Logo após, os cinco deixaram o cemitério.

Durante o trajeto de volta, Cris permaneceu em silêncio, concentrado no tráfego carregado das ruas. No banco traseiro, Kevin tagarelava sem parar com Rebecca e Luiws.

Ver seu filho daquela maneira, feliz, sorrindo, fez com que o ex policial sorrisse também.

Sabia que a felicidade aos poucos estava voltando para suas vidas, que muito em breve esse terrível pesadelo seria esquecido e voltariam a viver suas vidas em paz.

Era nisso que acreditava.

XXX

Cinco anos depois...

O sol começava a surgir no horizonte, quando um barulhinho chato e irritante começou a ser ouvido.

O homem sonolento tateou por alguns segundos até encontrar o objeto e desligá-lo. Estava muito tentado a voltar a dormir, porém sabia que seu dia seria longo. Antes de sentar-se na beirada da cama, depositou um rápido selinho no companheiro ainda adormecido.

O relacionamento com os pais nunca mais tinha sido o mesmo. Era como se uma grande barreira tivesse se entreposto entre Cristian e eles. Isso piorou um pouco depois que começou a morar com Bob.

Há dois anos, Bob e Cristian tinham começado a morar juntos. No início foi um pouco complicado, principalmente por causa do pai de Cristian que não aceitava de nenhuma forma o relacionamento. Carol por outro lado, adorava a ideia de ter Bob como genro, e ainda revelou que sempre acreditou que um dia os dois iriam ficar juntos.

Demorou muito tempo até que Alex voltasse a conviver com eles, e ainda hoje não gostava de vê-los juntos, porém havia parado um pouco de implicar e começado a aceitar, mesmo que às vezes ainda fizesse certos comentários ácidos e um tanto maldosos, que logo se tornavam ferozes discussões quando Cristian o acusava de ser mentiroso e ter causado toda aquela história com o irmão. Hoje em dia já tinham se acostumado com a situação e não se importavam mais.

Naquele dia, Cris tinha um julgamento importante pela frente e não podia perder a hora. Por esse motivo, mesmo a contra gosto, levantou-se e encaminhou-se para o banheiro.

Enquanto sentia o contato da água em seu corpo, começou a pensar em tudo que tinha acontecido nesses cinco anos...

Havia conseguido um emprego de advogado em uma firma de advocacia aproximadamente um mês após sair do FBI. Rapidamente conquistou o respeito e a admiração de todos na empresa ao vencer casos importantes algumas vezes complicados, fazendo com que dois anos depois, virasse um dos sócios. E apesar do pouco tempo advogando, Cristian já era considerado um dos melhores advogados do país.

Kevin estava agora com 10 anos, continuava o mesmo garotinho doce de sempre. Vinicius estava com 5 anos, e ao contrário de Kevin, era um verdadeiro furacão. No entanto, os dois se davam muito bem. Eram uma família feliz.

Sua mãe, havia terminado de cumprir a pena, porém mesmo livre, parecia que tinha perdido o gosto pela vida. Preocupados com a saúde dela, Cris e Alex levaram-na para fazer um check up médico.

Como todos os exames estavam dentro da normalidade, Alex levou-a até uma psicóloga que a diagnosticou com início de depressão.

Foram dias complicados, mas felizmente sua mãe estava voltando a ser o que era antes, sorridente, feliz... claro, jamais iria conseguir ser a mesma pessoa de antes, mas a melhora era muito bem-vinda para todos.

Luiws e Rebecca haviam se casado um mês atrás, fora uma cerimônia simples, somente com amigos mais íntimos e parentes.

Os dois tinham saído para a Europa de lua de mel.

Tomou um banho rápido e logo começou a se arrumar para sua jornada.

Quando estava praticamente pronto trajando um terno cinza muito elegante, Bob despertou e começou a observá-lo.

— Hey! – disse Cris ao ver Bob encarando-o.

— Bom dia! Que horas são?

— Hum... – checou o relógio. – Quase 6 e meia da manhã.

— Achei que tivesse perdido a hora, geralmente eu acordo primeiro que você.

— Verdade, mas hoje tenho um julgamento e ele começa às 8h da manhã e antes de ir à corte, tenho que passar no escritório e pegar uma imensidão de papéis. Vou acordar o Kevin e você pode dormir mais um pouco, mas não se atrase. – ditou, dando-lhe um beijo e saindo do quarto.

Ao entrar no quarto do filho mais velho, Cris constatou que ele já estava pronto para ir à escola.

Esse fato deixou o homem muito intrigado, Kevin continuava a dar um certo trabalho para acordar cedo.

— Bom dia filhão, já está pronto?

— Bom dia pai. – respondeu animado. – Estou pronto para ir à escola. – ditou sorrindo e passando perfume.

— Que milagre! Você sempre dá trabalho para acordar e hoje acordou sozinho, está passando perfume para ir à escola e está com os cabelos penteados... Me diz, quem é a garota?

Kevin encarou o pai assustado.

— N-não tem nenhuma garota. – disse rapidamente e corando.

Cristian começou a gargalhar.

— Ficou vermelho! Sabia que tinha garota envolvida nessa história, conta pra mim, filho.

— Para pai, já disse que não tem garota nenhuma! – retrucou irritado.

