Linhas Cruzadas. escrita por MissDream


Capítulo 24
Rei de copas.


Notas iniciais do capítulo

GENTE QUE HISTÓRIA É ESSA QUE EU TINHA MORRIDO? EU SÓ FUI LAVANDO O CABELO. KKKKKKKKKKKKKK

EU VOLTEI!!!

Calma, antes de montarem um cerco pra me quebrar no pau, eu posso explicar: tenho escrito bastante, porém tudo picotado, nenhum capítulo inteiro realmente a não ser esse. Então, peço que continuem tendo mais um pouquinho de paciência comigo e minhas demoras, aposto que vocês nem lembram mais onde parou, né? Vamos recapitular?

Oliver e Felicity estavam no maior love até que toda a equipe foi chamada para um resgate de modelos, lá eles encontraram ninguém mais ninguém menos que Laurel, a ex que assombra o passado do nosso agente especial charmosão kkkkkkkkk

momentos anteriores lembrados, vamos ao cap? Desde já peço desculpas por algum erro ortográfico, ou furo de roteiro, se tiver algo que não faça sentido ou encaixe no contexto, me avisem, por favor, as vezes eu tenho dessas kkkkkkk

PS: DEIXA EU AGRADECER A LEITORA NOVA, LINDA, MARAVILHOSA, ATENCIOSA E FOFA DA KA DUARTE QUE DEIXOU UMA RECOMENDAÇÃO LINDA E ME EMOCIONOU BASTANTE COM SUAS PALAVRAS ATENCIOSAS, LINDINHA MUITO OBRIGADA, VIU? ♥

PS2: COMO RECOMPENSA PELOS MEUS ATRASOS, VOU DEIXAR UM TRECHINHO DO PRÓXIMO CAPÍTULO AO FINAL DESSE CAPÍTULO ;)

Então é isso, boa leitura minhas nenéns ♥



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“If lonely's a taste that's all that I'm tasting, do you hear my cry?”

 Laurel Lance.

 

̶  Você está linda. – Isabel falava enquanto eu me olhava no espelho tendo a visão dela atrás de mim.

̶  Eu não entendo. – respirei fundo alisando a seda do vestido. – Por que tudo isso se no final da noite eu estarei trancada no sótão?

̶  Você é o que ele tem de mais precioso querida, tudo que ele faz é para te manter em segurança, ele realmente te ama.

̶  Que espécie de amor é esse? – perguntei já sentindo meus olhos marejarem. A verdade é que eu já estava cansada de lutar, era inútil tentar fugir.

̶  Chega de perguntas, feche os olhos. – ela se aproximou segurando a venda. – Você já sabe como funciona, Dinah.

 

Não tinha o que ser feito, eu me sentia esgotada de tanto chorar, já não recordava mais como era estar livre, algumas vozes começavam a se apagar da minha memória, prevalecendo apenas a dele. O homem que me mantém presa por todo esse tempo, refém de sua obseção. Ele não tinha rosto, pelo menos não que eu pudesse ver, e sua voz me causava medo, mas eu já estava acostumada a uma noite por semana ser levada por Isabel que me banhava e me vestia em um vestido luxuoso, então ela me maquiava e por fim me vestia uma venda, me levava até algum lugar cujo eu nunca soube exatamente qual era e lá estava ele me esperando. Jantávamos, ele contava seus planos para nós e me beijava o rosto, nunca avançando o sinal.

 

 

 ̶  Você está linda. – a voz sussurrou em meu ouvido, fazendo um arrepio de medo correr minha espinha. – Como sempre. – ele escorregou suas mãos pelos meus braços nus até alcançar as minhas.  

̶  Por que? – minha voz não era mais que um sussurro.

̶  Como?

̶  Por que faz isso? Por que diz me amar e me mantém presa? Por que me mata um pouquinho a cada dia? Eu não entendo. Não entendo como se pode amar alguém desse jeito.

 Ouvi seu suspiro e então ele disse – Você me pertence, querida.

̶  Não. – puxei minha mão a livrando dele. – Eu não pertenço a você.

