Um beijo seu escrita por Hermione Granger


Capítulo 7
Chang e as Esquisitonas




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Hermione levantou-se bem cedo no dia seguinte, tanto que nem ao menos havia saído o sol. Sua mente era um mundo de imagens e sensações. Não entendia porque seu coração ainda desejava um contato mais significativo com Ron. Ela prendeu os cabelos rebeldes em um coque feito com má vontade, deu um suspiro e saiu do quarto. Estava novamente no jardim d’A Toca onde, a algumas horas, conversara com a avó de Ron. Segurava firme nas mãos uma xicara de café quente. Passou horas alí, pensando em como tudo parecia ter mudado tanto. Há alguns poucos dias, qualquer tipo de contato com Ron teria sido levado em uma brincadeira inocente e a feito rir por horas. Mas agora não.

Não sabe dizer quanto tempo passou até que ouviu barulhos na cozinha. Encolheu-se um pouco mais no banco como se tentasse fundir-se a ele, desejando não ser notada. Precisava de um tempo sozinha e não queria falar com ninguém. Temeu ao pensar que pudesse ser Ron, não conseguiria encara-lo sem se envergonhar. Mas para seu nítido alivio, não era Ron. A cabeça de Gina emergiu pela porta entreaberta que dava para o jardim, esta segurando uma bandeija com suco e torradas com geleia. Surpreendeu-se ao avistar Hermione ali, sentada, mas não disse nada e apenas se sentou sorrindo.

— ‘Dia, Mione. – seus olhos tinham um brilho muito especial nada comum em quem acabara de acordar. Hermione olhou-a e automanticamente lhe retribuiu o comprimento. Gina vestia um leve vestido branco com algumas flores bordadas em azul. – Está um dia lindo, não acha? Pensei que talvez pudessemos relaxar um pouco na pisina, um banho de sol...


— Claro, por que não? – Hermione estava topando qualquer coisa que a evitasse de encarar Ron por algum tempo. Sabia que era uma atitude boba e infantil, mas talvez um tempo sem ve-lo era o suficiente pra tirar de sua mente aqueles tipos de pensamentos que vinha tento desde então. Olhou para a farta bandeija de café de Gina e tornou a sorrir. – Parece que alguém levantou faminta hoje.

— Eu sou uma Weasley. – disse Gina como se aquilo fosse a única justificativa para sua fome exagerada. – Alem do mais, eu tenho motivos para comer tanto.

— A é, qual? – perguntou curiosa. Gostava de Gina. Sentia que a conhecia a vida toda, como se sempre tivessem sido melhores amigas. Sentiu-se um pouco triste ao lembrar-se que jamais teve uma melhor amiga. – Tem algo a ver com esse brilho nos olhos?

— O que há com meus olhos? – Gina corou. Não era muito boa em guardar segredos e Hermione bem sabia disso, mas tentava fazer uma excessão. Levou o copo de suco de manga aos lábios, mais como quem tentava se calar do que quem tentava saciar a sede. Olhou Hermione com um olhar crítico como se a avaliasse. Ela guardaria o segredo, tinha certeza. – Olha Mione, posso te contar algo? Mas é um segredo que ninguém pode saber por enquanto.


— Bom, se ninguém ainda sabe Gina, talvez não devesse confiar tanto em mim. Nos conhecemos a pouquíssimo...

— Mas que mania você tem hein. Eu confio em você. – Gina agora abaixava mais o tom de voz. Pegou algumas torradas da bandeija e bebericou mais uma vez o seu suco de manga. – Eu não disse nada a ninguém, nem a Harry... Mas já estou quase certa... E... Eu nem devia dizer agora, mas... Esta um tanto difícil segurar.

— Gina, está me preocupando. O que aconteceu? – Hermione sentia cada vez mais afeto por Gina e não conseguiu evitar de pensar no quanto sofreria quando tivesse que se despedir dela... Não a veria mais, isso a deixava triste. Balançou a cabeça de modo a retornar ao presente. – Não é nada ruim, não é?

