A Culpa - Parte Ii escrita por Mara S


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou curto, mas é que agora encerrou-se uma etapa do conto. O próximo será maior, prometo



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CAPÍTULO XIII

 

Os dias logo se tornaram semanas e meus receios tornaram-se realidade. Senti que estava grávida quando treinava pela manhã e desmaiei pela primeira vez. A casa estava vazia e somente acordei horas mais tarde. Permaneci calada, apesar de saber das mudanças que ocorreriam em meu corpo. Não poderia esconder de Vergil por muito tempo, mas precisava ter certeza de que estava realmente grávida.

Não, Taria... A verdade é que você tem medo do que pode ocorrer nesta gravidez, tem medo do que pode ocorrer com Vergil e Temen-ni-Gru e acima de tudo, medo de que tudo seja em vão.

Logo percebi que carregar um herdeiro de Sparda em meu ventre não seria simples. Passava mal constantemente e sempre escondia a verdade de Vergil, até que um dia ele bateu na porta de meu quarto.

Não respondi, pois estava encolhida na cama e febril.

Vergil pareceu perceber algo estranho e abriu a porta sem esperar qualquer tipo de resposta. Eu senti seus passos se aproximando e escutei quando se sentou ao meu lado. Fingi que dormia e após alguns minutos ele se levantou e saiu do quarto. Suspirei aliviada ao perceber que estava sozinha novamente.

Com o corpo dolorido e o silêncio da casa, acabei dormindo.

 

Era noite quando acordei de um sonho inquietante. Sonhara que meu pai apontava o dedo e me dizia que sofreria por ter tido um filho com um mestiço. Apesar do sonho, acordara um pouco melhor do que de costume e, por isso, decidi descer e respirar o olhar noturno que tanto me agradava.

Ao passar pela sala de estar senti que Vergil estava lá. Suspirei vencida e caminhei até ele.  Parecia compenetrado em sua leitura e somente depois de me ver sentada é que disse me olhando:

- Você parece doente.

- Eu estou bem – menti.

- Parece que você é que está mentindo para mim.

- Arkham está tendo sucesso com as leituras? – perguntei tentando fugir do assunto.

            - A resposta será dada antes do previsto. Ele é o único que consegue decifrá-las.

- Você pretende deixá-lo viver?

-Não. Ele não vai ter mais utilidade depois que eu conseguir o poder de meu pai – respondeu friamente.

            - Não confio nele.

-Humanos não foram criados para serem dignos de confiança.

            - Há dois dias eu quase o matei. Só não fiz isso porque sei da importância dele em seu plano. Mas seria prazeroso matá-lo

            - O que ele fez? – perguntou intrigado para mim.

- Ele disse que era irônico ver mestiços falando de humanos, já que temos metade da fragilidade humana – ri sarcasticamente.

- Logo não teremos essa fragilidade.

- Talvez ele tenha dito isso por causa do bebê...

Vergil me encarou, pois havia entendido minha frase.

- Que bebê?

- Eu estou assim porque estou grávida – decidi contar. Cedo ou tarde ele descobriria.

Não sabia qual seria a reação de Vergil. Talvez nem mesmo ele soubesse. Acredito que ele tenha pensado no pai e sua relação com a humana Eva. Sim, ele não precisava dizer para que eu entendesse que seu pai a amava.

- Como se sente?

- Como percebeu, eu estou mal. É por causa da gravidez. Eu acho que seja algo relacionado ao sangue demoníaco...

- Você não pode fazer nada que possa causar problemas futuros. Mas, diga-me, por quanto tempo mais esperava me esconder isso?

Permaneci muda até dizer sem medo de sua reação:

- Eu estou com medo. Não é fraqueza, mas é medo de que algo de errado possa acontecer e que isso seja errado.

- Errado? Por que seria errado?

- Não sei...

- Você não quer esta criança? – perguntou secamente.

- Sim, eu quero.

- Eu sei que você é forte o suficiente para agüentar isso. Todos nós carregamos fardos nessa luta.

Levantei-me com algum esforço e disse tristemente caminhando para a saída:

- Só vença...

 

Sabia que logo a torre seria reaberta e uma sensação agourenta começava a seguir meus pensamentos. Havia passado duas semanas desde que revelara que estava grávida e minha relação com Vergil não melhorara muita coisa. Apesar de saber de seu plano em elevar sua força demoníaca guardando uma besta enjaulada, eu não podia acompanhá-lo por causa de minha condição. Não esperava dele qualquer explicação e muito menos de Arkham, que agora sabendo de minha gravidez, decidira não aparecer mais naquela mansão.

Não sei ao certo de Vergil mudava lentamente seu modo de agir, mas diversas vezes o via olhando para mim enquanto estava perto. Em outros tempos, poderia estar feliz com aquilo, mas ultimamente andava preocupada com o perigo iminente em se abrir o portal do inferno.

- Eu tenho algo a lhe dizer.

Vergil começou o diálogo ao me ver sentada na varanda.

- Diga-me.

- Eu irei finalmente despertar Temen-ni-Gru. Além de mostrar para Dante esta surpresa.

- Uhn... – disse meramente. – Bem, depois de tanto tempo, afinal de contas.

- Você não parece feliz.

- Muitas coisas aconteceram comigo ultimamente, Vergil. Eu estou tentando me adaptar.

- Vai passar.

Eu olhei para ele e sorri.

- Suponho... Acredito que seja um adeus, então.

- Eu vou vencer e então, não será um adeus.

- E se não vencer? – perguntei pessimista.

- Você sabe o que fazer caso eu não retorne. Acredito que criei uma substituta.

- Não só uma substituta.

- Sim... Talvez esteja certa – disse misteriosamente.

Ouve um momento de silêncio quebrado por Vergil que disse como se lutasse contra seus sentimentos:

- Não me siga.

- Eu imaginava que diria isso. Se bem, na minha condição, duvido que consiga...

- Este é um assunto que preciso tratar unicamente com meu irmão.

Deu alguns passos e disse finalmente antes de sair correndo e desaparecer:

- Você é especial.

 

Talvez ele estivesse se lembrando do amor de seu pai, finalmente.

 

 


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Notas finais do capítulo

Vergil se foooi @___@ *chora*



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