Black And White escrita por xbacurix


Capítulo 2
Capítulo 2 - Tu Caminhas Sobre o Campo




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Capítulo 2 – Tu Caminhas sobre os Campos

 

 Carinia, minha bela e jovem irmã, eu observo-te a correr entre as flores nestes campos verdes, ponho-me a observar o céu límpido e azul, aquilo transmite paz, tranqüilidade que preenche minha alma e deixa-me calmo. Orfus está conosco, ele sempre está conosco... O sempre sorridente Orfus, tu és meu irmão, não de sangue como Carinia, mas és meu irmão. Conheço-te desde que me tenho como vivo, sempre foras um grande amigo, porém neste dia sinto algo vazio em ti. O que acontecera, Orfus? Tu não dizes nada, apenas observa minha irmã assim como eu faço. Afinal, estás aqui ou não? Por que tal belo dia parece perturbá-lo, amigo?

 Dia mais perfeito não há, esta paz, este belo céu, a alegria de Carinia a correr e pular, brincando com as flores destes campos, mas algo me intriga, porque Orfus está assim calado?

 Carinia, não te afasta. Fiques onde seu irmão possa lhe ver, fique onde posso proteger-te. Ela responde com um sorriso de alegria tão sincera que me transmite mais tranquilidade do que aquele dia calmo. E se põem a sentar em meio às cores de todas aquelas flores, brincando como uma criança, Orfus agora não mais a observava, ele dirigia sua atenção a mim, eu sinto que ele está a calcular meus atos, o que pensas Orfus? Por que estás assim? Por que sinto que estás a desconfiar de mim? Do que desconfias? Sou uma ameaça? É o que me faz pensar, com você vendo-me desta forma. Seu olhar é frio, como se olhaste para um inimigo. Sua voz eu não escuto, pois nada ele diz e nada digo também, apenas continuo a ver minha irmã, tentando ignorar a estranheza de meu amigo.

 - Tu o farás, Vaenê. Tu o farás e não poderás lutar contra isso.

 Orfus pronuncia-se pela primeira vez naquele dia, eu não compreendo suas palavras e elas são ditas com tamanha frieza que me espata.

 - Não te compreendo amigo. Do que falas?

 Ele para com aquele olhar agressivo de antes e retorna a observar Carinia em silencio.

 - Tua irmã, Vaenê. Carinia sofrerá, mas é preciso.

 Orfus? O que estás a pensar? Por que Carinia sofrerá? Não estou compreendendo-te. Não sinto nada vindo de Orfus, ele observa Carinia com o mesmo olhar de proteção meu, mas não posso sentir nada vindo dele, apesar daquele olhar, ele não demonstra protege-la.

 Ela está tão feliz, é difícil acreditar que tal felicidade pudesse em algum momento ser quebrada por sofrimento. Eu tento decifrar as palavras de Orfus, mas nada vem em mente, nada do que ele disse faz sentido, pelo menos para mim não faz sentido algum.

 - Ela é tão bela e está tão feliz, não concordas caro irmão?

 Orfus surpreende-me com um tom de voz tão amigável, como ele pôde mudar tão drasticamente? É como se ele nunca tivesse dito aquelas palavras frias de antes. Apesar de sua expressão, Orfus estava vazio, sua presença ali era um vácuo.

 - Vaenê! Vaenê!

 Eu via Carinia correndo até mim, ela deita ao meu lado na grama e observa as nuvens, Orfus continua a olhar o gramado florido a nossa frente. Ele esquece da presença se Carinia e ela se posta indiferente a ele.

 - Vaenê vamos observar as nuvens! Vamos meu irmão!

 Sua voz doce sempre conseguia convencer a mim, deito-me e novamente olho para aquele céu azul, caçando pequenas nuvens brancas como a neve do inverno. Orfus está parado, mas inquieto, parecia que ele não gostava de ver-me perto de minha irmã. Orfus... Você? Não pode. Não faz sentido. Mas então por que tu ficarias assim?

 - Vaenê. – A voz doce dela esta preocupada agora – O que há de errado com o azul de antes?

 Fiquei tão preocupado em decifrar Orfus que havia me esquecido do resto, ao olhar para o céu não vejo mais aquele azul límpido de antes, estava tudo escuro, as nuvens acinzentaram-se se enchendo de sombras.

 - Irmão, não gosto disso. Poderias fazer voltar como era antes? Essas sombras me assustam, Vaenê. Eu não gosto do escuro.

 Minha pequena irmã, sempre odiou a escuridão. As sombras atrapalhavam sua felicidade perfeita e isso fazia com eu também as odiasse. Orfus? Para onde fostes? Esconderas-te por medo de ficar perto dela?

 Espere! Estas sombras... Estas terríveis sombras estão a afastá-la de mim. Carinia, não te afasta. Fique onde teu irmão possa lhe ver. Eu sinto sangue, gosto de sangue em minha boca, e vejo minhas mãos vermelhas.

 - Carinia! Orfus! – Não mais vejo os dois – Vos ficastes com medo do escuro?

 Procuro por todos os lados, mas não vejo nada além da escuridão que se formava. Para onde fostes, Carinia? Orfus? Estou sozinho... E as trevas me abraçam.

 Desperto em meio às sombras. Assustado, sinto sangue escorrendo de minhas mãos e gosto de sangue em minha boca. O que eu fiz? Feri alguém? Por que tanto sangue? Então me lembro da noite passada, os golpes meus nas paredes. Mas por que eu sinto o gosto? Então vejo... Sim eu feri alguém, feri a mim mesmo... Minha mão doía.

 

“Por que mergulhas e acreditas em tuas próprias mentiras? Elas serão tua ruína.”


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Notas finais do capítulo

Reviews sempre motivam o autor a continuar a historia... xD



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