Fix Me escrita por Angel


Capítulo 1
Coração de Vidro


Notas iniciais do capítulo

O primeiro capitulo nunca é perfeito, espero que gostem mesmo assim..
Kiss



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Acordei com a voz de meu pai no celular, e a maior dor na barriga. A última coisa que me lembro é de estar voltando com Lucas para casa, mas fomos assaltados por cinco caras no meio do caminho, depois me lembro de estar aqui, deitada numa cama de hospital. Mamãe acabou de sair do banheiro e meu querido irmão mais velho acabou de entrar no quarto.
— Li, você está bem? - Perguntou mamãe enquanto me examinava. - está sentindo dor, febre, enxaqueca, ânsia, ebola, hemorragia?
— Estou bem, mãe. Apenas com um pouco de dor. O que houve?
— Fomos assaltados e você se machucou. E eu não consegui fazer nada. - falou Lucas com o rosto para baixo, tentando não mostrar seus machucados.
— Lu! Você está bem?
Ele olhou para mim com um sorriso forçado.
— Só levei uns arranhões.
— Só uns arranhões? ! Você quase foi morto com socos na barriga e no rosto! Graças a Deus você sabia se defender! - Falou pai enquanto desligava o celular.
Nossos pais eram os melhores advogados do estado e mal viviam em casa, quem cuidou de mim foi Lucas, meu irmão mais velho ( 2 anos). Não dava para ficar brava com ele, pois me aturou e cuidou de mim desde que me lembro.
— Lu, tudo bem. Você ainda é meu herói. - falei enquanto colocava minhas mãos em seu rosto que estava gelado por causa do frio que devia estar lá fora.
Depois que eles foram embora, uma enfermeira entrou no quarto para se apresentar e avisar que qualquer coisa deveria chamá-la. Tentei dormir, mas não encontrava posição por causa da dor na barriga. Queria saber o que houve, então com todo o cuidado, saí da cama e fui para o banheiro e levantei a blusa do hospital na frente do espelho. Comecei a encaram o grande curativo que estava tampando metade da minha barriga.
— O que aconteceu comigo?! - sussurrei para mim mesma. Balancei um pouco a cabeça para tentar tirar essa dúvida e sai do quarto para conhecer o local e me distrair um pouco da dor. Andei de um corredor a outro tentando não ser vista pelas enfermeiras e, cansada com essa caminhada, coltei ao meu quarto e encarei um bolinho de baunilha em cima da mesinha que não me recordo.

"Essas mulheres querem me ajudar ou me matar?! Sou alérgica a baunilha!"

Ignorei aquele bolinho e fui em direção à cama, mas senti algo em cima desta, parecia... uma pessoa?! Descobri um garoto que parecia ter a mesma idade que Lucas, com um corte de cabelo que lembra do exército e um rosto de um anjo. Percebi que eu estava muito perto o encarando, pois senti sua respiração em meu rosto, quando me afastei, escorreguei minha mão de apoio da proteção da cama e cai em cima dele, mas com a mão direita consegui me apoiar e não bater de cara no rosto dele. Ao me afastar ouvi uma voz rouca.
— Quem é você?
— Eita. Quem é você?! O que está fazendo no meu quarto?
— Seu quarto?- o garoto se levantou enquanto esfregava os olhos e os fixava em mim- Pelo que sei, estou aqui mais tempo que você! Quem é você?! E porque está aqui?!
— Desculpe! Não precisa ser grosso! Apenas me confundi. Qual seu nome?
— Não te interessa! Apenas vai embora! - falou enquanto virava para o outro lado enquanto se cobria com a coberta.
— Nossa, pelo menos olha na minha cara, quando estiver falando comigo!
Ele se apoiou com a mão e sentou na cama com o rosto perto do meu, sua expressão de anjo sumiu e mudou para alguém que não estava brincando nem um pouco. Consegui apenas encarar seus olhos azuis que pareciam o céu de manhã.
— Sai daqui!
— Porque esse mal humor todo?!
— Não te interessa! Estou com sono e quero ficar sozinho!
— Sabia que é triste a solidão?
— Sabia que é de madrugada e que você não foi convidada para entrar?!
Fechei a cara e cruzei os braços enquanto o encarava. Vi que não sairia nada dele, então sai dali para tentar dormir. Encontrei  meu quarto e, com cuidado, deitei na cama e fiquei pensando naqueles olhos.
"Quem ele pensa que é?!"
Pensei enquanto fechava os olhos esperando que o amanhã chegasse logo!
***
No dia seguinte, após o café da manhã fui passear para tentar apreciar a paisagem na grande janela no fim do corredor, e lá encontro mais do que apenas a beleza da natureza. O garoto de ontem! Ele estava com uma camiseta verde de manga cumprida e uma corrente em volta de seu pescoço com pequenas placas de identificação como de soldados. Olhei para o livro que ele estava lendo e esqueci completamente de seu "humor" e melhor ainda, ele está lendo o meu livro favorito! " war letter".
— Eu adoro esse livro!
Falei com todo o orgulho. Ele olhou para mim bravo, respirou fundo e me respondeu.
— Hum.
E voltou a ler.
— Nossa, não precisava ser grosso. Só tentei puxar assunto.
— Não estou a fim de conversar. Quero ficar sozinho!

