Os ex-escravos continuavam a sair da tumba do Dário Ronan interminavelmente e com aparências deprimidas, sofridos, magricelas, esfomeados, mas com semblantes de vencedores que conseguiram, com muita paciência, a liberdade tão ansiada por tantos anos.

Após o combate aos lobos, a interceptação do avião que seria usado na fuga do próprio Ronan e a morte dramática de Dário Ronan, as aeronaves pousaram dentro das muralhas e seus tripulantes desceram, arrasados, chocados e cansados devido tantos acontecimentos funestos. Dafne correu para os braços de Jon aos prantos. Kevin desceu amparando Catarina com o pulso ferido encaminhando-a para ser atendida numa equipe de primeiros socorros recém improvisada por médicos e enfermeiras. e depois foi ao encontro do Coronel Henrique que no momento do abraço Kevin chorou com soluços, apesar de parecer forte, trazia ainda traços do menino que fora um dia, e o Coronel, sentiu que ele precisava de ombro num momento tão difícil pelo qual acabara de passar e foi impossível de conterem as lágrimas, dando-lhe os parabéns e as lagrimas de Kevin molharam o uniforme do Coronel.

Depois os quatros amigos se encontraram num só abraço juntamente com o Coronel, Helter e Neil que não se aguentavam de tanta alegria e nesse momento o Coronel pediu a atenção de todos para fazer uma revelação e começou falando:
— Olhem meninos... eu tenho algo importante para falar para vocês!
— Pode falar Coronel estamos ouvindo! - disse Kevin e do seu lado estavam Dafne e Jon, Álex , Helter, Neil e muitas outras pessoas próximas e muitos curiosos e o Coronel continuou: - Escutem... o mundo acaba de perder um homem muito brilhante!
— Como assim Coronel! - perguntou Jon:
— O Dário Ronan! Apesar de tudo tinha uma mente brilhante!
— Como Coronel?- indagou curiosamente Álex:
—.Eu não quis falar para vocês antes, por que eu não sabia até que ponto isso iria influenciá-los, mas eu já conhecia o Dário de outras épocas!
Depois dessa revelação todos ficaram boquiabertos e Kevin muito curioso perguntou:
— Como foi isso Coronel?
— Olhem... uns dez anos atras houve uma grande competição de tiro ao alvo nos Estados Unidos onde teve muitos participantes de diferentes países inclusive do Brasil e no meio dos participantes brasileiros eu estava.
— E onde entra o Ronan nessa história? - perguntou Dafne.
— Vocês já vão ficar sabendo,calma!
— Continuando... toda competição era feita com muitas eliminatórias de maneira que quem fosse perdendo ia sendo desclassificado e eliminado. Depois de muitas eliminatórias, só restou eu de brasileiro e fui fazer uma semi final com um Norte Americano, nessa semi final eu o venci com muito esforço, pois eu dediquei-me dia e noite para essa competição, eu estava preparado enfim, eu venci o norte americano e fui para a final. O Dario Ronan tinha ido pra semi final com um soviético e o venceu. E eu e Dario fomos fazer a grande final que depois de muitos tiros o Dário Ronan me venceu ganhando a competição em primeiro lugar e eu fiquei com segundo lugar que pra mim foi uma honra ter perdido pra ele. Nunca vi em toda minha vida alguém atirar tão bem quanto o Dário. Eu escolhi esse caminho. Estou nas forças armadas, não por que eu quis, mas por vocação. Infelizmente o Dário enveredou para o caminho das trevas e terminou como vocês viram, mas ele se tivesse ido para o caminho do bem, teria chegado ao Prêmio Nobel com certeza, pois apesar tudo, tinha uma mente muito brilhante pelo que ele construiu aqui dá pra se ter uma ideia do seu potencial, é pena que pessoas assim tão brilhante escolham o caminho da ideologia do mal. Outro exemplo foi o próprio Hitler. E assim caminha a humanidade.
— Parabéns,Coronel estamos muitos orgulhosos de estar na companhia de um campeão! Você sempre será nosso campeão!
— Parabéns Coronel!
— Parabéns Coronel!

