Fix Me escrita por Angel


Capítulo 50
Ouro Branco


Notas iniciais do capítulo

Eiii, capítulo 50 gente!!!! Espero que gostem! ^^



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James D. Cameron

Passeei pela casa tentando achar algo para fazer e me distrair do que houve nesses dois dias misteriosos,  mas não parava de tentar recordar alguma coisa. Esforço em vão!
Passei na frente das portas duplas de madeira que ficava o escritório do pai de Tommy, suspirei e abri entrando e observando a sala que era iluminada pelo claro que vinha do lado de fora. Não estava sol, mas estava bem claro, parecia que iria chover mais tarde.
Olhei em volta e percebi que as duas cadeiras e o sofá haviam mudado de lugar, os três estavam virados para a mesa do escritórios, que tinha apenas uma pequena caneta prateada, além de um tapete vermelho e outras cadeiras mais simples. Me aproximei devagar e aos poucos aquilo parecia familiar. Deitei no sofá, respirei fundo e fechei os olhos para me concentrar em saber o que houve.
***
Thomas estava me levando para o nosso quarto quando me deitou na cama e ficou em cima de mim apenas me encarando.
— O que foi?
Falei sorrindo, algo que não consegui conter desde o Parabéns.
— Você é linda, sabia?
— É apenas um reflexo que você tem.
Falei e ri, ele me acompanhou mas logo suspirou e ficou sério.
— Alice, preciso te contar algo.
Falou se sentando ao meu lado na cama. Me levantei e fiquei sentada também.
— O que foi?
Falei passando a mão em seus cabelos. Ele não estava legal. Estava sério e triste ao mesmo tempo.
— Eu... Estou noivo.
— O QUE?!
Falei alto e desafinado por causa do susto.
— Meu pai me ligou uns dias atrás e falou para eu me resolver em uma semana pois vai me casar e me treinar para um dia eu ser Capo.
Falou esfregando o rosto.
Suspirei e tentei entender tudo.
— Você gosta dela?
— Eu nem a conheço!  Não sei nem o nome!
Falou se levantando e passando de um lado para o outro enquanto passava as mãos na cabeça.
— Tommy,  se acalma. Você não pode recusar?
— Você não entende, Alice. Meu pai sempre tem o que quer. Com certeza ele não deixará eu ser o primeiro erro de sua vida!
Levantei frustrada e parei na sua frente colocando as mãos em seu rosto e virando para ele me encarar.
— Você precisa encarar seu pai! Você não é mais criança!
Ele suspirou e depois olhou para mim triste.
— Já que não tenho muita coisa a perder e estou me sentindo um pouco alterado também,  vou arriscar agora. Alice, você gosta de mim?
Aquilo me pegou de surpresa, mas eu já tinha certeza do que sentia por ele há muito tempo.
Sorri e respondi.
— Sim.  Muito.  Há muito tempo. Acho que desde que eu o vi no hospital naquele dia que conversamos pela primeira vez eu sabia que você era diferente. E você nunca saiu da minha mente.
Ele sorriu de um jeito meigo que tanto amo.
— Você gosta de mim de um jeito especial?
Falou sem graça. Sorri e peguei em seu rosto e aproximei ao meu dando um beijo quente e gostoso. Após algum tempo me afastei apenas um pouco.
— O que você acha?
Ele sorriu e me abraçou forte e se afastou um pouco.
— Alice, minha mãe gostou de você,  acho que até mais do que eu. Tanto que me deu seu bem mais precioso para eu dar apenas para a mulher em quem confio minha vida. Nicolas recebeu o correio ontem da minha mãe para me entregar.
Ele se ajoelhou e tirou uma caixinha preta felpuda do bolso da calça e abriu, apresentando um anel lindo de ouro branco com um lindo diamante no centro.
— Aceitaria se casar comigo e me dar a honra de viver ao seu lado?
Sorri e as lágrimas não se conteram. Estiquei minha mão direita e o anel coube direitinho. Ele se levantou e me encarou.
