Primaveras escrita por Melli


Capítulo 47
Capítulo 47




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Passaram-se alguns dias desde o começo das aulas e a minha animação em estudar na Sweet Amoris crescia a cada vez que eu a conhecia mais! Eu já havia feito algumas amizades desde então e por esse motivo, estudar lá era algo que acabava sendo muito agradável para mim. Além dos meus amiguinhos ruivos e do Lysandre, eu havia feito outras amizades na escola, amigos tão legais quanto eles. Nathaniel (que sempre me ajudava com os exercícios de física e matemática), Jade (o simpático rapaz responsável pelo clube de jardinagem) e claro que eu não poderia me esquecer da Caitlin, a divertida garota que sempre tinha uns papos pra lá de estranhos, mas que também dividia comigo o interesse sobre ler horóscopo.

Ultimamente a minha mente estava bem agitada. Não somente por conta das extensas tarefas de casa, mas também por causa do Valentine’s day. O assunto deixava todos da escola inquietos, pois diziam que nesta época aconteciam alguns eventos. Coisas como apresentações na hora do intervalo, declamações de poesias e até mesmo algo do tipo correio elegante. Não sei como costumavam chamar, mas me disseram que funcionava como... Uma declaração anônima. A pessoa escreveria a sua declaração em um pedaço de papel, e uma das pessoas responsáveis pelo evento iria entregar a cartinha apaixonada para o seu destinatário.  Por este motivo, dias antes do referido evento, fui até o porquinho onde eu costumava guardar minhas moedinhas e retirei uma boa quantia delas e sem que alguém soubesse, no dia em que voltei para a casa sozinha depois da aula, passei em diversos lugares a fim de comprar tudo o que eu precisava para preparar algo para o meu querido amigo.  Eu poderia ir até a loja de chocolates e comprar uma imensa caixa de chocolates, mas acho que preparar o presente seria melhor, além de mais divertido, é claro.Sim, eu mesma iria preparar algo, pois tudo o que é feito por nós mesmos, é feito com mais amor. Mas uma coisa ainda faltava e minhas moedinhas já haviam acabado! Mesmo que eu quisesse esconder, a essa altura eu deveria pedir ajuda para alguém e com certeza seria para a minha mãe.

— Mãe... – Cheguei de repente em seu quarto, no mesmo instante em que ela arrumava algumas roupas.

— Sim Melli?

— Eu preciso da sua ajuda... Poderia me ajudar?

— E em que precisaria de ajuda?

— É que...  Por um acaso você teria uma barrinha de chocolate para me dar?

— Chocolate? – Se espantou. – O que vai fazer com chocolate? 

— ... Eu... Gostaria de fazer alguns bombons para o evento do Valentine’s day lá da escola...

— É isso mesmo?

— É sim, mãe! – Eu estava mentindo, que feio!

— Eu tenho um pedaço aqui... É para a sala toda?

— Não, nós vamos trocar com algum colega. Comprei papel brilhante verde água! Era o mais bonito, então...

— E você vai fazer bombom como, minha filha?

—... Puxa! Eu não tinha pensado nisso... Eu poderia pegar uma receita na internet, ou sei la...

— Eu vou ver com a sua avó. Se ela não estiver muito ocupada, um dia poderíamos ir até a fazenda aprender! O que acha?

— Seria interessante... Mas teria que ser o quanto antes possível! E se pudéssemos comprar mais chocolate, eu acharia melhor.

— Hm... Ok. Ligarei para ela hoje. Eu estava mesmo precisando ir até o centro da cidade... Tenho algumas coisas para resolver lá.

O Valentine’s day finalmente chegou! Tudo estava perfeitamente pronto e como eu imaginava. Os bombons embalados no papel brilhante, o cartão com desenhos do pokémon (afinal de contas, Sage não curtia desenhos de coração) e claro... O sanduíche que ele tanto gostava: Com o queijo derretidinho e o pão douradinho e crocante. Coloquei tudo em uma sacolinha e teria de ser rápida para colocar o cartão em seu armário, ou se não, alguém me flagraria. Assim que cheguei na escola, logo voei para o armário do Sage. Pela fresta da porta, empurrei para dentro um envelope azul claro, lacrado com um adesivo e quando assim fiz, caminhei até o meu armário e quando abri, acabei me assustando com uma rosa, que caiu em minha cabeça enquanto eu pegava do chão um cartão que havia caído.