Após essa revelação, todos ficaram surpreso pois jamais imaginariam tal coisa! E todos reconheceram o valor do patriota Coronel Henrique Vieira da Silva.
As notícias sobre o ocorrido na ilha com relação a escravidão branca e outros fatos relacionados, se alastraram e foi inevitável a presença de repórteres da maioria das TVs mundiais. A cobertura foi intensa, em todos lugares das muralhas haviam repórteres fazendo sua cobertura, era um grande confusão de línguas e muitas câmeras em grande movimentação. Em pouco tempo os rostos do jovens, Kevin, Dafne, Jon, Álex e o próprio Coronel brasileiro citados como heróis, apareceram na mídia mundial e o rosto do Dário Ronan apareceu também, mas como o principal causador de tanto mal ao ser humano.

O sensacionalismo e a exploração desses fatos, em poucos horas tiveram conhecimento mundial. A família do Dário Ronan foi pega de surpresa, pois não conhecia totalmente esse lado maléfico do Ronan e sua esposa e filhas e seu filho apareceram aos prantos na TV ao saberem de seu falecimento.
O terrível pesadelo por fim, havia acabado, agora era organizar uma maneira de como todo os escravos, agora livres, voltariam para seus respectivos países.

O cenário estava muito maravilhoso de se ver, apesar de tantas mazelas,. Havia algo de bom, muitos soldados de diferentes países, mas iguais quando estão do mesmo lado em prol dos mesmos objetivos. Havia também muitos Coronéis, Sargentos, Cabos todos exibindo suas medalhas e olhares convictos que fizerem justiça. Os escravos em maior quantidades era uma multidão de diferentes pessoas, diferentes países, diferentes línguas, porém semelhantes no mesmo sonho e na mesma alegria de liberdade que tornou-se realidade. Nesse quesito, falavam a mesma língua,.porém a maior vitória foi dos quatros amigos, Kevin, Jon, Dafne e Álex que se abracavam demoradamente com seus olhos cheios de lágrimas e sorriam convictos de que o mal havia sido banido, esses jovens jamais se separariam a partir desses acontecimentos.

Na continuação, surgiram no céu da África, mais duas aeronaves vindo prestar socorro a pedido do Coronel Henrique Vieira da Silva. Ele pediu ao exército brasileiro que dispusesse um ou dois aviões para resgatar os brasileiros atê então escravizados. E os outros coronéis fizeram a mesma coisa e foi uma grande movimentação de aeronaves chegando e saindo com a dor de muitas despedidas, pois sabiam que nunca mais se veriam, essa amizade surgida no cativeiro, seria deixada para trás.Mas mesmo assim, Helter, Neil e outros pegaram uma forna de não perder o contato com os heróis brasileiros.

Apos muto trabalho nos resgates dos ex- escravos, as muralhas ficaram desertas relegadas ao abandono. Quando a noite caiu, a escuridão das trevas tomou conta e o vento uivava batendo em suas paredes denotando um mal presságio. O abandono era ao que estava destinado todo complexo das muralhas.

A ilha, as muralhas, bem como toda floresta, o vento, o uivo dos lobos denotavam que aquilo tudo teria sido um cenário para a propagação do mal semelhante o que os campos de concentração representava para o nazismo.

Após alguns dias depois de tantas reviravoltas, as vidas dos quatro jovens e do Coronel e seus soldados, voltaram finalmente ao normal. Na cidade de Bragança Paulista, onde a família de Dafne e Álex morava tudo estava muito movimentado, o momento era único. Dafne se preparava para recepcionar os amigos convidados pelas redes sociais. No outro dia pela manhã o encontro seria na sua escola a partir das oito horas da manhã. Ela passou o resto do dia anterior preparando algo pra falar para.esses amigos.

