20 Primaveras escrita por Thayná Soares


Capítulo 23
Visita indesejada


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Quem aqui já teve que receber aquela visita que não faria mal algum se dormisse na casa do cachorro? Pois é, então creio que irá se identificar com esse capítulo.



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Tudo estava indo muito bem na minha saída da Faculdade. Ninguém esbarrou ou mim ou derramou meu lanche como sempre acontecia. Sei que falando assim parece que ainda estou no colégio comum e não em uma faculdade, porém coisas desse tipo também acontecem por aqui.

Estava sentindo hoje uma felicidade, uma segurança que eu admito que nunca senti antes. Agora sim acredito quando diziam que o tempo passa e com ele vem a maturidade, isso é tão verdadeiro que se eu pudesse bater um papo com a Rebecca de 6 anos atrás diria para ela:

“ Acalma esse coração e sossega essa mente! Tudo vai ficar bem e vai acontecer na hora que tiver que acontecer. Não fique estressada antes da hora, não vai querer desenvolver uma gastrite nervosa.”

Bom se eu pudesse voltar no tempo e escutar esse recado, eu o seguiria a risca, assim pelo menos não teria hoje essa gastrite que não me larga mais. É só eu desesperar um pouquinho que ela logo aparece me dizendo:

“Oi sua trouxa, estou aqui! Não vou te deixar em paz enquanto você não der um jeito de virar gente e aprender a lidar com as suas emoções.”

Tenho certeza que se ela falasse diria isso. Sempre fui uma pessoa muito nervosa, porém hoje em dia tenho aprendido a ficar mais calma e sabendo lidar mais com as minhas emoções.

Como eu estava dizendo nada hoje vai estragar com o meu dia. Estou confiante, me achando, me sentindo a última bolacha do pacote.

Ia caminhando um pouquinho até encontrar o carro do Gui. Quando o vi de longe já abri um sorriso que quase tomou conta do meu rosto por completo, e fui me aproximando dele, intercalando os olhares para ele e para o chão... claro! Eu não queria levar um tombo na frente do meu namorado.

Quando faltava menos de 10 passos para encontrar meu namorado, tenho a visão do Gui coberta por longos cabelos loiros, uma voz irritante, uma sai mais curta do que a vergonha da Letícia, pernas compridas e um salto tão alto que se bobeasse a pessoa tocava o céu.

Esse ser humano estranho simplesmente se aproximou do meu namorado e o abraçou e o cachorro do Guilherme correspondeu. A minha vontade naquela hora ela jogar um tijolo na cabeça dele, engana você que eu queria apenas machucá-lo... eu queria era matar mesmo!

Como ele ousa abraçar esse cover de Vera Verão, porém loira, na minha frente? Ele perdeu o juízo, foi isso? Se ele tivesse o perdido um tapa no meio das fuças dele o fariam lembrar, rapidinho.

Refiz minha postura, e cheguei perto do Guilherme.

Nessa hora a voz horrenda fala:

“Primo, que saudades de você!”

Gente, não acredito que essa coisa estranha é prima do Gui! Como assim, de onde saiu isso? Da forma que ela apareceu, me lembrou aquelas pessoas ricas que passam a vida toda sozinhas, aí quando morrem, na hora do testamento surgem parente até de dentro do esgoto atrás da herança.

A forma como ela surgiu do nada foi igual a isso. Mas eu queria uma explicação, que prima é essa que eu nunca vi na minha vida?

— Oi Gui! – o chamei e pigarreie.

A “prima” do Guilherme continuo abraçando ele e ignorando minha presença ali.

Nossa essa garota não sabe o estrago que o meu tênis faz na cabeça dela, se ela continuar com essa palhaçada pra cima do MEU namorado.

Me cansei daquela palhaçada e puxei ela pelo braço e a descolei do Guilherme, ela saiu tropeçando e me olhando com cara de nada, e eu fui e dei um selinho no Gui. Ele me olhou e sorriu, e ficou me perguntando como havia sido a minha manhã e tudo mais.

1 X 0 Para Rebecca.

— Ué Gui, não vai me apresentar a sua amiguinha? – perguntou a loira ainda sem nome.

Essa garota estava atacando a minha gastrite.

— Desculpa Gaby, essa é a... – Guilherme ia dizendo mas eu o interrompi.

Ah então era Gabriela que essa coisa chamava.

— Eu sou a NAMORADA do Guilherme – disse bem alto namorada, para ver se a minha nova coleguinha sacava que o território já estava marcado.

Me senti um cão agora, mas tudo bem, acho que entenderam.

Ela me olhou com cara de desdém e eu fiz o mesmo. Se tem uma coisa que eu aprendi é que se uma pessoa quer te irritar faça um seguinte para sair por cima: o irrite primeiro.