— Eu... ainda estou esperando.
Falou sem graça. Ri.
— Sim. Mil vezes sim.
Falei e o abracei beijando-o.
Essa foi a primeira noite da festa. No dia seguinte eu me levantei um pouco tonta e percebi que eu estava abraçada com Thomas, que dormia como um anjo. Olhei para minha mão e percebi que nada foi um sonho. Sorri e olhei um pouco para cima para encarar mais o rosto de meu noivo que estava todo tranquilo. Passei a mão em seu rosto e fiz carinho com o polegar.
— Isso é bom, sabia?
Ele me assustou, ainda com os olhos fechados.
— Desde quando está acordado?
— Desde que você mexeu o braço.
Ele abriu seus lindo olhos azuis que ainda lembram o céu pela manhã.
— Bom dia.
— Bom dia.
Respondeu se espreguiçando.
— Dormiu bem?
— Muito.
Falou acariciando minhas bochechas.
Eu o beijei e levantei indo para o banheiro fazer minhas necessidades e tomar banho. Quando eu estava me enxaguando ouvi a porta ranger um pouco e limpei o vidro para ver e encontrei Thomas só de cueca box indo escovar os dentes. Ele me encarou pelo espelho e piscou, me provocando um pouco e fazendo eu me sentir quente na parte de baixo.
Revirei os olhos enquanto sorria e finalizei meu banho. Peguei a toalha e sai me aproximando dele e pegando minha escova e escovando meus dentes. Ele me encarou e riu.
— O que foi?
Perguntei com a boca cheia de pasta.
Ele se limpou e passou a mão na boca para tirar o excesso de água.
— Deste jeito até parecemos recém casados normais.
Sorri e senti minha bochecha queimar um pouco. Limpei minha boca e enxuguei,  ainda sentindo o olhar de Thomas em minhas coxas.
Olhei para o espelho e confirmei que ele estava bem distraído com minhas pernas.
— Tire uma foto que dura mais.
Ele me pegou pela cintura e me aproximou.
— Não preciso,  terei você para mim pelo resto da vida.
Sorri e o beijei.
Após o romance, nos trocamos e descemos, com um pouco de dificuldade por causa do álcool em nosso sangue e a tremenda vontade de comer mais do bolo de aniversário. Encontramos três pedaços grandes do bolo que ainda havia sobrado de ontem e pegamos um pedaço grande para cada um e comemos enquanto Thomas me contava o que lembrava de nossa infância e eu ria de nossas antigas palhaçadas.
— Alice, - Falou após acabar o bolo e se levantando vindo até mim. Ele passou a mão em meu rosto e olhou no fundo de meus olhos. - Vamos nos casar hoje?
Fiquei tão feliz e eu estava tão apaixonada que aceitei na hora.
— Sim, mas vamos convidar apenas nossos amigos, tudo bem?
Ele sorriu e me beijou ferozmente.
Após algumas horas um avião passou e deixou cair três caixas de madeira que vinham com pequenos para-quedas planejados. É assim que recebemos o que precisamos de um amigo de Amélia. Em duas das caixas haviam vestidos brancos de noiva e madrinhas, além dos ternos e na terceira suprimentos e outras coisas necessárias para nosso sustento.
Durante esse tempo todos já haviam acordado,  avisamos nossos amigos sobre o casamento e Nicolas não queria ficar para trás e já pediu para Alex também que aceitou na hora.
— Alice, você tem certeza disso?
Lauren me perguntou enquanto acabava de arrumar meu cabelo. Meu vestido era de renda que cobria os braços (por causa das marcas de tortura que ainda não saiu completamente) e brilhava até a cintura depois era um pano liso com alguns detalhes brilhantes também (https://br.pinterest.com/pin/243053711119972850/ ). Meu cabelo estava meio preso com cachos e tranças por todo lado.
— Sim. Eu sempre o amei e agora tenho certeza que ele também sente o mesmo.
Ela sorriu e deu pequenos pulinhos e palmas.
— Eu sabia!
— E você é a próxima!
