Na quinta fiquei pensando em chamar alguém para me ajudar com o vestido, a Manuela e a Rebeca já tinham escolhido o vestido delas em uma das milhares de vezes que fomos na cidade, mas eu ainda não escolhi nada, elas tentavam dar opinião mas já era de se esperar de que qualquer coisa brega é lindo para elas. Então aqui estava eu, uma semana antes do casamento sem ter escolhido vestido, que maravilha! Queria um vestido perfeito porque eu ia entrar com as alianças, mas nenhum vestido parecia perfeito. Pensei em chamar o Téo mas sabia que ele não ia poder ajudar muito. Então eu teria que escolher sozinha mesmo.

Depois da aula fui com o Damião para a cidade, o Raul já sabia que eu estava indo para minha casa. Chegando lá o Raul não estava pois estava trabalhando. Eu teria que ir no shopping, mas estava desanimada em ir sozinha. Então tive a ideia de chamar o Omar, ele é da cidade então talvez possa me ajudar. Será que o Téo ia se importar? Acho que não, ele sabe que eu não gosto do Omar desse jeito.

Liguei para o Omar e ele animou, disse que ia pedir o motorista para levar ele na cidade, mas ia demorar um pouco, eu resolvi esperar e o Omar disse que passava aqui para me buscar e irmos juntos.

Antes dele chegar a Laura me preparou um lanche, enquanto eu comia fiquei pensando em como essa semana estava muito corrida, eu achei que ia passar devagar porque eu e o Téo ainda estávamos esperando o doutor ligar para falar dos resultados dos exames, mas os preparativos do casamento estavam tomando bastante do meu tempo, o que não me dava muito tempo para ficar estressada, mas não me impedia de ficar ansiosa.

Quando o Omar chegou fomos no shopping, sei que um garoto não podia ajudar no estilo mais podia ajudar na opinião.

Entramos em várias lojas de vestidos que vimos e não gostei de nenhum, mas hoje eu precisava sair daqui com um vestido porque o casamento já era no sábado.

— Nossa Isabela, escolhe algum vestido logo. – Ele disse ficando irritado.

— Não estou gostando de nenhum.

— Tenta pelo menos experimentar algum, como você pode saber se gostou se nem experimenta?

Eu concordei, eu também já estava ficando irritada com a incompetência dessas lojas em fabricar roupas bonitas.

Fomos para a loja seguinte e uma moça se aproximou.

— Boa tarde, posso ajudar?

— Boa tarde. – Eu disse. – Estou procurando um vestido lindo para um casamento, e a noiva pediu que fosse uma cor rosa perolado.

— Tenho algumas opções.

Ela me mostrou alguns vestidos e gostei mais ou menos de um deles e resolvi tentar experimentar.

O Omar ficou me esperando e eu entrei no provador. O vestido ficou horrível a saia era tão bufante que me deixou gorda.

— Vem aqui para eu ver Isabela! – O Omar gritou de fora.

— Não, ficou horrível. – Eu disse chateada.

— Ah, deixa de ser chata, só vem para eu dar uma olhada.

Eu resolvi sair para ele ver o desastre e quando eu saí ele começou a rir.

— hahaha, esse vestido te deixou parecendo um botijão de gás, hahaha. – Ele ficou rindo e eu fiz cara de emburrada.

— Não tem graça! Por isso que não experimento os vestidos que acho mais ou menos! – Eu disse irritada enquanto voltava para o provador.

Enquanto tirava o vestido horrível a moça da loja chegou com mais um vestido e me passou pela porta do provador.

— Seu amigo me disse para te entregar esse que ele gostou.

 Esse parecia ser melhor, gostei muito dele. Sempre soube que o Omar tinha bom gosto.

Coloquei o vestido e adorei, ele caiu direitinho em mim. Era um vestido tomara que caia com uma saia que tinha um tecido meio transparente por cima do forro, e tinha uns detalhes brilhantes com pérolas super delicados.

Saí do provador para o Omar ver.

— Nossa, sabia que esse era o vestido perfeito. – Ele me disse boquiaberto. – Ficou ótimo em você, você está linda. – Fiquei envergonhada com o que ele falou e me senti um pouco culpada pelo Téo. Queria que ele estivesse aqui comigo.

Voltei para o provador e coloquei minha roupa. A moça da loja embalou o vestido e eu paguei.

No caminho de volta para minha casa o Omar disse:

— Obrigada por me chamar hoje, foi divertido.

— Foi divertido mesmo, é bom saber que podemos nos divertir como amigos. – Eu quis deixar claro que éramos só amigos e ele percebeu.

— Pode deixar que eu sei que você tem namorado. – Ele disse meio bravo. – E por mim tudo bem em sermos amigos. – E foi a única coisa que ele disse o resto do caminho.

Ele me deixou em casa e voltou para o vilarejo. Eu também tinha que voltar para o vilarejo hoje, mas quis passar em casa para dar um oi para o Raul, que também aprovou o vestido. 

Quando cheguei em casa mais tarde mostrei o vestido para minha mãe e para a Manuela elas adoraram. Eu fiquei muito satisfeita com ele, acho que toda a procura valeu a pena.