— Por Deus, Hermione. Acha mesmo que eu estaria sorrindo por algo que não fosse bom? Vem, chega mais perto, não quero que nos ouçam. Aqui as paredes são tão finas que... Bom, enfim. – Hermione aproximou-se de Gina de modo que só as duas pudessem se ouvir.– Eu acho que estou... Gravida. – Gina sussurrou lhe ao ouvido o que fez com que Hermione sorrisse e a abrasasse empolgada, mas logo foram separadas pelo barulho da porta dando passagem a um Harry descabelado e sonolento. Ele tentava, sem sucesso, domar os cabelos que pareciam ter vontades próprias, deixando-o ainda pior. Deu um beijo de bom dia na bochecha de Hermione e um nos lábios de Gina. – Bom dia, amor. Conseguiu vencer a batalha contra os lençóis?


— N-nã-ão e-é ju-justo – disse Harry entre um bocejo. Esfregou os olhos com as mãos e se espreguiçou pela centésima vez naquela manhã. Fez com que Gina se levantasse e sentou-se no lugar que ela ocupava, trazendo-a pra perto dele e sentando-a em uma de suas pernas. Gina ia protestar mas os lábios de Harry pressionados contra o seus a impediu. – É tão injusto ter que levantar tão cedo sem ter que ir trabalhar.

— Voce sabe como são os meus irmãos, amor. – Gina acariciou-lhe a bochecha e franziu o nariz, ele precisava fazer a barba, e Harry entendeu a indireta. Voltando-se para Hermione, Gina a explicou os planos para ao dia dos garotos. – Meu pai e meus irmãos levarão Harry para pescar. Bom, ao menos foi isso que me disseram, não que eu tenha realmente acreditado nisso.

— Isso quer dizer que Ron também vai? – perguntou Hermione esperançosa. Com o amigo fora, poderia por sua mente de volta no devido lugar. Por sorte, Gina não percebeu o seu tom um tanto feliz e achou que aquele era apenas um pedido desesperado de quem pedia para que ela não a deixasse longe de seu irmão por muito tempo.

— Suponho que sim Mione. E não ouse aprontar nada pensando que Ronald te encubrira por serem melhores amigos. – disse Gina virando-se repentinamente para o noivo. – Eu ainda sou a irmã dele, logo eu tenho preferencias. O que eu estava dizendo mesmo Mione? Ah sim, teremos um dia para nós garotas também. Acho melhor relaxarmos um pouco, antes do show de hoje a noite.


— Está bem. – Hermione encolheu os ombros. Olhou envolta apurando os ouvidos, havia mais alguém na cozinha e em poucos segundos, se viram cercado por três pequenas cabecinhas ruivas. Hermione olhou-os destraida por alguns instantes, até que seu nome a fez voltar ao presente. A sra. Weasley saia da casa com uma jarra de suco de laranja fresco.

—... Hermione agradou muito a mamãe ontem a noite. Quando Arthur e eu fomos leva-la de volta para casa, não parava de falar em você. – Gina olhou para a amiga e sorrio. – Disse que é muito inteligente e bonita, além de ter um coração de ouro. O que eu não entendi foi que ela disse que esperava que essa viagem ajudasse você a encontrar o que procura.Bom, mamãe as vezes não diz coisas com muito sentido...

Ela então tornou a entrar na cozinha voltando poucos minutos depois com mais torradas. Soltou um suspiro e sorriu a admirar os três pequenos netos brincando sobre o gramado. Ela vivia por aquela família.

— Dormiram todos bem? – perguntou acordando de seus devaneios. – Acho que alguns ainda estão no décimo sono.


Harry deu um suspiro aliviado. A verdade é que ele não havia caído na historia de que iriam pescar e sinceramente, sentia medo do que realmente o aguardava. Hermione prestava a atenção na conversa mas diversas vezes, permitia sua mente de viajar para outros lugares. O que a sra. Weasley havia dito sobre sua mãe a havia intrigado. Encontrar aquilo que procura. Nem ela mesmo sabia o que buscava. Olhou em volta como se esperasse encontrar a tal coisa ali mesmo,no meio do gramado. Seu coração batia mais forte conforme olhava todas aquelas cabeças ruivas reunindo-se no jardim para um café da manhã. Acostumou-se a ser sozinha, e agora estava redescobrindo as vantagens de se ter uma família. Balançou a cabeça novamente.

— Não se preocupe, céu. – disse a Sra. Weasley a um Harry resmungão. – Arthur irá junto para assegurar que tudo fique bem.

— Isso não ajuda muito. – disse Harry baixinho para que ela não ouvisse. Sabia que Fred e Jorge não eram daquele jeito por exemplo da sra. Weasley.

