Wishmaster escrita por Jiullia


Capítulo 13
XIII




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Já passava de nove e quinze no pêndulo de Hogwarts.

Luna sabia que Severus estaria na sala, como em todas as noites. Aquela sala era o lugar que ele usava para escrever, criar pedidos e atender alunos necessitados. Quando se chegava às nove em ponto, podia-se vê-lo chegar na sala logo após.

Mas ela queria que ele já estivesse na sala. Queria surpreendê-lo.

Não vestira nada de especial. Estava como em todos os dias. Calça, blusa, tênis. Os cabelos estavam soltos, penteados, mas secos, fazendo a habitual cascata. Ela não sabia exatamente o que fazer de diferente. E achava quem deveria fazer algo. Queria ser ela mesma.

Saiu do dormitório, passou pelos corredores e desceu as escadas em direção ãs Masmorras. Tentava não correr, tão ansiosa estava. E ia acabar transpirando.

Ela não ligava. Precisava falar com ele. Precisava saber dele sobre o que ela precisava aprender para ser a mulher que ele desejava. Ela o queria como homem, o que quer que isso significasse. Só faltava ele dizer.

A porta estava ligeiramente encostada quando ela chegou. Hesitou, quis voltar atrás. Mas a voz de sua mãe a convenceu. Com delicadeza empurrou a porta, sem barulho, e olhou para dentro da sala. Tudo igual. A poltrona estava de costas para a porta. Ela podia ver o alto da cabeça dele. Estava sentado, provavelmente lendo algum documenro importante.

Severus.

Severus Snape.

Ela encostou a porta e se apoiou nela. Não saiu dali. Apenas olhando os contornos da poltrona. Agora que havia entrado não sabia o que fazer. Não sabia.

Ele estava concentrado em mais um daqueles tediosos trabalhos dos primeiro-anistas. Coisas realmente entediantes. Faltavam cinco relatórios e ele esperava acabar logo. Estava cansado e precisava dormir com urgência ferina.

Sentiu o perfume dela. Perfume de morango com pudim. Morango do xampu e das coisas que ela costumava usar como adorno. Vegetais, tampas. E o pudim que ela estava sempre a comer. Ela tinha aquele aroma.

Estava tão apaixonado que sentia o cheiro dela, forte, ali na Masmorra. A falta tinha dessas coisas mesmo. A gente sente falta e começa a imaginar.

Ou não.

O aroma era forte demais pra ser verdade.

Incrédulo, ele levantou da poltrona. Alguns pergaminhos caíram com o movimento, mas ele não se importou. E virou-se aos poucos, lentamente.

Luna Lovegood estava encostada à porta, olhando pra ele.

Luna Lovegood.

Luna.

Severus Snape tinha uma fama que o precedia. E parte dessa fama era sua inteligência. Disciplinado, sagaz, concentrado, todas aquelas palavras o definiam. Sua carreira brilhante em Hogwarts vinha muito de seu esforço enquanto ainda aluno. Ele era capaz ainda de muito mais, de voos mais altos.

Mas naquele momento ele era apenas um homem. Um homem cheio de desejos. Um homem apaixonado.

Ele não pensou duas vezes. Atravessou a sala, sem tirar os olhos dos de Luna. Ele não esperava ter visitas naquele dia. Usava uma camisa social de manga longa, negra, com os primeiros botões abertos, calça e sapato. Estava diferente. O cabelo pra trás, resultado de passar a mão tirando mechas dos olhos. Luna não teve tempo de olhar demais. O olhar dele prendia o dela. Dizia coisas que ela não entendia, só sabia sentir. Ele caminhou pra ela, pra onde ela estava. Parou de frente a ela. Sem quebrar o contato visual um só momento.

— O que faz aqui, senhorita Lovegood?

— Acredito que temos assuntos a resolver, professor. Assuntos sérios.

— Eu não me lembro - o olhar dele ardia - de deixar nenhuma pendência com a senhorita que a faça vir aqui tão tarde. Nem a Oclumência.

— Severus. - ela disse, balbuciando cada sílaba daquele nome.

Ele não pôde mais suportar.

Uma das mãos ao lado da cabeça dela, e a outra na cintura, a puxando para si.

Ele a beijou.

Beijou cada parte da boca de Luna. Os lábios superiores e os inferiores. E então deslizou também sua língua pelos lábios dela. Ela abriu mais a boca, para que ele tivesse ainda mais acesso a ela. Num encontro de línguas, respiração e almas.