— Calma. Primeiro vamos casar você e Alex,  pois o meu vai ser bem grande!
Falou com brilho nos olhos.
Ri de sua cara.
— Assim espero. O meu eu prefiro assim, reservado. Mas para você eu já tenho várias ideias.  Já pedi algumas revistas para Amélia trazer na próxima semana, viu.
Ela me abraçou forte.
— Obrigada, amiga.
Nos encaramos no espelho e sorrimos. Parecia que o dia estava sendo perfeito, a melhor parte ainda estava por vir.
Descemos as escadas e a cada degrau minha cabeça doía um pouco mais, mas passou assim que parei na frente da porta e encontrei alguém de cabelos negros longos e terno. Congelei na hora em que ele virou e me olhou com brilho nos olhos.
— P-pai?
Ele se aproximou e minha vontade era de gritar por Thomas. Ele tocou em meu rosto e sua mão estava quente e sua gravata, borboleta, o que me confundiu um pouco.
— Não... queria que você me olhasse assim sempre que me visse.
Falou um pouco triste, eu não consegui responder nada até encontrar um moça loira aparecendo ao seu lado, o que me animou.
— Mãe?!
Gritei e fui ao seu encontro a abraçando.
— Oi, meu amor. Surpresa!
Falou e se afastou me analisando de baixo para cima. Ela estava com um vestido vermelho sangue longo e o cabelo solto mostrando melhor sua ondulação (http://www.imagenswiki.com/Uploads/imagenswiki.com/ImagensGrandes/vestido-vermelho-sexy.jpg ).
— Lauren fez um bom trabalho com você!
Falou sorrindo. Sorri e voltei a abraçá-la.
— Senti tanto sua falta.
— Eu também, meu anjo.
— O que vocês fazem aqui?
Perguntei para os dois, só que eu não conseguia encarar meu pai.
— Thomas nos convidou ontem para o casamento de minha filha e pegamos um jato para vir para cá,  lógico que os meninos ficaram discutindo muito a viagem toda.
— Ontem? - Parece que Thomas já previa tudo. - E... Meninos?
— Sim,  seu pai e meu marido.
Falou uma senhora aparecendo com um vestido azul e cabelos presos num coque.(https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/236x/e7/85/6f/e7856f184f55396dfc7fc3bb43a4b0b7.jpg )
— Amélia.
Falei sorrindo e a abraçando.
— Que delícia de Abraço. Sentia falta disso, minha querida. Senti sua falta.
— Também senti.
Minha barriga já estava cheia de borboletas e dei um passo para trás quase caindo, mas Mark me segurou e automaticamente eu pulei me afastando.
Ele deu um olhar triste e encarou minha mãe.
— Posso ficar a sós com Alice um pouco?
Mamãe suspirou e as duas senhoras se afastaram. Quase gritei para ficarem, mas minha voz não saia e minha visão delas foi impedida pelo meu pai que apareceu na minha frente. Eu encarava aquela gravata borboleta preta com atenção. O preto me assustava.
— Alice.
Meu pai falou com sua voz firme que me fez pular um pouco e dar um passo para trás,  me deixando grudada na parede.
— S-sim.
Falei com a voz de choro.
Ele suspirou e tocou em meu queixo me fazendo olhar para seu rosto. Ele estava triste.
— Eu te amo.
Aquilo me deixou confusa. Porque ele estava dizendo isso? E por que agora?
— S-só está dizendo isso porque é meu casamento.
Tentei ser firme, mas não sei de onde tirei tanta coragem de encarar meu pai. Ele ficou surpreso e virou para o lado e riu.
— Você cresceu. Já vai se casar, e mal apareci em sua vida.
— Porque você não queria.
Ele voltou a me encarar sério.
— Porque eu estava te protegendo.
— Protegendo do que?
Ele parou e pensou e abaixou a cabeça.
— De mim.
— Mesmo depois daquele dia, de quando eu era pequena, eu ainda te amava. Já havia te perdoado a muito tempo, mas você criou um imenso abismo entre nós,  mesmo eu tentando chamar sua atenção,  sendo uma boa garota e não te atrapalhando nunca, ainda assim eu te amava.
