Wishmaster escrita por Jiullia


Capítulo 5
V




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"Não pode ser. Não pode ser. NÃO PODE SER!"

Ainda imóvel, Luna mentalmente só queria correr o mais rápido dali. Como a pessoa que causou o mal que ela queria curar poderia ensinar a cura? Aquilo era insano. E assustador. Severus Snape era uma pessoa assustadora por si só.

— Não me diga que a senhorita veio procurar Oclumência pelo fato ocorrido hoje pela manhã.

Ela não respondeu.

Snape esboçou um um décimo de sorriso.

— Eu não imaginava que provocaria reações tão intensas.

— Sua crueldade é conhecida por gerações de alunos, professor, se me permite dizer.

— Ora, ora... Isso pode ser útil então.

Snape cruzou os braços e manteve contato visual com Luna por alguns segundos. Por fim, passou a caminhar lentamente pela sala.

— Eu deixei esse horário disponível para que o Potter pudesse me procurar, em caso de problemas. Como você bem deve saber, Voldemort é capaz de entrar na mente dele e causar danos sérios. Dumbledore me pediu para que fizesse isso. Acredito que possa compreender minha surpresa ao ver a senhorita aqui.

Snape sentou-se numa cadeira de frente para Luna, que ainda estava de pé, mas distante alguns metros. Fitou-a, e ela se sentou novamente, entendendo o recado.

— Lovegood, o Potter pode até gostar de Corvinais, mas não se trata de você.

— Eu nunca pensei que pudesse-

— Não precisei ler sua mente para saber no que você divagava. Eu os vi juntos muitas vezes, conversando. Em algum momento isso iria fazer efeito, ainda mais em uma mocinha inexperiente e jovem como você.

Aquilo não soara como elogio, e Luna encolheu na cadeira. Ela estava estranhamente atenta naquele momento. Vidrada.

— Acredito que mais importante do que aprender Oclumência será aprender a ser uma mulher esperta e que não se envolva em qualquer ilusão, senhorita. Vocês, jovens, são flutuantes demais, demasiado levadas pelas sensações. O mundo não é assim. O amor não é assim. E não queira entender isso da pior maneira.

Luna observava Snape atentamente. O perfume era o mesmo usado na aula, mas mais forte. Ele estava sem a capa, apenas com a veste, e essa sendo mais justa ao corpo. Ela podia ver alguns dos contornos do tronco do professor, que ela sempre notara que não era magricela como os rapazes de sua idade. Snape era alto, encorpado, e seu rosto não tinha tantas linhas de expressão como parecia de longe. Ele poderia ter sido um dia bonito, quando jovem.

E o que isso importava agora?

Luna continuou observando-o, enquanto ele falava. Os lábios, finos, moviam-se com calma ao pronunciar as palavras. O nariz, grande e torto, ainda assim pertencia ao rosto como um todo. O queixo, pequeno, dava a ele um ar de lorde. Era assim que Luna o via, como um distante lorde, ou outro membro da nobreza. Ele parecia trazer nos ombros o peso de grandes responsabilidades que o forçavam a ser daquele jeito. Fechado, sombrio.

— Você já se apaixonou, professor?

Snape fora pego desprevenido com essa pergunta. Estava falando de mulheres ingênuas quando ela veio. Disfarçando ao máximo seu desconcerto, ele silenciou. Depois desconversou.

— Isso não vem ao caso agora, senhorita Lovegood.

— Claro que vem. - ela sorriu languidamente - Como posso confiar no que fala, se o senhor não viveu isso? Se o inexperiente é o senhor?

— Eu não sou inexperiente.

— Então já se apaixonou? Já amou uma bruxa, ou um bruxo?

— Senhorita Lovegood, que insolência-

— Professor, isso não é Oclumência desde o princípio. Pode dizer o que for o caso dizer. Eu sei guardar segredo.

Snape estava irritado, com as insinuações, com tudo.

— Eu amei sim, uma bruxa. Mais que a qualquer coisa, e que a mim mesmo. Agora, pegue suas coisas e vá dormir. Esteja aqui amanhã, neste mesmo horário.

E com passos largos deixou a sala.


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