Olho as luzes ao meu redor.  Lisoannel estava falando ao telefone e estava uma correria no meu camarim.

— Senhor Danniel? - Me chamaram.  Olhei e vi que era a assistente de palco.

— Sim - Respondi. 

— Está pronto? Vamos para o palco.  O programa já vai começar.  - Ela me chamou.  Sorri.  Suspirei.  Me levantei e segui a moça.  Dei uma olhada no celular e vi uma chamada perdida de Melissa Nicola.  Não sei o que fazer.  Me sentei numa poltrona que a moça indicou e só faltava a Ellen. 

— Benjamin, eu  tenho ótimas noticias! - José Lisoannel disse animado.  Tomara que as 'Ótimas noticias ' seja que minhas fãs estejam controladas e civilizadas.  Elas insistem em me arranhar.  Se eu fosse fã de algum artista eu não arranharia ele.  O que Elas ganham com isso? ' Ah consegui células mortas do Ben Danniel!  Agora posso clonar ele! ' Que doidas.

— Diga-me.  - Eu disse.  Queria que essa entrevista no Talk Show da Ellen terminasse logo.  Eu tinha que ligar pra Melissa. Mas não sei Se quero voltar com ela.  Eu gosto dela... Mas também não gosto.

— Encontrei uma mina de ouro!

— Uma mina de ouro?!  Rapaz dá pra fazer muitas coisas com isso!  Escova de dente de ouro, canudinho de ouro, uma mamadeira de ouro e até um pirulito de ouro - Eu disse sarcástico. 

— Há, há ha.  Engraçadinho.  O que eu Vou fazer com um pirulito de ouro?

— Sei lá, o dono do ouro é você - Eu disse.  Ele riu. 

— Bom vamos falar serio.  Encontrei uma compositora ótima, com musicas realmente boas,  e que na sua voz com certeza vai emplacar Mas paradas de sucesso!

— Isso que eu chamo de ótimas noticias.  E onde ela mora?

— Little Swan.  Na costa.  - Ele disse.  Senhor!  A menina não mora, Se esconde.  Mas Se ela tiver talento.  Isso vai ser ótimo pra mim,  preciso começar a pensar em musicas novas,  por que depois da Yellow World Tour tenho que começar a pensar no próximo álbum. 

— Quando vamos pra lá?

— Amanhã mesmo.  Já mandei anunciar em jornais,  revistas,  escolas,  rádios,  televisão,  em tudo quanto é lugar que você vai estar lá. 

— Tudo bem.  E qual o nome dela?

— Skylla.  Skylla Evergreen. - Ele disse.  Skylla.  Que nome diferente.  Bom tomara que os negócios com ela dê tudo certo.  Minha carreira tem que subir. 

— Ben Danniel! Que saudade! - A Ellen entrou causando como sempre.  Sorri e acenei. 

     No dia seguinte, me levantei com uma preguiça tamanho urso com obesidade mórbida.  Olhei para meus pés e vi que estava de meia.  Pulei da cama, tomei um banho e vesti o roupão. 

— URSULA! - Gritei o nome da minha empregada. A senhorinha apareceu.

— Sim menino, Lisoannel ligou, esta te esperando lá embaixo.  Já preparei sei café e sua roupa esta no closet.  Sua mala também.  Sua mãe mandou um beijo e seu pai o de sempre. 

— Ah Ursa, você é uma fofa. 

— Ande menino vá Se trocar,  já estou indo pra casa.  - Ela disse saindo.  Sei de ombros.  Abri a minha bíblia e li o Salmo 91. Depois me vesti e peguei minha mala.  Peguei uma barrinha de cereal e uma garrafinha de agua.  Passei um perfume.  Desci e Encontrei Lisoannel na recepção,  meus cinco guarda costas e muitas fãs e repórteres.  Eu devia ter descido pelado.  Pelo menos todo mundo ia sair correndo. 

— Preparado.  Uma entrevistinha é sempre bem vinda.

— Como quiser.  - Eu disse e pus meus óculos escuros.  Agora qual delas escolher. A tia que parece uma maçã velha ou a com cara de iogurte vencido? Deviam mandar repórteres mais bonitinhas.  Se eu vesse Elas no meio na noite poderia confundir com o Poltergeist.  Ajude-me Jesus. 

— Ben Danniel, ficamos sabendo que você vai para Little Swan. É a trabalho? - A cara de maçã velha perguntou.

— Sim,  comprar uma composições ... - Respondi.  Ela sorriu.

— Ah você é simpático.  Me chame de Marcina - Ai meu Deus o nome dela é esse mesmo?!  Uma mistura de Maçã com vacina.  Comprimi um riso.

— Então ele é.  Vamos Benjamin - Lisoannel me ajudou e saímos com meus guarda costas. 

      Eu dormi a viagem toda, me chamam de cobrão por causa disso.  Eu nem sabia que cobra dormia Mas tudo bem. 

— Moço você é o Ben Danniel? - Uma menininha me perguntou. Ai não ela vai gritar.

— Sim eu...

— Aaaah! - Fechei os olhos.  - Você é o amor da minha vida,  tudo pra mim sou sua fã de coração e a numero 1 e...

— Ah obrigado mais eu faço coco como você.

— Ah você faz o coco mais fofo do mundo - Olhei pra criatura estranha a minha frente.

