A Escuridão Escarlate escrita por Tris Z


Capítulo 12
Capitulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi galera... Estou trazendo novidades,um novo capítulo. Eu juro que no próximo vai ter mais Beward.
Espero que gostem,e por favor não deixem de comentar.
Xoxo



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Assim que o sinal mudou de vermelho para verde, pisei no acelerador sem piedade. Os pneus deslizaram pelo chão asfaltado como um foguete prestes a lançar voo.

Aquela manobra,com certeza teria resultado em um comentário sarcástico de Damon,se ele não estivesse em outra cidade.

Não lembro a última vez que tive um dia só de meninas,mas tenho certeza que foi a décadas atrás. Embora eu acreditasse que tudo não passaria de lamúrias,acabei descobrindo que na verdade,aquilo era divertido.

Ângela,Jessica,Elena e Caroline — Bonnie não poderá vir,pois estava visitando sua avó, que por sinal, era uma excelente bruxa Bennet — encontravam pautas divertidas enquanto eu dirigia,e em muitos momentos um sorriso se abria em meus lábios.

Chegamos em Portland em pouco tempo,assim como havíamos decidido,desviei dos pontos turísticos lotados por pessoas curiosas e estacionei na frente da loja que havíamos escolhido.

Embora tivesse tido vários convites para o baile durante o decorrer da semana,eu recusei todos e estava cética da minha ausência na festa estudantil. É claro que nenhuma das garotas deixou que isso passase em branco,e logo,estavam me enchendo de perguntas. Quando disse que nunca fui a um baile em Florença — na verdade eu não ia a um baile a mais de cem anos — elas se mostraram completamente descrentes.

— Ninguém me convidava — menti,com um inocente dar de ombros. Eu odiava mentir; Jamais tive jeito em fazer isso. Quando humana,todos sabiam quando eu tentava esconder algo,assim,Damon me apelidou de livro aberto. No entanto,quando iniciei minha segunda vida,percebi que eu conseguia dizer uma mentira, sem que alguém desse risada de minha cara ou desdenhasse minhas palavras sem jeito. Creio,que fosse outra característica para ludibriar os humanos.

— As pessoas te convidam aqui. Você que diz não. — Lembrou Jessica.

Dei de ombros,fingindo estar interessada por um vestido que estava pendurado na arara.

— Pelo menos,boa parte. — falou Caroline.

Meus olhos foram imediatamente para seu rosto.

— O que você quer dizer?

Caroline,mexeu os ombros,com sua atenção completamente voltada para um vestido rosa claro.

— Ângela? — questionei

Ela mordeu o lábio e suspirou

— Tyler Crowley espalhou que você iria no baile de final de ano com ele.

— Ele disse o que!? — explodi.

Elena se virou para Jessica.

— Eu disse que não era verdade.

Franzi o cenho,zangada.

— Será que um não,não é mais o bastante? O que vou ter que fazer? Esperar que chegue o dia do baile e me trancar em casa? O que diabos ele pensa que esta fazendo? — comecei a resmungar.

Elas riram em uníssono.

— É por isso que Lauren não gosta de você. — falou Jessica.

Revirei os olhos ainda abalada com a notícia e confusa sobre o que iria fazer em relação a isso. Com a mínima vontade de continuar a falar sobre Tyler e sua persistência irritante,fingi me importar com os vestidos,mostrando a Jessica um vestido azul que aleguei resaltar a cor de seus olhos.

Eu sentei em uma cadeira baixa dentro de um dos provadores, perto de um espelho de três faces, tentando controlar a minha fúria. Anui com entusiasmo os vestidos que me mostravam e ajudei a se decidirem. Jessica ficou com o azul. Ângela optou por um rosa claro e Caroline por um vermelho. Tudo foi mais rápido do que eu imaginei,e sem dúvida muito mais curto e fácil do que as compras que eu geralmente fazia a cada década para mim e meus irmãos.

