Nico 

A casa de Bianca e Luke estava silenciosa. O cheiro de algo bom vinha da cozinha onde Hazel e Giovanni estavam, eles preparavam o que comeríamos naquela noite calma de Natal. Nós deveríamos estar animados, mas não recomendamos que passe quatro dias dentro de um Hospital.  Estávamos mortos.

Nevava como nunca lá fora. A lareira estava acesa e meu corpo estava jogado em um dos sofás tomado pelo cansaço. O calor da lareira não ajudava a manter-me acordado.

Quando eu estava quase dormindo o choro de um dos bebês me acordou. Sim, um dos bebês, Bianca e Luke tiveram gêmeos. Foi uma surpresa para todos, menos para Bianca e Luke que estavam fazendo um jogo conosco.

Hades, Bianca e Luke se debruçaram sob o berço dos bebês. Noah e Nyx, um menino e uma menina, duas coisinhas que davam vontade de morder. Vi Luke pegar Noah nos braços, ele quem estava chorando, o garotinho era bem inquieto. Papai que escolheu o nome das crianças, pelo menos a crianças não se chamariam Melinoe, tínhamos uma breve confirmação de que eles não iriam sofrer bullying na escola.

Meus olhos pesaram e eu acabei cochilando ali mesmo, mas por pouco tempo, pois Hades me acordou balançando meu ombro.

— O quê? – Perguntei bocejando.

— Va atender isso lá fora. – Mandou colocado um celular em minhas mãos.

Olhei para o aparelho, havia alguém na linha. Levantei e percebi que Bianca e Luke não estavam mais ali e quem tomava conta das crianças era Hazel, o cheiro que vinha da cozinha só melhorava.

Passei por Hazel e ao chegar à porta peguei meu casaco saindo dali. Do lado de fora fazia um frio de matar, tudo estava coberto de branco, mas não prestei atenção em muitas coisas apenas levei o celular ao ouvido e disse:

— Alô? – Espirei logo em seguida por conta do frio.

— Oi, gato, você vem sempre aqui? – Thalia falou do outro lado da linha fazendo-me rir.

— Thalia?

— Você estava esperando outra ligação Di Angelo? – Perguntou ela. Ri de sua pergunta.

— quanta paranoia. – Falei. – Não quer ver minha lista de contatos não?

Olhei para frente e a vi ali, há alguns metros de distancia de mim. Comecei a andar na direção de Thalia.

— Já que você ofereceu. – Ela deu de ombros, já havia desligado a ligação.

Sorri e quando nós estávamos bem próximos Thalia pulou em cima de mim fazendo-me dar alguns passos para trás segurando suas pernas.

Thalia segurou meu rosto fazendo-me encarar seus olhos. Finalmente ela estava de volta. Sorri e Thalia fez o mesmo aproximando seus lábios dos meus para começarmos um beijo longo, quente e cheio de malícia de ambas as partes. Ali até ficou mais quente.

— Vocês podem se comer outra hora, por favor? – Ouvimos a voz de Jason e Thalia pula dos meus braços nós separado. Eu peguei sua mão. - Dá pra você pegar o que é seu?

Jason segurava duas caixas de presentes, um azul bebê e uma preta com uma fita vermelha. Thalia soltou minha mão e ajudou o irmão com a caixa preta.

— Vamos? – perguntou ele nos olhando.

— Vai indo na frente, a gente já chega lá. – Disse Thalia para o irmão.

— Pode entrar, - Eu disse. – Eles devem estar na sala, ou, na cozinha.

Jason assentiu indo para a porta, nos deixando para trás. Vimos Jason entrar na casa e Thalia se colocou em minha frente com um sorriso no rosto.

—Seu presente Di Angelo. – Falou colocando a caixa de presente preta em minhas mãos Fazendo-me lhe olhar de cara feia. Thalia me deu um beijo ainda com aquele sorriso no rosto.

— Você não fez o prometido! – Falei um pouco chateado, ela não podia fazer isso, pois eu iria fazer.

Thalia deu de ombros.

