The only treasure escrita por AllBlueSeeker


Capítulo 2
Companhia


Notas iniciais do capítulo

Pelo que vi, a bagaça teve um bom resultado em pouco tempo. Fico feliz por isso! :D
Sendo assim, concluirei o anterior agora. Boa laytura! :D



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Acordei um pouco mais cedo que o normal. A luz do Sol batia bem no meu rosto, e aquilo incomodava bastante. Levantei, arrumei o sofá e fui ao banheiro executar as profilaxias matutinas de costume. Assim que terminei, parei na porta do meu quarto, com uma mão na maçaneta e a outra pronta para bater:

[Ace]-Érh... Com licença?

Nenhuma resposta. Resolvi esgueirar a cabeça pela greta da porta e ver lá dentro. Ela deveria estar no 33º estágio do sono mais pesado o possível, agarrada ao meu travesseiro e quase escorregando pela lateral da cama. Resolvi não incomodá-la por enquanto e fui para a cozinha arrumar o que comer. Pus o café para passar e fui procurar algo no armário para servir. Após tudo preparado, busquei a bandeja no canto do micro-ondas. Voltei rapidamente ao quarto para ver se ela já estava acordada. "Isso é loucura! O que diabos eu estou fazendo? EU NÃO SEI! MAS ESTOU! E droga, ela estava tão agarrada com o meu travesseiro..." -pensei enquanto estava no corredor. 34º estágio de sono pesado confirmado. Voltei à cozinha e busquei a bandeja com o conteúdo. Já no quarto, repousei-a no chão e acendi o abajur da lateral da cama. Relutantemente, pus a mão no ombro dela:

[Ace]-Oe. Oe. Terra chamando garota do cabelo rosa.

[Bonney]-Ah, seu guarda... Dá um tempo. Não tô incomodando ninguém. -ela disse, coçando os olhos e virando para o lado contrário- Só mais 15 minutos.

[Ace]-Não sou nenhum guarda. E-eu... trouxe café pra você. Vai acordar agora?

Rapidamente, ela virou o rosto com os olhos arregalados:

[Bonney]-Oi?!

[Ace]-Não pergunta. -desviei o olhar para o chão- Se você não gostar, eu sei lá... Acho que dá pra arrumar alguma outra coisa lá na cozinha, ou eu comp...

[Bonney]-Você me trouxe café na cama, é sério?

[Ace]-Sim...

Ela beijou meu rosto:

[Bonney]-Tá piorando a minha vergonha, sabia? Muito obrigada, Ace.

"Meu... Meu... Meu... Meu... Meu rosto. Meu rosto. O que ela fez?!"-Não dava pra enganar que estava morto de vergonha. Provavelmente os olhos arregalados e a boca escancarada denotavam altamente o meu estado de choque:

[Bonney]-Desculpa... Eu fui impulsiva. -ela também estava vermelha 

Não exprimi nenhum som, apenas peguei a caneca e tentei beber o café. Ela parecia adorar os biscoitos que comia e o café que bebia. Era como olhar uma criança comer algo que gostava muito. Eu nunca havia experimentado aquela pulsação esquisita que meu coração inventava de retumbar toda vez que eu a via sorrir, ou que olhava fundo em seus olhos:

[Bonney]-Ace...

[Ace]-Eu.

[Bonney]-Por que você tá fazendo isso tudo?

[Ace]-Seria mais fácil responder se eu tivesse a resposta.

[Bonney]-Como assim?

[Ace]-Nem mesmo eu sei o que eu tô fazendo. Eu só tô fazendo.

[Bonney]-O que você quer de mim, afinal? -ela me olhou com cara de preocupada

Eu poderia responder de, pelo menos, 5 formas diferentes. Ponderei bastante para responder:

[Ace]-Quer que eu seja sincero?

[Bonney]-Quero.

[Ace]-Você tá sendo uma companhia e tanto pra solidão daqui de casa. Eu só quero que você continue aqui. Se você pensou qualquer coisa adversa a isso, desculpa... Eu sou homem. E uma mulher chamada Portgas D. Rouge me enforcaria em praça pública se eu não fosse o orgulho dela. Portanto... Fique tranquila: Não vou fazer nada.

