Interlúdio escrita por Lua


Capítulo 6
Catarina IV


Notas iniciais do capítulo

Preciso dizer que este, sem sombra de dúvidas, foi um dos capítulos mais difíceis de escrever. Espero que saboreiem a leitura!



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Eu tinha apenas dezoito anos quando o conheci. Não foi amor à primeira vista, foi atração, desejo, ânsia. O amor, ah, esse veio bem depois; depois de toda diversão, depois de termos descoberto o corpo um do outro. Quando já não havia mais nada para explorar fora, quisemos descobrir o que havia dentro. O amor veio quando o inverno chegou, quando o frio apagou o fogo, e percebemos que mesmo assim não queríamos ir embora.

Sabe quando seu mundo foge para um segundo plano e você nem se importa?

Ele era o sol; eu, um planeta no sistema solar. Sabe o quão difícil foi quebrar o magnetismo? Seus olhos me devoravam a cada instante. Eu queria ser devorada. Gostava da forma com que ele sorria acima de mim, quando agia como se fosse o rei de todas as terras. Que me importava, se ele me fazia sua rainha?

 É um enigma mórbido a forma com que o abismo se fez entre nós. Eu sacrificaria o mundo para construir uma ponte.

Meu quarto era coberto por fotografias, fiz uma parede dedicada inteiramente a ele. Retratos, bilhetes e pequenas cartas estavam dispostas, criando um papel decorativo que ninguém compraria.

"Eu amo você."

"Saudade de beijar sua boca."

"Reserve um dia pra nossa viajem de balão!"

"Casa comigo?".

"Você é meu único vício. Eu prometo."

"Teu riso me leva à loucura..."

"Deixa eu te chamar de minha, por enquanto?".

Quando eu o disse adeus, naquela última vez, esperei duas semanas, mas ele não ligou. Não entrei no quarto, dormi na sala, usei somente as roupas que já estavam no cesto de roupas sujas (depois de lavá-las, obviamente), para evitar ao máximo entrar naquele quarto e encarar todas as lembranças que me pareciam cadáveres. Eu estava de luto e comecei a gostar. Essa tristeza era a única companhia que cheirava exatamente como ele.

  Na décima sexta noite, acordei de madrugada, abri a porta do quatro e peguei tudo o que consegui, arrastei para o quintal e ateei fogo. Enquanto as chamas aumentavam, corri para dentro e peguei todas as roupas, perfumes, sapatos, cartas, pingentes, tudo o que me lembrava do fantasma a que me entreguei, e joguei na fogueira. Eu estava desesperada por exterminá-lo da minha cabeça. Os vizinhos chamaram os bombeiros, porque meu balde d'água não resolveria a situação. Na verdade, eu nem tentei usá-lo. Só fiquei lá, observando as cores, ouvindo o som do fogo estalando numa música que, juro, eu poderia cantar. Nem chorei.

Eu realmente acreditei que tinha enlouquecido, quase pedi para que me internassem em algum lugar onde eu não precisasse fazer nada, além de sucumbir lentamente à minha insanidade. Então, no dia seguinte, surpreendentemente, eu estava muito melhor, a ponto de realizar todas as minhas atividades regulares, sem ter que fugir para o banheiro repetidas vezes, tentando engolir o choro.

                                        ***

Estou no corredor da minha casa, que agora já não é o lar de mais ninguém. Talvez não fora nem o meu próprio. Estas paredes eram o castelo de tantos segredos! Se eu prestar atenção, fazendo o devido silêncio, ainda posso escutar as risadas por entre os lençóis das tardes em que buscava Theo, depois do almoço de domingo. É quase como se estivéssemos bem ali, depois da porta, na minha cama.