— Agora eu já fiz e você não pode reclamar. – Falou ela. – Ah, e você só pode abrir esse presente quando estiver só.

— Por quê? – Perguntei.

— Você vai descobrir. – Disse pegando meu braço.  – Agora vamos entrar aposto que você também está congelado.

Ela me puxou indo em direção à entrada. Nós entramos e ela cumprimentou a todos, não a deixei ficar perto dos meus sobrinhos, porque quando Thalia bateu os olhos nas crianças os arregalou como uma maníaca mordedora de bebês.

— Me deixa pegar eles. – Ela falou se aproximando dos pequeninos.

Bianca e Luke me olharam dizendo silenciosamente: A CONTROLE!

— Depois, - Falei. – agora vem deixar isso lá em cima comigo!

Thalia me olhou triste, mas logo depois me acompanhou até o andar de cima indo ao quarto que eu estava. Deixei o presente em cima da cama, que por hora era minha, e Thalia falou que precisava ir ao banheiro, assenti e deixei o tal presente junto às coisas que eu levara para a nova casa do meu pai, na verdade era um apartamento, onde eu moraria com papai e Hazel.

Fiquei sentado na cama por alguns minutos até Thalia sair do banheiro e só então observei suas vestes. Ela usava um vestido vermelho de corte simples que marcava suas curvas, meia-calça preta, salto alto e um Sobretudo preto. Eu ainda me perguntava como ela conseguiu pular em mim com aquilo nos pés.  Seus cabelos estavam maiores o azul não estava mais presente nas pontas do mesmo.

— O quê? – Perguntou ela se aproximando. Ela tirou o Sobretudo. – O que tá olhando? Tem alguma coisa no meu rosto?

Levantei-me e fui a sua direção fazendo que não com a cabeça. Quando ficamos frente a frente segurei sua cintura e a trouxe para perto.  Aproximei meu rosto de seu pescoço sentindo seu perfume, mesmo estando longe por poucos dias eu senti muito a sua falta. Subi mais um pouco indo para seu ouvido colando meus lábios em seu ouvido.

— Você. – Mordi o lóbulo de sua orelha.

Vi Thalia puxar o ar pelas narinas e o soltar levemente.

— Acho melhor descermos antes que eu te agarre. – Falou ela.

Beijei seu pescoço a puxando para mais perto.

— Eu já fiz minha parte, agora só falta você fazer a sua. – Disse enquanto beijava seu pescoço.

Thalia riu se afastando para me olhar.

— Você tá muito safadinho. – Thalia disse encarando-me.

—Ok eu vou voltar a ser santinho. – Disse, tirei as mãos de sua cintura e fui para a porta.

— Pode deixar ele no passado! – Exclamou jogando o Sobretudo na cama. – Mas ainda precisamos dele em público.

Thalia passou por mim com seu olhar de malícia estampado no rosto.

Nós descemos e fomos para a sala de jantar onde todos já estavam sentados à mesa conversando, já estava tarde faltava pouco para 00h.

Tive a oportunidade de poder beber vinho novamente como naquele dia e não a recusei. Mas Thalia não pode seu irmão a impediu, porém, Thalia do jeito que é, roubava minha taça escondida do irmão que estava concentrado demais em sua conversa com os demais.

Hades via o que se passava ali e apenas ria de forma discreta. Thalia pegou a taça e a levantou o saudando com um sorriso estampado no rosto.

Hazel estava calada ao lado de Thalia, ela estava mais concentrada em suas mensagens de texto do que em qualquer coisa ali. Giovanni conversava com os demais enquanto eu estava ao lado de Thalia fazendo a cadeira onde eu estava sentado ficar sob os dois pés quando me segurava na cadeira ao lado.

— Nico, para com isso, você vai cair. – Falou Bianca em italiano.

Olhei para ela.

— O que ela disse? – Perguntou Thalia com o seu copo de suco na mão já que Jason estava olhando para nossa direção.

Revirei os olhos para Bianca e continuei o que fazia.

— Mandou que eu parasse. – respondi a Thalia e me voltei para Bianca também falando em italiano:- seus Filhos estão bem ali.

