Heart Of a Machine escrita por Sugar High Unicorn


Capítulo 2
Assassin


Notas iniciais do capítulo

Oie :D

Mais um capítulo pra vocês, seus divos!

Dedico esse cap a Marcia Bito, obrigada por comentar flor, agradeço muito seu carinho!

Sem mais delongas, vamos à história:



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O carro de Mycroft os deixou na frente da loja de informática.

— Acha que consegue o nome do comprador? – Zoe pergunta, entregando o dispositivo para Sherlock

— Sim – Ele responde

— Ótimo, faça isso – Ela diz e entra na loja antes dele. Um dos atendentes é um garoto de óculos que parece ter acabado de completar idade suficiente para trabalhar. Ela anda até ele, abrindo o casaco um pouco e soltando os cabelos que estavam presos em um coque.

Cartão de acesso no bolso direito da calça, ela só precisava...

— Oh, desculpe – Ela diz com um sorriso após esbarrar nele, discretamente pegando o cartão quando finge tentar se equilibrar. O garoto cora e assente, se desculpando baixo. Ela logo se afasta dele e analisa modos de entrar na parte de trás da loja.

Ela nota Sherlock falando com a pessoa do caixa enquanto está saindo da loja, dando a volta para procurar uma entrada traseira. Felizmente tem uma e ela passa o cartão do garoto, liberando a entrada.

Há várias peças espalhadas pelo depósito, mas o que ela precisa é... ahá! Ali estava o computador principal. Logando no registro de compras ela logo consegue, procurando pelo código de produção da peça específica, encontrar o nome de quem comprou. Não é exatamente um nome, provavelmente só uma fachada para evitar ser reconhecido, mas ela toma nota mesmo assim.

Imprimindo rapidamente o extrato de compra, ela se vira para sair, dando de cara com um funcionário na porta.

— Você não é permitida aqui – Ele diz, e então vê o cartão na mão dela. Ela o empurra, joga o cartão na direção dele e corre para fora.

Ele não desiste, continuando atrás dela e a seguindo até o fim da rua, então ela começa a tentar o despistar.

Curva à esquerda, beco à direita, sinal vermelho, subir escada de incêndio, prédio ao lado, descer escada de incêndio, rua barrada para construção, curva à direita e... uh, acho que perdi ele.

Ela balança uma mão para tirar o mapa de Londres que havia aberto enquanto corria para saber os atalhos, e então tira seu celular do bolso, mandando uma mensagem para o número de Sherlock, que Mycroft havia fornecido.

“Ocorreu um imprevisto. Estou no Fredy’s da 14 com a principal. –ZA”

“A caminho. O que aconteceu? – SH”

“Nada demais. – ZA”

Ela sorri e suspira, puxando o ar e soltando várias vezes para acalmar o batimento cardíaco alterado pela grande quantidade de esforço que lhe fora exigida ao correr do homem. Ela nem sabia por que ele veio atrás dela para começar, não é como se ela houvesse roubado algo.

Sherlock chega ao local alguns minutos depois.

— Conseguiu alguma coisa? – Ela pergunta, escorada na parede ao lado de uma cerca.

— O nome, muito provavelmente falso, do comprador – Sherlock responde – que era só um lacaio, e não o orquestrador de tudo. O atendente o ouviu falando com o chefe, mas não ouviu nenhum nome, porque estava muito ocupado tentando tirar dinheiro da caixa registradora sem que alguém percebesse.

— Bom – Ela sorri

— E imagino que tenha conseguido algo, já que não deve ter corrido até aqui sem motivo nenhum – Ele indaga

— É, o recibo de compra – Ela mostra o papel e ele o pega, sem mostrar estar impressionado com a utilidade dela – Posso tentar rastrear o número do cartão assim que estiver com meu notebook.

— Não pode usar qualquer um? – Sherlock levanta uma sobrancelha. Ele o olha de lado – Ah, claro. Você provavelmente o alterou, então é melhor, como seu celular.

— Boa dedução – Ela pisca com um sorriso leve e então olha a hora – Se importa de eu ficar no seu flat? Mykey pode levar minhas coisas para lá e seria mais fácil de juntarmos informação, já que vamos trabalhar juntos.

— Nós não vamos...

— Bem, eu já mandei uma mensagem para ele, então ele vai levar tudo assim mesmo – Ela encolhe os ombros, travessa.

Sherlock suspira, sabendo que não adiantaria discutir.