— Uma... Rosa... – A segurei delicadamente, apreciando a sua beleza.

Pensei que a rosa pudesse ser da mesma pessoa que me enviou o cartão. Será que era do Sage? Não, não era. Sage estava chegando ali naquele instante, então sem que ele me visse, fechei rapidinho meu armário e desapareci dali. Fui para um lugar mais tranquilo decidir se abria naquele instante ou não, o lindo cartão repleto de adesivos do my little pony. Quem será que havia me mandado uma coisa tão fofa? Com certeza não era do Sage.

— Melli? – Alguém se aproximou, me fazendo esconder o envelope.

— Ah, olá Lysandre! Como você está?

— Muito bem e a senhorita? – Logo ele se sentou ao meu lado.

— Estou muito bem também! E aí, recebeu muitos cartões de Valentine’s day?

— Na verdade não muitos... Aliás... Eu... ó céus! – Ele enfiava as mãos em todos os bolsos da calça, tentando achar algo. – Puxa, me desculpe! Eu havia feito um cartão para você, mas devo ter esquecido em algum lugar! – Logo ele saiu correndo.

Eu não tive muito tempo para ficar no pátio, pois logo tocaria o sinal para as aulas começarem. Os alunos estavam um pouco alvoroçados por conta do dia do Valentine’s day, mas para meus amigos trigêmeos, aquele dia era como qualquer outro, somente sendo um pouco mais irritante, porque todo mundo não parava de falar dos eventos que aconteceriam na escola na hora do intervalo. As aulas passaram-se normalmente, digo, sem qualquer contratempo e eu só pensava se o Sage já havia lido o catão que lhe enviei de forma anônima. Com certeza ele saberia que era meu, ou talvez não, pois ele sempre fora um pouco desligado e acho que nunca deve ter reparado na minha letra, entretanto, até onde eu sabia, eu era a única garota que nutria certo sentimento por ele. Na hora do intervalo, me sentei no refeitório enquanto meus amigos não haviam chegado e fui verificar os meus presentes para o meu querido. Entretanto, antes disso, o representante do grêmio se aproximou de mim.

— Vai passar o intervalo sozinha? – Perguntou, logo se sentando ao meu lado.

— Ah, na verdade não... Eu passo o intervalo com os Yamazaki e com a Caitlin, mas foram comprar o lanche. Eu sempre fico aqui guardando a mesa...

— Entendi. Você... Já foi até seu armário antes do intervalo?

— Fui sim... Digo, fui antes das aulas começarem, porque?

— Deixei um cartão la dentro... Espero que você goste.

— O do my little pony?

— Sim! Você me disse que gostava...

— Eu adorei! Digo, eu ainda não li, mas já adorei ele por fora! Eu vou ler em casa, com mais calma... Mas muito obrigada!

— Hahahaha! De nada.

Nathaniel logo se retirou quando viu de longe que os trigêmeos estavam se aproximando do refeitório e enquanto isso, me lembrei que estava prestes a verificar o meu presente para o meu querido e quando assim fiz, fiquei assustada ao perceber que os bombons estavam derretendo e o pão estava amassado. Aquilo me magoava muito, porque era como se fosse um sinal para que eu não demonstrasse o quanto gostava dele. Mal tive tempo de pensar que iria chorar, quando as lágrimas já rolavam sobre o meu rosto e então, para não mostrar ao Sage o quão desastrosa estava a minha surpresa de Valentine’s day, decidi me esconder em alguma parte do pátio onde não havia muitas pessoas. Aparentemente, as pessoas julgam ser frescura uma atitude como essa, mas ver que todo o meu esforço tinha sido em vão me deixou realmente triste. Me sentei em uma mureta, que ficava perto de alguns arbustos e deixei ao meu lado a sacola de papelão colorido contendo o meu desastroso presente. Cruzei os braços sobre meus joelhos e escondi meu rosto no meio dos braços para que ninguém observasse que eu estava chorando. Por favor... Que ninguém estivesse perto de mim nesse instante...

— Ei... – Alguém estava ao meu lado. – Porque você está chorando tanto? Aconteceu alguma coisa? – Era o Sage. Como ele tinha me encontrado ali? Não sei...

