Vamos em direção à sala e eu posso ouvir vozes, quando entramos eu vejo os meninos e as meninas e uma mulher que me é muito familiar.

—Eles chegram... —Diz Mia e a mulher me olha.
—Eu te conheço... —Diz a mulher. —Não é?

Olho para ela e tento me lembrar aonde já a vi.
Claro...

—Dra. Trevelyan? —Digo.
—Sim... —Ela sorri. —Mas me chame de Grace.
—Ok... —Sorrio. —Anastásia Steele.
—Ah meu Deus. Claro. —Grace diz. —Uau, você está tão... Linda, e grande.
—Obrigada.
—Vocês se conhecem? —Mia pergunta.
—Sim... —Sussurro. —A Grace cuidou de mim quando eu fui resgatada.
—Que mundo pequeno, não é mesmo? —Kate diz.
—Muito pequeno. —Diz Elliot.
—Mamãe eu vou levar a Ana para descansar. —Christian diz.
—Ela não está bem.
—Ok meu filho, eu vou preparar algo para vocês comerem.
—Obrigado.

Christian segura minha mão e nós subimos para o seu quarto. Deito em sua cama e abraço o ursinho.
Christian dá um sorriso que não alcança seus olhos, ele se aproxima e deita na minha frente.

—Como você está?
—Mal... Eu não acredito que ela morreu.
—Você gostava muito dela, não é?
—Ela era minha única amiga. Agora eu vou ficar sozinha.
—Isso não é verdade, se depender de mim você nunca mais vai ficar sozinha.

Abro um sorriso, fraco, mas um sorriso.

—Obrigada...

Christian sorri e coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, ele acaricia meu rosto e eu sinto um pequeno arrepio.

—Você é linda sabia?

Ruborizo um pouco e me sinto mega envergonhada.

—Principalmente quando fica vermelhinha.

—Para! —Digo cobrindo o rosto com as mãos.

—Você com vergonha? Srta. Steele eu estou sem palavras.
—Bobo. —Tiro as mãos do rosto e me perco por alguns segundos em seu olhar.

Christian se aproxima mais e me beija, no começo eu fico um pouco relutante, mas depois de alguns segundos o medo começa a ir e eu vou me entregando aos sentimentos e sensações.
Passo a mão em seu rosto e ele fecha os olhos ao receber meu toque.

—Deixa eu cuidar de você... —Christian sussurra no meu ouvido.

Apenas concordo com cabeça e ele sorri.

Christian começa a acariciar meu rosto e vai descendo a mão pelo meu busto.
Confesso que me passam mil e uma sensações nesse momento, eu ainda tenho receio, mas quando ele me toca é como se toda a dor se fosse.
Sentamos juntos na cama sem descolar nossos lábios e Christian tira meu sueter.
Pouco a pouco as roupas se vão, as caricias aumentam e quando dou por mim, já me entreguei completamente, deixando todo o medo de lado.
Deito a cabeça no peito de Christian ainda recuperando o folêgo. Fecho meus olhos sentindo o sono me dominar.

—Não me deixe sozinha Christian. —Sussurro sonolenta.

—Jamais baby, eu sempre vou estar com você.Suas palavras são as últimas coisas que ouço antes de pegar no sono.

—Baby, acorde.

—Hum... —Reviro-me sobre a cama.
—Levante dorminhoca.
—O que houve? —Pergunto abrindo os olhos.
—Nada, está tudo bem, mas está na hora do jantar, e uns amigos da mamãe vão vir jantar conosco.
—Há... —Fecho os olhos novamente e me espreguiço.
—Ande, levante.Sorrio e me levantando calmamente.
—Eu vou tomar banho. —Digo indo em direção ao banheiro.
—Quer ajuda? —Christian diz e eu dou risada.
—Não sonha Grey.

Ligo o chuveiro e entro embaixo sentindo a agua me lavar.
Sem dúvidas esse foi um dia cheio de emoções... Só de pensar que eu não vou mais ter minha bebê comigo, isso me distrói. Ela era tão fofa e me compreendia como ninguém.
Eu sinto tanto pelo que aconteceu.

Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha saindo do banheiro, olho para Christian e vejo que ele já está pronto, está usando um jeans claro, blusa polo branca e sapatênis.

