Princesa Sparta: A Herdeira de Cronos - 1 Temporad escrita por EusouNinguém


Capítulo 24
Princesa Sparta (último capítulo da temporada) - Agatha


Notas iniciais do capítulo

Esse é o último capítulo da primeira temporada de A Princesa Sparta. Essa temporada somente mostrou com ela se tornou o que é. A próxima promete muitos encontros improváveis e tretas incríveis.



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Agatha mal podia acreditar. Faltavam apenas dois passos para o fim do caminho de vidro e ela não havia levado nenhuma chicotada. Já estava ensaiando mentalmente sua dancinha da vitória. Chegou ao final e gritou em triunfo.

 - Toma essa, papai!

  Apolo riu, mas parecia frustrado.

 - Você aprendeu rápido demais...

  Aquilo não era verdade. Já haviam se passado três dias de tortura nos quais a herdeira de Cronos havia atravessado o caminho de vidro levando chicotadas na sola dos pés a qualquer mínimo barulho. Com o passar desses três dias as chicotadas foram diminuindo em número, até que agora, no quarto dia, ela não havia levado nenhuma.

  Seu pai não permitia que ela enfaixasse os pés para aliviar a dor. Ele queria que ela convivesse com a tortura para aprender a não recuar perante as dificuldades.

  Capão sempre ficava indignado ao ver a garota voltar para a sede da gang sangrando pelos pés e não poder enfaixa-los para aliviar a dor. Mas o que poderia ele fazer contra um deus? Nada!

  O próximo mês que se seguiu passou como um raio depois que Agatha havia aprendido a andar sem fazer barulho. Se lembrava do treinamento com socos no saco de concreto até suas mãos ficarem dormentes e ela não sentir mais nada ao socar superfícies duras. Havia subido e descido correndo sem parar as escadas da favela. Já chegou a passar um dia inteiro fazendo isso até desmaiar de exaustão e Laura coloca-la de pé. Incrivelmente, a filha de Zeus parecia estar seguindo Agatha. Onde a herdeira de Cronos ia percebia que Laura estava por lá também. Talvez fosse apenas coincidência.

  A parte mais marcante de seu treinamento, sem sombra de duvidas, foi quando Apolo andou com ela pela favela e apontou para um cachorro de rua.

 - Ta vendo aquele cachorro ali?

 - Sim.

 - Quero ver se você já é capaz de trancar seu coração e não sentir nada. Mate-o.

  Agatha olhou para ele com os olhos arregalados e depois voltou à olhar para o cachorro. Sabia que tinha que ter o coração de pedra, tão frio quanto seus olhos. Caminhou em direção ao inocente animal.

  O cachorro abanou o rabo ao vê-la se aproximar e se levantou. Agatha se agachou na frente dele e olhou dentro de seus olhos cor de mel.

 - Eu não consigo.

  Ouviu o som de metal bater no chão e algo deslizar até seus pés. Olhou para baixo e viu um facão. Aquele era claramente um sinal para ela prosseguir com a tarefa. Tinha medo do que seu pai poderia fazer se ela se recusasse a matar o cachorro. Lembrou-se do chicote e criou coragem.

  Agatha levantou e agarrou-o pelo rabo. O cachorro gruniu de dor quando a garota tirou para cima pelo rabo e espetou-o com a faca até o cabo. O pobre animal se contorcia e gritava enquanto seu sangue escorria pelo braço direito de Agatha.

  Assim que o cachorro deu seu ultimo suspiro, a garota atirou-a na parede e virou-se para Apolo, com sangue borrifado no rosto.

 - Feliz?

 - Sim. Nunca achei que conseguiria de primeira. Parabéns, você não tem coração.

  Agatha chorava escondido todas as noites lembrando-se do que havia feito e sentindo uma raiva crescente de Apolo. Fechava os olhos e jurava que algum dia ele iria pagar por aquilo.

  Depois desse episódio, Apolo parou de aparecer na favela. Talvez ele pudesse sentir a raiva que a filha sentia dele. Capão passou a treinar Agatha.  O treino de tiro foi especialmente fácil. Ela havia acertado todas as garrafas de primeira.

 - Muito bem. Pelo visto você puxou a mira de seu pai.

  Ao ouvir a palavra “pai”, ela lançou-lhe um olhar penetrante que fez o líder recuar. Sua raiva só crescia.

  Ela lutou com Capão um dia durante quase meia hora até conseguir joga-lo ao chão. O rapaz ficou impressionado. Eles haviam treinado luta com facas e Agatha havia saído do treino com vários riscos nos braços e nas pernas, mas Capão fora igualmente ferido. E sempre que olhava para a arquibancada, lá estava Laura estudando-a com os olhos.

 - O que há com ela?

  Capão abaixou a faca e olhou na direção que Agatha olhava.

 - Não sei. Parece que ela anda te seguindo.

 - Também achei isso. Esta começando a me irritar. Vamos sair daqui.

  Ela puxou Capão pela mão e sairão do galpão de lutas. Atravessaram a rua e andaram um pouco até a sede da gang. Entraram juntos.

  Agatha se sentou no sofá e Capão perguntou se ela queria uma cerveja.

 - Claro.

  Ele sorriu e foi até a cozinha buscar. A sede era basicamente uma casa normal, só que maior, onde vivia o líder e eram realizadas reuniões.  Capão voltou com as cervejas e sentou-se ao seu lado. Ficaram em silêncio durante um tempo.