Enquanto Caroline,Jessica e Ângela escolhiam os sapatos e os acessórios que usariam junto com seus vestidos, para meu incômodo, Elena veio se sentar ao meu lado.

Eu não a havia visto em nenhum momento,mas aparentemente ela já havia decidido,pois carregava um cabide com a capa,escondendo o vestido.

Após alguns momentos de silêncio constrangedor,eu limpei a garganta audivelmente,sorri e apontei para a capa preta.

— Já se decidiu? — perguntei amigavelmente.

Ela se mexeu na cadeira, desconfortável,logo, sorriu também e exclamou:

— Ahh... Sim. Foi fácil. Eu já sabia o que queria.

Assenti

— Espero que tenha encontrado o que queria. Tenho certeza que vai ficar ótimo.

—Aah...Obrigado.

Sorri,condescendente e voltei a encarar as garotas que riam exageradamente.

— Sabe... Eu não vou dizer nada sobre vocês.

Não disse nada.

— Eu realmente gosto dele. Não precisa se preocupar.

Virei para encará-la com rapidez,e vi seus corpo se encolher milimetricamente.

— É isso que me preocupa. Você gosta dele,mas não o ama. Meu irmão a ama,e sinceramente, não quero que meu irmão sofra tudo outra vez.

— Eu não vou fazer isso — disse,balançando a cabeça.

Olhei em seus olhos,e senti um grande alivio ao ver sua sinceridade. Suspirei e balancei a cabeça

— Você é jovem,e possui uma grande vontade de viver. — ela abriu a boca para protestar,mas eu a interrompi, balançando a cabeça — E esta totalmente certa em relação a isso. Mas você vai mudar,vai crescer e amadurecer. Não estou dizendo que vai fazer isso agora,mas que vai fazer isso algum dia.

Seu maxilar se retraiu. — Eu sou não Katherine.

— Para seu bem,eu espero que não. —disse.

Elena não era uma má pessoa; Eu podia sentir que nosso segredo estava seguro em suas mãos,embora tudo isso representasse perigo,não era eu e meus irmãos que deviam se preocupar,mas sim,Elena.

Ela estava se expondo para um mundo desconhecido e repleto de perigos,apenas por causa de Stefan. E eu a admirava por isso. No entanto,eu não conseguia conter a desconfiança que crescia em meu peito. Eu sabia que o medo em meu coração,era um pouco irracional. Mas eu sabia que meus irmãos não conseguiriam passar pela mesma coisa. Eu temia por eles. Eu temia que Katherine ressurgisse em Elena.E isso me abominava,em todas as horas,até agora,conversando com a mesma.

E foi por isso,que decidi sair e respirar um pouco.

Nós planejávamos jantar num pequeno restaurante Italiano na rua principal, mas as compras não demoraram tanto quanto esperávamos. Jess, Ângela,Elena e Caroline foram colocar as suas compras de volta no carro e depois iam descer á baia. Eu disse que me encontraria com elas no restaurante dentro de uma hora, queria encontrar uma livraria. Elas estavam querendo vir comigo, mas eu encorajei-as a irem se divertir,aleguei que elas não sabiam o quanto eu podia ficar ocupada quanto estava cercada de livros, era algo que eu preferia fazer sozinha. Elas voltaram para o carro conversando alegremente, eu fui à direção que Jess me apontou.

Eu não queria encontrar uma livraria,na verdade,eu precisava de ar. Precisava por meus pensamentos em ordem. Assim,caminhei por entre as ruas agitadas de Portland,enquanto afundava-me em devaneios.

Elena não era Katherine. Eu podia ver em seus olhos. Em seus gestos.

Não era mimada,egoísta,sarcástica e principalmente,não se achava melhor de que qualquer um. Mesmo assim,havia algo de comum entre elas : Meus irmãos.

Elena era jovem,carente e ainda um pouco inconsequente,mas eu podia ver o amor pela vida queimar em seus olhos. E isso,seria o bastante para quebrar o coração de Stefan. Ela jamais se entregaria a essa vida imortal por meu irmão caçula,logo,ela não suportaria viver com ele por muito tempo.