— Mas você vai continuar a ser meu bebê. – Falou ela fazendo-me corar.

Luke, Thalia e Jason nos olhavam confusos enquanto Hades, Giovanni e Hazel riam da minha reação.

— Bia na frente da minha futura namorada não! – Falei com os olhos arregalados

— Futura namorada? – Perguntou papai de modo que todos entendessem.

— Futura namorada? – Perguntou Thalia após um gole em seu suco.

— É a Hazel, futura namorada do Frank. – Falei rapidamente para ela antes que qualquer um dos meus parentes respondesse.

— Frank? – Perguntou Hades olhando para Hazel.

Hazel olhou para nosso pai e todos ali esperavam um escândalo, eu sentia.

—Por favor, Pai, o senhor sabe muito bem que não é de hoje que a gente se pega. – o respondeu diretamente sem ponderar. – Sem confusão, por favor.

— Futura namoradinha do Nico... O quê? – Bianca falou pra logo em seguida beber seu suco como se não tivesse feito nada.

Thalia me olhou.

—Bianca nem te odiava tanto assim, Luke. – Falei a encarando pra logo em seguida inventar a última parte: – Era tudo parte do plano dela.

—Plano? – Luke olhou para minha irmã.

— Eu já te disse que o Nico tem um pouco de demência, né? – Perguntou ela ao marido. – Acho que foi de quando eu o empurrei da escada.

— Então foi você? – Hades perguntou olhando Bianca.

Bianca estava com os olhos arregalados.

— Eu? – Perguntou ela bebendo seu suco logo em seguida.

Antes que Hades pudesse fazer qualquer coisa a respeito do que Bianca havia feito comigo na infância a campainha tocou.

— Eu atendo. – Bianca disse se levantando.

— Não, a senhorita fica não pode fazer esforço. – Luke falou ao levantar-se também.

— Luke, eu dei a luz, não estou morta eu posso abrir uma porta. – Falou Bianca enquanto Luke a ignorava já indo em direção à porta.

Ele lhe mandou um beijo no ar a fazendo rir um pouco.

— Não fique irritada, ele só está querendo cuidar de você. – Papai falou a Bianca.

Eu lhe olhei.

— Você me derrubou da escada. – Falei olhando para ela como se fosse chorar.

— Eu não fiz nada. – Se defendeu ela.

Semicerrei os olhos lhe encarando, Bianca se fez de meiga e inocente, sorriu docemente para mim. Revirei os olhos.

Voltei-me para Thalia que estava muito calada.

— O que foi? – Questionei.

— Nada. – Falou olhando-me. – Estou com fome, a pior parte do Natal é ter que esperar pra comer.

— Faltam só alguns minutos. – Falei lhe olhando quando ela encostou a cabeça em meu ombro. Thalia assentiu olhando-me de volta, sorri a olhando atentamente.

— Respeitem meu estômago e não troquem salivas na mesa, isso é a única coisa que eu lhes peço. – Ouvimos Hazel falar e olhamos para ela percebendo que todos que estavam ali nos olhavam.

Jason não tinha uma cara muito boa, assim como Hazel, que fingia ter nojinho de nós. Bianca, Papai e Giovanni nos olhavam normalmente com pequenos sorrisinhos no canto da boca. Apenas ignorei o olhar de Jason e peguei mais uma taça de vinho e quase achei que era hora de parar porque vi Luke com uma criança de mais ou menos cinco anos nos braços e arregalei os olhos, havia outras duas crianças quase idêntica, uma que aparentava ter a mesma idade da menina que estava no colo de Luke, outro que aparentava ter a mesma idade de um dos meninos e outro garoto maior  que deveria ter oito anos ou algo assim. Quase achei que estava enlouquecendo quando vi Chris logo atrás de Luke com um homem mais velho.

A criança de mais ou menos oito anos correu para perto de Thalia.

—Oi, Thalinda. – Falou.

Que isso? Quanta ousadia!

—Oi, Travis. – Disse Thalia bagunçando seus cabelos loiros.

