Life, Shit Life. escrita por Athens Princess


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Weeeee, outro capítulo /o/
Depois do outro ser tão curto, tentei me dedicar um pouco mais nesse. Mais apresentação de personagens, sem muita ação por enquanto. Mas, bem, é o que tem pra hoje. Divirtam-se. ♥



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No dia seguinte, acordei mais tarde do que de costume. Aproximadamente 09:30 da manhã, acordei no quarto que Lottie tinha preparado pra mim. Ele era menor do que meu antigo quarto, mas era bonito e agradável. Pelo visto, ela conhecia meu gosto, já que as paredes eram todas brancas, tinha uma pequena estante para eu colocar meus livros e uma cadeira na janela.

Eu ainda tinha muita coisa pra arrumar, então queria fazer tudo rápido, antes que Lottie acordasse. Ela costumava levantar bem tarde, então provavelmente não teria problemas. Como de costume, ao levantar, foi ao banheiro para tomar banho. Fiz tudo como costumava, um banho rápido, secar os cabelos, roupas. Dessa vez, vesti uma regata preta bem colada no corpo, short vermelho escuro de cintura alta e um all-star preto até os tornozelos. Deixei meu cabelo solto.

Voltando ao quarto, abri uma das minhas malas. Várias roupas, puis elas no guarda-roupas. Tinha costume de organizá-las de acordo com a cor e estilo. Minha irmã chamava isso de doença. Eu, chamo de organização.

Depois de arrumar roupas intimas nas gavetas e as roupas nos cabides, peguei uma outra bolsa, cheia de decorações inúteis, apenas para lembrar-me de casa. Alguns posters de bandas que gosto, como Pink Floyd e Queen, fotos com amigos e família, algumas daquelas luzes de parede, etc.

Depois disso, fui pra cozinha. Peguei pó de café no armário. Estava um pouco velho, mas não tinha problema. Coloquei a água para esquentar, e preparei tudo na máquina. Precisei de uma cadeira para alcançar o açúcar, já que não sou exatamente a garota mais alta do mundo. Quando já estava quase terminando de arrumar a mesa, ouvi um gemido sonolento vindo do corredor.

— Por que você tá de pé? Ainda é madrugada...

Lá estava Charlotte, com seu pijama de cachorrinhos, extremamente infantil.

— São 10:30 da manhã. Vá ao banheiro, o café está quase pronto.

Disse com um certo ar de severidade, como se eu fosse mãe dela ou algo assim. Ela franziu a testa, então seguiu minha "ordem". Quando ela voltou, já trocada e devidamente acordada, eu estava sentada, esperando ela para comer.

— Por que diabos você me esperou? Eu hein...

— Boas maneiras — Dei um longo suspiro. — Ou apenas alguma mania tola. De qualquer forma, sente-se, vamos comer de uma vez.

O café que fiz não foi o melhor, já que provavelmente Lottie não era muito fã da bebida, então comprou o pó e deixou envelhecer no armário. Mas, não estava ruim. Enquanto comíamos, conversamos tanto que eu provavelmente falei mais do que eu falaria em uma semana inteira na casa da minha tia.

— Quer ir dar uma olhada na escola hoje? É grande e antiga, bem ao seu estilo.

Ela deu uma risada fraca da própria piada. Ignorei a segunda frase, e apenas respondi sua pergunta.

— Como quiser. Guie-me, é você quem mora aqui.

Ela deu de ombros.

— Sabe, tem uns amigos meus a quem quero te apresentar. Podemos ir a algum bar, assim você pode conhecê-los.

— Seria ótimo, embora eu não goste muito de bebidas. Nem temos idade para isso, eu suponho... Não seria melhor um café ou algo assim?

— Droga, Lucy. Sua alma é tão velha... Esqueça. Luna me mataria se não tivesse álcool envolvido.

Levantei uma sobrancelha. Ela viu minha reação, e soltou um suspiro.

