Pov. Paulina

— Onde estão minhas coisas? – questionei, assim que chegamos ao  apartamento de Carlos Daniel. Eu teria que morar ali agora, já que estávamos casados...  

— Mandei meu motorista trazer o essencial. E em relação a suas roupas antigas: todas estão no lixo. Como minha esposa você não poderia mais andar com aqueles trapos!  - Ele respondeu e como era de se esperar, senti meu sangue ferver.

— Não acredito. Você realmente é um imbecil. Como pensa que vou me vestir agora? – Assim que eu disse tais palavras, Carlos Daniel me puxou para um quarto, em seguida abriu um closet, deixando  a mostra provavelmente mais roupas que eu já tinha visto em minha vida inteira e, apesar de elegantes demais, e algumas até mesmo extravagantes, todas eram maravilhosas; a questão era como eu conseguiria me adaptar.

— Mesmo assim, ainda tenho uma vida fora dessa merda de contrato! Jogar minhas roupas fora foi como se livrar de metade dela – Tentei explicar como estava me sentindo.  

— Na verdade, jogar aquelas roupas ridículas fora, foi um favor, Paulina! E, sinto muito, mas qualquer vida fora do nosso contrato que você pretenda ter, é impossível. Esse casamento te prendeu a uma vida, espero que você tenha consciência disso. Nunca mais será livre, nunca mais poderá ser a mesma que foi um dia, você está presa a mim, presa a esse mundo horrível e presa e esse contrato, e o único momento de liberdade que você  poderá ter é quando estiver deitada em uma cama transando com algum amante. – Após dizer tais palavras, Carlos Daniel saiu dali.

Tentei não levar a sério nada que ele disse, levando em conta em que ele estava quase bêbado... Mas, mesmo assim, não poderei perdoa-lo tão cedo por essas palavras, talvez seja verdade, mas, o odeio por me mostrar isso tão cedo.

Eu cometi um grande erro?

Sempre soube que isso iria acabar com minha antiga vida, mas, antes tinha a esperança de que eu pudesse reconstruir outra, entretanto, não posso. Minha nova vida já está montada, horrivelmente montada, cada passo que dou já está programado.  Discutir com um marido que não amo todos os dias, após ele encher a cara. Ir a milhares de eventos chiques fingindo ser alguém que não sou.  Minha nova vida é esta, e agora sei que com certeza cometi um grande erro, mas não posso voltar a trás... Eu estaria sendo egoísta, minha mãe precisa de mim.

Deixei uma lágrima cair, mas logo a impedir de continuar, preciso ser forte e encarar oque eu mesma acabei escolhendo para mim. Fechei a porta daquele quarto em que previa que seria o meu, considerando que aquelas roupas estavam ali, e deitei-me em minha nova cama.

Respirei fundo e cai no sono. Esse dia já tinha sido cansativo demais.

POV. Carlos Daniel

Fui para meu escritório e bebi mais algumas doses de whisky, não muitas considerando que não quero ficar totalmente bêbado. Qual é o problema dessa garota? Não tenho culpa pelas escolhas que ela faz, ela não pode se fazer de vitima assim, não é como se eu tivesse há forçado a se casar comigo.

Por um lado, não posso negar que ela me atrai, é tão bela e, tem aquela expressão inocente, há qual eu poderia desfazer rapidamente em apenas uma noite de amor. Talvez tais intenções seja oque mais me faça odiar seus atos, afinal, de ousadia ela  não tem nada, ou, pelo menos não parece ter. Jamais transaria comigo apenas por diversão, sei que é impossível tê-la sem que ela antes esteja completamente apaixonada por mim e isso não é oque quero, se eu quisesse de fato uma esposa tola e apaixonada não teria feito esse contrato, então, tudo que me resta é aceitar que jamais teremos nada além que um contrato.

Meus pensamentos foram interrompido, quando a vi entrar pela porta, não entendi oque ela estava fazendo aqui... Teria vindo me xingar pelas palavras que dirigi a ela?

— O que você quer?

— Eu vim me desculpar... – Paulina explicou, notei que sua voz estava um pouco mais grossa, mas, achei que isso fosse apenas impressão minha.

— Se desculpar pelo que? – Indaguei, confuso. Afinal, pensei que ela estava com raiva de mim.

— Por estar agindo assim, na verdade, nada disso importa pra mim. Podemos jogar se é oque quer, mas tenho uma condição... – Ela disse, se aproximando de mim e passando a mão pelo meu peitoral. Estranhei sua atitude.

— Que condição? –  Perguntei, engolindo seco.

— Iremos jogar pelados! – Ela sussurrou e em seguida, me beijou. Esqueça tudo que eu disse sobre essa mulher não ser ousada, oh céus... Mal posso entender, então apenas retribui o beijo.

Após isso, transamos loucamente, não entendi o porquê dessa mudança repentina, mas, naquele momento eu não queria descobrir seus motivos, meu único objetivo era explorar seu corpo.

Dia seguinte...

POV. Paulina

Acordei logo cedo e, após fazer minha rotina matinal, sai do quarto e desci para a cozinha, e lá encontrei Carlos Daniel fazendo algo no fogão.

— Bom dia. – Falei apenas por educação, na verdade, eu ainda não quero falar com ele.

— Bom dia, princesa  – Ele disse e apenas fiquei calada, indo em direção a geladeira.

— É muito feio sair logo cedo de fininho – Ele disse, voltando um sorriso um tanto safado, fazendo-me ficar totalmente confusa.

— O que? Do que está falando? – Perguntei.

— Ué, como assim do que estou falando? Você saiu depois que transamos e eu nem percebi... – Ele explicou, fazendo ficar definitivamente mais confusa que nunca.

— O que Depois que oque? –  Falei em um tom mais elevado, como se esperasse ter entendido errado oque ele disse.

— Depois que transamos, Paulina! Vá me dizer que não se lembra agora. – Ele disse, revirando os olhos.

— Você tá maluco Carlos Daniel? Eu não transei com você! – Quase gritei, como se ele fosse maluco.

Achei que estava dizendo isso apenas para me irritar, mas, quando vi sua expressão um tanto confusa, conclui que não... Pensei por um instante que ele podia ter tido visões sobre isso, mas era impossível, considerando que seu ego era grande demais para ter visões com qualquer mulher, ainda mais comigo.

Então... O que tinha acontecido?