Para vampiros,algo que dura anos,não passam mais do que minutos em nossas vidas eternizadas, e consequentemente esse tempo mínimo arrasaria Stefan,tal como Katherine fizera a séculos atrás.

Eu gostava de Elena,ela me parecia uma boa pessoa,e melhor,trazia felicidade para a vida pacata e fria de meu irmão mais novo.No entanto, uma humana ficar perto de um vampiro resultava em problemas,tanto para o vampiro,como para a humana,e isso me enchia de desespero.

E ainda o pior: Damon. Damon era uma boa pessoa. Um dos melhores irmãos de que qualquer um pudesse sonhar. Mas o destino lhe amargurara, e agora, ele fingia estar distante e fingia ter uma péssima personalidade. Nada daquilo era verdade. Depois de tantos anos convivendo juntos,eu passara a enxergar meus irmãos de uma forma transparente.

Era assim com Damon. Eu sabia,que no fundo,ele se importava com as pessoas,tinha um enorme coração e era mais do que beber litros e litros de uísque barato. Eu também sabia que desde a morte de Katherine,ele se sentia sozinho,e quando finalmente percebesse que a mulher desprezível que era a Srta. Pierce ele se desvencilharia para o lado a procura de outra pessoa e seus olhos parariam,justamente em Elena Gilbert,resultando na mesma história que antecedera a séculos atrás.

E sinceramente,esse era meu maior medo,que tudo...tudo voltasse a acontecer. Mas o final,seria dez vezes pior.

Suspirei,crente de que minha imaginação estava fluindo demais e que eu estivesse delirando.

Observei as ruas escuras e pouco movimento,surpreendendo-me com o enorme tempo que havia passado. Respirei fundo e dei meia volta,pronta para ir embora.

Então eu senti.

Atingiu meu estômago como uma bomba,e por um segundo eu me vi cambaleando para o lado e inspirando outra vez para ter plena certeza.

Foi necessário apenas uma fungada de ar para ter certeza do que se tratava. Com a visão em vermelho,os caninos alongados e a fome roncando em meu estômago extinto,o nome do cheiro escoou em minha mente repetidas vezes.

Sangue.

Comprimi os olhos por um segundo,ciente da sensação crescente que surgia por entre as minhas entranhas.

Cerrei os dentes em uma tentativa vã de retrair minhas presas,e com um breve suspiro,retomei meu forte alto controle.

Apertei a bolsa em meu corpo e deliberei se deveria ou não sair dali. Quando minha audição apurada captou o som de um arfar e a voz fraca de uma patética tentativa de pedir ajuda,eu finalmente decidi que deveria ficar e ajudar quem quer que fosse.

Não demorou para encontrar o que procurava. Encolhida em um dos becos mal iluminados que surgiam por entre a rua deserta,havia uma garota que se encontrava em um estado lastimável.

Suas roupas rasgadas,seu cabelo despenteado e o suor que escorria por sua testa,não eram nada comparados aos extensos machucados sangrentos que se estendiam por cada milímetro de sua pele.

O cheiro que ela emanava era angustiante para minhas narinas. No entanto,apenas limitei minha respiração,extinguido-a.

Agachei-me ao lado da garota e apoiei sua cabeça em meu colo,fazendo ela gemer de dor por alguns instantes.

— Minha nossa!!! O que aconteceu com você? — exclamei

As lágrimas marcavam seu rosto sujo.

— Eles...eu tentei... Eu não queria... Mas eles eram mais fortes que eu...eu gritei...e...e-e...— ela gaguejou enquanto chorava copiosamente.

Afaguei seu rosto.

— Você vai ficar bem.— tranquilizei — Tudo vai ficar bem.

— Está doendo. Faça a dor parar. Me ajude. — choramingou em uma fina voz.