Respondeu sem tirar os olhos do livro.
— Todos gostam de companhia!
— Eu não sou todo mundo! - ele fechou o livro e o colocou no colo. Nessa hora eu percebi que ele não estava sentado em uma cadeira normal, mas sim em uma cadeira de rodas. Não tive reação por um momento, voltei ao quarto e comecei a procurar algum filme no notebook para distrair a cabeça. O dia se passou rápido pois apenas assisti uns três filme, li metade de um livro, comi e dormi o resto da tarde.
De noite Lucas apareceu com minha mala de viajem.
— Oi pequena. Está melhor?
— Melhor agora que você chegou! - falei com entusiasmo.
— Mamãe arrumou uma mala com todo o seu armário, antes de ir embora. Ela não é nem um pouco exagerada.
Ri enquanto saia da cama.
— E você, velho? Está melhor?
Perguntei enquanto passava as mãos em seu rosto. Ele colocou suas grandes mãos em cima das minhas e me deu aquele lindo sorriso que sei que é apenas meu. O abracei com toda a força que tinha e com a vontade de ele ficar comigo daquele jeito para sempre.
— Alice, me perdoe por não ter te protegido.
— Ainda com isso? Esquece, você tentou me proteger, mas tinha quatro caras em cima de você. Se alguma coisa acontecesse com você por causa de mim, eu...
— Eu sei, mas... Você sabe o porque fomos assaltados?
— Por causa do dinheiro?
— Eles foram pagos por alguém que conhecia nossos pais. Eles tentaram nos raptar para atingi-los. Pelo menos foi o que a polícia falou para eles.
Não sabia o que dizer, fiquei muda e meu corpo começou a tremer. Saímos de lá com vida! E com apenas arranhões comparado ao que eles poderiam fazer conosco.
— Li, você está bem?
Perguntou Lucas enquanto me colocava em seu colo para deitar - me na cama.
— Eu... eu não sei.
Passei a mão em meu rosto e senti lágrimas caindo.
— Lu, eles podiam ter te matado.
Ele se assustou mas logo mudou sua expressão para calmo e me abraçou forte.
— Tudo bem. Contanto que você esteja bem!
— Não! Não consigo aceitar isso! Você poderia estar na UTI neste exato momento! Como você conseguiu se livrar daqueles monstros?
— Alguém viu o que estava acontecendo e ligou para a polícia. Por sorte, me machuquei um pouco, mas quando voltei os olhos para você. - ele fechou os olhos e parecia que queria tirar alguma coisa da cabeça. - você... estava caída e em volta do seu próprio sangue. Não tive reação, eu apenas me aproximei e procurei o machucado, quando senti um grande arranhão em sua barriga... - ele me abraçou para não mostrar suas lágrimas. - achei que eu tinha te perdido.
Fiquei parada, sentindo suas lágrimas quentes caírem em meu ombro. A única coisa que podia fazer era confortá-lo.
— Já passou. Estou bem agora, não precisa se preocupar.
Seu Abraço ficou mais forte, mas não me machucou, ficamos assim até uma enfermeira nos atrapalhar. Ele se afastou limpando seus olhos com uma mão e indo para o banheiro antes que a senhora se aproximara. Ao ver seu rosto vermelho, meu coração acelerou, e senti vontade de abraçá-lo de novo e nunca mais soltar.


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