Ele me olhava com brilho nos olhos enquanto eu segurava o choro para não estragar a maquiagem.
— Não precisa fingir ser um pai só porque hoje é um dia especial para mim. Você nunca apareceu em nenhum aniversário meu, mesmo mandando bolo para o Parabéns.  E-eu nunca quis algum presente seu ou seu dinheiro, apenas queria seu amor. Mas quando percebi que não teria, eu cresci. Se não quiser participar do casamento, n-não precisa se preocupar,  eu peço para outra pessoas, não me importo. - "Mentira."  - Eu sei que você não me ama e nunca vai....
Senti ele se aproximar e logo fechei os olhos fazendo algumas lágrimas caíssem. Ele me abraçou forte.
— Nunca... - Ele tentou controlar a respiração e sua voz parecia de choro. Só pode ser imaginação minha. - nunca mais diga que não te amo. Todo dia 02 de Abril eu ficava parado no carro encarando você e Lucas na lanchonete de uma amiga da família que cantava Parabéns para você com os funcionários e até na minha cabeça eu cantava junto. Todo dia eu a via saindo daquele apartamento com Lucas e indo para a escola a pé enquanto conversava feliz e parava sempre que via algum animal carente para dar carinho. Dava bom dia para todos da rua e toda tarde ficava no parque do outro lado da rua num banco branco lendo ou escrevo em um caderno. As vezes você ficava na balança por horas encarando as outras crianças brincarem e depois de um tempo fazia amizade com elas e brincava a tarde toda, até os pais delas irem buscá-las e você se despedia com um sorriso e depois, quando estava sozinha, voltava para o balanço e sempre limpava o rosto molhado de lágrimas. - nessa hora eu já estava chorando e soluçando também.
— Então porque? Porque não ficou comigo? Por que não cuidou de mim quando eu mais precisava?! Porque não foi limpar minhas lágrimas?
— Havia pessoas que estavam atrás de mim, pessoas perigosas que poderiam usar você para me atingir, por isso adotei Lucas, ele era seu guarda costa. Ele te protegia do perigo que criei com meu egoísmo.
— Ele era minha única família,  desde que você expulsou a mamãe e me afastou dela.
— Ela foi para a América para controlar a máfia de lá e encontrar um lugar seguro para você. Ela teve a ideia de te deixar comigo enquanto procurava nosso inimigo misterioso. Mas eu sempre a amei.
— O-oque?
Tentei me afastar mas ele não deixava, me abraçando mais forte.
— Eu te amo, Alice. Sempre te amei e me condeno todo dia por entrar neste mundo da máfia e ter colocado você e sua mãe em perigo. Me arrependo mais ainda por não ter participado de sua história. Sei que não mereço seu perdão,  mas espero que algum dia você possa me perdoar.
— Pai...
Falei entre choro e finalmente correspondi ao seu abraço. Ficamos assim por algum tempo até que minha mãe nos atrapalhou e limpou a garganta fazendo-nos se afastar.
Ambos estavam com o rosto vermelho e inchado. Nos encaramos e rimos.
— Finalmente?
Perguntou minha mãe para meu pai. Ele sorriu.
— Finalmente.
— Aleluia!
Gritou Amélia um pouco distante, mas logo se aproximou.
— Finalmente vocês se entenderam.
Aí eu entendi. Meu pai queria fazer isso comigo há algum tempo, mas nunca conseguiu. Sorri e Amélia se aproximou de mim.
— Minha querida, não vou deixar você entrar assim no altar, deixa eu fazer minha mágica agora.
Ela me arrastou para o banheiro mais próximo e limpou meu rosto e passou maquiagem,  agora, mais delicado e leve, que disfarçava meus olhos inchados e realçou meus lábios vermelhos.
— Agora sim você pode ser minha nora.
Falou enquanto me encarava no espelho. Eu estava linda, mas me preocupei.