̶  Você não entende? Você é minha, tem que ser. – a voz dele se alterou um pouco, mas logo voltando ao normal. – Venha, quero lhe mostrar algo.  

Dito isso, ele me guiou pelo lugar até então desconhecido, sentou-me em uma cadeira e depois retirou a venda dos meus olhos. Pisquei algumas vezes tentando me acostumar com a luz do lugar, assim que me senti pronta olhei em volta procurando pelo rosto dono da voz, mas não tinha ninguém. Era um espaço com pouca luz, a cadeira em que eu estava sentada ficava posicionada de frente para uma TV, tinha um bilhete pregado nela.

 

“Hoje você entenderá porque precisa ser minha.” Era tudo o que tinha escrito. Respirei fundo tentando não entrar em pânico, a noite de hoje estava sendo diferente. Então o aparelho ligou e eu preferia morrer a ter que ver as imagens que passavam ali.

Sarah estava sendo arrastada pelos cômodos de um apartamento, ela parecia desacordada enquanto era amarrada numa cadeira, mas ouvi o que parecia uma discussão entre ela e o agressor, Sarah parecia furiosa mesmo um pouco zonza, essa era ela nunca baixando a guarda, mas ver minha irmã sendo estapeada me fez prender a respiração. 

̶  O que você fez com ela? – gritei já sentindo as lágrimas fugindo. – Deixe-a em paz.

̶  Você entende agora porque precisa ser minha? É da vida da sua irmã que estamos falando, Dinah.

̶  Não a machuque, por favor, deixe-a em paz. – implorei olhando para todos os cantos na tentativa de encontrá-lo. 

̶  Tudo depende de você, querida.

̶  Laurel. – ergui meu olhar para a mulher a minha frente, Harley eu acho. – E o que aconteceu depois?

̶  Eu fui dele. – encarei Oliver não sabendo ao certo o que se passava por sua cabeça. – Eu fui dele. – repeti.

̶  Ele abusou de você? – ela perguntou o mais cuidadosa possível.

̶  Não. – neguei sentindo um nó apertar minha garganta. Sarah estava chorando próxima a Oliver, me doía ver ela assim, mas eu já não era mais capaz de chorar. Não tinha mais lágrimas.

̶  Laurel, não precisa mais ter medo, você está segura agora. – a doutora falou.

̶  Você não entende, não entende. – neguei sentindo tudo voltar a minha mente. – Eu quis. Eu quis ser dele. – respirei fundo antes de continuar. – Porque naquele momento não era ele quem estava ali, não era o corpo dele sobre o meu, nem a boca dele sobre a minha. Era Oliver.

̶  Um abuso nem sempre é exatamente físico para ser um abuso, ele mexeu com sua mente, trancafiou você dentro de si mesma e a fez acreditar que aquilo era normal. Desejar Oliver foi apenas a maneira que você encontrou para fugir dele, você entende? – afirmei com um aceno de cabeça, incapaz de falar qualquer coisa enquanto tinha meus olhos presos ao de Oliver que parecia inquieto.

̶  E ela vai poder ir para casa? – Oliver perguntou a médica tentando não me encarar.

̶  Sim, ela pode ir para casa, mas eu vou receitar alguns remédios caso você tenha problemas para dormir, também terá terapia duas vezes por semana e eu lhe encaminharei para uma ginecologista, um nutricionista e pedirei uma bateria de exames para ver se você está bem. – assenti mais uma vez desejando que aquilo tudo acabasse.

Assim que ela terminou comigo, foi em direção ao corredor prometendo me ver apenas na próxima consulta. Sarah se aproximou me abraçando mais uma vez, ela parecia aliviada e furiosa ao mesmo tempo.

̶  Você não imagina o quanto eu estou feliz em poder te ver de novo, saber que você está viva que esteve viva todo esse tempo, me deixa feliz e triste amo mesmo tempo.

̶  Sarah... – tentei dizer-lhe que agora estava tudo bem, mas ela negou com a cabeça num gesto de que queria continuar falando.