— Cadê meu beijo? – A criança perguntou. Thalia segurou o rosto do tal Travis e lhe deu um beijo estalado na bochecha. O garotinho fez que não com a cabeça e colocou o indicador sob os lábios pedindo um beijo ali. – Aqui.

— Não, aí não. – Falei prendendo Thalia em um abraço a deixando imóvel.

— Ela vai casar comigo, besta. – Travis disse me mostrando a língua.

— Não se formos ter um bebê. – Falei no calor do momento.

— Um bebê? – Meu pai perguntou com os olhos arregalados.

— Ela ainda não engoliu a melancia, papai disse que Thalia tem que comer uma melancia inteira. – falou o pequeno cruzando os braços como se estivesse me desafiando.

— Melancia? – Questionei.

— Por favor, não conte para ele como os bebês são feitos. – Pediu o homem que tinha mais ou menos a idade de Hades, deduzi que ele era algo de Luke, talvez o pai.

— Como os bebês são feitos? – Travis me perguntou.

—... É... As mamães... Quando querem ter um anjinho... Escolhem uma melancia bem grande com um anjinho dentro  que vai se tornar humano. – eu menti para a criança. Me senti culpado.

— Então meus livros estavam errados? – Falou ele pensativo. –... Papai, nós precisamos processar a escola, vou ficar rico.

Rimos.

— Venha Travis. – Chamou o homem. Travis assentiu e dando um pulinho deu uma bitoca em Thalia pra logo em seguida correr para perto do pai.

— Ah, é assim? – Perguntei olhando para Thalia que ria. Ela fez o mesmo que ele fez  só que dessa vez comigo, mas não saiu correndo.

— Não fica assim... – Disse se aproximou do meu ouvido para dizer: – Vou te dar muito mais do que beijinhos mais tarde.

De repente ela virou o rosto olhando para baixo.

—Connor, meu amor. – Ela disse com uma vozinha de criança trazendo o outro menino para seu colo ao se soltar de mim. – Dá um beijo na tia

Peguei a minha taça de vinho e dei alguns goles. Fui trocado por crianças. Percebi um movimento diferente Giovanni e Hazel trocaram de lugar, eles foram à cozinha pegar mais pratos, taças, copos e etc. Percebi que Luke nós apresentava a Chris e ao outro homem.

— Esse é Hades Di Angelo agora meu sogro, vocês se conhecem não? - Ele apontou para o meu pai que se levantou para cumprimentar ambos.

— Ora, Ora Hades. – Falou o mais velho.

— Hermes Castellan. – Falou meu pai. – Como vai May?

— Bem. - Disse Hermes, ele não parecia dizer a verdade.

— Giovanni Lazzaro, faz parte da família de Hades, um primo da Itália. – Falou Luke e Giovanni parou para cumprimenta-lo. – Nico Di Angelo, irmão de Bianca e Hazel.

— Feliz Natal. – Levantei a taça. E fiz um gesto para que Chris se aproximasse. – Venha Chris não precisamos disso já nos conhecemos.

— Hazel, irmã mais nova de Bianca e Nico. – Hazel lhe deu um de seus sorrisos meigos e voltou à cozinha. – Jason e Thalia o senhor já conhece.

—Me esquecer dos “filhos” em que eu não contribui com nada? – Perguntou Hermes. – Jamais!

Bianca se levantou com certa ajuda de Luke.

— E essa é minha mulher, Bianca Di Angelo. – Luke parecia ter orgulho de dizer aquilo.

Bianca e Hermes se cumprimentaram.

— Agora se sente querida, sei que não pode fazer muitos esforços. – Hermes puxou a cadeira para Bianca. – Mas onde está meu neto?

— Sente-se pai. – Luke puxou-lhe a cadeira. – Eu vou buscá-los.

Hermes se sentou enquanto Luke saiu da sala de jantar novamente. Bianca, Hermes, Jason e papai começaram a conversar.

— Eu não sabia que você era irmão de Luke. – Falei para Chris a quem eu já havia dado uma taça de vinho.

— Eu não sabia que você era irmão da mulher do meu irmão. – Disse ele.  – Vamos culpar a Thalia que sabia disso tudo e não nos disse nada.

