A volta de Kuchisake-Onna. escrita por Ly


Capítulo 1
Sobre a Lenda


Notas iniciais do capítulo

[...] "Lágrimas inicialmente vindas do seu olho esquerdo¹" [...] - NOTA DA AUTORA: Segundo ,me foi dito algumas vezes, a primeira lágrima que cai do olho esquerdo significa tristeza/ medo, e a caída do olho direito significa felicidade/ amor.


Boa leitura, espero que gostem! :)



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Há alguns anos atrás, uma lenda viralizou o mundo inteiro, Kuchisake-Onna.

Onna, era uma linda mulher cujo nome real é Otsuya. Ela tinha olhos claros, cabelos negros comprido e pele clara como porcelana. Não havia quem ousasse chama-la de feia. Ela era a terceira e mais nova de suas irmãs e, segundo seu pai já falecido, a mais bela mulher até ali existente.

No dia do seu aniversário, suas duas irmãs mais velhas voltaram para parabenizá-la. No entanto, ambas usavam uma máscara cirúrgica branca, fazendo com que somente seus olhos fossem visíveis. Otsuya nem ao menos atreveu-se a perguntar o motivo, apenas agiu normalmente, como se aquilo fosse somente um cisco em seu olho direito, afinal, no Japão era comum ver homens e mulheres usando máscaras quando se estava doente.

Chegada a noite, a jovem decidiu andar pela rua na qual residia - segundo sua mãe, nada de ruim acontecia na cidade há muitos anos. Há mais ou menos uns cinco metros de distância, sentiu estar sendo perseguida por alguém. Passos largos e cochichos de medo foram balbuciados. Então ouviu sua irmã chamar seu nome, mas não expressou reação alguma.

A mais velhas das irmãs, em um estalar de dedos, surgiu em sua frente com uma faca nas mãos.

— Irmãzinha... que noite agradável, não acha?

— O que está fazendo aqui, como apareceu de repente?  – A menina estava em choque, suas pupilas começaram a se contrair e suas pernas não se moviam

— Você quer saber o motivo pelo qual uso está máscara? – Disse ela passando o a faca por cima do que cobrira seu rosto. Seus olhos demonstravam um pequeno sorriso malígno.

— S... Sim, por favor! - com medo, a jovem começou a gaguejar.

— Eu sofri um acidente há muitos anos – a jovem começou a falar, ignorando qualquer palavra que a caçula pronunciasse -, fiquei completamente deformada e me submeti a várias cirurgias. Sequer um médico conseguiu “arrumar” meu rosto. E no final, bom...

Lágrimas de medo começaram a cair dos olhos da mais jovem das irmãs, lágrimas inicialmente vindas do seu olho esquerdo.

— Otsuya, você me acha bonita?

— O que? Que pergunta mais...

— RESPONDA! – Sua voz se alterou e curvas de raiva formaram-se em sua testa.

— Sim!

A máscara cirúrgica foi então removida e, um corte, no formato das máscaras de comédia e tragédia, sobressaiu-se sobre o rosto da mulher. Otsuya entrou em choque. Seus olhos se arregalaram e o medo tomou conta de seu coração.

— Você ainda me acha bonita?

— Que demônio é você? – Ela começou a se afastar lentamente e, ao virar-se para trás, chocou-se com a mulher cujo rosto era deformado.

— Você ainda me acha bonita? – ela perguntou novamente.

— S..Sim.

— Então, se sou tão bela, fique como eu! – A mais velha das irmãs entregou à jovem sua faca e obrigou-a a cortar sua própria boca.

— Vamos lá, corte.

— Não!

— CORTE!

— Eu não vou!

— Então farei eu! – A caçula atreveu-se a correr, imaginou que tivesse alguma chance de escapar, mas sua irmã era rápida, alcançou-a facilmente. Ela segurou a cabeça da jovem e começou a cortar sua boca. Não sentia remorso algum ao ouvir os gritos de desespero da irmã, ela apenas sentira prazer ao ver o sangue escorrendo por suas mãos. Ao fim disso, soltou-a ao chão, acariciou as bochechas da jovem e sorriu. – Você vai se acostumar, não se preocupe!

Otsuya ao retornar à consciência, sentiu seu rosto doer e arder, então olhou-se no espelho e viu o quão grande foi o desastre da noite anterior. O terror consumiu-a por inteiro. A partir daquele dia não haveria se quer um rastro de sanidade em sua mente, apenas rancor e ódio.

Dali para a frente, ela queria sangue, tornou-se uma assassina sádica. Diferentemente de sua irmã, ela matava por prazer, para ouvir suas vítimas gritarem e implorarem a própria vida. Fez de só mesma o monstro no qual aparentava ser.

Saía a noite caminhando pela estrada, com vestes vermelhas e tesoura na mão, esperando que alguém fosse até ela, e lamentavelmente acabasse no necrotério no dia seguinte. Ela ficou conhecida por todos como Kuchisake-Onna (a mulher da boca rasgada).


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Notas finais do capítulo

Continua...



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