E se fosse uma disputa de quem é mais irritante, afirmo que eu ganhava de latada.

Guilherme viu o climinha que havia se formado ali e em uma forma de apaziguar a situação começou a contar sobre Gabriela para eu a conhecer e vice e versa. Ela era uma prima dele, filha do seu Tio Aloísio, eu conhecia esse tio dele porém ele era tão simpático que eu nunca imaginei que ele pudesse ter ajudado a fazer uma coisa tão escrota e dada como essa que estava na minha frente.

Para resumo da ópera tivemos que dar carona para essa pessoa chamada Gaby, pois ela disse que estava andando por ali passeando e procurando por um táxi para ir para sua residência, porém já que ela encontrou o Guilherme no meio do caminho iria conosco.

Lembrando que a rua da Faculdade é repleta de Pet Shop.... bom acho que não preciso dizer mais nada, com o que eu quis comparar a prima do Guilherme.

No caminho todo ela foi tagarelando, nunca vi uma pessoa falando tanto. Falava mais que a Letícia e olha que ela fala pra mim, para você e para o mundo todo, então alguém conseguir bater o Record dela não é fácil.

Como eu não estava nem um pouco interessada no que ela dizia, apenas sorria com o fone enfiado no ouvido, sim, a minha música já estava no último volume, ( intencional é claro) , para ver se assim abafava a voz dela.

Algumas vezes dava umas olhadelas para o Guilherme e eu via o pateta sorrindo como um grande palhaço. Não eu não estou com raiva do Guilherme... ok! Talvez um pouco.

Mas também não é para menos, não sabia da existência dessa prima e olha que eu conheço a família do Gui de frente para trás e de trás para frente como diz mamãe, então como eu não sabia desse ser de outro mundo que mais caiu na nossa vida como se estivesse vindo de presente de Natal? Indesejado, diga-se de passagem.

Sei lá... ela não me passava confiança.

“Nossa Rebecca, mas você nem conversou com ela, credo! Você tira conclusões dos outros sem nem conhecer, me decepcionei!”

Só digo uma coisa: Você não precisa ter um minuto de diálogo para saber que uma mulher está afim de um homem( no caso o meu namorado). Não sei se você sabe mas nós mulheres dizemos muito com o olhar e com nossas atitudes. E pelo o que eu vi dela até agora, ela gosta do Guilherme.

“ Nossa Rebecca, mas eles são primos, que maldosa você.”

Concordo com vocês, sim eles são primos. Mas o único que parece respeitar esse grau de parentesco é o Gui, já a prima dele não!

Gui parou em frente ao meu apartamento, saiu do carro e abriu a porta para mim, quase que nesse instante esqueço a raiva que eu estava sentindo por lembrar que ele é tão fofo. Porém quando fui virar para pegar minha bolsa, vejo aquele pessoinha me dando tchau aí eu lembrei o porquê eu havia ficado com raiva dele.

— A linda dama está entregue- disse Gui, depois de me dar um selinho.

Eu sorri para ele, e lhe dei outro beijo. E fiquei o olhando.

— Amor, desculpa estar te deixando aqui e não te levando para almoçar ou ficar mais tempo comigo, mas é que a Gaby me ligou meia hora antes me dizendo que estava em São Paulo e falou na rua que estava e eu me convidei para levá-la em casa. Desculpa mesmo, mas é que tenho que deixar minha prima na casa da amiga dela onde ela está ficando e vai ficar morando. – finalizou.

Nessa hora eu arregalei os olhos e olhei abismada para ele. Como assim? Essa coisa ia morar em São Paulo também?

— Ah! Ela vai ficar morando na capital também? – perguntei controlando meu tom de voz.

— Sim meu amor! E eu adoraria que você se desse bem com ela – disse Guilherme.

Palavras infelizes as dele... caramba Guilherme! Não sacaneia o meu lado, tanta gente para você adorar que eu ficasse amiga e vai me pedir isso logo como a sua prima?

— Eu também espero que sim – foi a coisa mais tosca que eu consegui dizer.

Não queria magoá-lo e nem muito menos parecer que tenho 5 anos de idade e que detesto a prima dele mesmo sem nem ter conversado com ela. Não estou ficando louca sei que disse lá em cima que já não gostava dela mas ele não precisava saber disso.

Vou procurar conhecer ela, conversar, entender, conhecer o terreno onde estou pisando e ver se essa bisca... opa! Se a prima do Guilherme é uma pessoa com má intenções ou não.

Daí, depois disso, eu converso com ele.


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Notas finais do capítulo

Vish! Essa Gabriela não me cheirou bem.... quero dizer, ela não parece ser uma boa pessoa hahaha.
O que acharam? Podem formar suas opiniões sobre ela, eu deixo.
Mil beijos!



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