Chamando um taxi, eles logo voltam a Baker Street.

Zoe logo está por todos os lados, começando com lavar a enorme quantidade de louça acumulada, secar e guardar tudo. Ela também se encarrega de dar uma arrumada na sala e limpar um pouco dos experimentos de Sherlock na cozinha. No fim da tarde, tudo está razoavelmente limpo e ela finalmente se joga na cadeira que Sherlock considera “A cadeira do John”, exausta.

Sherlock esteve em seu computador durante o tempo que ela estava fazendo faxina, então não notou muito do que ela fez a sua volta, tentando encontrar conexões entre os nomes que havia pego e algum dos homens de Moriarty que ainda haviam sobrado em sua teia, mas se sorte.

— Oh, você não me avisou que Mycroft já havia trazido meu computador – Ela comenta, vendo as coisas dela espalhadas pela mesa de centro da sala, logo indo conectar e ligar tudo – Ei, descobriu algo?

Sherlock não lhe dá atenção.

— Sherlock! – Ela exclama, e finalmente ele a olha – Se vamos trabalhar juntos, precisamos falar.

— Nós não vamos trabalhar juntos – Ele teima. Era seu dever acabar com a ameaça, não do bichinho de estimação de Mycroft. Ele não sabia a razão, mas estava irritado com a garota, mais que o normal nível de irritação causado pelas pessoas comuns.

Ele havia pesquisado sobre esses tais ALPHAS, e o que não era confidencial inda era detalhado o suficiente para que ele entendesse do que se tratava. Um pouco do seu tempo ele usou pesquisando sobre as habilidades específicas de Zoe e embora grande parte fossem especulações, ele admitia que ela podia ser útil.

— Mas... – Ela o olha, e então suspira, olhando para baixo. Claro que ele não se importaria com a ajuda dela, “O Grande Sherlock Holmes” aparentemente não precisa da ajuda da plebe.

Os dois estavam tão perdidos e seus próprios pensamentos que não notaram alguém subir as escadas, só percebendo a presença de outra pessoa quando a mesma abriu a porta do apartamento.

— Sherlock? – A voz era masculina e Zoe logo levantou o olhar para o homem na porta, que tinha olhos azuis, uma estatura baixa e cabelos loiros. O detetive também saiu de seus pensamentos ao ouvir ser chamado e olhou para o recém chegado.

— John! – Ele cumprimenta, quase sorrindo, mas não realmente. Ele percebe que John está olhando para Zoe, que somente o encara de volta, curiosa.

— John Watson, prazer – Ele então cumprimenta, após se aproximar.

Zoe se coloca de pé e sorri, apertando a mão de John.

— Zoe Adamns – Ela se apresenta - Estou... ajudando os Holmes com um caso.

— Desnecessariamente – Sherlock acrescenta

— Bem, eu vim justamente falar sobre um caso – John comenta, então voltando sua atenção para Sherlock – O que vai fazer sobre Moriarty?

— Estou fazendo – Sherlock corrige – O vídeo foi enviado de um aparelho aqui no apartamento, uma das peças era rastreável, tenho o nome falso do comprador.

— Eu achei o dispositivo e rastreei a peça – Zoe interfere, não gostando do modo como ele estava falando com ela, então revidando – E consegui algumas informações na loja sobre o comprador da peça.

— Que são inúteis – Sherlock intervém

— Porque não sabe usar – Ela retruca, irritada.

— É claro que sei, sua...

— O que?! – Ela exclama, batendo o pé – O que diabos você tem contra mim?!

John observava a interação com um interesse mórbido, afinal não era todo dia que via seu amigo perder a calma, e muito menos com uma garota. Ela parecia inteligente, ao menos. Talvez ele não gostasse disso, com sua mania de sempre ser a pessoa mais esperta na sala.

— Você se suicidou! – Ele exclama, finalmente perdendo a calma.

John não tem tempo para apreciar a ironia daquela exclamação, já que ela logo responde.

— Não foi minha culpa! – Zoe cruza os braços – E a gente conviveu por pouco tempo, eu ia lá saber que ia te afetar tanto!

— Não afetou – Ele mente

— Então por que estamos gritando? – Ela pergunta, suavemente – Olha, eu sinto muito por seu irmão ser um idiota e achar que dizer que eu morri era a melhor solução, embora eu concorde que seja, foi cruel. Agora, pode ficar embirrado e esconder informações, ou colaborar e pegamos o filho da mãe que acha que pode aterrorizar a Inglaterra.

