Mudanças Para Continuar escrita por Magui


Capítulo 36
Chapter Thirty Six


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas pessoas!
Tive alguns problemas para atualizar a fic, mas finalmente estou aqui. ^^
Obrigada por estarem acompanhando MPC e boa leitura. ♥



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P.O.V. Cindy:

— Você gosta de sanduíches assim? — Alex me observa atacando o alimento dos deuses à minha frente. Ele logo começa a saborear o seu sanduíche também.

— Quem não gosta?! Isso é simplesmente maravilhoso — respondo com a boca meio cheia e nós rimos. — Desculpe.

— Amigas minhas diriam que isso é uma ‘’bomba de calorias’’ — ele morde seu sanduíche, faz uma cara engraçada, como se estivesse se deliciando com o sabor do alimento, e então fala de boca cheia como eu. — Mas é realmente maravilhoso.

— Pensou que eu fosse como elas? Se enganou, querido — Alex me encara profundamente, de uma forma estranha.

— Não. Percebi que você era diferente desde o começo. E isso me atraiu — quando percebe que está me encarando, muda de assunto. — Mas, então: eu sou Alex Pierre... O loiro gato a quem ninguém resiste.

— Cindy Antariksa. A garota que ama gatos, mas não loiros — sorrio e apertamos nossas mãos, como se disséssemos animadamente: ’’Prazer em lhe conhecer, pessoa!’’

— Ah, precisamos recomeçar nos conhecendo melhor! Que tal um jogo de perguntas, estilo ‘pingue pongue’?

— Eu começo! — respondo animadamente e ele ri. — Quantos anos você tem?

— Vinte. E você?

Ele realmente demostra interesse em saber sobre mim.

— Isso é um pingue pongue e é minha vez. Eu faço as perguntas e você apenas responde — Alex tenta me convencer do contrário com uma cópia barata de uma carinha triste, porém, é claro que não consegue. — O que você faz da vida?

— Eu sou mecânico, não formado, mas sei quebrar alguns galhos — solto um sorriso vitorioso ao ouvir sua resposta. — Também faço alguns ‘bicos’ por aí de vez em quando, se alguma oportunidade aparece.

— Costuma assobiar no trabalho enquanto faz suas tarefas? — faço uma pergunta de brincadeira.

— Só para as mulheres bonitas — sua tradicional expressão cafajeste que não me assusta mais se forma em sua face.

— Uma boa ação que você fez recentemente? — disparo mais uma pergunta, mudando o assunto.

— Eu gosto de doar para as comunidades carentes das baleias de 52 Hertz órfãs. Pobres animais, são as baleias mais solitárias do mundo e órfãs. Triste, a vida delas.

— ... Você está falando sério? Caso a resposta for não: parabéns, você mente bem e na maior cara dura. E caso for sim...

— Eu tenho cara de quem curte baleias, Cindy? — movo os lábios pronta para responder, mas Alex me interrompe. — Não responda.

— E seus pais? Onde estão?

— Eles moram no Sul, em Marselha. Quando fiz 18, resolvi tentar a vida aqui. Aquela cidade pode até ser populosa, mas é bem tradicional e segue os costumes certinhos da vida e tudo o mais. Pensei que em Paris seria diferente e, se não fosse, eu lutaria para que fosse assim, afinal aprendi a viver desse jeito e gosto de quebrar regras e me arriscar.

— Interessante. E, sobre a última parte: eu percebi de longe — nós rimos.

— Se você não se arrisca, você não vive. Eu quero viver! A vida foi feita para ser assim — sorrimos. — Agora é a minha vez de perguntar!

— Pena que eu não vou responder — sorrio.

— O quê?! Como assim, Cindy? O combinado foi você ir primeiro; eu aceitei e esperei. Por que não vai me responder? Isso é injusto — Alex novamente tenta fazer uma carinha triste que não combina nem um pouco com sua personalidade.

— Ninguém disse que a vida era justa — ele fica me encarando por um tempo, esperando que eu vá ceder por conta da expressão barata de tristeza em seu rosto, mas enfim desiste.

— O.k, você venceu — sorrio. — Porém, tem um lugar que eu gostaria de te mostrar.