— Tudo bem, mas saiba que pode falar comigo sobre qualquer assunto, não sabe?

— Eu sei, pai! Mas é sério, não é nenhuma garota.

— Termine de se arrumar que vou acordar seu irmão.

Ao entrar no outro quarto, Cris viu o pequeno dormindo profundamente.

— Bom dia campeão. – disse com carinho – Ta na hora de acordar.

O pequeno Vinicius resmungou um pouco, mas logo acordou.

— Vamos tomar um banho para espantar essa preguiça.

— Não papai, eu to limpo! – resmungou – Não preciso de banho.

Cristian começou a rir.

Kevin dava trabalho para acordar, enquanto Viniicus dava trabalho para tomar banho. Realmente os desafios matinais eram engraçados e até complicados.

— Mesmo assim, sempre é bom tomar um banho de manhã, só para despertar e aproveitar melhor o dia.

Vinicius saltou da cama e começou a correr pela casa falando que não queria tomar banho.

Depois de alguns minutos de tentativas frustadas, Cristian se rendeu e pediu ajuda a Kevin, que com todo seu jeitinho meigo, conseguiu convencer o irmão a tomar banho e ainda o arrumou para a creche.

— Filhão, muito obrigado! Esse rapazinho me deu uma canseira!

Kevin e Vinicius riram do comentário do pai.

— Já estão prontos, meninos?

— Sim. – responderam juntos.

— Beleza, vamos lá.

— Podemos tomar café naquela padaria que fomos uns dias atrás?

— Podemos, mas tem que ser rápido, tenho que ir no escritório antes de ir à corte.

Meia hora depois de Kevin, Cristian e Vinicius terem saído, Bob levantou da cama e foi até o banheiro.

Ao sair, já trajava seu uniforme do FBI.

Estava no comando da sede de Nova York há cinco anos. Tinha um grande respeito e companheirismo com seus agentes, não os via como empregados, procurava sempre tratá-los com respeito e igualdade. Isso o tornava um chefe querido e respeitado por todos no FBI.

O dia passou tranquilamente. Às 6 da tarde, Bob voltou para casa um pouco ansioso, iria sair para jantar com Cristian e haveriam algumas supresas.

Ao chegar em casa, viu Kevin fazendo os deveres na mesa da cozinha junto com Vinicius que coloria um desenho. Deu um beijo na testa deles e foi para seu quarto tomar banho.

Cerca de meia hora depois, Cristian chegou também, carregado de papéis, mas satisfeito consigo mesmo. Havia conseguido ganhar o caso.

Ficou um tempo conversando com os filhos e ajudando-os com o dever. Assim que terminaram, Cris foi tomar banho também, iria jantar com Bob naquela noite.

Quando os dois estavam vestidos elegantemente, esperaram mais alguns minutos até a nova “babá” chegar. Na verdade, era uma moça de uns 19 anos que fazia bicos de cuidadora de crianças.

Claro que Kevin não gostava nem um pouco de ter que ficar com um adulto, já se considerava grande o suficiente para ficar em casa sozinho por algumas horas, mas para Cristian, depois de ficar algumas semanas longe do filho, não se sentia seguro em deixá-lo sozinho, sem contar que deixar os dois sem um adulto, era bem capaz de os dois incendiarem a casa toda.

Foram até o restaurante Eleven Madison Park. Ambos tiveram um jantar tranquilo, conversando sobre diversos assuntos, entre eles o trabalho no FBI e o julgamento que Cris havia ganhado.

Perto do fim do jantar, Bob começou:

— Cris, faz algum tempo que eu venho pensando sobre nós e... – não sabia como continuar, estava nervoso, com receio da resposta dele.

— E? – encorajou-o.

— Eu queria... queria saber se você – começou a gaguejar enquanto retirava com as mãos trêmulas, uma caixa do bolso. – quer casar comigo? – pediu, mostrando as duas alianças.

Cristian encarou-o atônito, não conseguiu dizer nada, apenas o fixava com uma cara meio engraçada.

— Cris, por favor, fale alguma coisa! – pediu, meio desesperado.

— Sim! – respondeu por fim, sorrindo.

— Sim, o quê? – indagou.

— Eu quero casar com você!

Bob sorriu e colocou uma aliança na sua mão direita. Cristian fez o mesmo. O pedido foi comemorado com um beijo.

— Obrigado por fazer parte da minha vida! – falou Bob emocionado.

— Eu que agradeço por você fazer parte da minha. Te amo.

— Eu também te amo.

Naquele momento, Cristian percebeu que a felicidade às vezes não é um caminho fácil de ser trilhado. Sempre haveria desafios, dificuldades, mas nunca se deve desistir, pois quando a noite estiver mais negra é porque o sol está prestes a sair. Não há mal que dure para sempre.

“Tudo está bem, e nossas vidas vão ser melhores daqui em diante.” pensou Cristian.

Era apenas o início de uma nova vida para todos e, dessa vez, ninguém iria arruinar essa chance, pois o amor e o bem sempre prevalecem no final.


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Notas finais do capítulo

E assim termina essa história... Mais uma vez quero agradecer a todos que leram e um agradecimento especial a Estrela Rubi, minha beta que foi quem me deu animo para terminar essa história.
Quem sabe um dia desses eu não comece a escrever outra?
Até mais! ^_^



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