— Não é nada... – Ainda escondia meu rosto no meio dos braços.

— Não me convenceu...

— É que... – Eu não conseguia explicar, apenas soluçar.

— Opa, opa... Se acalme, Melli... Assim eu não te entendo. – Logo ele se sentou ao meu lado.

Coloquei nas mãos dele a sacola e ele logo a abriu.

— Eu ainda não entendo o motivo do choro...

— Está tudo uma bagunça! Os bonbons estão derretendo e o pão está amassado...

— Sério que é por isso que você está chorando? – Sage me perguntou, olhando para o meu rosto.

— Sim...

— Melli, Melli... No estômago a comida irá virar uma coisa grudenta... Não tem porque chorar por isso.

— Mas... É pra você.

Percebi certa admiração no rosto dele.

— Bem... Obrigado, mas não precisa chorar porque a comida está bagunçada, eu não me importo. E nem precisava se  preocupar em fazer coisas para mim...

— Mas é porque gosto muito de você, Sage...

— Eu não tenho dúvidas disso e aliás, eu também gosto muito de você... Gosto muito mesmo, mas não precisa de todo esse esforço para me agradar.

— Desculpa... Eu só queria ser gentil...

— Não precisa se desculpar, você é a menina mais gentil que eu conheço. Agora limpe essas lágrimas e não quero mais ver você chorar, está ouvindo?

— Tudo bem... – Limpei as lágrimas com a mão. – Você... Encontrou um cartão no seu armário hoje? Espero que não tenha jogado fora...

— Encontrei... Eu guardei. Você foi quem mandou?

— Foi...

— Eu tive que esconder, se não meus irmãos me zoariam. – Sage abria a sacola com seus presentes. – Ainda bem que não comi nada!

— Vai comer as coisas mesmo assim?

— Mais é claro... Oh! É aquele sanduíche que eu tanto gosto! Valeu... – Depois de desembrulhar o sanduíche, assim disse.

— De nada... Viu, eu faço isso porque gosto de te ver feliz!

— Cara... Isso aqui tá muito bom! Foi você quem fez, né?

— Foi sim. Ah, então você gostou! Eu fico muuuuito feliz em saber disso!

— Não se preocupe mais com isso...

— Tudo bem... Você... Vai voltar com os seus irmãos?

— Não, eu vou ficar aqui.

— Eu... eu... – Minhas mãos estavam trêmulas, enquanto tentava alcançar uma das mãos dele.

— O que há? Ainda está nervosa?

— É que... Eu nunca pensei que pudesse ficar sozinha com você depois que dissesse... Ah, você sabe...

— Hm... Tô ligado! Vai ter que se acostumar... Ainda sente vergonha?

— Um pouco...

— Isso passa e aliás, não tem porque se envergonhar. Nós nos conhecemos há tanto tempo...

— Mas agora é... Estamos ficando mais íntimos, entende?

— Sim... – Ele se deslocou para o lado, ficando bem próximo a mim.

— Ai... – Meu rosto começava a esquentar e com certeza eu estava vermelha.

— Hahahahaha! Ai ai... Eu adoro essa sua cara...

— Ah! Então gosta de me ver sem graça, é? Você é tão malvado...

— Talvez... – Seu rosto se aproximava do meu. – Vamos... Me olhe nos olhos...

Tirei o olhar do chão e olhei no fundo dos seus olhos. Apenas sorriu para mim, expressando o quanto estava satisfeito com apenas um olhar, que para ele fora tão doce e profundo.

— Viu! Não precisa de tanta vergonha... – Depois de dizer isso, ele me deu um beijo no rosto.

— Você é um fofo...

— Sou mesmo? Não deixe meus irmãos saberem disso... Vem... – Logo ele se levantou e estendeu a mão para me ajudar a levantar.