Alex insiste em pagar, justificando sua ação com o fato dele ter feito o convite. Voltamos para sua caminhonete e ele nos leva até um local que eu nunca havia visto antes. Saímos da caminhonete e então observo melhor o que está ao meu redor: rampas e obstáculos compõem uma pista de skate colorida cheia de gente, alguns pedaços de papelão se encontram no chão amortecendo o mesmo para as pessoas que dançam todo e qualquer tipo de música, e paredes e uma escadaria são coloridas com grafite por várias pessoas.

— Acho que não estou vestida para a ocasião... — comento ao perceber que a maioria veste roupas mais ’’despojadas’’ e que os deixa à vontade. Digamos que todos parecem estrelas do hip-hop, como nos filmes colegiais dos anos 90 e 2000.

— Falando assim, você parece uma patricinha — Alex ri.

— Eu não sou uma patricinha. E você sabe disso; você me conhece.

— Correção: Eu não te conheço. Não pude fazer perguntas para isso, então posso ter a impressão que quiser de você — ele sorri vitorioso ao ver minha expressão de raiva.

— Você é irritante. E digo isso porque te conheço.

Alex vai cumprimentar um garoto com quem parece ter afinidade, ignorando meu comentário, e vou junto porque, afinal, ele é a única pessoa que conheço, no momento. Sorrio quando me aproximo, em forma de cumprimento, mas o garoto parece não gostar da minha presença ou de algo em mim, pois faz uma careta.

— Ora, não seja tão formal e certinha. Você não está vendo?

Olho para Alex antes de responder.

— Desculpe... Hã... A princípio, eu não sou cega.

— Veja o que está ao seu redor — ele faz uma pausa ao perceber que não entendi o que quis dizer. — Todo mundo aqui se solta, fica à vontade. Esse é um lugar de arte, expressão e vida. Seja quem você é, e não quem é ’’agradável para os outros’’.

Sorrimos logo depois de sua explicação.

— Isso foi profundo, Jake. Talvez não bata tão bem assim com o seu perfil, mas foi profundo.

— Sua amiga? — o tal Jake questiona Alex e depois se vira para mim. — Qual seu nome, garota?

— Por que quer saber? — arqueio uma sobrancelha.

— Ela age assim normalmente? — Alex assente positivamente, como resposta à pergunta do amigo. — Parece que entendeu, então. Porém, ainda temos mais uma etapa. Já sabe, não é, Alex?

Estou começando a achar isso bem estranho.

Jake se desaproxima de nós – o que me deixa mais confusa ainda.

— Ei, Cindy! — Alex joga um spray de tinta para mim (por um momento, acho que ele quer me matar com aquilo). Consigo o pegar no ar a tempo. — Pode provar que não é uma patricinha agora.

Ele sorri e aponta para uma parede ao lado da escadaria - ambas um pouco coloridas com grafite -, como se dissesse ’’vá em frente’’.

— Já compreendeu o nosso espírito, não é mesmo? Faça parte dele.

Aparentemente, ele está me mandando pichar aquela parede com esse spray. Ou melhor, está me desafiando a pichar aquela parede.

Caminho um pouco e paro em frente à parede. Lanço um último olhar para Alex e percebo que ele, juntamente com um público, me observa, duvidando de minha capacidade.

Isso é fácil, eu consigo. Não é como se eu fosse ser presa por pichar esse muro... certo?

Balanço a lata de tinta e, determinada, traço linhas grandes – porém, não exageradas -, formando a frase que vem em minha mente.

’’Se eu sorri para você, não significa que necessariamente eu tenha gostado do que vi, muito menos que lhe dei autorização pra contato físico.’’

Várias pessoas soltam alguns gritos (se são de comemoração ou sei lá do quê, eu não sei), mas eu apenas viro-me na direção de Alex com um sorriso vitorioso nos lábios e vejo uma expressão sarcástica (’’rir para não chorar’’) estampada em seu rosto enquanto encara minha mais nova obra de arte.

— Bem-vinda ao nosso grupo, garota! — Jake aparece para me parabenizar, com um entusiasmo que nunca imaginaria lhe pertencer. — Mas, cá entre nós, isso por acaso foi uma indireta para alguém?

— Foi apenas a minha marca registrada — sorrio amigavelmente para ele.


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Notas finais do capítulo

Cindy mandando indiretas em público... Se liga, Alex! ;D
Muitos beijos e até o próximo! ♥



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