̶  Eu devia ter acreditado no Ollie. – olhou rapidamente para o homem próximo a porta. – Ele sempre soube, nunca desistiu de você, de procurar por você. – ela me deu um sorriso reconfortante. – E eu sempre serei grata a ele por isso.

̶  Eu também. – o olhei mais uma vez, dessa vez sendo retribuída.

̶  Você ficará comigo em minha casa? – perguntou animada. – Eu ficaria muito feliz se a resposta fosse sim.

̶  Eu ainda não sei tudo depende de como as coisas vão ficar... – ela olhou Oliver mais uma vez e fez uma expressão estranha. Algo estava errado.

̶  Já entendi, vou deixar vocês conversarem com privacidade. – me deu mais um abraço antes de sair, porém não sem lançar um olhar significativo a Oliver.

Respirei fundo sem tirar meus olhos do homem a minha frente, ele estava mais bonito do que me recordava. Seus cabelos agora mais curtos e sua barba por fazer eram apenas alguns dos sinais do tempo, mas ainda assim Oliver estava magnífico. Meu Ollie.

̶  Ollie – estar ali presa nos olhos dele me fazia perder as palavras, eu mal podia acreditar que o estava vendo novamente. Então apenas corri para abraçá-lo o mais forte que pude. – Eu senti tanto sua falta, pensei que nunca mais o veria.

̶  Laurel, está tudo bem agora. – ele retribuiu o abraço. – está tudo bem.

 

Felicity Smoak.

 

O ar parecia mais pesado hoje como se fosse um lembrete de que meu paraíso particular estava em ruínas. Não falei com Oliver desde que encontramos a Laurel, na verdade ele parecia me evitar e eu não sabia ao certo o que dizer nesse momento, então ficamos assim, cada um para um canto como dois estranhos, mas ver ele a abraçando fez um estalo na minha cabeça, uma ficha que não tinha caído antes.

̶  Felicity? – a voz de John me tirou dos meus pensamentos. – Você está bem?

̶  Sim, só um pouco pensativa. Algum problema?

̶   Bruce acaba de enviar um anexo de uma conversa interceptada entre Slade Wilson e outro homem. Preciso de você.

̶  Quem é?

̶  Adrian Chase.

̶  Tudo bem, mas e Oliver?

̶  Comunicarei a ele, mas acredito que com o aparecimento de Laurel, ele vá querer um tempo para ajudá-la. – me mexi inquieta no lugar com a frase de Diggle. – Desculpe Felicity, mas você sabia das consequências quando se envolveu com Oliver, Laurel foi uma parte muito importante da vida dele e por mais que agora ele esteja com você, eles tem um passado para resolver e isso não é tão simples. – tocou meu ombro com solicitude. – Aproveite esse tempo para focar no trabalho. Você é boa garota, muito boa, não deixe que ele atrapalhe isso. – falou saindo em direção a Lyla que o esperava com uma pasta.

Diggle tinha razão, eu não podia concentrar todas as minhas energias em Oliver, precisava focar em achar esse maldito alfa e entregar mais um relatório de caso concluído, e era o que eu iria fazer.

̶  Hey. – Sarah se aproximou com um mínimo sorriso. – Como você está com isso tudo? – eu poderia dizer a verdade, eu estava me sentindo uma estranha ali, intrusa e deslocada, mas era a irmã de Sarah e eu não podia deixar que meus conflitos estragassem sua alegria, então falei o padrão.

̶  Bem, feliz por você. – afaguei seu braço.

̶  Felicity, Laurel é minha irmã e eu estou muito feliz de saber que ela está viva e que agora vai ficar bem e segura, mas você é minha amiga e eu não deixo de me preocupar com você.

̶  Sarah, eu estou bem, de verdade. – me obriguei a engolir o nó que começava a se formar na minha garganta, Sarah era muito especial e mesmo com toda essa reviravolta ainda se preocupava comigo. – Só estou um pouco tensa com a nova missão.

̶  Você já sabe como vai ser?

̶  Não, só que estaremos trabalhando em conjunto com a Cia. – ela fez uma careta.

̶  Os engomadinhos metidos. – ri com sua fala afetada.