O dia amanheceu e os quatro jovens se preparavam para esse encontro e na hora estipulada foram para a escola, mas eles ficaram tristes por que quando chegaram à escola, não havia praticamente ninguém. E estava fechada. E se perguntavam: Cadê o povo que convidamos? Não veio ninguém?! E agora vamos fazer o que?
— Infelizmente, vamos embora, já que não veio ninguém! Mas vamos esperar mais meia hora! Passaram-se meia hora e nada, de repente ia chegando uma mulher que trabalhava como zeladora da escola e estava abrindo o portão, eles se aproximaram e perguntaram:
—Você viu se chegaram pessoas aqui para um encontro?
— Você tava onde? Não tá sabendo de nada, não?
— Como assim?
— Esse encontro que era aqui, o diretor transferiu para o estádio de futebol, por que lá tem mais espaço!
— Vocês vão?
— Vamos sim!
— Então vão logo, acho que já começou, eles estavam só esperando uma tal de Dafne chegar!
— Como assim?
— Essa tal de Dafne está sendo esperada por todos! - Dafne ficou ruborizada e assustada ao ouvir isso.
— E você conhece a tal da Dafne?- indagou a própria tal da Dafne
— Só de nome! Dizem que ela é muito bonita e muito gente!

Os quatro jovens começaram a ri, por que a zeladora, na sua simplicidade, não estava a par dos acontecimentos e não conhecia a Dafne pessoalmente. Nesse momento o diretor da escola parou o carro na frente da escola e perguntou, para o espanto da zeladora que ficou boquiaberta:
—Dafne?! Você não vai pra sua festa não?
— Como assim?
— Todo mundo já está lhe esperando no estádio! Eu passei na sua casa agora e sua mãe disse que você já tinha vindo pra cá! Vamos garota, entra aqui que te levarei lá! Estão todos lhe aguardando! Vamos!

Dafne e os três rapazes entraram no carro do diretor sob o olhar enigmático da zeladora, e foram ao estádio, quando chegaram lá ficaram surpresos com o grande movimento de pessoas.O estádio estava completamente lotado. A imprensa estava em peso, muitos repórteres e câmeras, esse evento tomou uma grande dimensão, Logo na entrada tinha uma faixa grande escrita: BEM VINDA, DAFNE! Ela ficou assustada. A coisa toda mudou de figura ela passou a ser convidada e não quem tinha convidado as pessoas. Nunca tinha visto tanta gente junta e ainda esperando por ela, isso tudo era demais. Ela era muito querida e não sabia, a internet deu uma dimensão muito maior a sua causa. Dafne pensou que ao convidar seus amigos estava convidando somente seus amigos do antigo orkut, Facebook ou do recente WhatsApp, sua história deslanchou de uma forma imensa nas redes sociais.

Tinha vindo gente de tudo que era lugar do país e até estrangeiros que se sensibilizaram com a história dela e dentro do carro ainda, ela estava nervosa e desesperada sem saber o que fazer e perguntou ao diretor mostrando o papel com alguma coisa escrita e que ela iria ler para os convidados, e ao ler o diretor falou:
— Olha Dafne... o que você escreveu aqui é para uma sala de aula esse povão vai querer muito mais! Já passei por alguns momentos assim, mas não nessa dimensão, porém vou te dar umas dicas: seja você mesma. Comece dando Bom Dia, se apresente, apresente seus companheiros, diga que está feliz por ter tantos amigos, e comece relatando os acontecimentos e seus amigos terão muito para falar também Mas pode deixar que eu entro e e anuncio vocês, tá?
— Tá senhor diretor!

O diretor saiu do carro e se dirigiu para onde tinha um lugar próprio para recepcionar a Dafne e seus amigos, com microfones, algumas câmeras repórteres e tudo o mais. Ele pegou o microfone e nervosamente começou falar:
— Bom dia meus amigos da nossa cidade e de outras partes do país e até amigos de outros países que estão nos prestigiando com suas presenças! Meu nome é Otávio Cerqueira diretor da escola pública Angelina Carijó onde a Dafne estuda e é o motivo desse evento, que se tornou imenso propagado pelas redes sociais. Esse encontro seria na escola, Porém, devido aos inúmeros telefonemas à nossa escola por informações desse encontro, achamos por bem transferi- lo de última hora para esse estádio que tem mais espaço e que nem mesmo a própria Dafne estava sabendo. E essa mudança foi muito bem acertada!
Então, meus queridos amigos, nesse momento, tenho o prazer e honra de chamar para vocês, Dafne e seus queridos amigos!