Fecho os olhos e tento enganar a minha mente, tento fazê-la acreditar que ele está me tocando. Tento sentir seus dedos em meu rosto, como ele fazia quando tinha os olhos fixos em mim, tentando capturar cada mínimo detalhe. “Eu quero memorizar minha felicidade”, ele costumava sussurrar. Tento sentir o calor dos seus lábios tocando meu pescoço, crio seu cheiro na minha cabeça. Os risos ficam mais nítidos. Eu nunca deixei de querê-lo. Por um instante, eu acho que estou viva. Tudo é tão similar... Já passara por esta mesma situação, um milhão de vezes. As gargalhadas de fantasmas me assombravam desde muito antes do acidente. Nas primeiras vezes, eu corria para vê-lo, o procurava, ligava, mandava mensagem. Com o tempo, me acostumei à falta. Agora, ela parece maior do que todos os anos que tornaram nossa história um emaranhado de nós. Decido que irei me encontrar com Theo. Preciso vê-lo uma última vez.

Entro em meu quarto e escolho um vestido. Sei que parece bobo, mas eu me arrumo, como se fosse a um encontro. Eu finjo que as coisas estão bem, que nada aconteceu, que nunca nos machucamos, que eu sou real. É curioso como eu percebo que estou nervosa por vê-lo, depois de tanto tempo, mesmo que ele não saiba que eu estarei lá. O vestido é azul, e quando eu me olho de perto no espelho, me ocorre que ele nunca mais verá meu rosto. Para encontrá-lo, eu preciso caminhar até o seu trabalho.

Nunca imaginei que algum dia o observaria de tão longe, como faço agora. Não são metros que nos separam, são mundos. Ele está sentado no balcão da sua loja de artigos esportivos. É uma loja pequena, porém muito bem arrumada. Confesso que estou impressionada, pois a última vez em que estive aqui, a loja estava falindo. Theo havia desaparecido, mais uma vez, no final de semana e, na segunda-feira, ainda não havia voltado. Na terça-feira, mandou notícias da casa de um amigo e só abriu a loja na quinta-feira. Ele estava constantemente disperso, não cumpria com os prazos quando pegava alguma peça para reformar, fazia confusão com os pedidos. Eu tentava ajudar, mas é difícil quando alguém te proíbe de se envolver e te afasta o tempo todo.

— Não apareça aqui, Catarina, eu já disse.

— O que, o que é isso? Que cheiro é esse?

— Vai embora.

— Theo, o que você estava fazendo ali dentro? – Meus olhos procuravam por sinais que negassem o que eu estava vendo, mas era impossível. A portinha do pequeno depósito estava trancada e um cheiro forte impregnava o ambiente.

— Theo, eu não acredito nisso... Você tem que parar de desistir! Três meses jogados fora.

— E você tem que parar de querer mandar em mim. – Ele chegou perto, e eu recuei. Não suportava aquele lugar e não sabia como ele reagiria. Eu nunca havia visto Theo daquele jeito, ele sempre cuidara para que não acontecesse. A vergonha nos olhos dele machucou até a mim.

— Vai embora, Catarina! – Ele gritou. — Eu não quero mais ver você.

Meu silêncio foi a pior resposta que eu poderia ter dado.

— Vai embora, não quero mais você colocando regras na minha vida!

Eu sabia que aquele não era ele, sabia que ele só estava envergonhado de eu tê-lo visto tão frágil, tão vulnerável, tão quebrado. As mãos trêmulas, as pupilas dilatadas, o ar desesperado. Dei o tempo de que ele precisava e esperei até que ele pudesse falar comigo outra vez.

Eu me apaixonei pelo Theo autossuficiente e sadio, e quando o vi doente e intimidado, me apaixonei também. Aos poucos, ele me deixou ajudá-lo. Foi internado algumas vezes, por vontade própria, e também fugiu algumas vezes. Seis meses depois de eu ter aceitado o noivado, e ele estar limpo, como se diz por aí, ele desapareceu outra vez. Haviam sido seis meses penosos, de muitos dias bons e milhares de dias ruins. Percebi que ser a mulher de alguém como ele, me custaria quase a minha vida toda, me custaria o futuro que havia planejado, custaria noites tranquilas e me esgotaria. Quando descobri que eu não queria abrir mão de mim, fiquei devastada. Era a verdade, eu não estava preparada para assumir tal escolha. Sabia que teria que deixá-lo em algum momento, mas a coragem me faltava. Havia decidido cumprir todas as promessas que fizera a ele, então decidi levar tudo até o final.  Entretanto, meus olhos não mentiam como o meu sorriso. Theo não pôde aguentar. “Chega de fingir”, ele disse.

