Butterfly escrita por Caroline Dos Santos


Capítulo 2
02 — Como um pássaro contente


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo do meu drama *-* Eu realmente espero que gostem desse aqui ♥ Feito com todo o coração ♥



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Butterfly

" O ser humano é feito de alma. O corpo é apenas uma proteção para que os outros não vejam como realmente nos sentimos. "

Butterfly

II

A  luz ofuscante daquela sala dificultava sua visão, o obrigando a manter os olhos fechados até que conseguisse se acostumar com a claridade do local. Um tom intenso de branco o rodeava por todos os lados, como se nenhuma outra cor existisse naquele local.

Sua cabeça letejava, e sentia uma dor intensa nas costelas, que o impedia de respirar direito, fazendo-o gemer e ofegar. Miguel não sabia o que estava acontecendo. Ou melhor, o que havia acontecido. Por um momento, achou que estivesse morto, mas se assim fosse, por que sentiria dor?

Sua resposta estava ali, continuava vivo, com o coração bombardeando sangue para seu cérebro. O rapaz não saberia dizer se aquilo era bom ou ruim, apenas que acontecia.

Levantou os olhos castanhos para fitar o teto branco acima de sua cabeça. Fosse ou não o teto, não faria muita diferença. Tudo ali era daquela cor neutra, a cor que Miguel havia aprendido a adorar há algum tempo. A cor que lhe trazia tantas lembranças.

Não soube ao certo quanto tempo ficou ali, parado, com os pensamentos viajando por sabe-se lá aonde. Ele só foi notar que os minutos passavam quando ouviu a porta se abrir, e por lá entrar uma mulher desconhecida. Vestida de branco.

— Tudo bem? — ela perguntou, se aproximando aos poucos. Parecia feliz, mas Miguel não era bom em reconhecer a felicidade. — É bom que já tenha acordado... Sente alguma dor?

O rapaz não tinha o que responder. Dor? Ele sentia sim. Uma simples dor em seu corpo e outra que parecia dilacerar sua alma. Aquela mulher, por acaso, sabia curar a dor da alma? Miguel duvidava muito.

Não a respondeu, apenas virou seu rosto para a janela e visualizou a bela borboleta azul dançar no ar do lado de fora. Seu olhar se prendeu nela, e, por algum motivo, sentiu uma grande e inexplicavel vontade de chorar.

Butterfly

Elisa já não agunetava mais esperar sentada, sem fazer nada. Queria mais que tudo entrar no maldito quarto e abraçar seu filho o mais apertado possível. Em sua mão fechada — e trêmula — se encontrava o terço de madeira, que ganhara de sua mãe anos antes. Desde que chegara estava rezando, orando para que tudo ficasse bem. Não seria capaz de suportar a dor de perder Miguel.

A adulta estava desesperada por respostas que não vinham. Os médicos ou enfermeiros que passavam por si não lhe davam qualquer notícia, qualquer informação. Daqui a pouco pularia em cima de um apenas para saber o que acontecia.

No entanto, antes de tomar uma atitude precipitada, viu o médico que atendera o jovem de aproximar, enfim podendo suspirar um pouco mais tranquila, já que o homem não trazia uma expressão preocupada.

— Doutor, meu menino está bem? — perguntou com aflita, pedindo com os olhos uma resposta. E torcia para que fosse uma resposta realmente positiva.

— Não há o que se preocupe. O garoto teve algumas lesões que vão ficar bem doloridas depois, mas nada além disso. — o homem de jaleco sorriu para a loura, que finalmente conseguiu respirar aliviada.

Agradeceu e se afastou, voltando a se sentar num dos bancos que se espalhavam pelos corredores brancos. Miguel estava bem, e somente isso lhe importava.

Butterfly

Miguel jogou a cabeça para trás assim que se viu sozinho novamente, sentindo-se cansado, sua mente estava cansada. Se pudesse, ele não mais levantaria daquela cama. Seria ótimo poder ficar deitado por todo o tempo que lhes restava no mundo. Mas infelizmente haviam aqueles que ficavam felizes por ele ainda estar lá.

