Meu amor por um nerd escrita por Will o Construtor de Sonhos


Capítulo 6
Auto Controle


Notas iniciais do capítulo

Vou direcionar a ficc pra parte boa agora no próximo cap já vai ter mais ação e mais emoção.



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Brenno

 

Acordei com o telefone tocando na manhã seguinte. Por um momento, fiquei ouvindo a música bem distante enquanto minha cabeça dava voltas,  minha vista ainda estava embaçada. Quando finalmente percebi que era o celular tocando, peguei-o e atendi preguiçosamente.

— Alô?

— Alô. Bom dia, gostaria de falar com o Sr. Brenno? — A voz feminina no outro lado da linha era jovial e tinha um tom formal.

— Sou eu mesmo — disse meio de mau humor, meio sonolento.

— O senhor deixou um receita de um óculos com a gente, gostaríamos de informar que ele já está pronto, pode passar aqui até as 13h para retirar ainda hoje ou na segunda após as 8h.

— Sério? Muito obrigado, vou ainda hoje! — Por um momento, fiquei feliz, meu mau humor até foi embora e então, depois de confirmar alguns dados, desliguei o telefone.

Ainda estava com dor de cabeça pelo dia anterior, meu computador ainda estava ligado, minha vista ainda estava embaçada e ainda tinha sono. Voltei a ouvir minha música favorita tocar, levei alguns segundos para perceber que o telefone tocava de novo, peguei-o e vi um número o qual não conhecia, atendi.

— Alô? — A pessoa do outro lado da linha estava em silêncio, ouvi alguém respirando fundo antes de falar.

— Bom dia! Gostaria de falar com o Brenno? — O tom informal me deixou claro que não era de algum contratante. Como trabalhava em casa, recebia muitos pedidos como Designer gráfico autônomo.

— Sou eu mesmo! Quem gostaria?

— É... Uhm... é o Lucas...

— Quem? Lucas? De onde? — Não lembrei de nenhum Lucas por mais que minha mente vasculhasse rápido meus últimos encontros. Nada, nem um chat virtual, balada, eventos, nada.

— Lucas, da sua turma da faculdade! — Minha nossa, como ele conseguiu meu telefone? O nome é Lucas, nem cheguei a imaginar isso! O que ele queria?

— Bom dia, Lucas, em que posso ajudá-lo? — Não sabia nem o que dizer, estava completamente desperto e atento.

— Você foi pra casa ontem e esqueceu de devolver o cartão de visitas do condomínio!

— Você me acordou por um cartão? — Meu mal humor estava de volta, quando estava pronto para falar um monte de coisas para o filhinho de papai metido, ele se apressou a me interromper.

— Não, não liguei pra isso, digo, também, mas não é o ponto importante — isso me deixou confuso, esperei ele continuar. — Queria discutir nosso trabalho, se importa de sairmos para conversar? A biblioteca do campus parece uma boa escolha, ou aqui em casa, tanto faz.

Fiquei por um momento refletindo. Depois do dia anterior, consegui pôr meus pensamentos em ordem, podia lidar com um encontro acadêmico em local público sem desejar meu colega de equipe.

— Tem um Cyber café aqui próximo de casa, podemos ir lá se não se incomodar, ainda é cedo, não tomei café.

— Cedo? Já passam das dez da manhã! — Me atentei a olhar as horas no meu relógio de cabeceira digital e constatei que ele estava certo.

— Pelos deuses, já é tão tarde assim? — Como foi que deixei acontecer? Droga! — Passo te pegar ao meio dia, pode ser?

— Me pegar? como assim? Onde?

— Que? Onde você achar melhor, leve seu material.

— Pode ser no campus?

— Pode sim, esteja lá às 12h em ponto! — Não sabia por que no campus, mas tanto fazia.