Dafne apareceu nervosa caminhando com muita insegurança seguida.por seu irmão Álex, o Jon e o Kevin, em direção aonde estava o diretor, que lhe passou o microfone e ela começou a falar:
— Bom dia meus amigos! Acho que vocês já me conhecem, meu nome é Dafne e esses rapazes são: Álex meu irmão, Kevin meu grande amigo e Jon meu namorado e marido! Quando ela falou marido, os fãs interessados soltaram um AH...! desanimado. E ela continuou:
— Presumo que vocês queiram saber detalhes sobre o meu sumiço. E vocês já devem estar sabendo pela imprensa internacional que todo esquema de escravidão na África teve um fim. Então, todo sofrimento desse povo escravizado chegou ao término!
Então, vou contar para vocês como tudo começou:

— Tarde da noite eu fui atraída por um pedido de ajuda para fora de minha casa e raptada, depois de alguns dias acordei-me na África numa ilha chamada Robben Island. Lá tinha um negro chamado Dário Ronan que estava escravizando pessoas brancas para se vingar do que fizeram com seu povo durante a escravidão no passado. Ele escravizava mais de duas mil pessoas brancas.. No meu caso, fui raptada para servir de concubina para seu filho que fazia faculdade na Europa e estava prestes a chegar para eu ser usada por ele. Lá não tinha como fugir. Além das muralhas ser bastante altas do lado de fora tinha uma floresta repleta de lobos. E essas muralhas não tinha portão de entrada para entrar ou sair somente por avião ou escalando as muralhas que eram impossível por causa dos lobos que eram vorazes. Minha sorte foi esses garotos que descobriram uma pista e foram para a África escondidos num avião que fazia rota pra lá e chegando lá, me acharam e roubaram o mesmo avião e com muito sofrimento me trouxeram de volta para meu amado país. Eu passei oito meses da minha vida enclausurada numa cela, comendo mau, dormindo mau e chorava o tempo todo sentindo falta de minha família, amigos e tudo o mais. Toda noite eu rezava pra que o filho do Dário não aparecer para eu não ser usada por ele, até por que, eu tinha dezesseis anos e ainda era virgem, e não queria ser de outro homem, além do meu namorado Jon. Tudo era um martírio pra mim!

De repente um repórter fez uma pergunta:
— Eu soube que vocês voltaram lá novamente e por que?
— Os rapazes fizeram muitas amizades lá e prometeram que se me resgatassem voltariam para salvá-los do cativeiro e foi o que aconteceu, voltamos com a ajuda do Coronel do exército brasileiro Henrique Vieira da Silva e voltamos para resgatar as pessoas que estavam sendo escravizadas. Se não fosse pela coragem desses três rapazes e pelo Coronel, nem eu e nem as pessoas que estavam lá, não seriam jamais resgatadas. Muito devemos a eles, em especial ao Kevin e Coronel Henrique Vieira, que montou uma equipe de soldados especiais e juntos fomos resgatá-los.

E outro repórter perguntou:
— Não foi arriscado pra você voltar lá novamente, não?
— Foi e muito, mas eu não deixaria meu namorado, o meu irmão e o Kevin irem sozinhos. Se tivesse que alguém morrer, morreríamos todos juntos!
Nesse momento o público a aplaudiu fervorosamente pela coragem de ter retornado a ilha.

Na casa de Dafne Armando seu pai, estava relaxando no sofá da sala assistindo TV quando a programação foi interrompida para transmitir o evento de Dafne. Seu Armando surpreendido gritou pela esposa que veio correndo ver os meninos na TV, por essa eles não esperavam, e ficaram orgulhosos dos filhos.