Sherlock a olha por alguns segundos, e então suspira, cedendo.

— Certo, tudo bem, podemos trabalhar juntos – Ele revira os olhos

John continua em seu lugar, com um pequeno sorriso no rosto. Ele tinha medo de Sherlock ficar mal depois que ele saísse, esperando ver a casa totalmente bagunçada, muita coisa suja e o mesmo jogado no sofá. A contrário, ele encontrou tudo aceitavelmente limpo e pelo jeito o detetive havia encontrado outra pessoa que conseguia lidar com seu temperamento e lhe colocar razão.

— Desculpe por isso – Zoe comenta, se virando para John.

— Não precisa, eu bem sei como ele é difícil – O ex-soldado sorri para ela em simpatia.

— John, está tudo bem? – Uma voz feminina vem das escadas, fazendo Zoe pular. Ela ouve passos e sem perceber começa a recuar devagar. Ela conhecia aquela voz – Eu ouvi gritos.

A mulher que abre a porta está diferente de como ela se lembra, os cabelos agora são loiros e ela está mais velha, um pouco mais nutrida, também. Mesmo assim ela não esqueceria aqueles olhos nunca, depois de tantos anos.

— O que aconte... – Mary começa a perguntar, mas para quando nota o movimento da terceira pessoa no local. A garota parece um pouco familiar, mas ela não sabe dizer de onde. Ela parece amedrontada, recuando devagar para trás, na direção da parede oposta.

— não, não, não, não – Os murmúrios saiam rapidamente da boca da garota, que finalmente bateu as costas na parede oposta, sem perceber os três que a encaravam – ela não, ela não, vá embora...

— Mary? – John questiona, confuso.

— Você a reconhece – Sherlock constata, virado para Zoe. Ela está de olhos arregalados, a respiração descompassada e olhar fixado no chão, parece perto de ter um ataque de pânico. Se isso tudo foi causado por ver Mary, ele não tem certeza se quer saber o que foi que ela fez.

— O que está acontecendo? – John continua

Sherlock ignora a pergunta e se aproxima da garota, se lembrando de anos atrás como havia a abraçado até que ela se acalmasse, embora o ataque tenha sido causado por circunstâncias diferentes. Ele logo está na frente dela, que havia começado a tremer. Devagar, ele pega as mãos dela e as abre, vendo que ela havia cravado as unhas tão forte que havia tirado um pouco de sangue. Em seguida ele a envolve com os braços, ela rapidamente aninhando a cabeça em seu peito.

— Zoe, você está bem – Ele diz, a voz neutra como sempre – precisa respirar fundo.

Ele continua a dizer o que ela deve fazer, até que ela finalmente não está mais tremendo ou muito agitada, embora lágrimas decorem seus olhos.

— Eu preciso que diga uma coisa – Sherlock pede, mas alto.

Zoe assente e ele a solta, a mesma se encolhendo um pouco automaticamente.

— Como conhece Mary? – É a pergunta, e Zoe levanta o olhar para encarar a loira.

O olhar das duas se encontra, e ela percebe que sabe quem é a garota. Uma tarefa de vários anos atrás.

— Eu nunca esqueceria o rosto dela – Zoe diz, e o veneno em sua voz mataria um pequeno país – assassina.

John franze as sobrancelhas, pronto para defender sua esposa, mas Sherlock o impede com um olhar.

— Como a conhece, Zoe? – Ele insiste.

— Ela... – Zoe respira fundo – Ela matou minha mãe.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
AGUARDO COMENTS!

Kisses,

—Unicorn

P.S.: Se gosta de Sherlock, e principalmente do Moriarty, leia essa fic da Naomi Whynter que eu achei M-A-R-A!

Link:

https://fanfiction.com.br/historia/677497/The_Story_Behind_The_Surface/

Sinopse:

Ninguém nasce do modo como vai ser quando se passarem dez, vinte ou trinta anos. As pessoa nascem puras, sem más intenções ou sentimentos ruins. O mundo é quem nos corrompe.
A sociedade não é boa com quem é difente, especial ou criativo. Nós olhamos condescendentemente a quem ousa pisar fora da linha estabelecida para o normal, e isso é o que leva vários a ser como são hoje em dia.
Essa é a história de mais um garoto como outro qualquer, embora um pouco mais inteligente. É a história de como a vida moldou Jim Moriarty, como algumas escolhas podem mudar o rumo de uma vida para o pior ou melhor.



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