— Amélia, Thomas me contou o que o pai dele queria. O que vai acontecer agora?
Ela pegou meu rosto delicadamente e me fez olhar para ela.
— Eu já resolvi isso e percebi que a noiva que James queria para meu filho era você.
— Eu?!
Me assustei, mas ela riu.
— Sim. James queria uma trégua com seu pai para os dois se ajudarem a descobrir quem é Dragon.
— Só por isso?
— Pode não parecer, mas esses homens têm um bom coração.  Apenas não sabe demonstrar tal sentimento.
Sorri e sai encontrando meu pai discutindo com um senhor de cabelos e barba longos e brancos. Ele também era velho e estava com terno e gravata borboleta. Ambos pararam de falar em me encararam.
— Então você é Alice Wayne?
Assenti e olhei para meu pai que controlava a respiração.
O senhor se aproximou e pegou em minha mão,  beijando-a.
— Prazer, Sou James Durann Cameron.
— J-James? Pai de Thomas?!
Ele sorriu de um jeito elegante me lembrando Thomas.
— Parece que já ouviu falar de mim.
— U-um pouco, senhor.
Olhei para Amélia que só piscou para mim.
— Por favor,  não sou tão velho, pode me chamar apenas de James.
— Tão velho? - meu pai riu. - Você é uma múmia andando!
— Só não te bato agora porque sua filha está aqui.
— Pode vir. Vou mostrar para ela o quanto sou forte.
Pareciam dois adolescentes brigando e eu ri fazendo todos me encararem.
— Desculpe, é que os dois parecem infantis brigando assim.
Eles ficaram surpresos e se entre olharam rindo depois.
Meu pai esticou a mão para James.
— Trégua?
Ele apertou a mão.
— Por enquanto.
Os dois sorriram e eu percebi que um apertava a mão do outro com força e seus sorrisos eram nitidamente falsos. Coloquei minha mão em cima da deles e encarei os dois.
— Tentem não estragar hoje está bem? Resolvam isso depois do casamento.
Os dois suspiraram.
— Mary,  esta vendo isso? Os dois estão mesmo fazendo um trégua.
— Também não estou acreditando, Amélia.  Isso já é um começo.
As duas senhoras falaram enquanto se abraçavam.
— Senhor James, - Ele me olhou com aquele sorriso. - pode resolver seu problema com Thomas antes do casamento, por favor?
— Como você...
— Eu não sei os detalhes, apenas sei que os dois tem algum problema, assim como eu tive com meu pai.
Ele pensou e suspirou.
— Por favor. Por mim.
Falei com uma carinha de anjo que aprendi quando era pequena. Ele começou a ficar vermelho e se afastou um pouco.
— Esta bem.
Puxei ele para uma sala e pedi para chamarem Thomas avisando que eu estava com problema e que precisava ver ele logo.
Thomas abriu a porta com tudo, preocupado e se assustou ao ver James. Eu estava em uma parede falsa e secreta que encontrei algum tempo atrás e assisti tudo. Pedi para meu pai trancar a porta quando Tommy entrasse e assim foi. Thomas bateu na porta mandando abrir, mas todos já haviam se afastado.
— Thomas.
James falou com voz firme.
— O que você quer? Não lembro de ter te convidado.
James suspirou e se aproximou, mas Thomas se afastou encostando na porta, como eu fiz com Mark. Ele estava com medo.
— Me desculpe,  filho. Eu não sabia que você havia sofrido tanto, principalmente do dia em que seu irmão... - Ele limpou a garganta e continuou. - Me encontrei com sua mãe e durante a viagem ela me contou o que houve, em detalhes.
Thomas estava com o rosto sério mas percebi que sua mão tremiam um pouco.
— E daí?
— Também conheci sua noiva. Ela é maravilhosa e bem bonita. Espero que os dois sejam felizes juntos.
— Esta bem. É só isso? Já posso sair?
Perguntou tentando abrir a porta e ficando de costas para James, que logo tocou no ombro do garoto fazendo-o se assustar. Ele virou e seu pai logo o abraçou. 