— Provavelmente, ela é o tipo de pessoa que você evitaria... Mas tem o Charlie também. Você vai gostar dele.

— Se você diz...

Dei de ombros. Seria bom conhecer os amigos da Lottie. Ficar presa somente a ela não era exatamente o que eu pretendia. Enfim, logo que terminamos o café, eu me dispus a lavar a louça, e ela disse que ia arrumar seu quarto. Quando terminei, fui ao banheiro escovar os dentes. Depois passei uma mensagem para minha irmã, dizendo que estava tudo bem. Com o canto dos olhos, vi Lottie parada na porta do meu quarto, então me virei para ela.

— Avisei eles... Vamos nos encontrar em um barzinho aqui perto, de tarde. Enquanto isso, podemos andar pela cidade.

Dei de ombros. Ela riu, e voltou para o seu quarto, provavelmente para arrumar uma bolsa ou algo assim. Eu, fiz um mesmo. Vesti um moletom cinza, e peguei uma mochila vermelha que sempre tinha comigo. Nela, guardava o geral. Documentos, utilidades femininas, celular, etc.

Ao sair do quarto, vi que ela já estava na porta me esperando, então saí e esperei que trancasse o apartamento. Depois, descemos as escadas e saímos andando por aí, meio sem rumo de início.

A rua estava bem cheia, e imaginei que estaria sempre assim. Realmente, a escola não era longe. Algumas ruas, e já estávamos no portão. O prédio era grande e tinha uma aparência antiga, embora fosse visivelmente novo. Tinha um jardim grande, e parecia antiquado demais para algo americano.

— É bonito.

Foi o breve comentário que fiz. Indiferente, de certa forma. Pareceu decepcionar Charlotte, mas eu não tinha muito mais a acrescentar. Então, apenas prosseguimos a caminhada.

— Sabe, não tenho certeza se meus amigos vão gostar muito de você, com toda essa postura séria.

Ela comentou, tirando minha atenção de uma dupla de borboletas que dançavam em uma pequena praça.

— É mesmo? Bem, nesse caso, posso ser a chata do grupo.

Dei um sorriso de canto, e ela riu. Eu não tinha muita certeza do que esperar dos amigos dela. Possivelmente, seriam mais animados e liberais do que eu. Na verdade, tinha quase certeza disso. Mas eu sou flexível. Poderia facilmente me adaptar a esse ambiente, ou assim esperava.

Nossa caminhada não durou muito, afinal, logo ela começou a sentir fome. Fiquei um pouco surpresa, mas não contestei.

— É cedo demais para almoçar. Vamos fazer um lanche em algum lugar.

Ela disse com ar preguiçoso. Levantei uma sobrancelha.

— Sério? Vamos ficar sem fome, você sabe...

— Bom, então é só comermos o suficiente pra não precisar almoçar.

Ela deu de ombros, e eu não disse nada, apenas fiquei olhando pra ela como uma avó incrédula com as coisas que seus netos dizem.

— Que foi? Eu faço isso o tempo todo.

Ela disse despreocupadamente, Enquanto olhava em volta, procurando alguma boa lanchonete.

— Como você não é gorda?

Disse em tom de brincadeira. Ambas rimos, ela mais do que eu. Pouco tempo depois, estávamos numa lanchonete comando milkshake. Eu peguei um de baunilha, e ela um de chocolate. Depois do nosso pequeno lanche, voltamos pra casa. Assistimos um filme, depois almoçamos. Ela preparou uma macarronada, compensando o fato de que eu tinha preparado o café.

Depois de ambas escovarmos os dentes, acertamos com os amigos dela o horário do encontro. Depois de uma breve discussão sobre qual seria a melhor hora, chegamos à conclusão de que éramos todos inúteis sem o que fazer, então qualquer horário servia. Já que Charlotte teve a ideia, ela decidiu que iríamos às 14:00. Feito isso, continuamos a conversar sobre planos para o futuro.

