A Morte Também Salva escrita por TiaSebastiana


Capítulo 11
Mais um lado da mesma moeda.




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* Lunna *

Eu repuxei o ar. Meus pés doíam.

— A morte... É isso que eu sou. Quanto aos sonhos... Eu também os tenho. Não faço a menor idéia do motivo. Me desculpe. Sua mãe não queria que você descobrisse assim.

— Descobrisse o quê?

— Sobre mim... Sobre ela... Tudo.

Ele se sentou no colchão. Eu sentia pena dele. Era muita coisa para uma pessoa só aceitar de uma vez.

— Minha mãe... Ela também...?

— Sim, Astrid também e sua vizinha Sue. Todas elas.

— Só... Mulheres?

— Não. Não necessariamente. - Me sentei ao seu lado. Abraçando os joelhos. - Eu fracassei como ceifadora. Mas posso consertar. Astrid vai esconder o zumbiismo da sua mãe, assim eu posso...

— Esconder o que!?

Coloquei a mão em seu ombro. Pobre criança.

— Sua mãe não tem mais alma. Ela se tornou um zumbi. A Ordem logo perceberá minha falha e viram atrás de mim. Antes que isso aconteça eu vou...

Ele se jogou pra trás, estava chorando de novo. Eu suspirei e deitei ao seu lado, aconchegando meu corpo frio ao lado do seu. Eu tinha prometido.

— Ela... Era uma morte. Minha mãe...

— Ikki... Descase. Temos um bom tempo até amanhã... Eu vou te contar tudo. Prometo.

Ele continuava repetindo as mesmas coisas sem sentido, eu esperei... Esperei e esperei... Até que ele caísse no sono.

Era hora de trabalhar em um plano.

* Ikki

Lunna era a morte. Minha mãe era a morte. Algo ou alguém chamado Ordem tiraria Lunna de mim se não achássemos a alma de minha mãe. Minha mãe. A morte estava morta.

Lunna continuava falando, eu não queria mais prestar atenção. Chorei e chorei até secar as lágrimas novamente. Só tinha consciência da dor no peito e em Lunna, deitada ao meu lado com apenas a roupa do corpo. Lunna...

Eu queria tocá-la, sentir seus lábios nos meus e beijar cada centímetro de seu corpo. Somente um louco não ficaria encantado com a sua beleza, com a sua voz doce e com os olhos mais maravilhosos do mundo. A tempestade. Pensei sobre as nuvens cinza escuro, de uma tarde de chuva, pensei sobre o rio Creek, com a sua turva e acinzentada. Nada chegava perto dos olhos de Lunna, ela era como um livro aberto, mas em uma língua que eu não conseguia ler.

Eu adormeci, acordando novamente dentro de minha mente. Lunna dormia ao meu lado, o gato preto estava miando dentro de uma gaiola, lá fora mais uma vez estava chovendo.

Sentei-me na cama, olhando o quarto com mais atenção, pode perceber montes e mais montes de roupas pretas, livros e potes com conteúdos estranhos. Lunna se sentou ao meu lado.

— Essa é minha ou sua mente?

Ela estava acordada, dentro da minha cabeça.


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