Os garotos saíram depois do café e na casa ficaram apenas as garotas, exceto pelas crianças que jogavam bola no jardim d’A Toca. A senhora Weasley aproveitou a tarde para descançar de seus netos barulhentos, deixando Gina e Hermione sozinhas. A noite, planejaram sair com Victorie e Dominique para o show das Esquisitonas, mas por hora se contentavam apenas e deitar-se a beira de uma piscina.


— Ora, vejam se não e a Ginevra. – disse uma voz, fazendo as garotas abrirem os olhos e levantarem os óculos escuros. No muro que separava A Toca da casa ao lado, havia uma mulher de meia idade um pouco baixa e de pequenos olhos rasgados e negros. – Pensei que não a veria antes do casamento, como nunca para em casa. Pobre Harry, imagino que ele deve estar se sobrecarregando com todos os detalhes.

— Boa tarde, senhora Chang. – comprimentou Gina de má vontade. Nunca havia gostado dos vizinhos, mas tinha um motivo muito particular para isso. Deixou os insultos morrerem nos lábios e tornou ao seu tom amável. – A senhora sabe como são difíceis os preparativos de casamento, deve se lembrar do seu. Sorte a Cho continuar solteira, não? Ela estaria arrancando os cabelos a uma hora desta. Mas não se preocupe, com o meu casamento, tudo está as mil maravilhas. Harry é um noivo excelente.

— Eu sei querida, eu sei. Mas não deve ser fácil esperar dez anos para um casamento. Eu sinceramente pensei que nunca se casariam. Até mesmo Cho se surpreendeu com o anuncio.

— Ah, eu imagino como se surpreendeu, passa a vida inteira tentando me tirar o Harry. – murmurou Gina a Hermione. Apesar de tentar se controlar, era nítido que estava tensa.

— Bom. – continuou a senhora. – Parece que agora só resta Ronald. Talvez ainda haja esperança para minha Cho. Voce sabe, com a beleza que ela tem, não é difícil que se apaixonem por ela.


— Ah, sra. Chang, não lhe apresentei a minha amiga Hermione. Ela é namorada do Ron, vieram juntos de New York.

— Namorada? Puxa, então me parece que todos os Weasleys estão fora do mercado, lamentável. Sua mãe deve estar subindo as paredes de felicidade. – a Sra. Chang virou-se para olhar um homezinho gorducho parado em seu jardim. – Liang, querido, você ouviu? Até Ronald já tem uma garota. Pobre Cho, que desgosto ela terá. Bom queridas, receio ter que deixa-las. Até o casamento, eu espero.

— Tenha um bom dia, sra. Chang – despediu-se Gina se permitindo um resmungo após se certificar que estavam mesmo sozinhas.

— O que foi? Quem são eles? – perguntou Hermione vendo o quão chateada Gina ficara com a conversa.

— Os Chang. – fez uma careta como se tivesse um limão na boca. – Eu não os suporto. Sua filha, Cho, persegue Harry desde que eu tenho memória. É um ano mais velha, e quando estávamos na escola, Harry era apaixonado por ela, mas ela sempre fez pouco caso. Desde que Harry e eu ficamos juntos, ela sempre joga na minha cara que o primeiro beijo dele foi com ela e se comporta como uma cadela no cio. É deplorável.

— Não deve deixar isso te irritar Gina, muito menos agora. Pensa que Harry está com você, apesar de tudo, e vocês vão se casar. Além do mais, ninguém pode ser mais desagradável que Lavender.


— Verdade.... Tem razão. – aceitou Gina depois de uns segundos tentando pensar se existia realmente algo no mundo que fosse pior do que Lilá. – Pois é, acho que nossos garotos não foram muito inteligentes ao escolher algumas mulheres, exceto por nós, e claro. Bom, acho que é melhor irmos nos trocar.

— Tão cedo? Mas são só 5hrs. Onde será que levaram o Harry?

— Não faço a menor idéia. Eu só espero que eles não se esqueçam de que a noiva é irmã deles, ou teram que se ver comigo. – Disse aos risos.