— Primeiro: Que nojo.  Segundo:  Eca.  Terceiro:  Lisoannel por favor me diz que a gente já chegou! - Eu disse por que as meninas a minha volta me rodearam tentando me pegar.  Por sorte eu cheguei inteiro.  Desci do avião e mais fãs me esperavam no aeroporto.  Vou dar um jeito de subir nas costas dos meus seguranças por que não aguento mais hematomas!  Minhas fãs parecem que lutaram MMA.  Sai fora.  Entramos na nossa limusine e ela foi cercada de fãs o tempo todo, e minha barriga roncava de fome,  Se eu fosse canibal eu comeria...  Benjamin credo.  Não deixe que a fome atinja sei cérebro.

— Lisoannel nós podemos parar numa loja de cupcakes? Estou com fome

— Sim. Tudo bem.  Motorista, aqui nesse buraco de cidade tem loja de cupcakes? Sabe aqueles bolinhos com chantili e tudo o mais de frescura?  Se tiver nos leve ate lá.  - Ele disse.  Não é frescura. Cupcakes são pequenas criaturas filhotes de unicórnio cruzado com pandas e pôneis fofos.  Ai senhor me lembre de nunca dizer isso em voz alta.  Hoje em dia os homens não podem ser mais fofos que já são confundidos com gays.  A limusine parou.  Desci com os cinco caras grandões ao meu redor.  Às vezes ser famoso é um saco.  Tomara que eles nunca precisem entrar no banheiro comigo. Entrei na loja e eles ficaram na porta. Olhei o balcão.  Uh bolinho do amor!  Bem que eu preciso.  Talvez ele me ajude a decidir o que eu sinto pela Nicola.  Talvez eu sinta... Fome. 

— Ahn, senhorita poderia me dar um bolinho do amor?  - Perguntei e olhei para ela.  Ela era linda.  Loira de olhos verdes e um sorriso cativante. 

— Ah claro.  Só um? - Ela perguntou.  Eu ri.

— Sim.  Estou precisando de amor...

— Se fosse só você - Ela disse.  Era uma fofa.  Olhei pra ela.  Ela sorriu. 

— Você também? - Questionei e ela balançou a cabeça.  - Não me reconhece? - Perguntei.  Ela me analisou. Sorri.

— Ah não - Ela disse.  Melhor assim.  Pelo menos ela não me arranha.  - Espera ai, você é o nojentinho... Digo o Ben Danniel! - Ela disse... Nojentinho?! Mas o que eu fiz?

— Sim,  sou eu.  Quanto lhe devo? - Perguntei.  A menina não me suporta.  Parece que o sorriso dela sumiu e o céu escureceu e começou a chover cobras venenosas e a cair sorvete de um sabor que ela odeia.

— Cinco doláres - Ela disse.  Tirei uma nota de dez do bolso.  Ela ia me dar o troco.  - Não precisa. 

— Obrigada. - Ela disse. 

— Ai meu Deus!  É ele!  É ele! - Arregalei os olhos assustado. A menina ainda me olhava com raiva.  Duas meninas me agarraram tirando fotos e falando que eu era perfeito.  Eu solto pum e Elas acham que eu sou perfeito.  Será que eu pergunto pra menina Se ela quer foto?!

— Você também quer foto?

— Não eu tô bem.  - Nossa que esculacho na minha cara.  Qual o problema dela eu só Perguntei! 

— Ah beleza então é... - Hesitei pra falar o nome dela.  Era tão bonita.

— Skylla.  -

— Então tá, a gente Se vê.  - Eu disse saindo.  Skylla.  Onde eu ouvi esse nome?  Droga de memoria de peixe.  Sai da loja e entrei no carro. 

    Eu e o Lisoannel alugamos um hotel,  simples para passar dois dias.  Aquela menina não saia da minha cabeça.  Por que ela não me suporta? Eu fui educado e nem arrotei.  Dei de ombros.  Arrumei meu smoking preto e arrumei o cabelo.  O jantar seria num restaurante italiano e eu iria conhecer a tal ' Skylla '. Mas...  Duas Skyllas?  será que é a mesma? Ai Jesus...  Será? Não Benjamin.  Existem muitas Skyllas no mundo relaxe.  Suspirei e Desci para o Hall do hotel.  Ao chegar ao restaurante,  fui logo ao banheiro por que precisava fazer xixi.  Eu literalmente odeio fazer xixi no mictório de restaurante.  Todo mundo olhando o passarinho do outro.  Eu não gosto de olhar nem o meu Vou olhar o dos outros?  Por isso que quando eu Vou mijar eu fecho os olhos.  Credo.  Terminei.  Lavei as mãos e sai.  E me surpreendi.  A Skylla compositora era a Skylla da loja de bolinho do amor! Volta pro banheiro!  Não, não posso voltar.  Respirei fundo. 

— Boa noite senhoras e senhores - Eu os cumprimentei.  Olhei pra ela.  Ela me fuzilou.  Se tivesse uma faca,  as luzes apagassem e estivéssemos sozinhos ela me mataria.  - Essa é a compositora?  Se ela tiver de talento o que ela tem de beleza. - Eu a elogiei pra ver Se ela relaxava.  Mas parece que só aticei o dragão.

— Então é pra Essa ameba cantante que quer comprar minha musica?!