— Talvez eu não vá mudar, Catarina. Você deveria ir embora.

Eu fui.

Estranho o aspecto de serenidade que vejo enquanto o observo. Ele não parece desorientado, não parece triste, não parece se importar com tudo o que está acontecendo. À medida em que me aproximo, uma certeza toma conta de mim: Theo ainda não sabe; ele não recebeu a notícia. O pânico cresce até me tirar o fôlego. Ele não sabe sobre o acidente.

 Um ano depois de termos nos afastado, eu ainda não tinha superado. Como superar? Centenas de memórias manchadas pelas histórias que inventamos para nós dois. Ele é o único a quem não cogito escrever a carta. Todas as explicações que eu poderia dar a ele, já dei.

Me aproximo do balcão e sento-me bem ao seu lado, observo seus traços, os olhos, a boca, as mãos; eu gostaria de uma última vez em seus braços. O telefone toca, Theo atende e a expressão em seu rosto fecha-se.

— Caio? Tá tudo bem com você? – Uma pausa se faz. Então vejo Theo empalidecer. Ele mantém o punho cerrado. Quero segurar sua mão, mas estou tonta. Não consigo assimilar as ideias e movimentos.

Eu não posso ficar aqui, não consigo assistir a isso. Levanto-me e sinto tudo girar. Atravesso a rua, em direção à casa dele. Não é difícil abrir a porta, e o caminho para seu quarto se faz automaticamente pelos meus pés. Tomo fôlego, tentando afastar da mente pensamento por pensamento. Seus pais não estão em casa; houve um tempo em que isso soaria como aventura para nós dois.

Seu quarto está como que intocável, e o cheiro me entorpece todos os outros sentidos, um tipo de nostalgia me toma. A janela está aberta, um vento sopra forte e eu sinto frio, pois meu vestido é de alça fina. Eu deveria ser imune a esse tipo de sensação. Sinto náusea e minha cabeça dói, há alguma coisa diferente acontecendo em mim, que não sei explicar. Caminho até o guarda roupa e pego uma blusa de mangas compridas, sem fecho. Ouço passos tímidos e, quando vou me virar, escuto uma voz.

— Catarina?

Theo tem a expressão abatida e os olhos fundos, ele parece atordoado, e posso vê-lo trêmulo. Eu não entendo que ele refere-se diretamente a mim, até que ele caminha em minha direção. Eu sempre acreditei que tínhamos algum tipo de ligação, mas não imaginei que ele fosse capaz de me ver. O que aconteceu?

Antes que eu continue me fazendo perguntas, tentando entender este momento, ele termina de atravessar o quarto e me abraça. Ele me abraça de forma voraz, como se eu fosse apenas fumaça que se esvairá a qualquer momento. Ele põe a mão na minha cabeça e me aconchega contra seu peito. Eu quero falar, mas ainda não tenho certeza se consigo; tudo parece insanidade. Theo olha nos meus olhos e sinto aquela energia crescer dentro de mim, que me faz sentir como se eu fosse a única mulher em todo mundo, como se eu fosse a única no mundo dele. Ele acaricia meu rosto, age como se, no fundo, soubesse que é tudo uma alucinação. Mas também posso ver a dúvida se formar em seu rosto: não há como ser fruto apenas da mente dele.

Então eu o beijo.  Beijo porque é a única coisa que quero fazer. Sinto-o respirar e, por alguns momentos, faço de conta que eu sou de verdade.

— Catarina, eu sinto muito. – Ele diz. — Eu não consegui me recuperar a tempo. Eu não podia estragar sua vida daquele jeito. Mas eu te quis mais do que tudo. – A frustração em sua voz é clara.