—Apesar de ser a mais nova, parece que que você tem controle de todos os homens da casa. –- riu Hermione enquanto ambas subiam as escadas. Na parede, haviam varias fotografias em família, algumas mais antigas de tios e avôs. Hermione parou seus olhos em um senhor ruivo e gorducho com olhos castanhos que ela soube ser Bilius, acompanhado da feliz senhora Prewett. Perguntou-se se era assim que Ron ficaria quando mais velho.

— Todos não. – disse Gina, despertando-a. – Agora só quem tem controle sobre o Ron e quem ele sempre olha com cara de tonto, é você. Comigo é diferente, o que ele faz é apenas para me proteger, já com você... Ele come com os olhos. Ele gosta muito de você, não duvide disso. – Gina parou ao chegar a porta do quarto que dividia com Harry. – Nos vemos em 15min.


Durante seu banho rápido, Hermione não pode deixar de pensar no que Gina havia dito. Ela também gostava muito de Ron. Ele era desde então, a sua única família, e ela não poderia nem sonhar em perder-lo. Sabia que Ron nunca lhe faria mal e ela estava sendo completamente boba e infantil tentando evita-lo por pensamentos bobos. Essa noite mesmo tentaria ajeitar tudo.

Quinze minutos se passaram e Hermione já esperava Gina com sua calça jeans azul e uma simples regata branca com colete. Dominique e Victorie já estavam ali e conversavam animadas sobre suas musicas favoritas e que faziam questão que fizesse parte do repertório. Gina se atrasou cerca de dez minutos que fez Hermione se questionar porque ela era sempre a primeira a exigir pontualidade.

O Wembley Stadium já estava lotado, as entradas estavam esgotadas a meses e Gina as conseguiu quase que por um milagre divino. As garotas logo trataram de procurar lugares razoáveis, já que os ingressos de ultima hora não lhe davam ao luxo de um lugar com boa visão do palco. Por sorte, encontraram um pequeno espaço entre uma rodinha de garotas mais agitadas do que Victorie e Dominique, onde dava para ver alguns pontinhos se moverem no palco. Nem ao menos chegaram, e com a típica pontualidade britânica “Que faltava em Gina”, pensou Hermione, e no horário carimbado nos ingressos, a Banda invadio o palco iniciando uma das musicas favoritas de Dominique e Victorie.


Hermione não sabia muito da banda, havia escutado algumas poucas musicas e até gostara, mas não a ponto de ir a um show e fazer comentários empolgados no final. As musicas de inicio eram bem barulhentas, e toda a plateia incluindo Gina (O que fez Hermione imaginar em que estado estaria o pobre filho de Harry, a uma hora dessas), pulavam e gritavam a todo vapor. Do the hippogriff, levou, se é que isso era possível, as garotas a uma histeria maior ainda. Ao termino da musica, toda a plateia parou repentinamente de pular e gritar, e como se todos tivessem se submetidos a algum tipo de hipnose por alienígenas, começaram a se balançar lentamente, de um lado para o outro, ao som de Perfect. Ron rapidamente lhe veio em mente, como se ela só precisasse que alguém lhe apertasse um botão de start, para que imagens não vividas com o ruivo, lhe tomasse a mente. A musica lenta servia como um adulbo para alimentar a mente de Hermione com todos os tipos de pensamento, e não adiantava balançar a cabeça afim de afasta-los. Num momento como aquele, aquilo só lhe renderia uma colisão com a cabeça de alguma garota histérica ao seu lado. Trez minutos depois, e todos pareciam sair de sua tranze momentania e recomeçavam a pular e agitar as cabeças freneticamente. O resto do show foi todo assim, ocilando entre musicas lentas e agitadas. Tres horas depois e Walk deu o show por encerrado.

— Oh, ha anos eu não me pulava assim. – disse Gina ainda eufórica ao entrarem no taxi.
— Pelo menos, se Harry Junior nascer com alguma deficiência mental, você saberá o porque. Isso se ele tiver a sorte de nascer com um cérebro. – disse Hermione rindo.

— Harry Junior? Que tipo de mãe acha que eu seria, dando esse nome pro meu filho? Não, nada de ter o mesmo nome que o pai. James Sirius...

— O que? – perguntou Hermione confusa.
— É o nome dele, James Sirius.

Hermione prefirio não questionar, mas não pode evitar de sentir pena antecipadamente pela criança.
O restante do caminho foi quase silencioso, Dominique e Victorie apagaram profundamente no banco trazeiro do taxi 


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