̶  Oi. – me assustei com a aproximação repentina de Oliver. – Laurel quer falar com você. – falou para Sarah que assentiu saindo rapidamente. – Ela está muito feliz.

̶  Está sim. – acompanhei seu olhar na loira que já sumia no corredor. – E você também. – quis me estapear pela imbecilidade, mas foi mais forte que eu.

̶  Felicity... – Oliver suspirou. – Eu... – antes que ele pudesse concluir qualquer frase seu celular tocou. – Alô... Não Tommy, eu não estou em casa... O que? Como assim?... Estou indo até aí, me espere. – desligou o aparelho. – Aconteceu um problema na QC, Tommy estava autorizado a entregar uma proposta de sociedade para um projeto, mas parece que os acionistas não aceitaram o receber, disseram que o dono não estava inclinado a projetos ligados a outras empresas da cidade.

̶  O que? Mas você é o dono, certo? – ele confirmou com um aceno de cabeça. – Então por que diabos eles disseram que você não autorizou?

̶  Não sei, mas isso é o que eu estou prestes a descobrir. – me deu um selinho rápido antes de sair. Oliver já estava quase no fim do corredor quando olhou para mim e voltou correndo em minha direção me surpreendendo com um beijo que eu aceitei de bom grado. O beijo foi urgente e arrebatador, tinha saudades e paixão ali, mas eu não pude deixar de sentir a sensação de despedida contida nele.

̶  Oliver – seu nome não passou de um sussurro ofegante.

̶  Promete que vamos conversar assim que eu voltar? – aceitei seu pedido, ainda entorpecida pelo beijo. – Ótimo. – me deu mais um selinho antes de sair.

 

Oliver Queen.

 

Cheguei à empresa encontrando um Tommy inquieto andando de um lado para o outro na recepção do lugar, ele parecia irritadiço enquanto a recepcionista tensa.

̶  Olá. – cumprimentei assim que passei meu crachá pelo acesso. – Tommy. – o chamei.

̶  Oliver, até que enfim, onde diabos você esteve? – abri a boca pronto para mais uma mentira, mas fui interrompido antes mesmo de começar. – Não importa, DIG para essa mulher quem manda aqui, diga.

̶  Tommy, o que aconteceu?

̶  Aconteceu que eu vim entregar aquela proposta para a sociedade no novo projeto e os acionistas mandaram dizer que o ceo não estava interessado em nenhum projeto no momento.

̶  O que? Mas eu não disse nada, muito pelo contrário, eu dei carta branca para os seus projetos. – suspirei tentando controlar o restante de paciência que me sobrara. – Me coloque em contato com um dos acionistas, por favor, estarei em minha sala. – informei a recepcionista.

̶  Senhor, eu temo que não seja possível o senhor subir para a sala da presidência. – a mulher parecia receosa e incerta com as palavras. – Ela está ocupada pelo presidente.

̶  Mas o que diabo está acontecendo aqui? Eu sou o presidente, o dono e acionista majoritário da empresa.

̶  Não, não é Oliver. – Magnus, um dos acionistas, tinha parado a minha frente com sua postura sempre seria.

̶  Alguém pode me explicar o que acontece aqui? – pedi impaciente.

̶  Queira me acompanhar até a sala de reuniões, por favor, e lá eu explico tudo. Venha você também senhor Merlyn, assim entenderá porque sua proposta foi recusada.

Caminhamos até o elevador todos em silencio, minha cabeça parecia estar a ponto de explodir e eu já não sabia por qual dos problemas. Há todo momento Laurel vinha em minha mente, tudo o que ela tinha passado todo esse tempo de certa forma não deixava de ser culpa minha. Era para me afetar que o alfa fazia tudo o que fazia e eu não podia deixar de me sentir frustrado por ainda não ter acabado com todo esse inferno.

̶  Senhor Queen, é um prazer finalmente conhecê-lo. – ergui meu olhar me deparando com ninguém menos que Lena Luthor, o que me pegou de surpresa. – Formalmente. – a morena completou.

̶  Eu não estou entendendo o que está acontecendo aqui. – me sentei na cadeira da ponta, tendo a morena na outra ponta a minha frente.