"Pra que fui falar tanto? Droga... É agora que a bomba explode na base."-desviei o olhar para a parede. De repente, senti algo me puxar pelo colarinho da camisa e... ELA ME BEIJOU. PELA SEGUNDA VEZ, ELA ME BEIJOU:

[Bonney]-Desculpa! Não era pra eu fazer isso... 

[Ace]-Fa....ça de novo.

[Bonney]-Por que? -ela estava mais envergonhada do que eu mesmo

Me projetei e retribuí o beijo. Ela parecia estar em choque, mas cedeu. Seus dedos entrelaçavam o meu cabelo e eu pude sentir o toque das lágrimas que escorriam dos seus olhos. No fim, eu pus a mão em seu rosto, com o olhar perdido:

[Ace]-Eu...

[Bonney]-Não. -ela pôs o dedo nos meus lábios- Não precisa dizer nada.

Recolhi tudo e me levantei:

[Bonney]-Aonde você vai?

[Ace]-Deixar isso no devido lugar e buscar suas roupas. Já devem estar secas.

[Bonney]-Por que?

[Ace]-Nós vamos sair.

Assim que saí do quarto, olhei pra trás para ver se ela vinha atrás. Nada. Libertei toda a minha excitação: Deixei a boca aberta e fiquei me encarando no espelho da sala. Aquilo tinha sido... diferente do normal. Não parecia só um selinho e depois um beijo decente entre duas pessoas. Deixei tudo na cozinha e fui buscar as roupas dela que estavam separadas por cima das minhas roupas limpas. Voltei ao quarto e lá estava ela, com uma cara de enterro:

[Ace]-Aqui. 

[Bonney]-Obrigada.

[Ace]-Que cara é essa?

[Bonney]-Culpa.

[Ace]-Culpa de que?

[Bonney]-Do que eu fiz. Eu nem sei se cabe pedir mais desculpas...

[Ace]-Apenas troque de roupa.

Abri o armário, busquei uma muda de roupa e fui para o banheiro tomar banho. Saí do banheiro e peguei a chave do carro. Ela já estava na sala, ainda com cara de depressão. Fechei a porta e descemos para o carro. No caminho:

[Bonney]-Tudo bem... Pode me levar de volta. Eu não sou boa em prometer as coisas pras pessoas. Admito.

[Ace]-Do que você está falando?

[Bonney]-Do que aconteceu. Eu não deveria ter beijado você e...

[Ace]-Ah. Isso. Me diga, você não tem mais roupas além dessas?

[Bonney]-Não. O que isso tem a ver?

[Ace]-Era o que eu esperava ouvir.

[Bonney]-Me perdoe por ter sido tão atirada... Eu agi sem pensar no que estava fazendo.

[Ace]-Por que diabos você está se remoendo tanto? Está tudo bem. Eu gostei... Não é todo dia que eu perco a noção do mundo. 

Ela ficou calada, olhando para o para-brisa:

[Ace]-Eu não vou levar você de volta. De onde tirou isso? Vou te levar em um lugar legal.

[Bonney]-Não vai?

[Ace]-Não. Eu deveria?

[Bonney]-Mas...

[Ace]-Na verdade, a culpa é minha porque eu fui sincero demais. Eu não devia ter dito aquilo.

[Bonney]-Você iria mentir, então?

[Ace]-Não. Ia dizer a mesma coisa, mas com menos palavras e outras bem diferentes das que eu usei. 

[Bonney]-Ace...

[Ace]-Eu.

[Bonney]-Você ficou me observando dormir?

[Ace]-Ér.... Talvez.

[Bonney]-Seu travesseiro tem um cheiro bom, se é o que tanto quer ouvir.

[Ace]-Chegamos.

Parei o carro no estacionamento. Descemos e entramos:

[Bonney]-Uau, que lugar enorme!