— Eu não podia esperar para sempre. – Falo e me surpreendo com a facilidade com que as palavras saem da minha boca.

Ele me põe contra seu peito novamente. Eu já morei aqui, uma vez. Agora, parece que foi há tanto tempo... Talvez tenha sido.

— Fica. – Ele diz. — Fica?

A palavra me rasga o coração, é mais feroz que todas tempestades que enfrentei. Preferiria passar pelo choque do carro contra o caminhão mil vezes, a ter que ouvir o pedido novamente. Eu não posso ficar, não sei como, e o que faz doer ainda mais é que eu acho que não quero ficar. Aperto-o contra meu corpo e tento sussurrar um pedido de desculpas.

— Eu sinto a sua falta. – Ele chora.

— Vai ficar tudo bem. Confesso que já contei mentiras antes, mas nenhuma é tão cruel quanto esta. É cruel porque eu não tenho o direito de dizer o que vai ou não fazê-lo  bem e, muito menos, o direito de fazê-lo acreditar na utopia que crio.

Mas, talvez, seja do que ele precisa: de uma crença para perseguir, assim, terá um motivo para viver, mesmo que essa crença leve até a morte, porque é o único lugar em que se pode alcançar a plenitude que do procura. E não é isso que todos fazemos? Buscamos a perfeição que não virá com os defeitos deste mundo.  Que saída nós temos, senão ir embora?

Continuamos segurando um ao outro, como se fosse a única coisa que temos.

— Você não faz ideia do quanto eu também sinto a sua falta. – Digo.

E como uma ventania que sopra de repente, atinge-nos o fato de que, desta vez, não podemos tentar de novo. Nunca mais.

Ele me afasta e me encara, olha nos meus olhos, e a luz do sol deixa os olhos dele cristalinos. Tenho medo de que ele consiga ver através dos meus; eu já era um buraco negro antes de tudo isso, o que será que enxerga-se dos meus olhos, agora? Theo parece perdido, mas um sorriso tímido se esconde em seu rosto. Ele me encara como se eu fosse uma miragem, e me lembro da adrenalina boa quando lia "meu oásis", em suas cartas endereçadas a mim.

É assustador que o amor, ás vezes, não seja o bastante. Eu o amei com todas as forças e com tudo o que eu era, mas não pude salvá-lo sem me perder. Eu gostava dele, o problema é que não gostei do que eu era quando estava com ele; do que eu precisaria ser. Mas depois que fui embora, depois de chorar rios e aceitar que seria o melhor, eu não consegui voltar ao meu estado original. Não consegui me resgatar. Estava mudada para sempre.

Caminhamos e sentamos na cama dele. Sinto o nervosismo de quando fizemos a mesma coisa, pela primeira vez. Eu tinha quase dezenove anos e não parava de repetir, histericamente, na minha cabeça “estou na cama de Theo Diniz!”. Impossível não lembrar e não rir. Deito no colo dele, enquanto o deixo acariciar meu cabelo. Fecho os olhos e apenas fico aqui, sentindo o cheiro de sua pele, observando o movimento de sua respiração, deixando que boas memórias tomem conta da minha mente. Parece droga, que me leva para um outro mundo, me faz flutuar como uma bolha de sabão. Tão frágil, tão efêmera, tão linda.

— Você é um desastre delicioso. – Ele diz. Theo sempre soube ler minha mente. É por isso que não pude esconder quando quis seguir em frente, sozinha. Na verdade, eu demorei mais tempo para aceitar do que ele próprio.

Eu sorrio, ainda com os olhos fechados. É tão tranquila a sensação, parece mentira que chegamos a gritar tanto um com o outro. Levanto o braço até tocar seu rosto, com a mão. Ele a segura contra seus lábios.

— Lembra da primeira vez em que eu disse que amava você? – Theo pergunta, e sinto um sorriso formar-se e se espalhar em beijo pelos meus dedos.