As mãos dela estavam no peito dele. O quanto ela esperou por poder fazer isso. Sentir o corpo de Snape que ela só imaginava por sob as vestes. Ele era firme, torneado. Parecia largo, e ela foi avançando seus dedos por sobre a camisa. Sentiu as costelas, o abdome, os quadris. Tateou as costas, sentiu os músculos, a nuca, o pescoço, e desceu.

Severus tinha carnes. E como tinha. Ele tinha bumbum, e era bom colocar a mão ali.

Ele reagiu quando ela tocou suas costas novamente, enlaçando-o. Pressionou-se todo nela de vez, e então ela sentiu. Ela sabia o que estava acontecendo, tinha lido aquilo.

Ele estava excitado, e ela o tinha deixado daquele jeito.

Ele era todo dela ali. Todo dela.

Luna aconchegou Snape em seu corpo. Era estranho, parecia que sempre soubera fazef aquilo, sem nunca ter feito. Adequou cada aresta às dele, num encaixe perfeito. Como se fossem um só. Ela se sentia como gelatina. Estava mole, sem o jogo dos sentidos quase. Aquilo era muito melhor do que ela imaginava. Por Merlin, era delicioso! Senti-lo, tocá-lo, sentir seu gosto, respirar junto.

Snape era delicioso. Delicioso. Em todas as partes que ela havia até ali experimentado. Dava vontade de comê-lo vivo. Mas então ela teria de parar o beijo.

A mão dele passou da cintura para o bumbum de Luna. E ficou ali, massageando-a. Ela gemia no beijo. A cada vez que ele a pressionava mais, parecia que uma parte do seu corpo parava de funcionar. Era só torpor e prazer ali. Com a outra mão ele acariciava o pescoço dela. E ainda bem que havia porta, porque ela não tinha força alguma para se manter de pé

E então ele parou o beijo.

— Eu... ah... eu não posso continuar. Não podemos.

Ela não respondeu. Só o olhou. Quase suplicante.

— Eu não vou conseguir parar. Eu não posso. Luna, eu sou seu professor. Eu estaria me aproveitando de você. - ele acariciava o rosto dela - você é tão jovem...

— Severus... o que você quer? Você me quer? Porque eu quero você.

Ele a olhou com olhos em brasa. Tudo nele ardia.

— Eu passei uma boa parte da minha vida tentando entender o que eu realmente deveria querer. E a você eu só quero. Sem pensar. Só querer. Assim como você é.

A respiração dele ficou ainda mais acelerada. Ele não falava. Ela se inclinou para perto do ouvido dele, e sussurrou:

— Severus, se você quiser, você será o primeiro. E será o único.

E ele a beijou. Mais uma vez.

— Vem. - Ele disse e a conduziu para uma porta na lateral da sala. Luna nunca tinha visto aquela porta ali. Ele a abriu e ao passarem por ela estavam nas Masmorras.

No quarto de Severus Snape.

— Você tem certeza, Lovegood? Certeza disso?

Ela não respondeu. Timidamente tocou o peito de Snape, e desabotoou o que faltava da camisa. E a tirou.

Ali estava ele. Pálido, forte, definido. Um deus de mármore, como ela.

Luna recuou dois passos e tirou a própria blusa. Não usava nada por baixo.

Snape perdeu o fôlego que restava. Pegou a pela mão e a tomou nos braços. E a colocou com cuidado na cama. Aquilo parecia um sonho. Um sonho bom.

Mas não estava certo.

— Luna. Nós não podemos fazer isso. Não hoje. Você não está pronta.

— Pronta?

— Pronta. Existe fazer sexo e existe o fazer amor, minha Luna. São coisas diferentes. E eu quero que você faça amor comigo, não sexo.

— Severus, eu amo você. E você sabe disso melhor do que eu mesma. É amor, e eu sei que você também sente. Como posso não estar pronta?

— Ler um monte de livros não significa estar pronta, meu amor.

Meu amor.

Saiu tão rápido e natural que ele nem notara.

Meu amor.

— Eu quero amar você, Luna, e quero que me ame. Mas hoje só aconteceria sexo entre nós, porque o desejo é forte e a falta maior ainda. Não seria bom. Não seria a primeira vez que você merece.

Severus a vestiu novamente. Luna não dizia nada. Só o olhava, sem reação. Ainda não sabia o que pensar. Ele beijou sua testa. Um beijo demorado, mas leve.

Um beijo de Severus Snape.

Ele não disse mais nada. Conjurou um feitiço de proteção e a "teletransportou" de volta para o quarto dela.

"Me perdoe, Luna. Mas é para o nosso bem."


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