̶  Sua empresa é uma das maiores da cidade senhor Queen, ela tem bastante potencial de expansão, mas sua presidência estava abandonada desde o ocorrido com Sebastian Blood. – começou de forma imparcial. – O senhor deve saber que possui a maior parte das ações da empresa, mas 49% não é tanto se comparado aos outros 51%, certo?

̶  São 51% divididos entre vários acionistas, não entendo aonde quer chegar.

̶  Seus acionistas se juntaram e através de votação me elegeram a nova CEO das consolidações Quuen, acredito que eu não preciso explicar que 51% pode erguer uma votação sem seu maior acionista solitário. Enfim, dito isso eu gostaria de explicar que o senhor ainda possui a maior parte das ações solitárias, mas unificadas os acionistas somam mais e por isso podem escolher sua substituição se não estiverem satisfeitos com seu trabalho.

̶  Tudo o que você explicou eu entendo, só não entendo o porquê de fazer isso pelas minhas costas, custava me ligar e informar da reunião para votar? Eu ainda sou o herdeiro aqui.

̶  Não sei por que está tão revoltado garoto, você nunca se importou com nada além do seu precioso hotel, a empresa nunca esteve em seus interesses. – o rabugento Magnus parecia o mais satisfeito com tudo isso.

̶  Eu só não entendi porque meu projeto não foi aceito. – Tommy se manifestou.

̶  Senhor Merlyn, eu imagino que deva ser uma proposta tentadora, mas nosso foco no momento é reerguer as finanças da empresa e tentar tapar o máximo de os rombos deixados pelo Sebastian, nós não temos como investir em mais um projeto, nos falta capital.

̶  Então entre com a mão de obra, eu financio os gastos, assim todos sairão ganhando. Seria um bom recomeço para a QC, eu aposto.

̶  Não acho que seja possível, mesmo que quiséssemos, estamos tentando mudar a forma como a empresa investe em projetos.

̶  O que? Vocês tem noção que estão prestes a destruir tudo o que meu pai levou anos para construir? Uma vida inteira de trabalho será ignorada tão facilmente?

̶  Entenda que no momento a empresa está por um fio, senhor Queen, a unificação com a LuthorCorp é a solução mais viável por agora. – Lena explicou. – Não podemos entrar em novos projetos enquanto a empresa passa por uma turbulência, eu espero que entenda que o seu abandono da presidência nos últimos tempos foi um dos responsáveis por essa situação.

̶  Então agora a culpa é minha? Você não me conhece, Luthor, acha mesmo que eu entregaria o legado da minha família as moscas sem um motivo? – a morena deu de ombros.

̶  Vamos Oliver, essa conversa não dará em nada. Vamos consultar um advogado e tentar reverter essa situação. – Tommy apertou meu ombro num gesto solidário.

Deixar a empresa dessa forma não me agradara em nada, mas Tommy estava certo, não tinha nada que eu pudesse fazer no momento.

̶  Sabe Ollie, eu não entendo porque está tão chateado, não é como se você se importasse muito com a empresa do seu pai, quero dizer, você nunca quis assumir os negócios.

̶  Você não entende, é a forma como eles vão tornar a QC mais uma afiliada da LuthorCorp e depois eles darão um jeito de me tomar ela e apagá-la do mapa para torná-la mais um pedaço do ego inflado de Lex Luthor.

̶  Calma, não precipite o problema. – no momento em que ia responder, meu telefone tocou.  

̶  Alô? – escutei um longo suspiro do outro lado da linha.

̶  “Ollie, será que você poderia vir me ver?” – a voz de Laurel saiu do outro lado da linha. Me despedi de Tommy para falar, não queria que ele soubesse dessa forma. Observei ele se dirigir até seu carro antes de voltar minha atenção para o aparelho.

̶  Laurel? Onde você conseguiu meu número?

̶  “Sarah me passou, eu queria falar com você, conversar” – passei a mão pelos cabelos pensando numa resposta rápida para adiar aquele momento, mas ela não veio.

̶  Laurel... – comecei, mas fui interrompido pelo barulho de pneu no asfalto e uma batida.

