A volta de Kuchisake-Onna. escrita por Ly


Capítulo 2
A Criança Amaldiçoada


Notas iniciais do capítulo

* [...] A cada cem meninas geradas¹. [...] = quando a centésima mulher de uma família era gerada, ela era considerada amaldiçoada e morta ao nascer.
* Akuma² = Demônio



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A história começa em Quioto, quando Shizuka dá a luz a uma menina, cujo nome seria Katsumi Onna. Tal criança foi a centésima mulher a nascer a partir da nova contagem que era feita a cada cem meninas geradas¹. A jovem mãe não permitiu que assassinassem seu bebê, então, se tornou responsável por todo e qualquer feitio da garota quando se tornasse mais velha. Após alguns anos, sua mãe veio a falecer e Katsumi decidiu morar com seus tios, Ryoko e Naomi, em Yokohama. Ela nunca soube o nome de seu pai.

Durante o ensino obrigatório, todos zombavam dela ao mesmo tempo em que temiam sua presença. Eles a chamavam de “Menina Amaldiçoada”, não somente por ela ser a centésima mulher de sua família, mas pelo fato e todos conhecerem a lenda de Kuchisake-Onna e elas terem o mesmo sobrenome. Porém, isso era apenas uma maldita coincidência. Katsumi não tinha muitos amigos, eram muito poucos na verdade, mas os que estavam junto dela, não davam a mínima atenção para o que os outros diziam, as vezes até brincavam dizendo “Se ela é amaldiçoada por Kuchisake-Onna, não irei morrer, afinal, somos amigos”. Ela apenas sorria ao passo que se sentia desconfortável, mas sabia levar algumas coisas na “esportiva”. Por esse motivo, deixou passar dois anos de estudo, atrasando-se na escola e ocasionalmente sendo a mais velha de todas as turmas em que estudava, tornando as brincadeiras ainda mais cotidianas.

— Ei, Akuma². Assassinou quantas pessoas na noite passada? – Ela ouviu a voz de Haruka, a menina cujo prazer era zombar de Katsumi. Sempre que a via, era de praxe fazer alguma piadinha de mal gosto.

— Nenhuma! – Katsumi já esperava que isso fosse acontecer, era tão comum que ela quase não dava atenção.

— Quantos anos você tem mesmo? Dezesseis ou dezessete por ai?

— Praticamente dezoito. – ela abaixou a cabeça, se sentiu mal por estar sendo o centro das atenções. O corredor inteiro parou para ouvir as brincadeiras.

— A centésima mulher a nascer está completando dezoito anos?! A chacina está próxima, cuidem-se! – Haruka começou a rir e com um ar de deboche encarou a jovem. Logo percebeu que seus olhos estavam enchendo de lágrimas e esboçou um leve sorriso no canto da boca.

— Vem, não chora aqui! – Yoshiaki, o melhor amigo de Kastsumi, pegou-a pela mão e levou-a para fora da escola.

— Por que fazem isso comigo? – a jovem abaixou a cabeça, seus olhos se encheram e seu rosto estava expressando tristeza.

— Ei, não da bola para o que ela diz ok?! – Ele pôs a mão nas bochechas dela e fitou seus olhos sorrindo levemente ao limpar uma lágrima que estava se formando.

— Ok Yoshi-nii!

Ao final da dos últimos horários de aula os dois se dirigiram até a casa de Katsumi. Todos que lá residiam conheciam Yoshiaki, consideravam-no como membro da família. O garoto jantou com eles, assistiu algumas temporadas das séries preferidas que tinha em comum com a amiga e ambos adormeceram no sofá da sala, esquecendo-se do longo dia que tiveram, e mergulhando em um profundo mar de sonhos.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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