Caminho até a minha mochila e separo minha roupa; uma saia jeans desfiada na barra, regata azul-celeste e uma sapatilha preta. Deixo meus cabelos soltos e faço uma maquiagem básica.

—Tem certeza que você vai só para um jantar?
—Muito engraçado. —Digo semicerrando os olhos.

Christian sorri e me puxa dando-me um beijo casto nos lábios.

—Eu já te falei como você é linda?

—Bobo.

A porta do quarto se abre e uma Kate espantada nos olha.

—Acho que eu entrei no quarto... Ou no mundo errado.

—Muito engraçada Katherine. —Digo semicerrando olhos.

—Ok, é muito estranho ver você de melação com alguém, então para, por favor, e a tia Grace falou para vocês descerem, que os amigos dela já chegaram.

—Está bem. —Dizemos juntos e Kate faz uma careta.

—Isso é estranho.Christian e eu reviramos olhos juntos, e eu tenho que confessar que é um pouquinho estranho.

Saímos do quarto e caminhamos pelo corredor, Elliot aparece, sabe-se lá da onde e jogue Kate no ombro, ela dá um grito e os dois começam uma discussão boba enquanto eu e Christian rimos.
Ouvimos os gritos estéricos de Mia e logo ela aparece correndo atrás de Ethan.

—Quem foi que deu açúcar para essas crianças? —Pergunto rindo.

—Eu não faço a mínima ideia, mas está engraçado.
—Está mesmo.

Continuo caminhando, mas sou pega de surpresa quando Christian me agarra e me joga sobre seu ombro, começo a rir e ele começa a girar. Quando Christian finalmente me solta, eu tenho que me segurar para não cair, nós nos juntamos aos outros e descemos as escadas ainda rindo.
Quando chegamos à sala de estar eu vejo Grace, um homem ao lado dela, que eu acredito ser o pai de Christian, e em outro sofá um loira platinada e um homem ao seu lado.
Paro de sorrir com o olhar que o homem me dá, o que me causa arrepios.

Eu em!

—Ana. —Grace se levanta e vem sorrindo para o meu lado. —Gente, eu quero que vocês conheçam a Anastásia, ela é amiga do Christian.
—Namorada. —Christian e eu o olha incrédula.
—Ok. —Grace sorri. —Namorada. Ana, esses são, meu marido Carrick, o Sr. e a Sra. Lincoln.
—Muito prazer Anastásia. —Diz Carrick.
—O prazer é meu Sr. Grey, e pode me chamar de Ana.
—E você pode me chamar de Carrick. —Ele diz e eu sorrio.
—Ana, você é uma garota muito linda. —Elena diz sorrindo.
—Obrigada. —Sussurro envergonhada.

Christian me puxa para seus braços e me aperta um pouco.
Kate, Elliot, Ethan e Mia ainda estão nos olhando boaquiabertos.

—Vamos jantar então? —Diz Carrick e todos concordam.

Todos vão na frente e Christian me segura.

—O que foi? —Pergunto quando estamos sozinhos.

—Eu não gostei da forma com o Sr. Lincoln olhou para você.

—Você está com ciúmes? —Pergunto incrédula. —De um homem que tem idade para ser meu pai. Meu poupe Christian.

—Ok... Mas eu não quero que você fique perto dele.

—Eu não ficaria de qualquer jeito, eu estou com você, não estou?
—Sim. —Christian sorri e eu lhe dou um beijo casto nos lábios.
—Vamos.

Chegamos à sala de jantar e nos sentamos ao lado de Mia e Ethan.

—Então quer dizer que você estão namorando? —Kate diz fuzilando-me.

—É, acho que sim... —Digo encolhendo os ombros.

Começamos a jantar e o Sr. Lincoln não para de me olhar. Eu vou ter que confessar que isso está me dando muito medo.

—Então Ana, você mora aqui em Seattle há muito tempo? —Sr. Linconl pergunta.
—Há doze anos... —Sussurro.—Você morava muito longe antes?
—Michigan.
—Não é tão longe. —Ele diz sorrindo e Christian aperta minha mão.
—Eu preciso ir ao banheiro. —Digo me levantando. —Com licença.

Saio da sala de jantar e subo as escadas correndo, entro no banheiro e me tranco sentado encostada na porta.
Que cara estranho. Muito estranho.Por que ele fica me olhando daquele jeito?