Meus olhos não podiam acreditar no que estavam vendo, era o carro de Tommy capotado no meio da rua e outro veiculo com a lataria amassada. Sem pensar duas vezes saí correndo em direção ao local, as pessoas já começavam a se aglomerar em volta enquanto minha preocupação era saber se ele estava bem.

̶  Tommy. – gritei me aproximando do carro. Ele estava desacordado, com um sangramento na testa, o cheiro de gasolina estava forte. – Tommy fale comigo. – Pedi tentando abrir a porta para tirá-lo de lá. – Alguém chama ajuda. – gritei para a multidão em volta.

̶  Ollie... – a voz grogue indicando que ele acordara.

̶  Graças a Deus você está vivo. – ele tossiu um pouco. – Fique acordado, já vão tirar você daí.

̶  Minha cabeça dói. – ele ergueu a mão para tocá-la.

̶  Não se mexa idiota, os paramédicos já estão chegando. – falei ouvindo o barulho de sirene. – Você vai ficar bem.

Logo o corpo de bombeiros chegou e o retirou do veiculo, levando-o para o hospital mais próximo, eu seguiria para lá no meu carro assim que descobrisse o que tinha acontecido. Alguns minutos bastaram para descobrir que um carro avançou o sinal vermelho batendo no dele, provocando o acidente, O mais curioso foi saber que o carro estava em motor automático sem ninguém na direção.

 ̶  Senhor? – um dos bombeiros veio até mim carregando alguns objetos. – Conseguimos recolher os objetos pessoais do seu amigo. O celular quebrou com a queda, mas achamos essa pasta, carteira e esse envelope.

̶  Obrigada. – cumprimentei recebendo os objetos e indo em direção ao carro. Entrei despejando tudo no banco carona e tentando manter a calma. O envelope em minas mãos parecia pesar toneladas, o vermelho da tarja confidencial me lembrando do sangue na testa de Thomas. Apesar de já saber do que se tratava eu tentei adiar o momento de abrir.

Um rei de copas. Carlos Magno riscado com caneta vermelha e um bilhete com uma simples frase: “Eu avisei”.

Sem pensar muito, saí catando pneu em direção ao hospital tinha algo naquele bilhete que punha meu consciente em alerta, ele poderia fazer algo com Tommy no hospital se eu não estivesse por perto, e eu não podia permitir isso.

Cheguei ao ambiente já tão conhecido e não demorei em conseguir acesso ao quarto do Tommy que para o meu alivio já tinha sido medicado e diagnosticado. Apenas escoriações leves e uma pancada na cabeça que era o motivo dele ainda está sob supervisão medica.

̶  Como você está se sentindo? – perguntei pela milésima vez.

̶  Deixe-me ver, desde a ultima vez que você me perguntou há dois minutos – fingiu olhar a hora no relógio de pulso imaginário – eu estou ótimo, obrigado.

̶  Você brinca assim porque não foi você quem levou o susto. – ele fez uma careta, mas logo sorriu. Nesse momento meu celular tocou dessa vez o contato de Felicity aparecendo na tela.

̶  “Oliver, acabamos de ver na TV, Sarah está desesperada aqui, Tommy está bem? E você?”

̶  Calma Felicity, uma pergunta de cada vez. – tentei acalmá-la enquanto Tommy ria. – Estamos bem, felizmente foi apenas um susto. – falei saindo para o corredor onde poderia lhe contar tudo. – Foi ele quem fez isso, foi o alfa. – soltei assim que sai das vistas de Tommy.

̶  “Como pode ter certeza? Me parece mais um acidente de transito.”

̶  Eu encontrei um envelope no carro, um rei de copas e um bilhete. – expliquei ouvindo seu espanto. – Ele está me cercando por todos os lados, Felicity.

̶  “Sarah está muito preocupada, você acha que ela pode ir aí?” – percebi que ela estava perto dos outros com sua mudança brusca de assunto.

̶  Sim, diga para ela vir para uma visita que eu estou indo para casa.

̶  “Tudo bem, eu vou até o seu apartamento e lá a gente conversa melhor”.