Após me levantar, voltamos ao pátio para curtir junto dos nossos amigos os últimos minutos do intervalo. A minha vontade era de andar por todo o pátio segurando as mãos do Sage, mas como nada era oficial, andávamos como sempre: Um ao lado do outro, rindo feito dois patetas. Então, acho que ninguém desconfiaria de nada e aliás, nós não éramos namorados. Ainda não, mas bem que eu gostaria que ele se tornasse bem mais do que um amigo, o qual eu conhecia desde a infância. Eu gostaria de envelhecer junto a ele, passando toda a minha vida ao seu lado e... Seria exagero meu pensar assim? Bem, eu acho que não, pois gosto dele há tanto tempo e não há mal algum em querer fazer feliz uma pessoa. Atualmente a nossa relação era amigável como sempre foi, entretanto, nós dois começávamos a demonstrar, mesmo que de uma forma um pouco diferente, o carinho que sentíamos um pelo outro. Acho que ele está tão envergonhado quanto eu. Hahaha! Porque tirei essas conclusões? Bem... Até agora não nos beijamos como os casais apaixonados fazem e não sei porque... Eu estava com muita vergonha, e acho que não conseguiria fazer isso, por mais que quisesse, mas até que nossa relação não estava sendo ruim. Era tão inocente e delicada a forma como demonstrávamos o quanto gostávamos um do outro, fazendo-me pensar que meus pensamentos a respeito do Sage mudaram um pouco desde então, pois ele sempre fora um pouco emburrado, nervoso e para mim ele não seria capaz de ser tão fofo, entretanto eu nunca tinha o visto apaixonado como estava. Seu olhar parecia querer me proteger ou me dar um abraço bem forte. Eu poderia olha-lo para sempre, mas iria me envergonhar em algum momento.

Bem, ao final das aulas eu pude ir até o meu armário e para o meu espanto havia algumas cartinhas a mais por ali. Retirei todas do armário e coloquei na mochila, com cuidado para que não ficassem amassadas. Alguém se aproximava, mas como eu estava ocupada com os cartões, sequer reparei em quem se tratava.

— Ei Melliiii, uh uuuuuh! – Era Caitlin, que saltitava sem parar pelo corredor.

— Oi Caitlin! Que felicidade, hein! Hahahaha!

— Ah, eu estou muito feliz mesmo. Recebi um cartão e nele havia uma declaração!

— Puuuuuxa! É do menino de quem você gosta?

— Eu espero que sim! Mas não da para saber... É anônima...

— Ah sim... Bem, pode ser que seja mesmo.

— AH! Eu estava me esquecendo... O Jadêncio me pediu para te avisar que ele quer te ver no clube de jardinagem . Disse que tem algumas coisas para te falar a respeito da aula que você perdeu.

— Hm, é verdade... Esqueci de procura-lo para saber da aula. Bem, eu vou dar um pulinho até lá. Se ver os trigêmeos, diga a eles para que me esperem em frente a escola, pois não vou demorar!

Corri rapidinho para a sala do senhor Jadêncio, digo... Jade, onde o mesmo estava lendo alguma coisa. Seriam cartinhas do Valentine’s day?

— Jade? – Abri a porta da sala, espiando lá dentro.

— Oi! Estou aqui, pode vir...

— Com licença... – Sem querer a porta escapou de minha mão e bateu. – Auch... Me desculpe. Caitlin me disse que gostaria de falar comigo...

— Hahaha! Sim... Você faltou a última aula... Aconteceu alguma coisa?

— Ah, me desculpe... Eu não te vi por aí, mas eu gostaria de ter avisado antes. Eu fui ao laboratório fazer exames e quando cheguei na escola, a aula de jardinagem já havia acabado...

— Ok, tudo bem, mas você está doente?

— Não, foram somente alguns exames de rotina. – Sorri.

— Se é assim... Bem, eu entreguei aos alunos algumas mudas e sementes de algumas flores, para que possamos realizar uma atividade e gostaria de entregar uma muda para que você a plante. – Ele logo colocou em minha mão um pequeno envelope.

— Mas... Eu suponho que os demais colegas já plantaram suas flores e elas já devem estar prestes a florir. Quer que eu plante assim mesmo?

— Sim. Acredito que não vai demorar muito para que a sua planta de flores, pois você sabe bem como cuidar dessa que lhe dei... Se demorar, não tem problema.

— Hm... – Abri o envelope. – Ai! – Espetei o dedo nos espinhos. Sim, era uma muda de rosa.

— Puxa, esqueci de avisa-la sobre os espinhos... Deixe-me ver seu dedo... – Jade o segurou em suas mãos, delicadamente.

