Apenas uma chance escrita por TulipaFlores


Capítulo 4
Desafio part 2


Notas iniciais do capítulo

Volteei amores! Essa historia está me dando o maior trabalho pra escrever, mas estou amando e tenho várias ideias. Então espero que gostem e desculpem se eu demorar um pouco para postar aqui. Bejooos :*



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Via várias duplas empenhadas, super animadas procurando como se a vida dependesse disso. Estávamos na área das flores. Muito mais mato do que flores. Quando o professor liberou as duplas para irem começar o desafio, Paul me entregou o cartão. Um cartão preto, com um desenho de uma flor bonita na frente e embaixo da foto estava escrito "Flor de cerejeira".

O Paul com certeza não é a melhor dupla para se fazer um desafio. Ele estava encostado na árvore enquanto eu procurava pela flor com os olhos.

— Você conhece essa flor? - ele perguntou vendo a minha concentração para procurar.

— Sim - respondi simples ainda procurando.

— Você não tem cara de que gosta de flores. - me aproximei próxima de uma Jasmim, arranquei-a e senti seu perfume forte passar pelas minhas narinas. Joguei-a no chão, pisei e voltei a procurar.

— Não gosto. Mas minha mãe tinha uma floricultura onde morávamos e aprendi um pouco sobre algumas flores. - não sei porque estou contando isso para ele. Mas quando fui pensar já tinha falado. - Vem, aqui só tem flores que duram muito tempo. Essa flor é rara. Deve estar na parte mais apropriada para uma flor daqui. - me levantei e olhei para ele. - Sabe de um lugar onde bata sol, sem muitas árvores e que seja fácil de cultivar uma flor rara? - por um momento ele me olhou pensativo mas logo respondeu.

— Sei. Vem comigo.

...

Seguimos para um lugar afastado de todas as flores e das outras duplas. Ele olhavam sem entender para onde estávamos indo. Depois quase meia hora andando, quando chegamos eu uma parte sem nenhum mato e nada que possa ser de longe uma flor, também comecei a achar que estava sendo enganada. Antes de me pronunciar me vi em um lugar muito diferente do que estávamos antes. Era um gramado impecável. Bem verdinho e com varias flores muito bem cuidadas.

— Por que ninguém veio para cá? Aqui está cheio de flores. - perguntei indo em direção das flores.

— Porque ninguém conhece esse lugar.

— E por que você conhece?

— Porque eu preciso de um lugar para fumar, e sei a hora que o jardineiro não está aqui.

— Você tem cigarros?

— Claro. Como iria fumar sem eles? - sua voz saiu dura e seca.

— E onde você consegue?

— Está querendo saber demais não acha?

— Eu preciso de cigarros, estou sem fumar a quase um mês.

— Quem sabe um dia eu não te ajude a arranjar uns. - seu tom foi claro que ele não iria me dar cigarro nenhum.

Olhei para o gramado e de longe vi uma árvore de cerejeira. Caminhei pisando nas outras flores e cheguei até as flores que precisava. Arranquei duas delas e voltei até Paul.

— Já achei vamos. - não olhei pra ele e voltamos para onde todos estavam.

...

A volta foi mais rápida. De longe víamos que algumas duplas já haviam chegado ao professor. Chegamos e lhe entreguei a flor e o cartão.

— Flor de cerejeira. Uau, essa flor não é fácil de encontrar. Parabéns a dupla. Vocês são a oitava dupla a entregar a flor, vamos esperar as outras duas duplas.

Alguns minutos depois vi o Martin e sua dupla chegando com um sorriso grande no rosto e a garota com uma cara de nojo e coçando suas pernas desnudas.

— Flor Acácia, parabéns. Vamos ver quem vai ser a ultima dupla.

Assim que o professor falou vi o garoto que não desgruda da namorada e sua dupla, e ao lado vi a Dory e o Filip.

— Só falta uma dupla. Se eu fosse vocês andaria mais rápido. - o professor gritou e vi a Dory correr, e quando percebeu o que estava acontecendo a outra dupla correu também. Dory é pequena e magra, corre rápido. Filip ficou para trás tentando entender o motivo da correria.

Como de esperando Dory chegou primeiro. Com a flor um pouco amassada nas mãos entregou para o professor, junto com o cartão e ofegante.

— Girassol. Bela flor. Parabéns para a última dupla. Vamos esperar os outros alunos chegaram. Quem quiser ir beber uma água ou lavar as mãos podem ir. Mas voltem logo.

Dory vinha em minha direção ofegante.

 - Agua. - disse quase sem fôlego e me puxou.

Me encostei na parede enquanto ela bebia água.

 - Eai, como foi procurar a flor com o Paul?

 - Normal. Ele ficou na dele e eu na minha. - vi sua cara frustrada esperando uma história emocionante.

Voltamos para onde os alunos estavam e todos já haviam voltado.