̶  Até lá. – desliguei o telefone voltando para me despedir de Tommy.

(...)

Meu corpo estava implorando por uma ducha quente, eu tentava afastar todos os problemas em minha cabeça enquanto entrava em casa, o que eu não esperava era que um deles estivesse parado bem ali na minha frente.

̶  O que está fazendo aqui? Como conseguiu entrar?

̶  Sarah... De novo. – ela deu um meio sorriso. – Eu soube o que aconteceu e fiquei preocupada com você, então pedi para ela seu endereço e acabei descobrindo que você continuava morando no mesmo apartamento.

̶  Por que veio?

̶  Por que não se mudou? – Laurel rebateu.

̶  Eu não tive muito tempo para isso. – tentei desviar o assunto. – Você deveria estar no esconderijo.

̶  Ninguém me seguiu. – ela se aproximou. – Eu tive cuidado.

̶  Não deveria ter vindo.

̶  Ollie, eu senti tanto a sua falta. – ela aproximou nossos rostos. – Todo esse tempo eu me perguntei o que você estava fazendo, se ainda pensava em mim, se estava me procurando. – Fechei meus olhos sentindo todo aquele nevoeiro voltar. – Eu ainda amo você. – Dito isso ela me beijou. Apenas o encostar dos lábios numa leve pressão. Meu corpo parecia ter travado no lugar, eu não conseguia me mexer nem mesmo para afastá-la.

Esse foi o meu erro.

̶  Desculpa... Eu não queria atrapalhar. – finalmente consegui fazer meu corpo reagir me afastando de Laurel com uma brusquidão desorientada. Não, não, não.

̶  Felicity.


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Notas finais do capítulo

Muitas reviravoltas não é mesmo? Quem será esse alfa? Será que Laurel está inventando tudo isso? Adrian Chase na área, vocês achavam mesmo que eu ia deixar esse homão de fora? Tommy bichinho, nem mesmo ele escapou do maquiavélico alfa. E nosso casal badass em? Como será que eles vão ficar agora? Especulem, eu gosto de ver vocês falando hahahaha

Agora como prometido, aqui vai o trecho do próximo que não está pronto ainda, mas já promete:


*** - Oh, boa noite sr. Queen, o sr. Chase já os espera, deixe-me acompanhá-los. - assenti e deixei que ela nos guiasse até a mesa que ficava no terraço do ambiente, de forma mais afastada. - Senhor, seus convidados chegaram. - a mulher chamou a atenção do homem que tinha os olhos no celular.

— Ah sim, obrigado. - ela assentiu e logo se retirou. - Boa noite, mr. Queen. - o homem se levantou para nos cumprimentar, ele era um pouco mais alto que eu e tinha um olhar que deixava explicito seu poder e um sorriso presunçoso nos lábios. - Você deve ser a futura sra. Queen. - cumprimentou Felicity, beijando-lhe a mão.

— Eu não sou... - ela tentou falar, mas suas palavras foram cortadas pelo homem.

— Felicity Smoak, agente cibernética da Argus designada especialmente para ajudar a equipe de Oliver Queen, mas acabou se apaixonando por ele e desenvolvendo um relacionamento que talvez esteja se encaminhando cada vem mais para o altar, visto a forma como ele te olha. - e lá estava o sorriso presunçoso nos lábios dele mais uma vez.

— Vamos querida, agora que ele descobriu nós não precisamos mais fingir, ponha o anel. - pedi impaciente enquanto o garçom depositava duas taças de champanhe sob a mesa.

— Não se trata de fingimento, Oliver. - ela bufou irritada. - Eu estou magoada com a forma como você vem lidando com o nosso relacionamento, sempre me escondendo coisas ou me deixando de fora de algo.

— Felicity, acredito que aqui não seja a hora nem o lugar mais apropriado para termos uma DR, esqueceu do que se trata isso? - a olhei significativo. - Faça a gentileza de por o anel querida, e mostre a todos a linda joia que eu lhe dei. ***

TAN DAN DAN DAN

Até o próximo amores, não esqueçam de especular ;)



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