Sai daquela mansão em prantos, quando cheguei ao jardim Fred me alcançou e me segurou pelo braço. Tentei me soltar mas foi inútil, eu estava fraca de tanto chorar, minha cabeça parecia que ia explodir. Me virei na tentativa de tentar fazer com que Fred me soltasse. Nossos olhares se cruzaram e eu pude ver um sorriso cínico em seu rosto. 

—Bem feito, quem mandou me seguir? Antes você ficasse em casa, sua corna idiota. 

—Por que Fred? Por que? -Disse em prantos

—Porque eu já cansei de você. 

—Então esses três meses que estamos sem fazer sexo você  estava com outras... -Deduzi

—Claro! -Ele disse rindo. -Ou você acha que eu iria aguentar? 

—Me solta -Me soltei de sua mão e andei

—Ei Eviezinha, espera um pouquinho, você pode subir comigo e daí fazemos um menage, que tal? -Ele sorriu fazendo um gesto obsceno com a língua subindo e descendo -a rapidamente. Me virei e fiquei em sua frente. Estalei a palma de minha mão em sua face direita. 

—Você é um porco. -Cuspi as palavras. 

—E você não deveria ter feito isso. -Ele disse soltando fogos e sua feição era como nunca vi antes. Ótimo, agora estou ferrada. 

Tentei correr mas o mesmo me puxou pelos cabelos, me virou para ele e me deu um guincho. (aqueles que você da uma joelhada no estômago da pessoa) Senti uma falta de ar danada naquele momento e cai no chão. Ele me levantou com uma mão e com a outra deu-me um tapa doído na cara. Minha raiva foi tão grande que ainda sim eu tive coragem de cuspir nele, foi aí que dessa vez levei um soco no estômago. Caí no chão sem fôlego, eu chorava de raiva e de tristeza, nunca tive uma imagem ruim de Fred. Tudo se apagou. 

[...]

Acordei e com minha vista ainda embaçada pude perceber que onde eu estava não era minha casa.  Pude sentir meu nariz arder, uma lágrima escorreu de meu rosto e escorreu por minhas bochechas onde passaram pelo tapa que Fred havia me dado. Fechei meu punho com raiva, na tentativa de matar aquele imbecil. Meus pensamentos foram interrompidos quando :

—Olá, bom dia moça bonita. -Uma enfermeira que aparentava ter 50 anos disse passando as mãos em meus cabelos. 

Olhei para a mesma e revirei os olhos. 

—Quando vou embora? -Perguntei grossa e ela apenas sorriu, sendo uma simpatia em pessoa. Aquilo já estava me enojando. 

—Você terá que ficar aqui por mais um tempo, garanti que pela manhã você poderá ir. -Disse enquanto mexia nas caixinhas de remédios que havia do lado de minha cama. 

—Hm. -Resmunguei

Nunca que eu iria ficar mais um segundo ali. Assim que a enfermeira saiu, apagou as luzes do quarto e fechou a porta, levantei-me rapidamente tirando alguns fios que haviam em meu corpo procurando minha roupa. Achei minha calça  e a vesti rapidamente. 

—O que você ta fazendo maluca? -Essa voz era reconhecível. Me virei e vi que Justin estava entrando no quarto. 

—Indo embora. -Disse e acabei de me vestir. Procurei pelas chaves do meu carro e não as encontrei. Olhei para Justin e ele estava com elas na mão. 

—Procurando isso? -Levantou as mãos com as chaves. 

—Sim. Me dê. -Abri a palma de minha mão em sua frente. 

—Não senhora, você tem que ficar aqui de repouso por um tempo. 

Quando ele disse isso senti meu corpo fraquejar e cai um pouco na cama e ele se assustou indo em minha direção. 

—Está tudo bem? -Perguntou-me um tanto preocupado. 

Olhei para a mesinha onde ele deixouminha chave, me recompus rapidamente e peguei as chaves. 