Ao ser indagado, Álex contou tudo que passou desde de o encontro da pista para o resgate da Dafne atê os momentos do resgates de todos os escravos e continuou:
— Tudo era muito sofrido, a vida não tinha o menor valor naquela ilha, os lobos são terríveis, são enormes e vorazes eles foram criados especialmente para devorar as pessoas brancas e povoar a floresta. O Dario Ronan era um negro psicopata vingativo. Ele explorava os brancos como forma de se vingar do que fizeram com seu povo, os negros, escravizados no passado.
Jon foi também indagado e relatou muitas dificuldades encontradas. Ele falou que a Dafne quase foi devorada pelos lobos. A sorte foi a moto usada no resgate e as bombinhas que afastavam os lobos. Mas foi muito sofrido e difícil e continuou:
— A gente passou muita fome, lá o celular não tem um sinal definido, energia elétrica praticamente não tem, um gerador é o que mantém a energia muito irregularmente. Posso dizer sinceramente, que sem o trabalho do Kevin nada disso seria possível. Ele teve muita competência e capacidade para resolver a maior parte dos problemas, ele aprendeu pilotar uma aeronave em poucos dias, senão não tinha como a gente escapar de lá,- falava assim Jon muito emocionado e Dafne completou:
— Agora pessoal, vamos ouvir uma pessoa.que.praticamente foi o mentor de tantas enrascadas resolvidas. Seu nome é Kevin! .Tome Kevin fale alguma coisa para nossos amigos! - Kevin pegou o microfone e começou umas explicações:
— Olha meus amigos! É uma honra estar com vocês, eu gostaria que o assunto fosse mais agradável, mas infelizmente, esse assunto é o que está enfatizado nas mídias mundiais atualmente. O que passamos naquela ilha, não desejaria pro meu pior inimigo. Realmente, se existe inferno a ilha é um. Lá na ilha estavam sendo escravizadas aproximadamente, três mil pessoas brancas, tinha gente de diversos países, lá vários idiomas era falados. Uma verdadeira torre de babel. O responsável por tudo isso, era um negro chamado Dário Ronan que além de tudo, era um psicopata maldoso, ele mantinha uma rede de pessoas ocultas em diversos países para raptar pessoas brancas, era um esquema tão bem montado que eles usavam aviões para a captação dessas pessoas brancas, todo esquema e estrutura tinha mais de vinte cinco anos em atividades.
Para vocês terem uma ideia, ele colocava os lobos para devorarem pessoas inocentes e ficavam assistindo como se fosse uma peça teatral no conforto de uma poltrona, e mandava chicotear as pessoas no tronco por qualquer motivo! O sustento de toda estrutura da ilha e a vida boa de todos os negros eram mantidos pelos trabalho escravo de brancos que eram forçados a trabalharem nas mais variadas atividades. A vida dele começou a se complicar quando nós chegamos lá e ele se apaixonou por Dafne e a queria a força. E quando o exército de muitos países, inclusive do Brasil que foi o primeiro a chegar e entrou na parada pra resolver, ele tentou fugir com Dafne algemada a ele, mas não conseguiu e no final eu o aconselhei a se entregar mais ele foi muito orgulhoso para depender de brancos. E durante sua fuga ele caiu entre os lobos que o devoraram. Foi triste, mas ele que escolheu seu destino. E depois libertamos os escravos que quase foram devorados por uma alcateia de lobos, tudo planejado por Dário Ronan, Todos foram resgatados para seus países e terminou o sofrimento de tantas pessoas! Isso tudo que contamos pra vocês foi apenas o resumo das maldades do Dário Ronan! O fato dele ter feito tanta maldade, não foi por que ele era um negro não, mas por ser vingativo, psicopata e maldoso, qualquer pessoa com esses atributos teria feito o mesmo. Se fôssemos contar com mais detalhes, vocês ficariam mais chocados ainda.
E esperamos que nunca mais ninguém seja escravizado na face da terra! E muito Obrigado meu amigos!