Me levantei, fui até a geladeira, peguei minha garrafa de chá gelado, tomei um gole, recoloquei a garrafa e dei uma olhada ao redor, tinha bagunça em todos os cantos. Fui a área de serviço e troquei a água e a comida da minha gata, também limpei a caixa de areia, lavei minhas mãos e fui ao banheiro tomar um banho rápido. Depois tomei um remédio para dor de cabeça e saí com o carro, busquei meus óculos, depois de ver que ele estava perfeito de novo, dirigi com mais confiança até o campus.

O campus era grande o bastante para ter várias entradas, porém fui direto na entrada do meu bloco. Chegando lá, vi que ele já estava a espera, olhei no relógio e ainda faltavam 30 minutos para o combinado. Devo admitir que ele estava lindo, vestia uma calça jeans skinny preta, uma camiseta também preta com a estampa de uma banda de rock, no pulso um relógio digital e, no outro, algumas correntes prateadas, no pescoço tinha uma corrente dourada e o cabelo estava bagunçado de uma maneira engraçada, mas tenho certeza de que, se penteasse e deixasse alinhado, viraria uma franja, o que me pareceu estranho. Nas poucas aulas que o vi, ele estava vestido diferente.

Parei o carro meio distante. Notei que ele estava ao telefone, então aproveitei para dar mais uma olhada no garoto. Ele tinha uma altura mediana, acho que deveria ter entre 1,75 a 1,80, cabelos escuros, corpo bem definido não atlético, não parecia ter feito academia ou tomando suplementos. Ele me notou, acenando, e sorri de longe, mais voltou a focar no telefone, parecia algo importante.

Depois de desligar o telefone, ele respirou fundo e veio em minha direção com um sorriso ainda maior que o primeiro. E ele tinha um sorriso perfeito e lindo. Sério, não acreditei que estava olhando assim para um garoto mimado.

— Oi — disse ele estendendo a mão para me cumprimentar ainda com um sorriso encantador.

— Olá — retribui o gesto e senti um aperto firme e o toque suave de sua pele, isso me deixou arrepiado, então puxei a mão em seguida, deixando ele confuso e vermelho.

— Está tudo bem?

— Sim, vamos indo? Parecia estar tendo uma conversa séria ao telefone! Tem horário pra voltar? — Usei um tom de ironia na última frase para me tirar do transe.

— Sim, minha namorada — ele não disse mais nada, achei que não deveria tocar no assunto, notei que ele não usava aliança.  — E não, não tenho horário pra voltar pra casa!

— Ok, vamos então — depois de entrar no carro, fui direto para o cyber. Chegando lá, observei que ele ficou impressionado com o tamanho do lugar, afinal, o Cyber que eu ia era bem grande mesmo, quando me faltava inspiração no trabalho ou quando estava cansado de trabalhar em casa, ia até ali. O lugar funcionava 24 horas por dia e era dividido por ambientes: um espaço para jogos que tinha isolamento sonoro porque eles costumavam gritar muito, um com música para quem trabalhava e um para estudos, e é para lá que fomos. Sentei em uma mesa, coloquei meu computador em cima e logo que o atendente veio, pedi para liberar meu usuário, também pedi café com misto quente.

— Vai comer alguma coisa? — Perguntei oferecendo o cardápio.

— Você vai tomar café da manhã no almoço? — Ele me perguntou erguendo a sobrancelha.

— Sim! Por quê? — Respondi com um sorriso debochado.

— Nada — ele respondeu desviando o olhar para o cardápio em suas mãos.

— Droga! — Disse alto o bastante para chamar alguma atenção, e saí correndo atrás do atendente. Voltei em seguida, um pouco com vergonha. — Mudanças de planos, garoto, deixei meus documentos e meu material em casa, se não se importa, temos que dar uma passada lá.

— Como? — Ele pareceu meio assustado e irritado, até um pouco vermelho. — Podemos sim! — Disse ele depois de pensar por um tempo.

— Depois voltamos pra cá se quiser. Vamos, aproveito e te levo pra almoçar no caminho!


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Notas finais do capítulo

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