20 Primaveras escrita por Thayná Soares


Capítulo 10
Se não fosse seu abraço...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Como vão meus leitores lindos?
Espero que bem!
Eu estou muito animada com esse capítulo que está chegando agora para vocês. Espero que gostem. *-*



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Para a Letícia ser vidente faltava pouco, Guilherme não estava de cueca mas estava sem camisa, por isso era impossível não ficar sem ar, o cara que eu gosto na minha frente sem camisa, meu coração é forte mas tem limite.

Olhando firmemente para ele, repetia internamente que precisa me mover. Enquanto essa mensagem era digerida pelo meu cérebro e levada para o resto dos meus músculos, me mantive parada na porta. Guilherme estava me olhando como se quisesse saber o porquê eu me mantinha intacta, olhou para baixo, levantou a cabeça logo em seguida e me convidou para entrar.

—Vou terminar de me vestir, me espere aqui – disse quando eu havia entrado e ficava como um poste na sala olhando para ele.

Tonta como sou, imaginei que ele havia feito de propósito, mas não, Guilherme apenas estava terminando de se vestir quando eu cheguei, e não porque ele queria que eu o visse sem camisa.

Intencionalmente ou não, eu amei o deslize dele, se ele quiser repetir mais vezes, eu juro, que eu não ligo.

Esperando que ele voltasse, andei pelo quarto de hotel aonde ele estava hospedado, organizando mentalmente tudo o que eu queria saber, precisa incluir a pergunta do porquê ele estar em um hotel e não em um apartamento ou casa. Lembro perfeitamente bem que ele nunca fez o tipo mochileiro e que não trocava o conforto de um lar por nada.

Pudesse ser porque havia acabado de chegar, ou também porque não iria ficar por muito tempo, espero que seja o primeiro motivo.

— Pronto, já estou vestido adequadamente – disse retornando a sala.

Vestido realmente, mas deixando um perfume inebriante, cheiro o qual eu me recordo muito bem.

— Desculpa ter aberto a porta sem parte da roupa. sorriu- Mas era porque eu não queria te fazer esperar, como me disse aquele dia ao telefone, você não gosta- completou parando na minha frente, colocando as mãos no bolso e arqueando uma sobrancelha.

Ele sempre fazia esse gesto quando estava nervoso ou se sentia intimidado diante de alguma situação. Eu não nego que eu sempre gravei cada movimento, traço, costume, defeito e desejo que viesse dele.

Ele fez um gesto me pedindo para sentar, e ali estávamos sentados naquele sofá e sem nenhum coragem de ser o que ia puxar a conversa. Aquele teste na frente do espelho não serviu de nada, a coragem eu havia criado sumiu em questão de segundos, e eu focava a minha mente a repetir as palavras automáticas que eu estava disposta a dizer.

—Aquele dia, me desculpa por ter te pedido para ir embora.– comecei a conversa- Também me desculpa por não ter lido o que escreveu naquele bilhete, me desculpa por ter feito a sua caveira pra mim e pros outros que me perguntavam o porquê eu tinha tanto medo de amar e me desculpe por não ter sido mais madura. – disse todas as desculpas que eu queria pedir.

Guilherme escutava atentamente o que eu dizia, sei que pode parecer estranho começar um conversa com tantas desculpas, mas eu precisava receber as desculpas pelas imaturidades que eu cometi, eu sou completamente orgulhosa, mas sei quando eu não sou o melhor que eu poderia ser.E diante dessa situação eu fui uma criança e sei bem que poderia ter sido mais adulta.

— Eu aceito suas desculpas, mas também tenho do que me desculpar – começou a falar.

E nesse momento parei de repetir as coisas automáticas na minha cabeça e prestei atenção e autorizei que novos pensamentos surgissem.

— Eu não fui muito objetivo ao tentar te explicar que não dava mais, me desculpa por não ter tido coragem, por ter preferido ir embora para te poupar mas ao mesmo tempo te machucar ao tentar justificar o meu sumiço e a minha ida. – disse também começando dando as suas desculpas.

—Me desculpa pelas lágrimas, por ter deixado você pensando que eu não me importava com você, ter privado minha mãe de dizer qualquer coisa para e me desculpa por todo o gelo que eu criei no seu coração durante esses anos – finalizou, se endireitou no sofá e me olhou, esperando que eu respondesse.

— Desculpas aceitas – disse e parei por ali.