— Eu não deveria ter aberto...

— Não se preocupe! Isso acontece muito comigo...

— Mesmo?

— Ah sim, muitas vezes! Bem... Vamos dar um jeito nisso. – Ele retirou do bolso um curativo e com todo cuidado o colocou em meu dedo. – Com isso vai parar de sangrar e não vai doer mais.

— Obrigada Jade... Ah! Eu me esqueci... – Retirei das costas minha mochila e entreguei a ele um cartão do Valentine’s day.

— Oh! Que gentileza... Obrigado! – Lançou uma piscadinha.

— De nada. Bem... Eu vou ter que ir agora. Meus amigos devem estar me esperando para voltarmos para casa.

Eu me retirava da sala, quando ele me chamou de volta.

— Amellie?

— Sim? – Me voltei em direção a ele.

— Te espero no próximo encontro!

— Tudo bem! – Sorri. – Até mais!

Lá fora, meus amiguinhos me esperavam e pudemos seguir até nossas casas. Assim que cheguei em minha casa, gostaria de o mais rápido possível ler as cartinhas que havia recebido. Entrei correndo pela sala e rapidamente me enfiei em meu quarto e sequer reirei do corpo a roupa que estava. Deitei na cama, abri a mochila e espalhei por cima dela as minhas cartinhas. Mamãe ainda estava no trabalho, então eu estava livre para poder ler e reler as minhas amadas cartinhas. A primeira que escolhi foi a do Nathaniel, repleto de colantes do My little Pony e na carta dizia o quanto ele estava feliz por ter me conhecido, que ele gostava das nossas conversas mais “filosóficas”  e também disse que não gostaria que eu me mudasse de lugar na sala de aula, pois eu sempre o alegrava nas aulas que eram mais chatas. Bem, foi basicamente isso o que estava escrito na cartinha dele, e foi um pouco disso que eu encontrei nas outras cartinhas também, ou seja, pessoas agradecendo pela amizade e tal, entretanto, uma carta se destacava das demais. Sua capa exibia  o desenho  de delicadas flores  em meio a laços de fita dourados. Em meio ao papel rosado, brilhantes letras caligrafadas me deixava ainda com mais vontade de ler o que ali estava escrito. Era tudo tão delicado e feminino, que  eu parecia  até mesmo estar sentindo o aroma das flores saindo daquele cartão. Ou será que ele era perfumado? Enfim, talvez aquilo tudo tenha sido perfeitamente elaborado para me agradar e o que continha dentro, era  uma linda declaração de amor.

“  Amellie...

Desde que coloquei os olhos em você, meu coração palpitou mais forte e não consigo mais  parar de pensar em seu sorriso e esse seu jeito delicado que me deixa sem palavras. Toda vez que fico ao seu lado, sinto o agradável e doce aroma de seu perfume, que só não é tão doce quanto você. Estar ao seu lado é algo que eu gosto muito, pois me traz a tranquilidade que eu tanto preciso.

Me permita dizer que és a mais bela e amável menina desta escola, tanto que posso sentir isso até por meio do piscar de seus lindos olhos cor de violeta. Não conheço todas as meninas desta escola, mas para mim não importa, porque meu coração é só seu. Seus cabelos brilhantes me deixam louco, seu sorriso me derrete e seus amáveis olhos me enchem de ternura. Não pude conversar muito com você, mas o pouco que estive próximo a ti, já foi o suficiente para querê-la. Te quero muito e te quero muito bem. Sempre que estamos próximos, sinto vontade de te-la em meus braços e meu desejo é fazer de você a menina mais feliz da Sweet Amoris.

Beijos repletos de amor, de seu admirador secreto”

Meu rosto parecia travar diante do espanto que eu sentia no momento em que acabei de ler. Aquilo com toda certeza não era do Sage, pois ele sempre estivera comigo em todos os momentos. Nathaniel também não era, pois havia mandado outro cartão, entretanto, poderia muito bem ter mandado dois para não dar tanto na cara. Bem, eu não fazia a menor ideia de quem poderia ser o meu admirador, pois já conversei com tantos meninos... Após ler todos os cartões, os guardei em um local onde minha mãe não pudesse descobrir. E agora, como lidar com o fato de ser secretamente admirada por alguém?


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