— Isso. – Falei.

— O que eu fiz. – Thalia que ainda estava com a criança ao meu lado perguntou.

— Você é a culpada. – Falei e comecei a sussurrar. – Toma um pouco.

— Mas eu... Ah, me dá isso aqui. – ela pegou a taça da minha mão e tomou tudo o que havia ali dentro.

— Quero. – A criança em seu colo disse apontando para a taça agora vazia.

Quando enchi a taça novamente senti alguém puxar minha camisa. Olhei para baixo, era a garotinha que estava com Luke, ela me olhava com seus grandes olhos castanhos.

— Pega ela. – Disse Chris.

— Acho melhor não, eu não tenho jeito para crianças. – Falei ainda a olhando, ela me deu um sorrisinho doce que amolece qualquer coração.

— Pega ela. – Chris a colocou no meu colo. A menina se agarrou ao meu pescoço.

— O que ela quer? – Perguntei um pouco assustado.

Thalia riu.

— Ela quer te dar um abraço de urso, não é mesmo, Lucy? – Perguntou Thalia. A menina fez que sim.

— Ah, então você se chama Lucy? – Perguntei a garota que se afastou um pouco do meu rosto.  Ela fez que sim com a cabeça. Lhe estendi a mão. – Me chamo Nico.

— Posso levar o Nico pra casa, Chris? – Ela perguntou ao irmão mais velho.

— Não. – Thalia disse.  

— Pode sim Lucy. – Disse vendo Thalia ficar vermelha enquanto dava suco ao irmão da menina. - Qual a idade deles? Cinco anos?

— Lucy e Connor têm Quatro. – falou Chris e apontou para seus irmãos menores. – e o outro ali, o irritante, sete.

— Tia – Connor juntou as mãos no ouvido de Thalia para falar em segredo. Eu odiava quando crianças faziam isso e quando ele terminou de falar ainda riu ao me olhar.

— Não sei meu anjo. – Falou ela ao beijar a cabeça do pequeno.

— O que foi? – Perguntei para ela que acariciava o cabelo dele.

— Depois eu te conto. – Falou Thalia sorrindo para mim.

[...]

— O que acha de levar Thalia para conhecer nosso apartamento? – Hades perguntou quando ninguém estava por perto.

—Pai. – Eu o repreendi. Olhei para Thalia que brincava com os irmãos de Chris e de Luke no chão.

— Você quer ou não? – Perguntou ele.

Revirei os olhos e abri a mão lhe pedindo as chaves.  Hades me deu as chaves do apartamento e as suas chaves do carro.

— Como vai voltar para casa? – Perguntei olhando para ele.

— Eu não vou voltar para casa hoje, talvez só amanhã à tarde. – Falou e eu lhe olhei sorrindo. Estava acontecendo algo que ele não queria nos contar. – vá logo antes que eu peça minhas chaves de volta.

Enfiei as chaves no bolso do jeans, me levantei e fui até Thalia que brincava com as crianças. Percebendo que eu havia me aproximado ela ficou de pé.

— O que foi? – Perguntou ela que estava com os cabelos um pouco bagunçados.

— Vamos sair daqui. – Falei baixinho ao começar a tentar arrumar seus cabelos.

— Pra onde? – Perguntou ela olhando-me atentamente.

— Pegue seu casaco. – Disse para ela. – Não acha que nós merecemos ficarmos um pouco sós?

Thalia me olhou sorrindo.

— Claro, espera um pouco vou pegar meu casaco. – Falou indo atrás do casaco que estava com Connor e Travis.

Nós nos despedimos dos demais e fomos para o carro do meu pai. Dessa vez eu abri a porta para Thalia que pegou as chaves da minha mão e entrou. Fui para o outro lado também entrando no carro.

— Para onde vamos? – questionou ela tirando o salto alto e o colocando na parte de trás do carro.

— Eu te contei do apartamento do meu pai, não é? – Falei. – Acho que você precisa conhecê-lo.

Thalia sorriu maliciosamente para mim, ligou o carro e passou a primeira marcha para sair dali.