— Bem, você tinha perguntado como eu não sou gorda... Não sei se você sabe, mas eu sou muito boa em esportes. Especialmente natação. Pretendo fazer uma faculdade nesse estilo...

— Entendo. Eu gosto de escrever. Quem sabe uma faculdade de letras? Tenho certeza que isso decepcionaria minha tia... É um tanto quanto ingrato da minha parte, por tudo que ela fez por mim e Alyssa, mas acho que não é algo realmente errado fazer algo que eu goste...

— Ah, sei lá. Eu faria.

Ela deu de ombros. Charlotte nunca foi o estilo de pessoa que se importa muito com o que os outros dizem. Admiro muito isso nela. Acho que eu também sou assim, embora procure seguir um senso comum. Continuamos falando de faculdades e coisas assim, até que o celular dela tocou. Pude ouvir a voz estridente de uma garota gritando mesmo da distância em que estava.

— ONDE CARALHOS VOCÊ E SUA AMIGA SE METERAM? EU TÔ AQUI ESPERANDO HÁ TEMPO PRA CASSETE.

Ao verificar o horário, vi que já eram 14:35. Fiquei realmente decepcionada comigo mesma. Para a Lottie, atrasos deviam ser normais, mas eu considerava isso uma falta imperdoável. Charlotte se desculpava desesperadamente ao telefone, enquanto eu, calmamente, me levantei e fui ao meu quarto fazer uma maquiagem leve. Quando ela desligou, também já tinha trocado o moletom surrado por um cardigan vermelho.

— Nesses sete anos que ficamos sem nos ver, você se tornou algum tipo de ninja e não me contou?

Disse ela observando a rapidez com a qual me arrumei.

— Claro que sim. E você devia fazer o mesmo.

Ela riu, e pegou sua bolsa e as chaves. Saímos do apartamento, e ela o trancou. Fomos ao estacionamento, e ela pegou seu carro. Não demorou muito para chegarmos ao tal bar, e eu estava realmente envergonhada pelo atraso. Mesmo assim, tomei a frente para falar, visto que Charlotte estava sendo bombardeada com xingamentos de uma garota baixinha de cabelo azul royal.

— Ahn... Minhas sinceras desculpas pelo atraso. Nós acabamos nos distraindo com conversas bobas. Foi uma atitude leviana, mas aqui estamos.

— Quer formal... De qualquer forma, estão desculpadas.

Um garoto alto riu e disse de forma tranquila e despreocupada. Já a garota de cabelo azul, continuou irritada.

— Bem... A baixinha mau humorada, é a Luna. Este é o Charlie. Vocês dois, essa é a Lucy, a amiga de quem falei.

Eles me cumprimentaram, então sentamos para beber. Luna era pouca coisa mais baixa que eu. Tinha olhos verdes próximos do cinza, e cabelo curto. Tinha a pele bem pálida, e o rosto redondo. Como Charlotte disse, era o tipo de pessoa que eu evitaria. Parecia ser rebelde e encrenqueira. O tempo todo brigava com alguém que estava passando.

Charlie, era o oposto. Tranquilo e brincalhão, ria bastante. Sempre se fazia de arrogante, apenas para brincar, e mesmo em pouco tempo de conversa pude perceber que era muito inteligente. Ele era alto, e se não soubesse que estudaria conosco poderia dizer que tinha uns vinte anos. Cabelos pretos, com um topete, e olhos da mesma cor. Sua pele era bem branca, mas não chegava a ser pálido.

Como Charlotte imaginava, a pessoa com quem mais conversei foi Charlie. Nós gostávamos dos mesmos livros e séries, e até alguns animes e músicas. Passamos boa parte do tempo criando teorias para Fairy Tail, sobre como ambos imaginávamos que talvez Natsu pudesse ser o próximo mestre por aparecer na nova opening, onde só os mestres passados apareciam, ou sobre como isso seria ruim por motivos diversos.