O povo aplaudia os jovens como verdadeiros heróis! O diretor pegou o microfone e perguntou a Dafne:
— Dafne você gostaria de falar mais alguma coisa pros nossos convidados?
— Sim! - pegando o microfone do diretor
— olhem meus amigos...quando eu estava no cativeiro, eu sofria muito por imaginar o que minha mãe estava passando com a minha ausência o que ela deveria estar imaginando como eu estava, se estava sendo maltratada se estava viva ou morta, então pra quem tem alguém desaparecido é pior que a própria morte.
Estou muito feliz por três motivos: primeiro: por que tudo terminou bem, segundo: por ter ajudado a resgatar tanta gente e o terceiro: por saber que tenho tantos amigos!...- Dafne estava com os olhos cheios de lágrimas, não resistiu e não pode continuar o que iria falar e começou a chorar de tanta emoção.

Nesse momento o estádio explodiu pela vibração, gritos, muitos aplausos e pessoas.chorando emocionadas com o momento tão incomum. E o diretor pegou e microfone para que Dafne se recuperasse, e complementou:
— Hoje é um dia muito importante para nossas vidas, por que sabemos que a justiça vence quando o bem venceu o mal. Eu sinto que todos estão se sentindo realizados por tudo isso. De positivo nesse encontrão, é que Dafne manifestou o desejo de criar uma ONG em prol de todas as pessoas que passam por esse dilema, e nossa escola vai dar todo apoio possível pra ela!- olhou pra Dafne e perguntou sem ser no microfone:
— Está Melhor?
— Sim seu diretor!
— Quer fazer.o encerramento?
— Sim!

O diretor voltou para o público:
—Desde já quero manifestar meu particular contentamento por tudo isso e que a sociedade de nossa cidade, bem como a escola Angelina Carijó, se sentem lisonjeados por ter acolhido tantos amigos! E agora a Dafne encerrará nosso evento fazendo suas considerações finais!

Dafne pegou o microfone e continuou:
— Então, hoje eu quero fazer um apelo a todos que estão me escutando, vamos olhar mais para os nossos ente queridos, nossos amigos, nossos vizinhos, as crianças, nossos idosos, vamos ser mais solidários com o próximo, vamos servir mais do que ser servido. Vamos ser mais amáveis com o semelhante. Vamos ajudar o próximo desinteressadamente. Acredito que se amarmos mais, a semente do mal será verdadeiramente extinta do nosso meio!
Então em nome dos meus três mosqueteiros, em nome da escola que estudo e que organizou esse evento, em nome de todos que aqui estão e principalmente, em nome do bom Deus, agradeço imensamente por esse momento ter sido tão grandioso. Pois a presença de cada um de vocês foi fundamental para abrilhantar essa festa! Meu muitíssimo obrigado! Beijos à todos!

E assim no final da tarde desse dia marcante, terminou o grande encontro de Dafne, que se saiu muito bem, com um número enorme de pessoas que tornaram-se seus amigos. E que deixaram o estádio com olhares de esperança que apesar de tudo o bem está bem presente na vida de todos, é tão somente acreditar e aceitá-lo acima do que seja mal.

Depois dessas ocorrências, a vida dos quatro jovens mudaram radicalmente, a todo momento tinha gente cumprimentando- os e muitas entrevistas. Eles ficaram muitos famosos e serviam de uma boa referência para a sociedade,

No dia seguinte logo pela manhã na casa de Dafne onde os quatros jovens estavam, receberam a ilustre visita do Coronel Henrique Vieira da Silva juntamente com seus soldados que estiveram presentes no evento da Robben Island. Grande foi a surpresa de Dafne ao abrir a porta:
— Bom dia garota?!
— Bom dia... Coronel! - ela respondeu ao cumprimento muito emocionada com a presença marcante do Coronel.
— Seja bem vindo Coronel! É um prazer tê-lo em nossa casa! - falou assim seu Armando.
— O prazer é todo meu! Onde estão o Âlex, Jon e Kevin?
— Vou chamá-los, Coronel! - Dafne voltou seguida pelos meninos:
— Bom dia, Coronel!
— Oi Coronel!
— Olá Coronel!
— Meninos?! Vim convidar vocês para a gente dar um passeio!
— Onde Coronel?
— Surpresa! Lá fora, todo pessoal está esperando por vocês!
— Quem é Coronel?
— Vamos lá ver!