Isso é loucura.
Levanto-me e jogo um pouco de água no rosto, depois saio do banheiro e vou para o quarto de Christian. Eu não quero ter que voltar a ver aquele homem.Deito-me sobre a cama de Christian e fecho os olhos sentindo um pouco de dor de cabeça.
Pego meu celular e começo a ver as fotos de Cacau. Eu já estou sentindo tanto sua falta.

Por que você tinha que me deixar? Respiro fundo e desligo o celular deixando-o em cima do criado-mudo, pego o ursinho de Cacau e o abraço, fecho meus olhos e começo a pensar em tudo que está acontecendo.Sorrio ao lembrar de Christian. Namorodo.

Ok, ele sem dúvidas é louco.

—Anastásia.

Abro meus olhos e me assusto ao ver o Sr. Lincoln parado na porta do quarto.

—O que você está fazendo aqui?

—Levanto-me e fico ao lado da cama.
—Eu vim te ver.

—Me ver? Você é louco? É melhor você sair daqui.
—Anastásia, não seja ingenua.

Sinto um medo me dominar e o meu coração dispara, mas matenho minha postura.Lincoln se aproxima mais e eu dou alguns passos para trás.

—Não se aproxime de mim! —Grito. —Se você encostar um dedo em mim eu juro que eu vou gritar.

—E quem vai te ouvir? —Lincol diz com desdém. —Todos estão lá embaixo ouvindo o Christian tocar piano e a Mia violino. Você acha que eles vão se importar com uma garotinha de Detroit.

—Não se aproxime mais. —Digo colocando a mão na frente.

—Não se preocupe Ana, eu só quero te mostrar o que realmente é diversão.

—Você é louco! —Exclamo. —Fica longe de mim.

—Está com medo Anastásia? —Ele diz sorrindo diaboliacamente. —A garotinha está com medo.

—Sai! —Grito. —Fica longe de mim!Ele se aproxima mais e eu dou mais alguns passos para trás, mas logo encontro a parede.

—Calminha querida, nós vamos nos divertir apenas.

—Sai daqui! —Grito e pego um vaso jogando nele, que desvia. —Fica longe de mim!

—Cala a boca garota! —Ele ordena.

—Não! —Grito. —Fica longe de mim!

Lincoln se aproxima mais e segura meu braço, o que me faz dar um solavanco, tento me soltar, mas ele aperta meu braço.

—Me solta! —Grito. —Não me toque! Me solta.

—Cala a boca! —Ele grita e bate no meu rosto, depois me agarra e tenta me beijar.

—Sai. —Grito empurrando-o. —Me deixa em paz!

—Linc.

Sr. Lincoln me solta e eu olho para a porta vendo que a voz é de Carrick.

Carrick olha com ódio para Lincoln e parte para cima dele começando a socá-lo.

Fico em estado de choque e não consigo me mexer.

—Ana. —Olho para a porta e vejo Christian. —Pai.

Christian está com Elliot, os dois correm até Carrick e tentam tirá-lo de cima de Lincoln.

—Saia da minha casa! —Carrick grita. —Saia da minha casa e nunca mais volte. E pode ser considerar processado. Eu vou acabar com você.

—Você está agindo sem razão Carrick. —Diz Lincoln.

—Filho da puta! —Diz o Sr. Grey e dá um soco em Lincoln.

Ele o pega pelo colarinho e o arrasta para fora do quarto.

Christian segura minha mão e me puxa abraçando-me.

—O que houve? —Ele pergunta, mas eu o empurro. —Ana, sou só eu.

—Eu preciso ficar sozinha. —Digo e saio correndo.

Corro pelo corredor e paro no topo da escadas vendo Carrick enchotar Lincoln à puntapés enquanto Elena e Grace ficam perdidas. Elena sai e vai atrás de Lincoln.

—Ana. —Sinto um leve toque no meu ombro e enrijeço. —Está tudo bem, baby, sou eu.

—Christian... —Sussurro. Abraço-o e começo a chorar.

—O que houve baby? Me diga.—Ele me agarrou. —Sussurro. —Eu gritei, mas vocês não estavam ouvindo.

—Filho da puta. —Christian diz baixinho e me aperta em seus braços. —Tudo bem baby, já passou.

—Eu fiquei com tanto medo.

—Está tudo, já passou. Eu estou aqui baby, eu vou cuidar de você. Pra sempre.