A verdadeira história de Rapunzel escrita por Camila Reis


Capítulo 4
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

OIEEEEE! Cheguei C: Hoje é mais uma "atualização", e algumas partes da história são modificadas, então ele ficou mais curtinho, por isso possivelmente postarei mais um amanhã...Bom, veremos kkkkk
Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/674516/chapter/4

Depois de presenciar o milagre da menina, acabei por decidir criá-la, por incrível que pareça. Morgana não é o tipo de mulher que criaria um bebê, mas Rapunzel encantou-me de tal forma que não resisti. Tive a pior noite da minha vida, acordando de tempos em tempos para fazer alguma coisa em relação à pequena, que volta e meia despertava. Para alimentá-la era problemático, pois eu não tinha leite. Com um pouco de magia, consegui. Era a primeira vez que amamentava uma criança, e ela sequer era minha, pelo menos de verdade.

Acordei cansada e temerosa que o choro da menina tivesse despertado a mãe. Não, não a entregaria, não depois daquela noite. Mas deu certo, pelo menos para mim.Eu a deixava enrolada ao meu lado enquanto trabalhava, e quando alguém chegava eu a escondia em meu quarto, torcendo para que ela não chamasse a atenção.

Passou-se algumas semanas e, mesmo com a ausência da mãe verdadeira, eu decidi que não poderia ficar assim. Rapunzel cresceria e iria pedir por liberdade.

Sendo assim, avisei à todas as clientes durante a semana que iria viajar e possivelmente ficar um tempo fora, juntei o máximo de alimentos possível e fechei totalmente a casa, escondendo Rapunzel com cuidado em uma cesta. Pude notar os olhares de Madalena e seu marido, mas os ignorei. Parti sem olhar para trás.

Como não sabia ao certo onde iria ficar, vaguei pela floresta e, sem perceber voltei para a casa onde nasci. Com cuidado desci do cavalo e deixei Rapunzel, adormecida, do lado de fora.

A casa estava claramente abandonada, pois a vegetação já queria tomar conta. Entrei nela e a porta rangeu muito. Os móveis mofados e cheios de pó: essa era a situação. Chamei por alguém, mas não obtive resultado. Olhei por toda a casa e, quando confirmei que de fato não tinha ninguém, voltei para buscar Rapunzel. Libertei o cavalo e levei as coisas para dentro.

Deixei Rapunzel adormecida na cama e comecei a limpar a casa, com auxílio da magia. Quando terminei, ouvi o choro dela e corri para pegá-la. Ninei-a com carinho, cantando músicas de ninar.

Rapunzel dava-me tanta paz, tanto amor genuíno que eu não sentia vontade de largá-la. Queria ficar ali para sempre. Ela era minha.

Pois agora talvez o leitor se pergunte: mas e a parte da torre, a gigantesca torre sem portas e escadas, apenas uma única janela? Bem, ela realmente existiu. E vai aparecer agora.

Como Rapunzel ia crescendo, ela começou a sentir vontade de sair. Aos cinco anos, em uma noite de lua cheia, vagamos pela floresta, sem um destino certo. Rapunzel segurava forte a minha mão, os cabelos dourados trançados e um vestido que eu mesma teci. Caminhamos até chegarmos ao lago cristalino que fica no extremo leste da floresta, muito longe do reino. O reflexo da lua o iluminava e tudo tornava a visão mais bonita.

Rapunzel apontou para uma pequena "ilha" no meio do grande lago. Quando olhei, notei a presença de uma grande torre que se erguia alguns metros do solo, tomada por plantas. Era feita de pedras e tinha uma única janela, no topo. Ela ficou impressionada com o tamanho, dizendo que era coisa de uma fada. Voltamos para casa um tempo depois e a vida se seguiu.

Talvez agora continue importunando. "Mas e como ela foi parar na Torre?" Bem, já aos oito anos Rapunzel mostrou ser curiosa. Todo dia olhava o que eu fazia e perguntava sobre cada detalhe. Um dia eu acordei e vi que ela tinha sumido, quando saí à sua procura, descobri-a falando normalmente com um garoto.

Aquilo assustou-me de tal forma que o afugentei e levei Rapunzel para casa, disposta à castigá-la. A menina ficou assustada, e perguntou-me o porquê. Precisei dizer que as pessoas eram cruéis, e poderiam fazer muito mal à ela. Rapunzel ficou tão assustada que decidiu não falar com mais ninguém.

Foi então que a ideia de trancá-la na torre me pareceu excelente.

Arrumando seus pertences, eu a levei até a torre. Vasculhei a sua volta e descobri uma entrada no meio dos espinhos que envolvem sua base. A entrada leva à escadas íngremes. E lá, em uma torre totalmente abandonada, eu deixei Rapunzel aos oito anos de idade. Como ela estava dormindo quando a levei, quando acordou e notou o local perguntou como eu consegui. Decidi deixar sua imaginação tomar conta e terminei de limpar devidamente o local.

Passamos alguns anos ali, então decidi que precisava voltar ao meu antigo trabalho. Rapunzel, já com doze anos, lia e escrevia com perfeição, cozinhava o suficiente para sobreviver e limpava a casa. Sendo assim, deixei-a, prometendo que sempre a visitaria, pois, afinal, era sua mãe. Ela no início insistira em ir junto, porém, no fim parou.

Como meu cavalo era rápido, a viagem não era tão cansativa. Voltei para minha casa e reabri meu negócio, após doze anos fora. Nunca mais soube de Madalena nem de seu marido, e minha macieira estava bela como nunca.

Voltei rapidamente ao trabalho, e sempre ia visitar minha bela Rapunzel, que recebia-me fervorosamente. Seus cabelos começaram a crescer, dourados e perfeitos, e adorava quando eu os escovava. Aos poucos, ele tornava-se tão grande que eu já podia subir com a ajuda deles. Mesmo assim, Rapunzel nunca mencionou querer cortá-lo, apenas pedia para que eu os escovasse e prendesse em um coque formoso (e grande) quando eu aparecia.

Meu filho também crescia. Ele completaria vinte primaveras e o rei estava fazendo um grande baile, na esperança de achar a noiva perfeita para o filho. Eu não me sentia disposta à ir, visto que passaria o dia com Rapunzel. Eu não tinha mais desejos de vingança contra eles, e os esquecia na presença da minha menina. Rapunzel trazia-me tanta paz que eu desejava nunca largá-la.

Mas, infelizmente, os problemas começaram a aparecer depois do seu aniversário de dezoito anos...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ae? O que acharam? C: Gostaram? Amaram? Odiaram? COMENTEM! O/
Até a próxima



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A verdadeira história de Rapunzel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.