Thalia

Nico dizia para onde eu deveria seguir. Eu mal havia chegado e já iríamos ficar sozinhos, não que eu esteja reclamando, aquilo estava bom demais para ser verdade.

Jason havia resolvido voltar mais cedo só para ver as crianças de Luke e Bianca, coisinhas fofas e frágeis que Nico não me deixou encostar um dedo e eu até entendo seu lado. EU SOU A LOUCA DOS BEBÊS!

Ao longo do caminho percebi que o tal apartamento de Hades não ficava muito longe de onde eu e meu irmão morávamos, eu e Nico nós encontraremos mais vezes.

Ele entrelaçou nossos dedos, acariciou meus cabelos e minha coxa por cima da meia calça. Sua mão vagava por esses locais vagarosamente causando-me leves arrepios.

— Aqui. – Ele disse apontando para um prédio a nossa esquerda. – Pode parar na calçada mesmo.

— Não temos que deixar o carro na garagem? – Perguntei, parando o carro.

— Hades foi bem exagerado quando comprou esse apartamento. – Nico disse fazendo um gesto para que eu lhe desse as chaves. – Você vai ver o por quê! – Ele disse antes mesmo que eu pudesse perguntai.

Nico desceu e eu fiz o mesmo o vendo entregar as chaves a um manobrista quando fechava a porta. O rapaz passou por mim e me cumprimentou com um gesto de cabeça, que foi retribuído.

Fui para o lado de Nico que colocou a mão em minhas costas fazendo-me andar.

— Vamos. – Ele diz.

Alguém mais velho abriu a porta para que nos dois entrássemos. O prédio estava decorado com coisas bonitinhas de Natal. Na portaria alguém nos cumprimentou desejando um feliz Natal. E ao entramos no elevador havia um ascensorista lá dentro, ele nos cumprimentou referindo-se a Nico como Senhor Di Angelo.

— Quem é a bela moça ao seu lado? – Perguntou ele apertando um dos botões do elevador. – Sua namorada?

— Bill essa é Thalia Grace, Thalia esse é Bill. – Respondeu Nico olhando-me por ele ter dito que eu era sua namorada. – Ela não é minha... Namorada.

Ele engoliu o seco. Sorri de lado para Nico. Bill nos olhou com o cenho franzido.

— Certeza? – Perguntou ele.

Nós fizemos que sim com a cabeça vagarosamente, ainda nos entreolhamos. Nico foi para o fundo do elevador vazio e eu lhe segui. Ele encostou-se à parede do elevador e eu encostei ao seu lado. Nico me olhou e eu encostei minha cabeça no seu ombro. Ele beijou o topo da minha cabeça.

Esperamos um pouco e quando o elevador parou no último andar nós nos despedimos de Bill e saímos

— Cobertura. – Falei olhando para a grande sala de estar a minha frente.

Nico começou a tirar meu sobretudo.

— Eu disse que Hades havia exagerado. – Falou ele ficando ao meu lado. – Sala de estar, cozinha, sala de cinema, varanda e – ele apontava as direções indicando onde cada lugar ficava. Por último ele apontou para as escadas e disse: - Quartos. Vamos?

Fiz que sim com a cabeça e puxou-me pela mão, me guiando pelas escadas. O andar de cima tinha cinco portas todas elas eram quartos. Nico levou-me para a penúltima porta.

— Esse é o meu quarto. – Ele estava atrás de mim, eu o vi jogar nossos casacos em cima da cama.

— Bonito. – Falei quando senti Nico beijar meu pescoço.

Havia algo me incomodando, eu queria perguntar.

— Gostou? – Perguntou ele descendo suas mãos pelas laterais do meu corpo.

— Principalmente da sua cama. – Falei ao me virar para ele. Nico riu e me beijou descendo logo em seguida. – Nico?

— Hmm?

— Por que todas perguntam se sou sua namorada? – Perguntei.

Nico parou o que fazia para olhar fixamente meu rosto, colocando uma mexa do meu cabelo escuro e já maior para trás da orelha e beijar a ponta do meu nariz.

— Por que talvez já tenha passado da hora de você ser isso... para mim.