— Mãe... — murmurou cerrando os olhos castanhos e se deixando afundar em seus pensamentos pertubados, os pensamentos que o haviam deixado em claro durante tantas noites, por tanto tempo.

O rapaz afundou sua cabeça no travesseiro branco, conbrindo a face com os braços. Se tudo fosse um pesadelo, desejava mais que tudo acordar. No entanto, não passava de vida real. A realidade doía. Talvez uma facada no peito doesse menos.

Riu com esse pensamento, de forma triste.

Levou uma das mãos ao peito, apertando o tecido que lhe cobria, com o rosto baixo fitava o nada, sem uma expressão em sua face. Os olhos castanhos não tinham brilho nenhum, como se nunca tivessem brilhado.

Novamente sua mente se perdia em lembranças, na escuridão de seus próprio consciênte, estava se destruíndo por dentro aos poucos, se torturando. Tudo por causa de Dan. Onde se metera no momento em que mais precisava?

Achou-se idiota por se perguntar tal coisa. dan não tinha culpa de nada. O único culpado daquilo tudo era ele. Pelo menos essa era a opinião de Miguel. Elisa jamais pensaria assim, mas também não sabia o que fazer com o filho que tanto amava.

A mulher entrou  no quarto pisandos nas pontas dos pés, não querendo assustá-lo de maneira alguma. Sewntou-se na cadeira ao lado da cama, sem lhe chamar a atenção e segurou uma das mãos dos rapas com força e carinho. Como desejhava vê-lo bem novamente, sorrindo outra vez.

— Miguel?... — chamou, fazendo o jovem voltar0se para si. — Como está, querido?

— O que aconteceu? — moveu os lábios sem cor em questionamento, e naquele momento Elisa teve sua resposta.

— Você sofreu um pequeno acidente, meu anjo... — sorriu, tentanto passar confiança ao mais novo, mesmo sabendo que de nada adiantaria. — Não foi nada grave, mas você se feriu um pouquinho...

— Hm. Entendendo... — disse e ficou em silêncio logo depois, voltando seu olhar opaco para os vidros hialinos da janela, observando o azul claro daquele Céu, que em breve seria tomado pelos tons rosados e alaranjados d emais um pôr-so-Sol.

— ... Miguel?...— Elisa o chamou novamente, e mesmo sem ter as amêndoas do filho sobre si, entendeu que ele a escutava. — Não importa o que aconteça, eu vou te amar acima de tudo... Fique bem, meu filho.

Levantou, beijou-lhe a testa e, sem dizer mais nada, o deixou sozinho ali, refletindo sobre tais palavras.

Butterfly

Lentamente a noite caiu sobre a cidade e o hospital, trazendo consigo uma silênciosa e acolhedora escuridão. Miguel continuava solitário no quarto, sem se importar realmente com isso, apenas perdendo sua visão nas estrelas que brilhavam, iluminando o firmamento negro, junto do disco de prata que enfeitava o terminar de mais um dia. Mais um longo dia.

No criado mudo a comida esfriava, sem sequer ter sido tocada pelo garoto, que não sentia fome. O único vazio para ele era o da alma. Este que parecia impossível de se preencher. Elisa com certeza ralharia no dia seguinte quando visse que não se alimentara.

Suspirou, sem notar como o tempo passava ou o que a televisão do quarto transmitia, um seriado qualquer. Sua atenção estava completamente voltada para o horizonte do lado de fora, se focando em tudo e ao mesmo tempo em nada. Precisava dormir, descansar, seu corpo clamava por irro.

Contudo, tão delsigado estava que não percebia as súplicas de seu próprio corpo. Sonhava acordado em meio aquele pesadelo em vida. Miguel não queria dormir. Queria acordar. Acordar e ver que nada do que acontecia era real. Acordar e estar com Dan.

— Filho de uma chocadeira idiota! — murmurou, sua garganta ardia com o nó que se formava. Deixou que uma lágrima boba escorresse por sua bochecha. — Idiota! Idiota!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥ O título foi tirado da música "Buttefly", da versão br. É a música de abertura de Digimon Adventure e Tri, mas também toca no finalzinho do Zero Two :3



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