— Espero que algum dia você possa me perdoar.
Thomas estava surpreso e congelou no lugar.
— Eu te amo, filho. E percebi que minha vingança e ambição me cegou fazendo me afastar de você. Mas sempre estive de olho de como você se transformou em um homem bom, forte e responsável. Me perdoe.
Thomas já estava chorando e finalmente abraçou seu pai.
— Você é um velho muito folgado, sabia?
James riu e se afastou um pouco e colocou suas mãos no rosto de seu filho.
— Sempre.

*(Música recomendada pela escritora: Jeremy Camp - My Desire (Acústico) espero que gostem. ^.^)
Os dois sorriram e percebi que ambos era muito parecidos. Logo a porta se destrancou e Amélia e David apareceram.  Os quatro se abraçaram e depois se afastaram.
— Aquela menina mudou nossas vidas.
Amélia falou enquanto passava delicadamente a mãos nos olhos.
Thomas sorriu.
— Bom, ela me aturou quando éramos pequenos e consegue me aturar até hoje. Com certeza ela é especial.
Todos riram.
— Vamos? Temos um casamento para participar. E outro mais tarde.
Falou James enquanto levava a mão para o ombro de Thomas.
Suspirei e, com cuidado,  tentei sair de lá. Mas  assim que Thomas estava saindo, espirrei.  Será que ele ouviu?
Todos já estavam lá dentro enquanto Mark me esperava na porta. Ele me viu e sorriu.
— Você consegue mesmo mudar alguém com esse sorriso.
Passou a mão em meu rosto e acariciou.
— Pai... Estou com medo.
— De que?
— De cair.
Fiz bico e ele riu. Uma risada leve e verdadeira. Eu nunca tinha ouvido ela antes, mas aquilo me acalmou e me senti aquela pequena garota que se apaixona pelo pai, de novo.
— Não vou deixar você cair.
Estiquei o dedinho para ele.
— Promete?
Mark cruzou seu dedinho com o meu e sorriu.
— Prometo.

*(Música recomendada por uma querida leitora: Ed Sheeran - Photograth. espero que gostem. ^.^)
A porta dupla se abriu e encontrei Thomas com a boca aberta. Sorri e ele se recompôs com um sorriso. Todos nosso amigos estavam lá,  em pé, sorrindo e todos elegantes. Cheguei na frente da mesa. Mark beijou minha testa e abraçou Thomas sussurrando alguma coisa fazendo o garoto ficar sem graça e rir.
Logo ele se sentou ao lado da mamãe e Thomas roubou minha atenção pegando em minha mão e se aproximando.
— Saúde.
"Ele ouviu mesmo"
Fiquei vermelha e ri.
O casamento ocorreu bem. Um garoto um pouco mais velho que Thomas estava nos casando, o que estranhei um pouco.
— Agora ambos se atenderão por Thomas Durann Cavallieri e Alice Wayne Durann Cavallieri.
Estranhei e olhei para Thomas que piscou para mim e voltou sua atenção para o papel. Assinamos,  depois foram nossos pais, David e nossos amigos.
— As alianças,  por favor.
Olhei para Thomas e eles estava pálido.
— Tommy?
— E-eu esqueci.
— O que?!
— Tive apenas um dia para elaborar tudo, não me culpe.
Eu tentei, juro que tentei, mas não resisti e comecei a rir e todos me acompanharam.
— Toma, seu Bobo.
Peguei uma pulseira que tinha dois anéis. E balancei para todos verem.
— Santa Lauren.
Pisquei para ela e trocamos sorrisos enquanto os outros riam.
Eu e Thomas trocamos as alianças que já estavam com os nossos nomes gravados. Como alguém conseguiu arranjar tudo isso em menos de um dia no meio do nada?!
— Eu vos declaro, marido e mulher.  Pode beijar a noiva.
Thomas me pegou na cintura e me beijou com vontade enquanto os outros batiam palmas e assobiavam.
— Agora sim, para sempre minha.
— Eternamente.
Sorri e festejamos.