 — Claro que lembro! Eu deixei você ficar com quase metade das minhas castanhas, tínhamos saído para tomar açaí. Você pegava as castanhas, direto da minha tigela, e eu te provocava dizendo que cada castanha era um real e trinta e oito centavos que eu ia cobrar. Lembra de como eu enfatizava os trinta e oito centavos? – Eu rio, já com os olhos abertos.

— Você repetiu logo depois de eu dizer “eu amo você, Cat”.

Rimos alto.

— Nem pra você dizer um “eu também”! Ficou lá, me cobrando os um real e trinta e oito centavos. Me senti um idiota, preciso confessar. Até que tive a brilhante ideia de perguntar por que dos exatos trinta e oito.

— Você tinha aquele fogo nos olhos, sabe? De quem sabe que vai ouvir exatamente o que quer. – Eu digo.

— Eu sabia. – Ficamos em silêncio por segundos. — Repete pra mim. Por que trinta e oito centavos?

— Porque era impossível você me pagar um real e trinta e oito centavos! – Eu falo e rio ao mesmo tempo.  — Uma forma de dizer que eu queria que você tivesse uma dívida comigo, uma que não pode pagar. É como se estivesse preso a mim pra sempre. E, agora, quem está se sentindo uma idiota, sou eu!

Ele afasta alguns fios de cabelo da minha testa e sorri.

— Sua forma de dizer “eu também”.

Ele move seu corpo para trás, me fazendo levantar.

— Eu quero que você veja algo. – Ele diz. Então, vira suas costas para mim e começa puxar a camisa. Logo o ajudo e me deparo com as costas nuas de Theo.

Percorrendo os olhos vagarosamente, de baixo, passando por seus músculos não muito explícitos, mas definitivamente atraentes, até chegar em seus ombros, vejo algo desenhado. No centro, pouco abaixo do pescoço, está localizado o número 38. A única tatuagem de Theo, uma que ele fez depois que terminamos, sei porque é a única característica sobre o corpo dele que não estava memorizada por mim, até agora.

Toco, gentilmente com as pontas dos dedos, o desenho e, sem pensar duas vezes, deito meus lábios em sua pele. Um calor cresce dentro de mim e quero, desesperadamente, sentir todo seu corpo no meu. Passo meus braços por seus ombros, e ele segura minhas mãos. Deito minha cabeça em suas costas e ficamos ali por um momento, que bem poderia ser a eternidade, e eu não me importaria.

— Tenho que ir. – Eu digo, sem saber ao certo o que estava fazendo.

Eu só tenho certeza de que este é o momento exato em que preciso ir embora. Ainda que não queira, me afasto de Theo.  Ele, em silêncio, vira-se e me beija a ponta do nariz.

Levanto-me, engolindo o choro. Estou indo embora, mas sinto que sou eu quem o está perdendo, de novo. Quando vou passar pela porta, ouço sua voz.

— Catarina. – Ele chama e eu me viro, subitamente. — Me deixe olhar para você, só por mais um pouco.

— Tudo bem. – Eu digo.

— Será que você pode dançar pra mim? Eu adoro quando você dança.

— Mas é claro que eu posso dançar para você, Theo.

Ele começa a cantarolar uma canção que me é familiar, e eu o acompanho, balançando e girando. Começamos a rir e, de repente, a claridade do sol parece cegar meus olhos. A voz de Theo está ficando fraca, cada vez mais baixa. Ainda estou sorrindo e dançando. Por um instante, penso que sinto as mãos de Theo roçarem minhas costas. Perco a sensação, como se estivesse adormecendo e, por fim, eu não sei mais onde estou.  O que me resta é essa felicidade de estar caindo e saber que alguém vai  segurar, é essa certeza de que pode-se alçar voo. Talvez eu nunca tenha me sentido tão em paz, como agora. Acho que isso é o céu. Tem que ser o céu, e se for, tomara que Deus seja mesmo tão misericordioso, como sempre me disseram que é, a ponto de me deixar ficar aqui, para sempre neste êxtase.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter vindo!



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