— Hey, Lucy, você gosta de Shadowhunters, certo? Está assistindo a série?

Ele me perguntou no tom empolgado de sempre.

— Aham. Apesar de ainda não ter lido os livros, até que é legal.

— Cara, não sei como vocês aguentam essas coisas. É um saco.

Luna comentou, se esticando na cadeira.

— Tudo é um saco pra você.

Charlotte brincou com ela, e embora se mostrasse irritada, ela riu tanto quanto todos os outros.

— Tanto faz. Eu não aguento olhar pra cara dele também.

Ela apontou pro Charlie. Obviamente, estava brincando, mas ele respondeu com a maior naturalidade do mundo.

— Por que não me avisou? Eu poderia ter vindo com uma máscara.

Nós rimos, mas ele parecia estar falando sério. Me perguntei se aquilo realmente era natural pra ele. Pelo jeito infantil que ele tinha, não me surpreenderia se ele realmente aparecesse com uma máscara no próximo encontro.

A conversa durou bastante tempo, mais do que eu imaginava. Só saímos do bar lá pelas 20:00. Charlotte estava tão bêbada, que Charlie precisou nos levar pra casa. É, eu não sei dirigir. Nós colocamos ela na cama, e ficamos conversando por um tempinho.

— Hey, Charlie. Você parece gostar muito da Charlotte.

Disse com um breve sorriso.

— É mesmo? Bem, eu não sei. Nunca fui de entender sentimentos fácil, sabe? Se eu tiver uma boa resposta, você vai ser a primeira a saber.

Ele deu de ombros, parecia um pouco confuso com meu comentário. Pouco tempo depois, decidiu que seria melhor ir embora. Me pergunto se deixei ele desconfortável. De qualquer forma, já estava ficando tarde. Deixei remédios para dor de cabeça e um copo de água na escrivaninha dela, e fui tomar banho.

Depois do banho, fui ao meu quarto ler um pouco. Mal terminei um capítulo, e ouvi Lottie gemendo no quarto. Guardei o livro na estante, e fui até lá. Ela estava com a mão na testa, e parecia não fazer ideia do que estava acontecendo.

— Mas o que diabos...? Quando cheguei aqui?

— Charlie nos trouxe. Você estava tão bêbada que apagou assim que te colocamos na cama. Tem uns remédios aí do lado.

Ela pegou um remédio, e depois de olhar por uns três segundos, tomou com certa dificuldade.

— Que horas são?

Verifiquei meu celular antes de responder.

— 21:53. Você dormiu bastante.

— Caraca...

Ela cheirou as próprias roupas. Minha tia vomitaria diante daquilo. Eu, só fiz cara feia.

— Eu preciso de um banho...

Lottie se levantou, um pouco tonta. Pegou suas roupas, e foi pro banho. Depois, eu voltei pro meu quarto. Verifiquei minhas mensagens no facebook. Uma delas, da minha irmã, me chamou a atenção.

"Lucy, tia Hana não está bem. Ela passou mal ontem de tarde, e está de cama desde então. Ainda não sei o que ela tem, mas achei melhor te avisar. Desculpe incomodar sua viagem com isso. Espero que esteja bem."

Passei um tempinho pensando sobre aquilo. Não seria problema, é claro. Com todo o dinheiro que tinha, minha tia poderia ter acesso aos melhores hospitais do país. Mas, bem, mesmo com todos os defeitos, ela é parte da minha família, e não há como não me preocupar.

Inicialmente, não soube bem o que responder. Me deitei um pouco apreensiva. Apesar de divertido, o dia tinha sido cansativo também. Talvez fosse melhor dormir. É, eu definitivamente deveria dormir. Dessa forma, apaguei as luzes, desliguei o computador, e fechei os olhos na cama, imaginando o dia de amanhã.


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