Após o nosso casamento, foi a vez de Alex, que estava lindo com um Vestido estilo sereia (https://br.pinterest.com/pin/576038608572103732/ ) e cabelos meio presos em apenas uma flor grande e branca de lírio. Seu casamento foi lindo e nunca vi Nicolas tão feliz. Agora Alex tem uma família e um sobrenome. Fillmore estava no colo de Alana,  mãe do Nick.  Uma ruiva com corpo esbelto e um quilo de Maquiagem no rosto.
Após a cerimonia saímos da mansão e me assustei com todos quietos até olharem para gente e começarem a gritar e soltar balões vermelhos.
— Só eu não sabia?
Falei no ouvido de Thomas que deu de ombros e riu.
Festejamos com todos. E todos estavam alegres ao rever seus filhos e familiares. Sim, os chefes da máfia estavam todos lá reunidos.  Eu poderia dizer que aquele lugar era o mais perigoso do mundo,  mas eu estava muito distraída olhando para meu marido.
Ficamos o dia todo comendo, conversando, rindo e dançando.  A noite algumas pessoas se reuniram e começaram a cantar músicas lentas e logo todos se afastaram de nós dois para dançarmos,  assim como Nick e Alex.
— Eu te amo.
Sussurrou Thomas antes de se afastar também.  Fiquei sozinha numa roda enquanto todos me olhavam. Fiquei confusa até sentir alguém atrás de mim.
Uma música lenta começou e virei encontrando Mark.
— Me concede essa dança?
Ele esticou a mão e peguei-a enquanto sorria.
— Claro.
Dancei com meu pai na frente de todos. Meu sorriso não saia do rosto e as lágrimas de felicidade não aguentaram em ficar no lugar.
— Não chore, minha princesa.
— Não consigo. Até parece um sonho.
— Não totalmente.
Ele parou e tirou algo do bolso e esticou para mim.
Era um colar de coração de ouro branco que combina perfeitamente com meu anel solitário que ganhei de Thomas.
— Feliz aniversário,  princesa.
Sorri mais ainda e virei para ele colocar o colar em mim. Olhei para frente e vi Thomas sorrindo e piscou para mim. Encontrei Alex dançando com um senhor de cabelos loiros claros e terno. Ela estava chorando de felicidade e nem percebeu que eu estava a encarando.
— É o pai dela. Encontrei ele numa ilha na Oceania procurando pela filha sequestrada. Ele é um de nós.
Meu pai falou em meu ouvido e fiquei surpresa e mais feliz ao ver que Alex finalmente encontrou sua família.
Voltei a encarar Mark e ele me deu um beijo na testa antes de voltarmos a dançar. Conforme a música passava, o pessoal não resistiu em ficar parado e um a um todos começavam a dança,  e adivinha quem puxou a fila?
Thomas e Amélia. Sorri e abracei meu pai com força e o assustando um pouco.
— Eu te amo, papai.
— Também te amo, Alice. Sempre amei. Mas precisaremos ir em breve.
Me afastei.
— Porque?
— Problemas no mundo real.
Ele suspirou e eu abaixei a cabeça triste. Mark pegou em meu queixo e levantou.
— Ei,  vai dar tudo certo e nos veremos em breve, esta bem?
— Promete?
— Prometo.
Cruzamos os dedinho e eu dei um beijo em sua bochecha. Comemos um grande bolo branco que tinha detalhes azuis claro e flores, Rimos com todos em nossa volta, tiramos foto no celular dos nossos pais e conversávamos sem parar, até a hora da despedida chegar.
Logo todos estavam se despedindo e voltando aos dois aviões enormes que ficaram na frente da mansão.  Como não vi antes?!
Thomas ficou ao meu lado e entrelaçamos nossas mãos enquanto víamos os aviões decolarem.
— Vai dar tudo certo,  não é?
— Sim. Não se preocupe.
Falou passando a mão no meu ombro e fazendo carinho.
— Vamos?
Assenti deixando uma lágrima cair.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam do capitulo 50?
Kiss



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