[Ace]-Escolha onde quer ir. Vou ficar sentado esperando nesse banco aqui.

[Bonney]-Você não quer vir comigo?

[Ace]-Ah... Acho melhor ficar aqui mesmo. Mulheres e lojas são combinações perigosas.

[Bonney]-Por favor. Você também é minha companhia. -ela estendeu a mão

Acabei a seguindo onde foi. Deixei que ela escolhesse o que quisesse levar e, para a minha surpresa, ela tinha um gosto impressionante e controlado. Eu esperava que ela fosse zerar na primeira loja:

[Bonney]-Isso é suficiente.

[Ace]-Tem certeza que só vai em 3 das milhares de lojas?

[Bonney]-Sim! -ela respondeu sorridente

[Ace]-É pegadinha?

[Bonney]-Deveria ser?

[Ace]-Sei lá... Mulheres. Dinheiro. Lojas.

[Bonney]-Eu não quero gastar tanto assim. E além do mais, estou mais que satisfeita com o que estamos levando. Obrigada! Mas por que me trouxe aqui?

[Ace]-Revoguei os três dias. Ninguém usa a mesma roupa por tanto tempo.

[Bonney]-Isso quer dizer que...

[Ace]-É. A casa é sua. A cama também. E não, você não precisa ter vergonha de nada. Agora, você está com fome?

[Bonney]-Estou... O que vamos comer?

[Ace]-A escolha continua com você.

Ela me puxou pelo braço e me levou a um restaurante de varanda no piso inferior. Depois de comer, pedi para que ela me esperasse por um momento. Subi a escada rolante e desapareci. Uns 5 minutos depois voltei:

[Bonney]-Você demorou.

[Ace]-Banheiro. E eu acabei me perdendo. Vamos embora.

Fomos para o carro e saímos. Assim que chegamos em casa, deixei que ela se arrumasse na porção vazia do armário e fiquei na sala assistindo um jogo de rugby pela televisão. Alguns minutos ela apareceu usando minha velha camisa:

[Ace]-Ué, você não comprou pijama ou algo assim?

[Bonney]-Sim. Mas esse é o meu.

[Ace]-Essa blusa parece uma cortina em você.

[Bonney]-Eu gosto dela. -disse, se sentando ao meu lado

Um filme começou logo após o jogo:

[Ace]-Se quiser, deite no meu colo.

Ela se deitou e ficou. O filme era bem longo, mas acabei prestando atenção nele. Já perto do final:

[Ace]-Ei, você não quer ir pra cama? Bonney?

Ela não respondia. Fui olhar seu rosto: Apagada. Babando. Respirei fundo e a peguei nos braços. Meu rosto já ardia em chamas. Empurrei a porta do quarto, deitei-a e ajeitei a cama. Tendo certeza de que tudo estava bem, virei o braço e apaguei o abajur. Quando ia tirar o apoio do corpo de cima do colchão, ela acordou e passou os braços no meu pescoço:

[Bonney]-Eu nunca fui tão bem tratada assim em toda a minha vida. Eu não sei o que é você ou quem é você, mas com certeza deve ser um homem e tanto. Se um dia você se casar, vou estar lá pra poder te desejar toda a felicidade do mundo e retribuir com um bom presente tudo o que você está fazendo por mim.

Ela me deu um selinho. Acabei estendendo ao colocar a mão em seu rosto e acariciá-lo com o polegar:

[Ace]-Você estará lá, eu tenho certeza. E eu também estarei no seu. E estamos quites com o beijo.

Ela sorriu:

[Bonney]-Você é um idiota...

[Ace]-Também amo você. -e me virei para a porta

[Bonney]-Você...

Voltei pra sala com o rosto ardendo nas chamas da vergonha e com o rosto suado: "Eu já sei o que diabos estou sentindo. Não acredito que tenha chegado a um nível tão alto e tão profundo como está, mas por que eu vou negar? O que eu comprei não foi precipitado. Mas vou guardar para um momento chave. Afinal... Eu realmente a amo. Amo como nunca amei nenhuma outra mulher."

 


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