Fiquei mexendo em minhas mãos e para falar a verdade estava me achando a mais idiota do mundo por não conseguir sustentar a conversa, mas eu estava muito nervosa e apreensiva.

— Por favor, fala alguma coisa! - Guilherme começou a falar e eu o olhei assustada -Não me olha assim, eu preciso escutar você, não posso ficar sendo castigado o resto da vida e nem você precisa ter medo. Sou eu o Guilherme, nós namoramos você lembra? – questionou.

—Nossas famílias sempre foram próximas e nós estudamos na mesma escola, fomos os nossos primeiros amores, eu não vim para a capital para continuar sem conversar com você, eu vim para esclarecer o que realmente tinha acontecido e também pra te dizer que eu continuo te amando.– terminou de falar.

Sua respiração estava descompassada, ele disse tudo rapidamente e eu tomei um choque de realidade e decidi falar também.

— Se minha voz saísse como eu planejei na frente daquele espelho, eu com toda a certeza do mundo já teria dito tudo pra você – toquei no assunto do espelho e ele fez uma cara de quem não entendeu.

Eu disse que eu não saberia como conversar com ele, o que eu tinha que falar desse espelho. Ele não precisava saber que o grau do meu nervosismo e ansiedade me levaram a conversar com um espelho por horas.

— Esquece isso que eu disse. -me desculpei e contornei o assunto- Estou tentando conversar com você de uma forma decente, mas eu perdi o costume e liberdade que eu tinha com você. Querendo ou não foram dois anos torcendo para que você aparecesse mas ao mesmo tempo rezando para que você não voltasse,porque eu sabia que ia dar nisso, nessa falta de coragem de falar. – fiz uma pausa, pensando no que dizer.

—Mas se quer saber, não adianta ter medo... eu também continuo te amando, queria muito ter deixado de te querer naquele dia, mas ter você longe apenas intensificou o que eu sentia e a saudade que eu senti de você foi maior que o mundo e ainda é. Você está perto mas eu ainda sinto saudade de te tocar, beijar, abraçar... te sentir comigo e sentir que você se sente bem ao meu lado- terminei e nessa hora eu toquei no rosto do Guilherme.

Fiquei o olhando e acariciando, e com o meu toque ele fechou os olhos e entrelaçou nossas mãos que estavam livres e ficou fazendo carinho na minha mão. Era intenso o que a gente sentia, e por mais que eu e ele não tivéssemos mais essa intimidade a gente sabia e sentia o mesmo amor . Isso fazia com que toda falta de liberdade se tornasse apenas uma consequência da ausência.

— Foi difícil pra mim, linda. A mesma dor e saudade que você sentiu eu também senti, e sinto.– disse tirando a minha mão do seu rosto e levando até seus lábios e depositando um beijo ali.

— Quando me perguntavam o porquê eu não me apegava a ninguém eu dizia que era porque o amor é coisa de louco. Sustentando essa ideia recebi diversos apelidos de pegador. Mal sabiam aqueles tolos que eu também era um desses loucos apaixonados e que se eu não demonstrava como os outros era porque o meu amor não estava comigo. – disse levando suas mãos até meu rosto e contornando com os dedos o sorriso que havia surgido ali, tímido, mas era de felicidade.

Estava feliz por saber que não amei sozinha, e por sentir ele por perto de novo.

—Eu senti tanto a sua falta- disse e nessa hora deixei caírem as lágrimas que estavam presas em mim.

Pulei em seus braços e recebi o melhor abraço do mundo, ele afagava meus cabelos e ficava dizendo” eu estou aqui, não chore”.

Deitei minha cabeça em seu ombro segurando firmemente sua camisa,querendo me certificar de que ele não fugiria e deixei as lágrimas serem livres. Foi inexplicável sentir que ele estava ali, que eu estava em seus braços e saber que não era só o meu coração que batia fortemente.

Se pudéssemos escolher um lugar parar chamar de casa creio que eu e você, escolheríamos os abraços das pessoas que amamos. Porque um lar, tem que ter amor e abraço é um “eu te amo” dito em silêncio, um aconchego e a ligação de dois corações. Tem no mundo, lugar melhor e mais gostoso de ficar do que em um abraço?


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Notas finais do capítulo

E esse capítulo exalando amor, hein? Me diz: tem coisa melhor do que um abraço?
Esse casal está indo no caminho certo ou não? Não vai embora sem deixar sua opinião, tudo bem?
Beijos!



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