Desajustadas escrita por KitKatie


Capítulo 12
Ensinar


Notas iniciais do capítulo

Olá, minha gente ^^
Meu computador ainda não tá pronto, mas a Gabi me influenciou e eu roubei de novo um pc.
Esse capítulo tá um pouquinho menor mas não deixa de ser importante ♥
Espero que gostem e boa leitura a vocês, meus amores!



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Annie estava na biblioteca pública respondendo alguns exercícios de biologia, lendo alguns textos de literatura e resolvendo equações de álgebra. O silencio de lá era muito convidativo, já que poucas pessoas ia até ali, um crime, diga-se de passagem, tantos livros maravilhosos ali e ninguém para lê-los.

A única pessoa ali, com menos de 100 anos, era Annabeth, havia a bibliotecária mas ela estava dormindo sobre alguns arquivos, e babando um pouco. Respirou profundamente e fechou o livro de biologia, puxou contra si o livro de filosofia e se concentrou nos textos ali impressos, alguns segundos depois já iniciou os exercícios.

Se manteve tão concentrada que só reparou que outra pessoa havia sentando em sua frente quanto a mesma pigarreou, fazendo Annie levantar o olhar e franzir o cenho, confusa.

—Jackson? –Perguntou estranhando ver o colega ali, sem querer ofender, mas ele não parecia o tipo de pessoa que frequentaria uma biblioteca, para ser bem franca ele nem mesmo parecia o tipo que sabia ler.

—Olá. –Disse sorrindo amigavelmente, suspeito.

—Oi. –Annie murmurou, ainda um tanto confusa.

—O que está fazendo? –Perguntou, com um tom de voz alegre.

—Estudando? –Annie murmurou confusa, quase como se perguntasse.

—Ótimo. –Respondeu e sorriu.

Annie tentou ignorar o garoto e se concentrar nos textos e exercícios mas isso era quase impossível já que o olhar dele queimava sobre Annabeth, a distraindo totalmente.

—Olha, não quero parecer mal educada, mas o que diabos você está fazendo aqui? –Annie perguntou, largando o lápis e encarando o garoto.

Ele soltou um suspiro e baixou o olhar, demorou alguns segundos, provavelmente pensando no que responder, até que levantou o olhar e falou.

—Preciso da sua ajuda. –Disse, um tanto envergonhado.

—Minha ajuda? –Annie repetiu, confusa.

—Sim. –Afirmou, cada vez mais acanhado.

—No que? –Annie perguntou, tentando não parecer rude.

—Nos estudos. –Percy sussurrou, como se aquilo fosse um segredo. Annabeth demorou alguns segundos para entender o que o garoto queria e poder raciocinar.

—Como? –Annie perguntou, apenas para ter certeza de que havia ouvido certo.

—Preciso que você me ajude com os estudos. –Percy repetiu, dessas vez mais alto.

—Está falando sério? –Annie questionou na defensiva.

—Por que está agindo assim? –Percy retrucou, não entendo as ações da colega.

—Desculpe, é que... –Annabeth começou, suspirou e completou. –Você não parece exatamente o tipo de pessoa que se preocupa com os estudos.

—Estou ultrajado, mocinha. –Percy respondeu de forma dramática, colocando a mão sobre o peito.

—Você ao menos sabe o que “ultrajado” significa, Percy? –Annie arqueou as sobrancelhas.

—Claro que... –Percy começou mas ao ver a cara de Annabeth suspirou derrotado. –Ouvi em alguma serie.

Annabeth soltou uma risada, ato que fez Percy a olhar surpreso, não podia dizer com exatidão, mas achava que essa era a primeira vez que via Annie gargalhar, ela ficava radiante assim, se Percy soubesse que ela ficava tão bonita rindo teria feito muito mais palhaçadas.

—Certo... –Percy murmurou. –Eu sempre me importei com minhas notas, mas não num nível igual ao seu, sabe? Querer que tudo seja 100. Eu apenas queria a média, não muito, nem pouco. –Deu de ombros.

—Entendo. –Annie concordou.

—Estou aqui, humildemente, pedindo sua ajuda, porque esse semestre não vou conseguir a média em...  –Percy falou e começou a contar em seus dedos. –Umas 6 matérias, e se eu reprovar minha mãe me mata e depois me ressuscita só para me por de castigo até eu fazer 30 anos.

—E você quer a minha ajuda? –Annie perguntou.

—É claro, você é a pessoa mais inteligente lá dentro. –Percy disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Annie sentiu-se envergonhada e desviou o olhar. –Não estou pedindo caridade, eu posso te pagar. –Completou rapidamente.

—Eu não quero seu dinheiro, Percy. –Annabeth disse em um suspiro, ela podia sim estar com algumas dificuldade financeiras mas não era o tipo de pessoa que aceitava dinheiro alheio, gostava de conquistar tudo com seu próprio esforço.

—Eu não falei em dinheiro. –Ele respondeu.

—O que? –Annie respondeu confusa.

—Você me ensina e eu te ensino, é uma troca de favores, certo? –Percy perguntou, sorrindo.

—Me ensinar o que?

—A nadar. –Percy disse animado.

—A nadar? –Annie repetiu, arqueando as sobrancelhas.

—Sim. Aquele dia você quase se afogou, em uma piscina rasa. –Percy disse e Annie desviou o olhar, envergonhada. –Digamos que você entre no mar e... –Ele começou mas Annabeth o cortou.