 - Qual é o seu verdadeiro nome?

 - O que disse?

 - Seu nome. Capão é obviamente um apelido.

 - Aqui na gang usamos apelidos e não nossos nomes verdadeiros. – ele demorou para continuar. – Jefferson.

 - Belo nome.

  Ele virou para a garota e sorriu. Ela não retribuiu o gesto, tinha que ser dura como uma pedra e fria como o gelo. Ficaram se encarando e os olhos de Agatha desceram até sua boca. Demorou alguns segundo para perceber que Capão se aproximava.

  Quando deu por si, eles já estavam se beijando intensamente. Largou a lata de cerveja no chão e subiu no colo do líder. O beijo aumentou de intensidade e Capão tentou afasta-la, mas Agatha travou suas pernas em volta da cintura dele e não cedeu até sentir que ele a estava deitando.

  Agatha mal tinha consciência do que fazia, mas tirou a camiseta dele habilmente e ele fez o mesmo com ela. Quando percebeu já estavam ambos seminus. Novamente ele tentou parar.

 - Não. Isso não esta certo.

 - Cala a boca e continua.

 - Eu não quero te machucar.

  Agatha riu com escárnio.

 - Querido, eu já fui torturada fisicamente e psicologicamente. Uma trepadinha não vai me matar, acredite. Enfia logo isso.

  Rasgou a cueca dele com raiva puxou a calcinha para baixo. Capão pareceu entender o recado e dessa vez fez exatamente o que Agatha queria.

 

  No dia seguinte, quando Agatha saiu para a rua, Capão veio falar com ela.

 - Oi.

 - Oi.

  Ela continuou andando, sem olhar para ele. Sentiu uam poderosa mão segurar seu braço.

 - Espera. Não quer falar sobre o que aconteceu ontem?

  Agatha fixou os olhos nele.

 - Não há sobre o que falar. Eu precisava de alguém para perder a minha virgindade e você serviu muito bem para isso. Antes que você me pergunte: não, eu não gosto de você. Eu não sinto nada por você. Só precisava de alguém que eu sabia que não iria me tratar como um lixo para ter a minha primeira vez.

 - Então...Você já havia planejado tudo isso?

 - Agora você entendeu. – ela puxou seu braço, libertando-o – Pensa que eu não percebia como você me olhava? Lamento Jefferson, mas eu não te amo. Foi só mais um treino.

  Dizendo isso ela virou as costas e continuou seu caminho. Não se sentia culpada. A culpa era dele por ter achado que Agatha poderia nutrir qualquer tipo de sentimento que não fosse raiva. Ela havia conseguido o que queria e nada mais a segurava.

  Entrou no galpão de lutas para treinar. Laura estava lá. Ela socava um saco de areia varias vezes seguidas, com uma raiva visível.

 - Você esta bem? – Agatha se aproximou e segurou o saco para Laura bater melhor.

 - Estou.

 - Eu estava falando com o saco.

  Laura parou e riu. Agatha soltou o saco de areia e foi para seu lado.

 - Sabia que vão me efetivar na gang?

 - Sim, eu ouvi Capão dizer isso... antes mesmo de você transar com ele.

 - Então você esta mesmo me espionando.

  Laura olhou para a garota de lado. Desconfiada.

 - Você já sabia.

 - Tinha minhas suspeitas. – Agatha examinou suas unhas, poucos prestando atenção na princesa. Aquelas unhas haviam deixado marcas fundas nas costas de Capão na noite anterior.

 - Você está diferente.

 - As pessoas mudam, princesa.

 - Sim, mas você mudou para pior. – ela hesitou quando Agatha cravou seus olhos verdes nela – É sério, você não é mais aquela garotinha que fugiu comigo dos pégasus... a garotinha que me deu a mão e me ajudou.

  Agatha suspirou.

 - É preciso fazer alguns sacrifícios. Se alguém ousar me perseguir agora, eu irei mata-lo sem pensar duas vezes.

 - Isso tem a ver com aquele cachorro?

  A herdeira de Cronos não respondeu.

 - Mas voltando ao assunto principal: também vão me efetivar aqui.

 - Sério? Um princesa gangster... isso com certeza irá chocar Zeus.

 - Talvez nem tanto. – ela pareceu perceber a expressão pensativa de Agatha – O que esta pensando em fazer?

 - Capão disse que tem uma sede do Circulo Mortal em São Paulo.

 - Esta pensando em voltar para casa.

  Aquilo não havia sido uma pergunta.

 - Não para casa. Para São Paulo. Quero ver como estão as coisas por lá. Você vem comigo.

  Laura pensou um pouco. Parecia estar enfrentando um dilema interno.

 - Ta bom, eu vou.

  Agatha deu um sorriso de lado.

 - Precisamos começar a pensar em nomes gangsters. Já pensou no seu? Que tão: princesa gangster?

  Laura fez uma cara de nojo.

 - Definitivamente não...Ei, seria bom para você!

  Agatha riu friamente.

 - Princesa gangster? Não, não tem nada a ver comigo.

 - Não princesa gangster...Princesa Sparta. O que acha disso?

  A herdeira de Cronos deu um passo a frente e ergueu altivamente a cabeça.

— Princesa Sparta...É, eu gosto desse.


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Notas finais do capítulo

A segunda temporada de A Princesa Sparta já está disponível!!!



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