Lúgubre escrita por sweetheart


Capítulo 1
Drabble.


Notas iniciais do capítulo

Lúgubre: o que exprime algo de característica sombria, triste ou fúnebre.

Talvez isso seja uma das coisas mais tristes que escrevi na vida, mas a ideia estava na minha cabeça há algum tempo.
Eu realmente adoro Rhaegar x Lyanna, mas nunca deixo de pensar o quanto Rhaegar foi egoísta ao fugir e largar a família à mercê do pai louco e as consequências que isso gerou foram trágicas. Ele foi muito inocente ao achar que isso não teria grandes consequências. Sim, eu tenho plena consciência disso.
Essa drabble é uma pequena homenagem triste a uma mulher que não deveria ser esquecida em toda essa história: Elia Martell.
Enfim, espero que gostem.


Edit: Escrevi essa história em 2016, e naquela época eu não me atentava muito com algumas coisas. Apesar de estar nos avisos da história desde sempre, pode passar despercebido, mas aqui está: ESSA FANFIC CONTÉM ESTUPRO em uma parte. Não é tão gráfico, mas se esse assunto é um gatilho para você, então essa drabble não é para você. Desculpa às pessoas que leram sem saber o conteúdo.
É isto.



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Você é a Filha do Sol.

Princesa querida.

Irmã amada.

Vossa Graça: A rainha.

Amava sua terra, onde o sol esquentava o teu corpo desde o amanhecer até o entardecer. Tinha um pedacinho do sol consigo, era o que sussurravam, grosseiramente. Embora você preferisse pensar que era um elogio. Sua pele era naturalmente e levemente bronzeada, como se tivesse resquícios de ouro.

Doce Criança de Verão. Nunca viveu um inverno.

Você vivia no meio de pessoas pálidas — não tanto quanto o seu marido.

Dourado lhe caía muito bem. Mas fora obrigada a se acostumar com as cores vívidas da capital.

Não era a sua capital, sua terra natal. Nem se quer parecia com um lar — deveria acrescentar — mas era onde você morava.

Você era casada. Era rainha e era mãe.

Elia Martell.

E estava sozinha.

.

.

Insubmissos, Não Curvados, Não Quebrados.

Este era o lema de sua casa, no entanto...

Você não havia recusado a proposta do pai: Casou-se com um homem que não amava. Que nunca te amou, te humilhou — era uma coisa que jamais esqueceria. Azul não era mais a sua cor favorita.

(Submissa à vontade do pai)

Não pôde deixar de cair de joelhos quando aquele homem de estatura descomunal chutou a porta do quarto em um estrondo que praticamente a fez ficar surda.

A risada daqueles homens de mantos carmesins ela nunca esqueceria.

(curvada diante da sua própria desgraça)

A primeira a cair foi sua Rhaenys, doce e imaculada. Doce Criança de Verão, mas tão forte. Pele tocada pelo sol como a sua, cabelos negros, olhos afinados como os de um felino. Mas o sangue... o maldito sangue Targaryen... esparramado pelo chão...

Você gritou. Algo parecia apertar seu coração — e você realmente achou que ele estivesse esmagado. Assim como a cabeça dela.

O próximo, então, foi o seu bebê. Pele tão alva como você imaginava que um punhado de neve seria. Cabelo platinado, um típico Targaryen.

Nada doeu tanto quanto ver aquele que seria o prometido, esmagado contra a parede.

Foi rápido. Mas ele, ao menos, não chorou.

Você pôde ouvir cada berro de Rhaenys. Sua última palavra foi papai.

O maldito, estúpido e egoísta papai.

Era como se ela estivesse chorando mesmo depois de morta.

Você não tinha forças para se quer tentar desvencilhar-se dos homens que a seguravam pelo braço.

Era como se estivesse morta também, mas muito antes de estar.

(ela estava realmente quebrada)

Enquanto ele violava-a, lambia seu pescoço e se enterrava duramente em você, você não conseguia diferenciar órgãos de sangue no chão, não saberia dizer se as entranhas eram de sua Rhaenys ou de Aegon.

Sua mente vagueava entre a cena e os gritos da Fortaleza, onde mais mulheres eram humilhadas e mais crianças eram mortas.

Tudo isso por causa de amor — estúpido, sujo, torpe amor.

A dor, naquele momento, era como cócegas. Ele havia tirado tudo de você, seus amores, sua dignidade, sua vida, seus filhos: isso doía muito mais.

Nem nos seus sonhos mais cruéis, nem nas histórias mais lúgubres de toda a sua infância, você poderia imaginar que existia um monstro como aquele que estava por cima de você. E aqueles que estavam invadindo a sua casa.

Quando a morte veio, não doeu. Ela acolheu-a, e com ela, todos os seus sonhos e suas ilusões.

Você era casada. Era rainha e era mãe. Mas morreu sozinha.

(Submissa, curvada e quebrada)


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Notas finais do capítulo

Me senti muito depressiva escrevendo isso, espero que gostem duiahsuidh.
Beijos!



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