—Eu não vou ao mar. –Disse curta e séria. Percy revirou os olhos e continuou

—Digamos, que hipoteticamente isso aconteça. No mar há ondas, e é bem mais fundo que aquela piscina, eu posso não estar lá para te salvar e ai? Você vai morrer.

—Não estou convencida. –Annie cruzou os braço e encostou-se na parte de trás da cadeira.

—Bom, se você morrer estará jogando todo o seu futuro no lixo, todos os seus esforços serão desperdiçados só porque você não sabe nadar. –Percy falou, sério.

Annie descruzou os braços e ponderou sobre a oferta; Percy poderia não saber disso mas havia mexido exatamente no ponto fraco da garota, seu futuro, isso era tudo que importava para ela. Soltou um suspiro cansado, aprender a nadar não era exatamente um de seus objetivo de vida, mas aprender coisas a mais é sempre bom, certo? E sem contar que enquanto ensinava Percy poderia estudar e treinar melhor para os testes, não era uma oferta de todo o mal, afinal.

—Aceito. –Ela disse e Percy abriu um sorriso gigante. –Mas, existem condições, ok? Você vai fazer tudo que eu mandar, vai estudar com afinco, não vai fazer corpo mole, vai se esforçar e fazer meu esforço valer a pena; e quando estiver me ensinado a nadar vai ter que ser paciente porque eu sou uma negação.

Percy concordou várias vezes com a cabeça, muito empolgado e sem conseguir se conter, e sem pensar também, levantou-se num pulo e abraçou Annabeth.

A garota estancou, estática. Era a primeira vez que um garoto, sem ser da sua família, a abraçava de um jeito tão íntimo, Annabeth não sabia exatamente como reagir, o cheiro do garoto, uma mistura de maresia com um cheiro familiar, algo como casa, a deixava sem reação. Sem saber muito bem como agir, passou as mãos em volta do tronco do garoto.

O abraço durou alguns segundos, até Percy se afastar, ainda com um enorme sorriso.

—Você não vai se arrepender, eu juro.

—Eu espero que não.

 

Thalia desviou o olhar do chão e subiu para encarar o grande relógio que havia no parque, 23:24 era o horário marcado ali. Suspirou e continuou andando, no bolso seu celular vibrava, possivelmente era seu pai ligando ou Hera enchendo seu saco, Thalia sabia que ouviria um sermão gigantesco quando chegasse em casa, mas no momento estava se lixando para isso.

Esperou o sinal fechar e atravessou a rua correndo, nunca se sabe. Pegou seu IPod e trocou de música, continuou seu caminho e ignorou alguns olhares. Parou em frente a uma lojinha de aparência normal, olhou para os lados, apenas para confirmar que ninguém estava olhando para si e entrou.

Um forte cheiro de cigarro misturado com incenso fez o estomago de Thalia revirar, a menina respirou pela boca e seguiu até o balcão, onde um senhor, já com a cabeça totalmente branca e alguns dentes faltando, a esperava com um sorriso.

—Olá, menina. –O senhor disse de um modo amigável, mas mesmo assim causou um arrepio na espinha de Thalia, ela odiava completamente aquele lugar.

—Oi, tio Sam. –Respondeu.

—O de sempre? –Perguntou, já se abaixado e puxando uma caixa.

—Sim. –Thalia respondeu e pegou de sua mochila um bolo meio amassado de dinheiro. Colocou em cima do balcão e sentiu vários olhares queimando em suas costas, Thalia apenas torcia para não ser assaltada.

—Aqui. –Lhe estendeu a caixa e puxou o bolinho de dinheiro. Thalia abriu-a apenas para conferir, todos os seus cigarros estavam ali.

—Até mais, tio Sam. –Murmurou e saiu dali o mais rápido que pode.

Suspirou e apenas não puxou um cigarro naquele momento porque viu alguns bêbado passando. Suspirou e guardou a caixa dentro de sua mochila, enrolada em seu casaco.

—Oi...-Ouviu uma voz arrastada e esganiçada ao seu lado. Virou a cabeça a viu um cara de estatura média completamente bêbado.

Revirou os olhos e seguiu seu caminho, mas teve seu braço segurado com uma força desnecessária.

—Onde... você ‘tá indo... princesa? –A voz arrastada perguntou, o forte hálito de álcool atingiu o rosto dela, a fazendo soltar uma careta.

Discutir com um bêbado seria perda de tempo, ela tinha experiência nesse assunto, por isso fez a coisa que sempre fazia quando tinha problemas nesse tipo de lugar, atingiu um chute extremamente forte entre as pernas do homem, que logo caiu de joelhos se contorcendo.

—Opa. –Thalia murmurou e soltou uma risada irônica.

O homem levantou a cabeça, seu olhar queimava em pura fúria, a menina deu-lhe o dedo do meio e saiu correndo, sentindo o frescor da noite balançar seus cabelos, suspirou e sentiu-se um pouco culpada, ela conhecia aquele bêbado, era um dos ex-namorados de sua mãe, Bob, ou algo assim.

Parou por alguns segundos e pensou sobre ele, logo, deixou-se de sentir-se culpada e correu para casa, já esperando pelo sermão que receberia.


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Notas finais do capítulo

PERCABETH, MEU POVO, VAMO SHIPPA.
Bom, antes de me despedir digo algo, CHEGAMOS A 70 COMENTÁRIOS, AEHOOOOOOO. Também já passamos dos 70 acompanhamentos, isso é incrível *--*
Só posso agradecer, imensamente, a cada um de vocês, seus lindos