Ao chegar lá fora todos os soldados participante do resgate dos escravos estavam esperando por eles. Foi uma grande alegria com muitos abraços, ao rever os colegas. Despediram-se dos pais e entraram num grande jipe do exército. E Dafne perguntou:
— Estamos indo pra onde Coronel?
— Surpresa! Mas quero dar um presente a vocês quatro! Vocês vão gostar! Calma! - O Coronel dava risadas.

Depois de viajar alguns quilômetros, chegaram a um aeroporto. Kevin disse:
— O Coronel vai dar passagem aérea grátis pra gente ir à África!- todos riram de Kevin.
— Não faria nada disso com vocês depois do que passamos lá!
O Coronel juntamente com seus soldados e os rapazes, foram todos para um lugar especial e Dafne disse:
— Não estou entendendo nada Coronel!
— Logo vocês verão!
E continuaram andando, até que chegaram a um lugar que tinha um galpão grande e entraram e estavam diante de um enorme pacote coberto com uma lona e todos estavam ansiosos e o Coronel finalmente falou dando risadas, pois ultimamente ele estava muito brincalhão:
— O governo da África e o governo brasileiro mandaram dar de presente pra vocês essa maravilha, acho que vocês já conhecem!

Quando levantaram a lona e abriram o enorme pacote estava o avião que eles fugiram da África. Dafne ficou louca de emoção e disse:
— Não acredito numa coisa dessas! - e o coronel continuou:
— Tratem de acreditar! Esse avião foi deixado por vocês la na praia lembram-se?
— E como pudemos esquecer? Esse avião marcou as nossas vidas! - Completou Kevin abraçando a aeronave.
— Como é que se dá um presente desse? Falava Dafne.
— É uma coisa inacreditável! -falava eufórico Jon.
— Uma coisa dessas só em sonho, Coronel!
— Não é sonho não, Âlex! É de vocês mesmo! Olha a documentação aqui!- entregando a documentação em nome dos quatros! Os governos africano e brasileiro não sabiam como agradecer pelo que vocês fizeram de bom para a humanidade. Essa foi a forma encontrada de reconhecer e agradecer! Dafne com os olhos cheios de lágrimas disse:
— Nunca pensei em minha vida que ganharíamos um avião de presente! É demais pra nossas cabeças! Né os meninos?
— É sim Dafne! - respondendo em coro.
— Agora cambada! - enfatizou o Coronel- Vamos pedir ao nosso piloto Kevin que nos dê a honra de dar um passeio em sua companhia nessa máquina!
— Não vejo a hora Coronel, de pilotar novamente essa máquina!
— Vamos pessoal que o piloto já está chamando pra zarpar!

Sob um grande entusiasmo, todos foram entrando na aeronave. Kevin foi para cabine se preparar para manobrar o avião. Nesse momento chegaram atrasados os verdadeiros pilotos:
— Desculpem o atraso pessoal, mas chegamos a tempo do passeio de nossas vidas!
— Vamos entrar gente! - Bradava alegremente o Coronel!

Por fim, todos estavam dentro da aeronave. Kevin deu a partida e levava o avião para a pista de decolagem. A tripulação era composta pelo Coronel, e seus soldados que estiveram na ação da África, bem como o Sargento Anderson, o cabo Aleph, Dafne, Jon, Álex, os dois pilotos que chegaram atrasados e que também estiveram na África e Kevin que seria o piloto com permissão para esse voo.

Ele levou o avião, para a cabeceira da pista, movimentou o avião para a decolagem.Dentro do avião a alegria e o entusiasmo eram total. Riam e conversavam vários assuntos engraçados. O avião de médio porte, com o nome DAFNE escrito em sua fuselagem, decolou para o céu azul do Brasil muito diferente do céu azul da velha África onde o voo foi tumultuado devido uma fuga de resgate.

Esse voo de agora, era um voo diferente, tranquilo, repleto de alegria no qual era transportado um grupo de pessoas que apesar da simplicidade, eram acostumados a desfechos turbulentos, enfim, era um voo da felicidade para a felicidade.

FIM