Não falei nada. Apenas rasguei a fina linha que era meu pulso, e vi o sangue rubro escorrer por minha pele pálida. Pressionei levemente o corte em sua boca deixando que ela engolisse apenas algumas gordas gotas.

Encarei seus olhos e observei sua pupila dilatar.

— Você não vai se lembrar disso. Você vai esquecer tudo o que aqueles homens fizeram com você. E acima de tudo,você vai ficar bem. — instrui

Ela assentiu,sem expressão. Ouvi sua respiração se estabilizar e seu coração voltou a bater normalmente.

Peguei o telefone e disquei um número que jamais pensei que alguma vez usaria. Em poucos minutos,uma ambulância estacionava ao nosso lado e içava uma maca para colocar a frágil garota cuja o nome descobrira ser Jeniffer.

Como despedida, sussurrei a pergunta que guardava entre meu pouco oxigênio.

— Para onde eles foram?

Ela apenas apontou para o oeste,e logo foi levada a um hospital. Peguei minha bolsa que escorregara ao chão e comecei a marchar em direção a onde ela me apontara.

Eu não sabia o porquê,mas precisava vingar aquela garota,mesmo que só a conhecesse por alguns minutos,o senso de justiça queimava em minha mente,e eu estava certa de que aqueles homens tinham que pagar.

Em determinado momento,pude sentir o rastro — nem tão forte por causa do tempo que passara — do seus cheiros. Com raiva,e com a visão nublada pelo tom vermelho escarlate,pisei firme os seguindo. Bem...eu seguiria se alguém não houvesse me parado antes.

Primeiramente,encarei confusa a mão com dedos longos e pálidos que seguravam meu antebraço com um aperto de ferro. Depois,meus olhos escorregaram até sua face e tive que por um momento me segurar para não soltar um suspiro sonhador.

— O que pensa que esta fazendo? — sua voz estava ríspida,mostrando sua irritação.

Levantei o queixo, petulante.

— O que você pensa que esta fazendo Edward? — retruquei

Ele franziu a testa,marcando seu rosto perfeito.

— Vamos embora. — falou me puxando para o lugar de onde tinha vindo. Estaquei no lugar e puxei meu braço tentando me livrar dele.

— Me largue Edward. Eu preciso fazer... — hesitei por um breve momento — Bem...eu tenho coisas para resolver.

Ele me olhou como se eu fosse louca.

— Eu sei o que você quer fazer. E não vou deixar que isso aconteça.

Pisquei,surpresa

— Como você...? — comecei a questionar

— Isso não importa. — falou balançando a cabeça — O que importa é que não vou deixá-la ir até lá.

Eu rosnei.

— Eles precisam pagar Edward!

Ele apoiou sua outra mão em meu ombro e me olhou nos olhos.

— E eles vão pagar. Mas não desse jeito.

Mexi meu ombro violentamente, fazendo com que sua mão o deixasse.

— Me largue. — ordenei enquanto tentava me desvencilhar de suas garras.

— Você não é assim. Isso não é você.

Eu rosnei outra vez,tomada pela fúria.

— Você não me conhece.

Ele negou

— Eu sei exatamente quem é você. E por mais que eu queira fazê-los sofrer tanto quanto você, sei que isso é errado. E você também sabe.

— Eles tem que pagar Edward! —repeti — E eles vão. Eu prometo. Mas as suas amigas estão te esperando. E você precisa se acalmar.

Eu adoraria dizer que foi esse penúltimo argumento que fez com que eu cedesse a suas súplicas,mas quando olhei em seus olhos e vi o desespero e a dor estampados ali,eu não consegui negar.

Eu queria que todos aqueles sentimentos sumissem. Eu queria poder ver seus belos olhos dourados com a tradicional tranquilidade que costumavam trazer. Eu queria poder sentir o calor que eles traziam a minha vida.

Embora gostaria de pensar que isso fosse o começo daqueles romances inesquecíveis que preenchem paginas e paginas de livros consagrados,eu acreditava que tudo não passava de uma atitude patética de minha parte.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Comentem.



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