—Estou bem melhor. -Sorri sarcástica com as chaves na mão e apontando para ele. 

—Você é muito espertinha, agora me de essa chave aqui. -Ele disse se aproximando enquanto eu ainda de costas pra porta tentava tirar a chave da mesma. 

—Não vai ser dessa vez... -Abri a porta e sai fechando a mesma e o trancando lá dentro. 

—Garota você é maluca? Abre isso aqui. -Ele dizia pelo vidro que havia ao lado da porta com uma feição nada agradável, mas aquilo já não me assustava mais. 

Sorri de lado e sai andando rindo do que acabara de fazer, nem parecia que era casada. Droga, quando lembrei-me de Fred um arrepio percorreu pelo meu corpo como se eu tivesse levado um choque. Estava andando em passos largos quando percebi alguns gritos. 

—Volta aqui senhorita Walker. -Pude perceber Justin sorrindo de longe e mandei o dedo do meio para ele. 

Comecei a correr naquele local e a senhora enfermeira desistiu de correr atrás de mim. Bom, pelo menos ela me chamou pelo meu sobrenome e não pelo o do meu marido. Droga, droga e droga. Mais uma vez os arrepios percorreram pelo meu corpo quando me lembrei de Fred. O que eu iria fazer? Quando pensei em chorar logo a raiva tomou conta e eu desci do carro e destranquei a porta. Entrei ainda receosa e pude ver que estava tudo em ordem. Soltei um suspiro de alívio e subi as escadas para tomar um banho. Desci e fui comer algo. A campanhia tocou. Meu coração acelerou, podia ser Fred mas também não podia ser né... Olhei pelo olho da porta e era Justin. Sorri involuntariamente e abri a porta com uma feição séria. 

—Oi. -Quando ele disse fechei a porta em sua cara. -Porra, abre isso, precisamos conversar. 

Revirei os olhos e abri a porta enquanto voltava para a cozinha. Esqueci-me que eu estava apenas de calcinha e uma blusinha normal de ficar em casa. Justin fechou a porta em seguida e veio até mim. Abri a geladeira e peguei leite, quando olhei para Justin ele estava parado me analisando de cima a baixo. 

—O que foi? Nunca viu uma mulher semi-nua na sua vida? -Bufei e pude ver que ele ficou sem graça. 

—Vim aqui te falar sobre Fred. -Soltei tudo o que estava na minha mão em cima da pia, respirei fundo e me virei. 

—Então fale, não tenho o tempo todo. -Fui rude. 

—Não precisava disso tudo, você me parecia ser mais legal ontem... -Ele disse mordiscando um morango que eu peguei para comer. Apenas levantei uma sobrancelha e levantei minha mão para ele continuar dizendo. 

—Então, depois de ontem, quando ele te deu o último soco, eu dei uma voadora nele e o mandei para marte. -Ele disse sério. Sorri com aquilo, ele até que cconseguia ser engraçado. 

—Ah é mesmo? -Perguntei com um sorriso divertido. 

—Na verdade não, apenas dei uns socos nele e chamei a polícia. Creio que ele já não vai te perturbar nem tão cedo. -Disse e eu soltei outro suspiro de alívio. 

Justin se levantou e piscou para mim. Foi até a sala e se sentou no sofá. Espera, que intimidade é essa? O olhei torto e fui até o meu quarto colocando uma roupa decente.Voltei e ele estava super vidrado em um filme muito sinistro, adorei! Adoro filmes de terror, mas fazia muito tempo que não assistia com alguém pois Fred tinha medo. Sentei-me ao seu lado e a cada susto que levávamos começávamos a rir um do outro. Depois de várias conversas ele se levantou para ir embora. 

—Você já vai? -Choraminguei. 

—Sim, preciso ir. -Apenas assenti. 

Justin saiu pela porta e antes de eu fechar a mesma ele voltou e me deu um beijo...