 - Bom, como já estão todos aqui vou explicar a segunda fase do desafio. - o professor voltou a falar chamando a atenção de todos. - Para os que não conseguiram chegar a tempo com a flor não se preocupem, vou passar um trabalho para vocês recuperarem essa nota, e as 10 duplas que chegaram a tempo estão poupadas dele. A segunda fase será feita na sala de computação. Vocês vão ter que pesquisar sobre a flor de vocês. Mas não é qualquer pesquisa. Além dos dados da flor, quero que vocês relacionem o significado dela a algo. Pode ser a algum objeto, ou a alguma experiência de vida. Pode ser uma história. Só preciso que usem o significado dela em algo. As cinco duplas mais criativas iram para a ultima fase. E vocês terão o resto dos períodos para fazer e na última aula de hoje você me encontraram na minha sala e apresentaram sua pesquisa. Dúvidas aqui comigo, e estão liberados.


As pessoas logo foram para cima do professor o enchendo de perguntas, e eu ia saindo, mas Paul me segurou pelo braço.

 - A gente faz essa merda no intervalo.

 - Não é você quem decide isso. - puxei meu braço com força que logo ficou marcado.

 - Esteja lá na sala de computação no intervalo ou vai fazer tudo sozinha.

 - Como se você fosse fazer alguma diferença. - sai de perto dele indo na direção do dormitório e vendo Martin me olhar querendo ir falar comigo. Mas quando viu minha cara desistiu.

...

 - ... Ai na hora que ele achou a flor ele me entregou com cara de apaixonado... - Dory contava como foi sua aventura procurando pela flor, em seu dormitório e eu comia um salgadinho que ela comprou daquelas máquinas que vende besteiras. - ... E eu peguei a flor de qualquer jeito da mão dele e corri e ele veio atrás todo desengonçado. - ela parou de falar e ficou olhando comer. - Você está sem dinheiro né?!
 
 - Minha mãe ainda não mandou. Mas disse que ainda essa semana me manda. - Minto. Eu tinha dito para minha mãe que não precisava de dinheiro. Mas tenho certeza que ela vai mandar de qualquer jeito.

 Logo a menina da voz enjoada entra no quarto.
 
 - Por que ela está comendo no quarto? Dory você sabe que odeio que comam em no meu quarto. - medi ela de cima a baixo e ri com deboche, sem parar de comer.

 - Kellany, já estamos indo pro refeitório, não se preocupe. Vem Violet. - lambi os dedos de salgadinho fazendo um barulho irritante e olhando pra cara da tal Kellany que me olhava com cara de nojo. E antes de sair joguei o saco de salgadinho em cima da sua cama e logo se espalhou todo o farelo. Ouvi um grito agudo dela e a Dory ri. - Você é louca.

...

Quando cheguei no refeitório com a Dory fomos para a fila da comida e pegamos nossa bandeja. Sentamos para comer e reparei que o Paul não estava lá. Terminei de comer e fui para o meu dormitório, tomei banho e precisava lavar o cabelo, mas não tinha nenhum shampoo e nem minha estranha colega de quarto. Apenas molhei o cabelo e o deixei solto. Peguei um caderno e fui para a sala de computação. Cheguei lá e a sala estava vazia. Paul não me esperou. Comecei minha pesquisa sem ele. Depois de um tempo já tinha terminado e resolvi ir para aquele lugar que o Paul tinha me levado mais cedo, para ver se encontrava ele e mandar ele fazer a outra parte do trabalho.

Não lembrava direito o caminho, mas logo cheguei e o avistei de longe com uma garota. Morena de cabelo longo, e alta. Vi ela entregar uma caixinha para ele. Cigarros. E ele a beijou como agradecimento. Logo terminaram o beijo e a morena saiu sorridente. Me aproximei e ele logo enrijeceu o maxilar.

 - Então é assim que você paga pelos cigarros? - ele se encostou na árvore e pegou um cigarro.

 - O que você quer aqui? - acendeu o cigarro e me encarou.

 - Eu vim trazer a pesquisa para você fazer a outra parte, de comparar o significado da flor lá.

 - Eu não vou fazer nada. Fiquei lá na sala o intervalo todo e você não apareceu. - ele tragava o cigarro e me deu uma vontade enorme de fumar. - Quer um? - ele reparou o jeito que eu olhava para seu cigarro e se aproximou. - Vai precisar pagar por ele. - disse e soprou a fumaça do cigarro na minha boca.

 - Prefiro morrer. - disse séria e ele riu. Pegou outro cigarro acendeu no seu e me deu.

 - Tudo pela sua morte. - traguei forte aquele cigarro e foi maravilhoso sentir aquele sensação de novo. Fechei os olhos e soprei a fumaça para cima. Abri os olhos e ele me olhava. Virou o rosto assim que viu meus olhos.

Ficamos assim em silêncio só fumando até nossos cigarros acabarem.

 - Daqui a pouco o jardineiro volta. Melhor irmos embora. - ele disse e jogou seu cigarro no chão pisando em cima para apagar.

 - Pode ir na frente, não quero ser vista com você. - me olhou sério e virou as costas para mim.

— É um favor que me faz.


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